9.9.13

Sobre a mãe





Tenho 35 anos acabados de fazer e acabei de descobrir que estou grávida.

Sempre quis ser mãe, mas também sempre tive pânico da gravidez e do parto. Quando digo pânico é pânico mesmo. Quando vejo grávidas, fico cheia de pena delas. Acho que estão num enorme sofrimento, com a agravante de estarem gordas, inchadas e desconfortáveis. O parto, para mim, é de uma violência atroz. Ninguém merece ser literalmente esventrado para poder ter um filho.

(Eu avisei que tinha pânico. Por favor, não se assustem com o que eu escrevo. Na verdade, é mesmo isso que se passa na minha cabeça. E pior... Por isso, já podem avaliar o que sinto.)

Passei a minha vida adulta toda a adiar esta decisão. Até que cheguei aos 34 e toda a gente me avisava que podia já não haver muita corda para esticar, que quando efectivamente quisesse ter um filho, podia não conseguir.

Avancei para uma gravidez planeada em Março de 2013. Fiz análises, ecografias, um suplemento de ácido fólico e parei com a pílula em Abril. Estava tudo bem fisicamente. Com a minha cabeça é que não. Apesar de querer engravidar, secretamente não queria. Não porque não quisesse ter um filho, mas porque tenho MEDO.

Pronto, agora não há nada a fazer. "Isto" vai crescer, crescer, crescer, e um bebé vai ter que sair de dentro de mim. É isto que me assusta. Sei que é uma coisa menor, que há coisas bem mais importantes para me preocupar, mas neste momento ainda não consigo controlar a minha cabecinha.

Não sei se é normal ou não, mas ainda não sinto nada de especial, a não ser os sintomas físicos. Portanto, ainda não me sinto mãe, nem aquela ligação. Deve ser normal, não? Tendo em conta que deve ser uma gravidez de 4-6 semanas. Aliás, muitas gravidezes nem evoluem nesta altura e a minha médica diz que é normal.

Em princípio, na sexta-feira vou à clínica fazer a primeira ecografia e ver como está este bichinho. :)

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