31.12.14

Adeus 2014

O ano que hoje nos deixa não foi o melhor da minha vida. Não. Foi o mais importante, sem dúvida.

2014 trouxe a minha filha. Trouxe o que de mais valioso tenho. Trouxe a menina que dá alegria aos meus dias. Trouxe a menina que me ensina tantas coisas, todos os dias.

2014 mostrou-me que sou mais resistente à falta de sono do que eu alguma vez supus. Mostrou-me que consigo passar sem um banho, sem cabeleireiro, sem manicure, sem roupa nova, sem jantares, sem saídas à noite ou de dia... só porque quero estar com a minha filha.

Em 2014 percebi que tenho mais medo de morrer do que nunca.

Em 2014 fiquei a saber o que é o amor incondicional.

2014 mostrou-me que a maldade existe, que anda perto de nós, disfarçada. 2014 mostrou-me que sou fraca por valorizar essa maldade e por permitir que ela me afecte, afectando também a minha família. Mas, como 2014 me mostrou que o amor é infinito, tenho esperança que essa maldade e amargura se deixem envolver pelo amor e que tudo passe a ser bom.

Sou grata por tudo o que 2014 me trouxe. As boas e as más experiências deixam sempre lições. Só temos é que aprender com elas.

Não tenho grandes planos para 2015. Só quero ver a minha filha a crescer feliz e saudável. E quero ter as pessoas que eu amo sempre pertinho de mim.

Faço votos que 2015 realize todos os vossos desejos!

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19.12.14

Uma vacina para o enxoval

Quando andamos nas aulas de preparação para o parto, levam lá diferentes laboratórios para falarem e impingirem os Kits de recolha de células estaminais. Acho que apelam demasiado ao coração dos pais, falando que é o melhor seguro de saúde que podemos dar aos nossos filhos e que daqui a muitos anos pode fazer falta e passa mas é para cá 1000€ (em média). Eu não fiz a recolha das células e dos tecidos estaminais. Espero não me vir a arrepender, claro, mas não acho que seja tão fundamental como vendem. Não os vejo é tão interessados em falar de vacinas que não estão cobertas pelo Sistema Nacional de Vacinação, mas depois todos os pediatras nos falam disso em todas as consultas. Não acham que protegem contra perigos bem mais reais, comuns e frequentes? Por que não alertam os pais para as vacinas e seus custos? Fiz esta mesma pergunta no centro de saúde e não me souberam dar uma resposta satisfatória. Falaram que as vacinas vêm do mesmo laboratório (com excepção da Rotarix e RotaTeq, que são de laboratórios diferentes) e não querem fazer publicidade. A sério? Então, isto é tudo uma tanga? Resume-me tudo a laboratórios farmacêuticos? Esta semana uma mamã confidenciava-me que estava na dúvida se fazia a sua cesariana no hospital público ou numa clínica. Apesar do seguro de saúde, ainda ia pagar à volta de 500€ pela cirurgia, estadia de 3 dias e acompanhamento do marido. Se as pessoas têm disponibilidade de dinheiro, avancem para os hospitais privados. Se há altura em que precisamos de simpatia, carinho e conforto é no parto. Se o dinheiro não abunda, nem duvidem que o hospital público é o melhor. Se é certo que muitos profissionais de saúde mais deviam era trabalhar em talhos, é aqui que se resolvem os problemas sérios que podem acontecer. Aqui temos todos os recursos de excelência à disposição. Mas não é um hotel e os funcionários de vez em quando lá despejam as suas frustrações para cima de nós. Para além disto tudo, relembrei a mamã em questão de que esses 500€ que vão para os 3 dias de férias no hospital privado, podem muito bem ser usados em vacinas. Falemos, então, de números redondos: - RotaTeq - 50€ x 3 - Prevenar - 60€ x 3 - Bexsero - 100€ x 4 Os pediatras alertam que é só se os pais fizerem questão e puderem, mas logo a seguir dizem que protegem contra doenças gravíssimas, potencialmente fatais e quando não são fatais podem deixar as crianças com lesões graves. Ãh? Então, é melhor dar. Ah, mas são doenças muito raras. Ah, ok, já estava a ficar assustada. Mas, mãe, já houve um caso aqui na cidade este ano e é contagioso. Convenceu-me logo ali! Refiro-me às meningites cobertas pela Prevenar e pela Bexsero. A RotaTeq protege contra um problema pouco grave mas muito comum, a gatroenterite. Infelizmente, acho que as crianças não deixam de ter gastroenterites, mas os seus efeitos ficam suavizados. Já fizeram contas à vida? Agora imaginem isto multiplicado por vários filhos... Primeiro, acho terrivelmente injusto que questões de saúde se prendam com dinheiro. Se as vacinas são importantes, o estado que as disponibilize a todas as crianças. Depois, as mães que não são médicas, como eu, precisam de ser realmente orientadas sobre a vacinação. Estas vacinas são mesmo importantes ou não? Vale a pena uma família endividar-se ou roubar à comida e ao conforto em casa para proporcionar estas vacinas aos seus filhos? Não acho justo os pais ficarem com sentimentos de culpa por não poderem pagar estas vacinas. Os filhos não têm culpa da situação financeira dos pais. Mamãs grávidas, queria alertar para esta questão enquanto preparam o enxoval dos vossos bebés. É que o enxoval não se faz só de babetes e cueiros. Quando vos perguntarem o que precisam, digam que precisam de uma dose da vacina x ou y. Vai ser uma ajuda e tanto.

18.12.14

8 meses

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Esta noite faz 8 meses que a minha filha nasceu. Lembro-me do medo que senti quando me deixaram naquele quarto sozinha com ela. E se ela chora? E se ela precisa de mim? Nunca tinha visto um bebé tão pequenino. Nunca tinha tomado conta de um bebé. A verdade é que ela conseguiu sobreviver 8 meses ao meu medo e inexperiência. Eu e ela entendemo-nos bem. Um colinho apertadinho resolve tudo. Hoje, por exemplo, o meu colo sossegou-a quando tomou uma vacina. Tinha muitas dúvidas sobre esta Bexsero, para a meningite, mas resolvi que era melhor ela tomar. Chorou na picada, veio para o colo e passou tudo. Até pareceu magia. Era bom que fosse sempre assim. Pudesse o meu colo e o colo de todas as mães resolver todos os males do mundo. Nos últimos tempos, esta princesa anda a dar-me muito más noites. Habituou-me muito mal. Desde cedo que dormia a noite inteira e agora anda a acordar até de 2 em 2 horas, como aconteceu na noite passada. Eu suspeito que sejam os dentinhos. Já tem um a espreitar e está afiado demais, porque quando ela morde, já dói. Não creio que tenha muitas dores, pelo menos não se queixa. Está sempre bem disposta, apesar de acusar alguma irritabilidade, às vezes. Não chora, mas faz algumas birras. Mudar a fralda, agora, é uma aventura. Para além de me surpreender com xixis enquanto troco a fralda (o que, muitas vezes, implica mudar a roupa toda), rebola sobre si própria e fica de rabo para o ar. Agarra na fralda suja, agarra na fralda limpa. Nunca sei quanto tempo vou demorar nesta actividade que antigamente me demorava poucos minutos. A alimentação é outra aventura. É impaciente. Se tem sono, já não come nada. Se tem fome, não para de gritar até começar a perceber que está a comer. Ou tem que estar a ver a BabyTV ou tenho que chamar o pai para fazer palhaçadas enquanto lhe meto umas colheres à boca. Já come sopa de carne e peixe às refeições principais, frutinha sempre a acompanhar. Gosta mais de sopa do que de fruta ou de papa, mas o leitinho continua a ser o seu preferido. Para já, as brincadeiras preferidas dela envolvem sempre meter alguma coisa na boca. Tem um bonequinho amarelo, que deve ser o mais rafeirinho que ela tem. Adora-o! Aos bonecos para massajar as gengivas todos xpto não lhes liga grande coisa. Adora o cabo da escova dela, que é borracha, adora as colheres dela e, este é muito especial, uma colher de pau mais pequenina que eu tinha aqui. Li algures que os bebés gostavam e eu posso confirmar. Só é preciso supervisão para evitar que meta o cabo à boca e possa magoar-se. Depois, acho que gosta muito de brincar com o pai. Ele só faz macacadas e ela perde-se a rir. Claro que ele tem toda a disposição e paciência para brincar com a sua princesa, pois dorme a noite toda descansadamente. Não fica horas a adormecê-la, não muda fraldas, não a veste, não a alimenta. Já perceberam a ideia, não é? Os nossos gatinhos começam a interessar-lhe muito. Eles é que não lhe ligam grande coisa. Ela tenta passar-lhes a mão pelo pêlo e, às vezes, puxa. Eles não reclamam, mas fogem-lhe. É preciso ter cuidado com os animais. As crianças não têm noção dos perigos de um animal e é normal que eles reajam. Os pais é que têm que estar atentos. Estes bichanos não são nada perigosos, não creio que vá ter problemas. Tenho é que os proteger a eles dela. É triste vê-los abandonar o quarto porque a artista da minha filha está a aquecer a voz e eles não conseguem dormir com os gritos. Suspeito que ela venha a ser cantora lírica. Atinge umas notas bem altas! Ainda não anda e está a começar a querer gatinhar. Não está fácil porque o chão que tenho à disposição não facilita esse movimento. Adora estar de pé e faz imensa força com as pernocas. Sinceramente, ainda não faço questão que ande. Nem quero imaginar as minhas ricas costas. São 2:30 da manhã e ela adormeceu há meia hora. Estou exausta, mas precisava mesmo de falar sobre a minha filhota agora que chegou aos 8 meses. O tempo passa, de facto, muito depressa. Qualquer dia não cabe no berço e vou ter que a pôr na cama dela à força. Ah... Um último pormenor importantíssimo. Ela agora dorme de lado, como nós. No início, fiquei preocupada, mas logo percebi que ela gosta de estar assim. Ora vira para um lado, ora vira para o outro. E ainda não descobriu que também pode dormir de barriga para baixo...

16.12.14

O Pensamento Positivo afinal não é assim tão Positivo

Muitas mães dizem-me que o que mais apreciam neste blogue é o facto de ser sempre muito positivo, muito bem-disposto. Não tinha essa noção, mas procuro dar ânimo a todas as pessoas que me abordam.

Há uns tempos li um artigo no New York Times que me deixou a pensar neste assunto até agora.

Falam-nos a toda a hora sobre o pensamento positivo e os seus benefícios. Ter pensamento positivo, afinal, pode não ser muito útil quando temos objectivos difíceis de atingir. Muitas vezes, o pensamento positivo pode camuflar e dificultar o nosso caminho. Por outro lado, a negatividade pode ser, mesmo, paralizante. O que o artigo descreve como a melhor forma de atingir metas é mesmo acreditar que o seu objectivo é possível, depois analizar e antecipar todas as dificuldades para que possam ser ultrapassadas.

Sonhar com o futuro acalma-nos, reduz a pressão sanguínea, mas também pode retirar a energia que precisamos para atingir os nossos objectivos. Estudos revelaram que imaginar apenas coisas boas, finais felizes, impede as pessoas de concretizar os seus sonhos. O pensamento positivo emburrece-nos e cria a ilusão de que já atingimos os nossos objectivos, distraindo-nos da determinação de os seguir. O pensamento negativo paraliza-nos.

A receita aqui descrita é uma mistura das duas abordagens: a positiva e a negativa. Imagine um desejo, imagine o desejo a tornar-se realidade. Depois, é começar a imaginar os obstáculos que se podem levantar no persurso de realizar o seu desejo. Isto é o chamado "contraste mental".

Vamos lá tentar esta abordagem.

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15.12.14

Passatempos

Têm-me perguntado por que não tenho feito mais passatempos e a resposta é muito simples. Não quero.

Sempre que fazia passatempos apareciam imensos likes na página do facebook, muitos deles com a palavra passatempo no nome. Em vez de atrair mães, grávidas e mulheres com vontade de ser mães, atraía caça-passatempos que desapareciam assim que o passatempo terminava. Não é isso que pretendo para a minha página, nem para o meu blogue.

Outro motivo é que não conhecia os produtos que estava a promover. Eu já não gosto de divulgar páginas com serviços ou produtos que desconheço. Recuso-me mesmo. Gosto de partilhar páginas que eu realmente aprecio. Não me levem a mal, mas é assim mesmo.

Por isso, se eu fizer algum sorteio ou passatempo no fututo, terá que ser de algum produto que eu conheça, que eu tenha e que possa recomendar.

11.12.14

O sono dos bebés

Que disse que dormir bem é dormir como um bebé devia estar louco. A minha filha sempre dormiu muito bem e com facilidade. Lembro-me dos tempos em que dormia das 22-23 até às 7-8 da manhã. Ela descansava, eu descansava, era uma alegria. Depois, começou a ter dificuldade em adormecer. Não podia haver luz ou ruído. Tinha que a adormecer ao colo, sempre a andar de um lado para o outro. Se me sentava ou parava, lá vinha a reclamação. E eu cantava, cantava. Lá adormecia, mas dormia toda a noite. Nas últimas semanas, já já mais de um mês, deu-lhe para acordar duas e, até, 3 vezes por noite. É o mesmo problema para adormecer e soma-se agora os lanches nocturnos. Se é um pico de crescimento, já dura há muito tempo. Só gostava de perceber certos fenómenos. No outro dia, estava ela já a dormir e eu tentava, às escuras, tirar um edredon de uma prateleira superior do armário. Não me apercebi e deixei cair um porco mealheiro em barro mesmo ao lado do berço dela. Nem pestanejou. Tentei recolher o máximo de cacos e moedas no chão às escuras e nada. Outros dias, basta eu tossir e já acordou. Hoje, por exemplo, quis mamar uma hora mais cedo do que devia e está a dormir desde então. Não foi preciso embalá-la, nem músicas. Adormeceu na sala, com a televisão ligada, luzes acesas e nós a conversarmos. Eram 21:30. Pensei que fosse dormir 20 minutinhos, como é habitual, depois ia ao banho, tomava mais um leitinho e dormia. É 1 da manhã e ainda não acordou. Ainda não a levei para a cama porque não quero acordá-la. Estes sonos são preciosos. Estamos as duas deitadas no chão da sala, embrulhadas em mantas. Ela está toda satisfeita e dorme profundamente e eu só penso na minha caminha. Alguém me explica estes padrões despadronizados de sono? Como se corrige isto?

7.12.14

O primeiro dentinho

Acho que já desde os 3 ou 4 meses que aguardava pelos dentinhos da Mia. Babava-se muito e tinha muita necessidade de morder objectos mais duros. Ia perguntando nas consultas de pediatria se seriam os dentes a rasgar mas diziam-me que as gengivas ainda estavam muito moles e que não seria para já. Nas últimas semanas, começámos a notar que os dois dentinhos de baixo se viam através da gengiva, mas ainda não tinham rasgado. O meu marido até dizia que podíamos ter dentinho a qualquer momento. E foi esta noite que aconteceu! Sei que foi mesmo esta noite porque a minha princesa está sempre a levar os meus dedos à boca e é assim que eu vou monitorizando as gengivas. Durante o dia estava tudo na mesma. Foi depois do jantar que, enquanto me roía o dedo, senti uma coisita um bocadinho mais rija, o primeiro dentinho. Estava efectivamente a roer-me o dedo. Foi uma alegria cá em casa e sinto-me imensamente feliz por ter testemunhado mais este momento importante. Também sempre pensei que esta coisa dos dentes fosse mais complicada, com dores e febre. Sei que é apenas o primeiro dente, mas tem sido perfeito. Que se mantenha sempre assim.

6.12.14

Memórias da gravidez

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Sempre tive grande fascínio pela gravidez e pelo parto. Era tanto o respeitinho que lhes tinha (e ainda tenho) que eu tentava recolher o máximo de informação de todas as pessoas que já tinham tido filhos. O que mais me aborrecia era que não havia grande entusiasmo a descrever aquilo que eu considerava a maior aventura da vida de qualquer mulher. E, agora, eu percebo isso. Depois da criança nascer, a gravidez e o parto são completamente desvalorizados pelas mães. No meu caso em concreto, passei a gravidez toda focada na gravidez. Pensava no meu bebé como parte de mim e já só mais para o final pensava nele cá fora. Aí tinha mesmo muita vontade de agarrar na barriga e chegá-la mais para o peito e poder abraçar a minha menina. Fui registando, sempre que podia, as minhas impressões da gravidez, o que sentia, o que ia acontecendo. E ainda bem que o fiz porque já me lembro de muito pouco. Duas das minhas melhores amigas estão grávidas de 31 e 35 semanas e vão-me fazendo perguntas. Se me perguntarem o que sentia quando a minha bebé mexia, eu sei descrever com todo o rigor. Parece até que ainda consigo senti-la... Agora, se me perguntarem com quantas semanas ela ficou cefálica já não saberei dizer. Não sei quando fiz a análise da glucose, não sei quando fiz a ecografia morfológica. Não sei, não me lembro. Felizmente, graças ao meu registo, posso ir cuscar isso tudo. Quando, há umas semanas, fui procurar uma dessas informações até fiquei emocionada com o que li. Primeiro, parecia que eu estava a ler qualquer coisa que alguém escreveu, depois, fiquei a ler detalhes da minha vida e rapidamente as memórias voltaram. Comentei com o meu marido que adorava ler-me e ele achou que eu estava a ser arrogante e pouco humilde. Naturalmente, não me referia às minhas habilidades literárias (que sei que não tenho), mas sim à possibilidade de voltar atrás no tempo. É voltar a um tempo muito, muito feliz. Hoje, mãe da menina mais linda do mundo há quase 8 meses, também eu já esqueci daqueles detalhes que todas as grávidas (e as grávidas to be) querem saber. Tenho saudades de estar grávida e o parto foi óptimo. Só me lembro das coisas boas e parece que só houve mesmo coisas boas. Foi uma sucessão de acontecimentos que me trouxe a pessoa mais importante da minha vida. A natureza não brinca e tudo faz sentido. Faz-se uma formatação de tudo o que foi negativo e ficam só as memórias felizes. Se assim não fosse, quem iria querer ter mais filhos?

5.12.14

A casa de banho

Os sonos da minha filha são leves. Durante o dia, a maioria das sestas é de 20 minutos. Quando o rei faz anos dorme 1 hora. Ultimamente, à noite, tem sido difícil adormecer e depois acorda várias vezes durante a noite. Se é um pico de crescimento, então é um grande pico. Ontem, dormiu 7 horas seguidas. O meu corpinho nem acreditou. Hoje, já está a dormir desde as 23, portanto há quase 4 horas. Bem bom! Quando me apercebi que estava bem ferradinha no sono, fui a correr para a casa de banho. É das coisas que mais sinto falta - ir para a casa de banho, sem hora para sair. Isso acabou. Esta noite foi uma loucura! Fiz uma limpeza profunda na pele, apliquei um tónico e um creme de noite. Como vi que ainda dormia, arrisquei e removi o verniz que teimava em sair há vários dias. Não há cá tempo para verniz gel, como dantes. É assim a minha vida! São os privilégios de se viver com a bebé mais linda e amada do mundo. Ou estou a trabalhar para ela ou a olhar por ela. E agora cá estou a escrever isto e a olhar para ela, tão linda, a dormir de lado como a gente crescida.

3.12.14

Lista de enxoval do bebé

Encontrei esta lista e parece-me bastante completa. Por outro lado, não sei até que ponto isto tudo será necessário. Não estamos propriamente em altura de comprar coisas desnecessariamente.

Gostava que me dessem o vosso feedback sobre esta lista, tendo em conta que a minha bebé vai nascer no início de Maio.

Agradeço imenso a vossa ajuda e experiência.

Enxoval

Roupa
● 12 fraldas de pano de algodão
● 6 bodies interiores manga comprida (tamanho 50 cm)
● 6 bodies manga comprida (tam. 56 cm – 1 mês)

● 6 bodies manga comprida (tam. 62 cm–3 meses)
● 6 bodies manga curta (tamanho 3-6meses)
● 6 bodies manga curta (tamanho 3-6meses)
● 4 babygrows/pijamas (tamanho 50 cm)
● 6 babygrows/pijamas (tamanho 56 cm)

● 4 babygrows/pijamas (tamanho 62 cm)
● 3 calças com pés (interiores)(tamanho 50 cm)
● 3 calças com pés (interiores)(tamanho 56 cm)
● 4 camisas (3-6meses)
● 2 camisolas (1-3meses)
● 4 camisolas (3-6meses)
● 4 calças (3-6meses)

● 2 jardineiras (3-6meses)
● 5 pares de meias (vários tamanhos)
● 4 botinhas lã
● 3 sapatinhos (mas só a partir dos 3 meses)
● 3 casaquinhos (56 cm – 1mês)
● 3 casaquinhos (62 cm – 3 meses)
● 1 casaco de sair (56 cm)
● 1 casaco de sair (62 cm)

● 2 Casaquinhos sair 3-6 meses
● 6 babetes grandes com velcro e forro impermeável
● 6 babetes médios com forro e fecho velcro
● 7 babetes pequenos com forro e velcro
● 3 barretes/toucas (0-1)
● 4 barretes/toucas (1-3)
● 1 Par luvas

● 3 Sacos bebé

Quarto

● Espreguiçadeira

● Parque de actividades
● 1 alcofa Na compra do carrinho vem a alcofa
● Forro alcofa
● 2 resguardos alcofa
● 4 lençóis alcofa
● 2 cobertores alcofa
● 1 cama grades e colchão

● 1 Protecção grades 360º (vertbaudet) + forro colchão
● 3 resguardos
● 2 cobertores cama grades
● 1 edredão + 2 capas (comprar na vertbaudet)
● 4 lençóis cama grades
● almofada
● rolos laterais suporte bebé
● cesto roupa suja
● 1 cómoda
● 1 roupeiro
● intercomunicador
● luz presença
● Mobile

● Dossel para cama de grades

● Ursinho Dodoo

Exterior
● 1 carrinho
● 1 ovo conversível em alcofa - Vem com o carrinho
● 3 mantinhas
● saco/mochila - Vem com o carrinho
● brinquedo para ovo

● Porta documentos bebé

Banhos / higiene / saúde
● 1 banheira com suporte e rodas
● 4 toalhas banho com capuz
● gel banho/shampoo/creme hidratante
● 1 termómetro banho
● 1 tesoura unhas pontas redondas
● 1 aspirador nasal
● 1 termómetro para febre (se for dos normais convém escolher ponta mole)
● 1 escova e pente
● 1 esponja natural
● 20/50 fraldas pequenas ou recém nascido
● 50 fraldas etapa 2
● toalhitas
● creme rabinho
● Compressas esterilizadas para olhos e umbigo grande e pequena
● compressas não esterilizadas grandes e pequenas
● Álcool 70º
● algodão (próprio para bebés, que não largam pêlo)
● óleo de amêndoas doces
● soro fisiológico
● cotonetes bebé
● perfume sem álcool
● bebegel
● infacol (cólicas, acho que faz milagres)
● 2/4 chuchas (2 recém nascido)
● 1 guarda chuchas
● 1 corrente chucha

Alimentação
● 4 biberões Avent – 2 de 250 ml e 2 de 150 ml (as tetinas podem ser latex ou silicone com orifícios pequenos)
● 1 bomba p/ tirar leite manual Avent
● 1 escovilhão para lavar os biberões
● Esterilizador Microondas Avent
● aquecedor biberões (comprar só depois de nascer se fizer falta)
● termo biberões


Lista Mamã (maternidade)
● exames médicos + caderneta grávida
● creme mamilos (sugestão de dois milagrosos: lansinolt natural n precisa de lavar antes de dar de mamar e Purelan)
● creme massajar maminhas (trombocid)
● Protectores de mamilos (os da chicos são bons)
● discos absorventes (os do continente são óptimos)
● Compressas térmicas para o peito (por ex: Bebé Confort, servem para colocar quentes quando se der a subida do leite, para ajudar a desobstruir, ou a frio no peito dorido ou inflamado)
● discos de gel para mamilos gretados (aquamed produto novo... dizem que dá muito resultado)
● 3/4 camisas de noite abertas à frente
● cuecas descartáveis
● 2/3 soutiens de amamentação (Chicco, pré-natal ou playtex)
● Faixa ou cinta pós parto (opcional)
● elásticos p/ o cabelo
● escova cabelo
● pinturas
● 1 roupão
● 1 chinelos quarto
● 1 chinelos p/ banho
● pensos higiénicos (grande absorção)
● lenços papel
● produtos de higiene
● máquina fotográfica e filmar
● roupa para sair

Malinha bebé (maternidade)
● 4 mudas de roupa, separadas em saquinhos (e identificadas com etiquetas: 1º dia, 2º dia... etc)
● 2/3 fraldas de tecido
● fraldas descartáveis (na maternidade só deram para o primeiro dia)
● creme rabinho
algumas instituições disponibilizam produtos para os bebés, mas se souberem antes que não dão convém levar:
● compressas
● toalhetes
● álcool
● creme hidratante

Segundo algumas mamãs é importante acrescentar à lista itens importantes para quando chegarmos a casa:
● Betadine espuma (frasco encarnado) para a higiene da episiotomia
● uma compressa de gel em forma de penso que se pode usar a frio para aliviar as dores dos pontos
● um stock razoável de pensos higiénicos (não é necessário serem todos de grande absorção, depois o fluxo normaliza) tendo em conta que os lóquios duram aproximadamente um mês
● Deixar comida preparada ou assegurar alguém que a faça para os primeiros dias. O ideal seria deixar o frigorífico e a dispensa bem abastecidos...

2.12.14

Podemos curar tudo?

Desde que escrevi sobre as crises de ansiedade de que sofro que recebi imensos e-mails e mensagens de apoio. A maioria era de pessoas que passaram ou ainda passam pelo mesmo e mostraram-me que estou menos sozinha do que penso.

Num desses e-mails, uma leitora falou-me de Louise Hay e da sua filosofia e de como isso tinha mudado a sua vida. Avisou-me que era diferente de qualquer literatura de auto-ajuda e que valia a pena ler um pouco sobre isso. De um modo geral, não sou de recusar este tipo de desafios, sejam eles quais forem ("Não negue à partida uma ciência que desconhece." Ahahahah!). Gosto de experimentar para depois poder avaliar. Fui procurar saber quem era a tal da Louise Hay. Aparece logo imensa informação.

Resumindo em muito poucas palavras, a Louise Hay defende que o nosso pensamento é responsável por tudo o que nos acontece. Tudo o que pensamos hoje vai construir o nosso futuro. Na verdade, já li outros livros antes que diziam a mesma coisa: somos arquitectos da nossa própria vida. Isto pode até parecer muito cruel. Há pessoas que têm vidas horríveis, foram vítimas de coisas muito más. Como lhes podemos dizer que aquilo é culpa delas? O que lhes aconteceu não é sua responsabilidade, claro. Viver com isso e ficar paralisado, sim.

O que Louise Hay promete é que a nossa vida pode mudar, caso estejamos nessa disposição e caso repitamos para nós mesmos o que queremos mudar. Essa mudança irá acontecer. Quando se fala em mudança, fala-se em mudança a todos os níveis: emocional, financeiro, pessoal... O que mais me impressionou foi que ela afirma que esta filosofia cura muitas doenças, também. Tem até uma lista de exercícios específicos (são apenas frases para repetirmos) para cada doença. Se assim for, isto é revolucionário. Através do meu blog, pude estar em contacto com pessoas com diversos tipos de problemas: não conseguem engravidar, sofrem de depressão, estão desempregadas, sentem-se feias, estão gordas, têm cancro. Louise Hay tem solução para tudo.

Eu realmente acredito que as nossas crenças e força interior têm um poder enorme. Eu já consegui atrair para mim coisas muito boas porque sou uma pessoa bastante optimista. Também ja percebi que pessoas negativas à nossa volta nunca trazem nada de bom. Por isso, acho que, na dúvida, não custa nada experimentar as sugestões de Louise Hay. Façam as vossas pesquisas no Google e no YouTube. Se preferirem, enviem-me um mail porque eu já tenho a pesquisa feita.

Não custa nada tentar, não é?

28.11.14

A ansiedade de viver com ansiedade

Estou a precisar muito de falar sobre este tema porque eu vivo com ansiedade.

Aos vinte e poucos anos, em plena época de exames determinantes para terminar o curso, tive o meu primeiro ataque de ansiedade. Na altura, não sabia o que era. Estava sozinha em casa, sem namorado, sem colega de casa. Comecei a sentir umas palpitações estranhas, calor, sentia que podia desmaiar a qualquer momento... Liguei a uma amiga e fomos ao centro de saúde porque eu achava que aquilo só podia ser uma gripe. Não era gripe. Não tinha febre, não tinha nada. Desvalorizei.

Uns meses mais tarde, já trabalhava como professora estagiária, voltei a ter a mesma sensação. Estava a morar sozinha numa casa dos meus pais e tinha passado o verão toda orgulhosa de ser independente. Morar sozinha, ter o meu ordenado, tudo perfeito. Na segunda noite que lá dormi, a minha mãe liga-me a dizer que o meu pai estava um pouco adoentado e febril. Minutos mais tarde, começo a sentir eu essa febre, calor e o desmaio iminente. Resolvi ir dormir a casa dos meus pais. Pelo caminho senti-me pior e dirigi-me ao hospital. Como é óbvio, não detectaram nada, mas, pela primeira vez, receitaram-me um calmante. Ou seja, identificaram claramente o problema, mas não me disseram nada. Quando vou à farmácia aviar a receita é que percebi que eles achavam que eu não estava bem da cabeça. Não tomei nada do que me receitaram porque era uma medicação forte e eu tenho uma aversão a remédios. Sobretudo deste tipo.

Já não voltei a morar naquela casa. Lá se foi a independência! Passei a ficar com os meus pais porque eu precisava desse conforto e desse mimo. Grande parte desse ano lectivo foi vivido com ansiedade, com as palpitações, o medo, sei lá. Achei que era por estar a estagiar, fui levando a coisa da melhor forma possível. A primavera chegou e tudo se diluiu. O estágio correu muito bem, já não havia grandes motivos para estar ansiosa. Nunca procurei ajuda médica, nunca tomei nada. A ansiedade não me afectou a vida porque eu nunca deixei de fazer nada. Pontualmente, tinha uns episódios de ansiedade, sobretudo em espaços fechados com muita gente, por exemplo em discotecas. Uma amiga minha já sabia que eu tinha que me colocar perto da saída e não podia estar em locais mais apertados. Se eu me sentisse segura, estava tudo bem.

Quase 10 anos mais tarde, fiquei a saber o que é ter ansiedade que nos paraliza por completo. Já tinha saído de casa e já tinha regressado novamente. Os meus pais divorciaram-se quando eu fiz 30 anos. Vivi tudo com eles e foi dolorosíssimo. Nunca pensei que me custasse tanto, sendo eu uma adulta em vésperas de me casar. Se, por um lado, eu sabia que que era o melhor para todos, por outro lado, perde-se qualquer coisa dentro de nós que nunca mais se recupera. Voltaram as palpitações e o medo, mas de uma forma avassaladora e intensíssima. Não conseguia estar em casa sozinha. Se a minha mãe precisasse de sair, a minha vizinha tinha que ficar lá. Não conseguia andar de carro sozinha. Felizmente, nunca deixei de conduzir, mas tinha que estar sempre acompanhada. Fiquei com pânico de andar em auto-estradas porque não podia sair quando quisesse. Deixei de ir a locais públicos, tipo cafés, restaurantes, bares... Deixei de estar com todos os meus amigos, pois eu não saberia como explicar que não conseguia estar com eles. Afastei-me. Sempre que eu tentava contrariar os meus medos, era ainda pior. Começa a sentir-me mal e as pessoas não percebiam porque é que eu insistia que tinha que ir embora, fugir dali. Fazia figura de idiota. Os meus pais e o meu namorado (hoje meu marido) tentavam compreender o que eu tinha, mas não conseguiam. Eu própria não sabia por que tinha aquilo. Sempre fui uma pessoa que saía imenso à noite, de dia, andei milhares de kilómetros de carro, vivi sozinha em 2 cidades que não a minha, não percebia o que era aquilo, mas era muito mau. A minha vida parou durante uns meses e eu deixei de existir. Se estivesse em casa, no meu ambiente, estava bem. Não me sentia deprimida ou triste, apenas queria ficar quieta em casa. O facto de eu trabalhar em casa também não ajudou muito. Nunca precisei de perder um único dia de trabalho que fosse por causa disto, o meu trabalho nunca foi afectado. Aliás, o trabalho era uma excelente desculpa para eu não sair de casa. Durante esses meses fui, até, promovida. Pudera, estava sempre a trabalhar e disponível para tudo!

Como ninguém percebia o que eu tinha, resolvi pesquisar sobre o assunto e rapidamente cheguei à ansiedade e aos ataques de pânico. Foi um alívio ver que o que eu sentia tinha um nome e era muito comum em mulheres da minha idade. Havia realmente um padrão. Resolvi que não podia continuar assim, que a minha vida não podia ficar paralizada, até porque me ia casar dali a pouquíssimo tempo.

Procurei uma médica psiquiatra, que já acompanhava uma amiga minha, mas avisei-a logo que não queria tomar medicação forte. Não queria sentir-me drogada, lenta, pesada, alheada da vida. Ela concordou e receitou-me um ansiolítico e valeriana, apenas. E exercício físico. Esta psiquiatra fez-me psico-terapia, receitou-me livros para eu ler e para discutirmos. Não foi um processo rápido, devido à minha relutância em aceitar medicação mais forte, mas consegui ultrapassar a ansiedade. Confesso que nunca mais fui a mesma pessoa. Houve coisas que nunca mais consegui fazer. Mas consegui casar-me. Foi daqueles dias que eu pensei que fosse morrer. Aliás, a noite anterior foi terrível. Surpreendentemente, o dia do casamento foi calmo para mim. Os ansiolíticos ajudaram imenso. Os meses seguintes foram um desafio. Com passos curtos, lá fui tentando levar uma vida mais próxima do normal. Houve quem nunca tivesse percebido o que eu tive.

Agora, que fui mãe, a nuvem da ansiedade regressou. Não saio de casa, nem consigo sair sozinha. Ir a espaços públicos é terrível, pois estou com medo permanente de desmaiar e é uma angústia enorme. O meu marido força-me a sair, mas a maioria das vezes é penoso e arrependo-me sempre de lhe ter feito a vontade. Ele continua a não perceber porque é que isto acontece. Antes eu saía para todo o lado e agora não consigo. Tenho medo de quê? Não vai acontecer nada. Sair de casa e encontrar uma fila de trânsito é o suficiente para me sentir encurralada, ficar cheia de calor e com tonturas. Tem sido terrível porque é difícil explicar um problema que não se vê. Se eu tivesse uma dor num braço, tudo bem, o braço é visível, dói, é normal. Uma dor que é só minha, só eu é que a sinto e a compreendo, é difícil de explicar. Falar sobre o assunto, ajuda-me. Sempre que tento falar com alguém sobre isto, as pessoas parece que ficam envergonhadas porque não sabem o que me dizer. "Pois, tens de procurar ajuda." Obrigada, a sério. Se estou a falar contigo, é porque te estou a pedir ajuda, não é?

Ninguém gosta de ouvir os nosso lamentos. É aborrecido ouvir as pessoas a queixar-se. Nós queremos é gente falsa ao nosso lado. Gente a quem perguntamos se está tudo bem e nos responde que sim, está tudo excelente. Pessoas que nos poupem aos seus problemas. As pessoas já têm que levar com as suas desgraças, não têm tempo para resolver as nossas. O mundo actual está desenhado para pessoas que vivem e resolvem os seus problemas sozinhas. Que escondem e camuflam os seus sentimentos e mostram sempre a mesma cara aos outros. Infelizmente para mim, não consigo ser assim. Talvez fosse muito mais feliz se conseguisse ter alguns momentos de hipocrisia. De que adianta vivermos em sociedade, inseridos em grupos sociais mais ou menos pequenos, se nem para nos ajudarmos uns aos outros servimos?

Já percebi que, uma vez mais, vou ter que passar por este inferno sozinha. Como das outras vezes, houve um momento de grande stress que despoletou tudo isto. Primeiro foram os exames, depois o estágio, o divórcio dos meus pais e, agora, não foi o nascimento da minha filha, não. Tê-la comigo é o melhor ansiolítico que eu posso tomar. Apesar de muita gente gostar de apontar a gravidez ou a maternidade como desculpa para muita coisa, pois são as hormonas, é a depressão pós-parto... só balelas de quem não quer ver as coisas a fundo. Não, não foi nada disso. Mas a culpa é exclusivamente minha por me deixar afectar por pessoas que não valem um segundo da minha atenção. Até ao dia de hoje aguardei por um pedido de desculpas. Já percebi que não vai chegar e agora também não preciso dele, nem o quero. Podem ficar com as desculpas como recordação. Da minha parte, haja sempre memória para que eu nunca esqueça o que eu estou a passar.

E, já agora, para quem acha que eu falo demasiado sobre mim, só acrescento mais uma coisa (sim, alguém próximo acusou-me de falar muito de mim). Não é isso que todos devíamos fazer? Falar da nossa vida? É que se querem que eu fale dos outros, é só dizerem. Tenho imenso para contar.

22.11.14

7 meses | simbologia

Em muitas culturas, completar 7 meses ou anos tem um simbolismo muito forte. Sempre aprendi a "cheirar" este tipo de simbolismo ao ler e analisar literatura e rapidamente associei aos 7 meses da minha princesa.

Da Índia, chegou também a lembrança de que é muito auspicioso chegar aos 7.

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O número SETE é certamente o mais presente em toda filosofia e literatura sagrada desde sempre. O número SETE é sagrado, perfeito e poderoso, afirmou Pitágoras, matemático e Pai da Numerologia. É também considerado um número mágico. É um número místico por excelência. Indica o processo de passagem do conhecido para o desconhecido. O SETE é uma combinação do TRÊS com o QUATRO; O TRÊS, representado por um triângulo, é o Espírito; o QUATRO, representado por um quadrado, é a Matéria. O SETE podemos dizer que é Espírito na Terra, apoiado nos quatro Elementos, ou a Matéria “iluminada pelo Espírito”. É a Alma servida pela Natureza.

O número QUATRO que simboliza a Terra, associado ao TRÊS, que simboliza o Céu, permite inferir que o SETE representa uma Totalidade em Movimento ou um Dinamismo Total, isto é, a Totalidade do Universo em Movimento.

O SETE é o número da Transformação, é a primeira manifestação do homem para conhecer as coisas do espírito, as coisas de Deus, a Criação. Ele é o número da Perfeição Divina, pois no sétimo dia Deus descansou de todas as suas obras. Ao lado do TRÊS, é o mais importante dos números sagrados na tradição das antigas culturas orientais.

Entre os judeus, a concepção oriental do SETE manifesta-se no Candelabro de sete braços (MENORAH), que representa tanto a divisão em Quatro partes da órbita da Lua, que dura 4 vezes 7, quanto os sete planetas.

Na Europa Medieval dava-se muita importância aos grupos de sete:
  • Havia SETE dons do Espírito Santo, representados na arte gótica em forma de Pomba;

  • SETE eram as virtudes;

  • SETE eram as artes;

  • SETE as ciências;

  • SETE eram os sacramentos;

  • SETE pecados capitais; e

  • SETE pedidos expressos no Pai Nosso.
Na Antiga China, o SETE deveria ser associado, enquanto número ímpar, ao princípio masculino do Yang, mas exprimia a ordenação dos anos de vida da mulher, que hoje se sabe estão presentes de forma similar também na vida do homem. A repetição por sete dias também era importante no culto dos mortos: a cada sete dias depois do falecimento, até o 49o.dia eram organizados festejos e sacrifícios em memória do morto. No sétimo dia do sétimo mês ocorria uma grande festa para as jovens mulheres e as moças.

Podemos citar ainda várias outras “coincidências” (?) em relação ao SETE: São 7 as notas musicais, foram 7 as pragas do Egipto, são 7 os Arcanjos, são 7 as obras de misericórdia. 7 são os níveis de densidade da matéria que nos envolve. O arco-íris tem 7 cores. As nossas células todas mudam de 7 em 7 anos. Temos 7 glândulas endócrinas. São sete os nossos chacras. Os 7 dias da semana também marcam profundamente nossos ritmos.

17.11.14

Dia Mundial da Prematuridade - Uma história real

No Dia Internacional da Prematuridade, partilho-vos a história de uma prematura de 25 semanas, que eu conheço pessoalmente. Leiam o relato da Maria, uma prematura de quase 20 anos, que vos fala na primeira pessoa.

É uma história linda de esperança e fé na medicina e nos pequenos grandes guerreiros.
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"Prematuros"

Fotografia de António Barreto, 2003

Por estes dias ouve-se muito falar de uma Margarida que nasceu com 25 semanas, no Dubai. No entanto, eu conheço uma Margarida que nasceu há quase 20 anos, também com 25 semanas, e hoje está aqui!

Nasci a 28 de Novembro de 1994, com 750 gramas e 32 cm. Devido ao meu baixo peso e ao tempo que tinha fui logo batizada, ficando inicialmente o meu nome a ser Maria. Logo de seguida fui transportada de emergência para a Maternidade Júlio Dinis, no Porto.

No Porto estive mais de três meses. Tão depressa aumentava o peso, como diminuía. Era um grama de cada vez…

As enfermeiras sempre me viam perguntavam à minha mãe se eu só me ia chamar Maria. Um mês depois de eu ter nascido, fui registada com o nome de Maria Margarida, nome de que gosto muito, mas não gosto que me chamem assim… (É sinal que a minha mãe me está a repreender).

Durante as férias de Verão, li um livro da Fundação Francisco Manuel dos Santos escrito por João Pedro George, um pai prematuro, chamado Prematuros. Enquanto, o lia pensava “coitadinhos destes bebés”. Não podia pensar isso de mim porque não me lembro de ter estado na incubadora apesar de, ter boa memória. Percebi bem o que os pais dos bebés prematuros sentem ao ver os filhos dentro da incubadora, cheios de tubos e máquinas à volta. Senti isso, quando há mais ou menos dois anos pedi aos meus pais se me podiam levar à Maternidade Júlio Dinis. Fui nas férias de Verão. Quando lá cheguei, pensei que não ia encontrar lá ninguém que tivesse cuidado de mim, mas mal entro a porta que dá para a Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, aparece uma das médicas que me tratou quando eu era muito pequenina. Conheceu-me logo, quase dizia o meu nome completo, porque reconheceu a minha mãe. Ajudou-me a concretizar o sonho de visitar a UCIN, arranjou uma bata para mim e lá entramos para eu conhecer a Unidade. À entrada reparei numa parede com fotografias de meninos e meninas, uns mais velhinhos do que outros, que deviam ter estado lá internados. Depois desse painel, viramos à direita, mas voltamos para trás, ou seja, para o lado esquerdo. Neste lado, havia três incubadoras, de cuidados intensivos, mas só duas é que estavam ocupadas. Do lado direito, eram as incubadoras dos bebés maiorzinhos, que mesmo assim não eram muito maiores do que os que estavam nos cuidados intensivos. Já não sei quantos estavam, nem sei se os cheguei a contar. Uns dentro das incubadoras arragadinhos ao dedo da mãe, ou do pai, outros a receberem cuidados e carinho das enfermeiras, ou ao colo da mãe, ou a beberem leitinho através do biberão, que esmo sendo dos mais pequenos, pareciam uma “coisa” gigante.

Se, por acaso, alguém for mãe, ou pai de um bebé prematuro não se esqueçam que o vosso filho/a vossa filha precisa do vosso amor, carinho e dedicação. Como li no livro que vos falei, “os pais são a primeira incubadora dos prematuros”.

Hoje, estou a uns dias de fazer 20 anos, meço 1,55m, tenho um problema de visão chamado Retinopatia da Prematuridade, mas que está controlado, ando no 2ºano de Administração Pública, na Universidade do Minho, e sou feliz! J Tudo isto graças aos meus pais, aos médicos e às enfermeiras, aos amigos e às orações de muitos, alguns que eu nem conheço que intercederam por mim ao Senhor e foram atendidos, à família e aos Professores que me ajudaram a crescer!

Maria Margarida Pires

16.11.14

Morrer de saudades

Daqui a dois dias, a minha filha fará 7 meses. 7 meses de gravidez (8 de gestação, menos um porque não sabia que já estaria grávida), mais 7 meses nos meus braços. Está na minha vida há pouco mais de um ano e, no entanto, parece que esteve sempre aqui. Já não imagino a minha vida sem ela. Não imagino os meus dias sem ela. E morro, morro de saudades quando não estamos juntas. O meu marido diz que eu sou obcecada, e eu não podia estar mais de acordo. Ele pode chamar-lhe o que ele quiser. Eu amo a minha menina. Para além, disso adoro estar com ela e cuidar dela. Por mim, (e isto acho que foi determinante para ele achar que é uma obsessão) eu dedicava todos os meus dias e horas à minha filha e deixava de trabalhar. "Alto e pára o baile! Deixavas de trabalhar!? E ficavas a fazer o quê o dia todo?" Os homens ainda acreditam que uma mulher que não trabalha fora de casa não faz nada. Nem vale a pena argumentar. Mas eu adorava ser mãe a tempo inteiro. Logo eu que sempre fui contra isso. A primeira profissão que eu tive foi professora. Fui um bocado contrariada, mas fazia parte do curso e teve de ser. E, mesmo antes de o ser, já tinha decidido que não seria professora. Fui surpreendida e adorei o ensino. Mantive-me na área durante mais uns anos e as contingências que todos conhecemos afastaram-me da profissão. Fiz carreira noutra área, deu-me prazer ser promovida, crescer profissionalmente, ser desafiada a fazer sempre novas coisas. Isso continua. Estive apenas um mês e meio de licença de maternidade e trabalhei até ao dia em que a minha filha nasceu. Parece que, desde que sou mãe, que ainda há mais desafios e novos projectos. Não quero ser ingrata, mas o que eu queria mesmo era ficar só com ela. Como é óbvio, actualmente são poucos os que se podem dar ao luxo de rejeitar trabalho. Por isso, tenho é que ser grata, agarrar as oportunidades e contribuir para o sustento da minha família. Com isso, tenho que privar-me da minha filha. E morro de saudades. Durante a manhã, e não me perguntem como o faço, eu trabalho e trato dela. No início era mais fácil. Era um bebé mais pequenino, dormia mais, era silenciosa... Agora, é o cabo dos trabalhos. Exige atenção! Estou muitas vezes a trabalhar no computador, com ela ao colo, só com uma mão. Faço chamadas de conferência enquanto lhe dou de mamar. Já cheguei a fazê-lo enquanto lhe mudava uma fralda. É uma ginástica indescritível e, se me dissessem que eu ia fazer isto, eu não acreditava. Ultimamente, durante a tarde ou parte da tarde, tem ido para os avós. Muitas vezes, admito, sinto um certo alívio porque finalmente posso comer ou trabalhar sossegada com as duas mãos. Depois, olho para a cadeira de refeições e está vazia, olho para o tapete de actividades e está vazio, olho para a alcofa e está vazia. Os brinquedos dela espalhados por todo o lado. Na televisão continua a dar a BabyTV. E é aí que eu morro de saudades. E choro muitas vezes e nunca me hei-de habituar a estar longe dela. É muito injusto termos de optar entre sustentarmos a nossa família e abdicarmos dela, mesmo que por poucas horas. Sinto-me imensamente culpada e espero que ela não se sinta abandonada. Não está em nenhuma creche, está com pessoas que a amam muito e tratam bem dela, mas continua longe de mim. E eu morro de saudades. Eu sei que isto não é nada comparado com situações bem mais dramáticas que outras famílias possam passar. Mas este é o meu pequeno grande drama e magoa-me imenso. Também acho profundamente injusto não lhe poder dar total atenção de manhã. De tarde nem sequer estou com ela. À noite, quando eu já acuso o cansaço de um dia cheio de agitação e trabalho, é quando tento compensar e matar as saudades que me foram matando ao longo do dia. Enquanto escrevo isto, ela dorme pacificamente ao meu lado, no berço (sim, ainda não tive coragem de a passar para o quarto dela...). A minha vontade era mexer-lhe, fazer-lhe festinhas, mordiscá-la, rirmos juntas. Mas ela precisa de dormir, claro. Acho que isto também define a maternidade. Fazer aquilo que não queremos, tomar decisões difíceis, levar com a crítica de quem não tem que tomar as nossas decisões e morrer de saudades dos nossos bebés.

15.11.14

EVISA: Experiências de Vida I Saúde na idade Adulta

Se tiverem mais de 40 anos, homens ou mulheres, e um bocadinho de tempo, não deixem de colaborar com este estudo. Obrigada.


 


Exmo/a Sr/a,


 


Venho por este meio convidá-lo/a para participar no estudo EVISA: Experiências de Vida I Saúde na idade Adulta. Este estudo tem como objetivo avaliar a qualidade de vida, saúde, suporte social, e satisfação relacional e sexual da população adulta Portuguesa, e destina-se a homens e mulheres com 40 ou mais anos de idade. A sua participação consiste no preenchimento de um breve questionário, disponível através da internet, sendo a sua participação totalmente anónima e confidencial. Ninguém, para além da equipa de investigação terá acesso aos seus dados, para que não seja possível identificá-lo/a.


 


Este estudo está a ser desenvolvido no ISPA – Instituto Universitário, por uma equipa de investigadores da área da Psicologia da Saúde: a Professora Doutora Filipa Pimenta, o Professor Doutor Pedro Alexandre Costa, a Professora Doutora Isabel Leal, e o Professor Doutor João Marôco.


 


A sua participação é de elevada importância para que possamos conhecer de forma objetiva e abrangente as experiências dos homens e mulheres, e identificar as necessidades específicas da população adulta Portuguesa.


 


 


Se é HOMEM, preencha o seguinte questionário: http://www.questionarios-online.com/survey.asp?3F0ED2F4220646B3B7060C1906AB9BAA


 


 


Se é MULHER, preencha o seguinte questionário: http://www.questionarios-online.com/survey.asp?B3ACE0252C7448419844A3B90C72F190


 


 


 


 


Agradecemos desde já a sua atenção. Para além da sua participação, convidamo-lo/a também a divulgar este estudo pelos seus familiares, colegas e amigos para que possamos obter um número de questionários significativo e fiel à realidade Portuguesa.


 


Se desejar contatar a equipa responsável por este estudo, poderá fazê-lo através do email evisa@ispa.pt


 


 


Pela equipa do estudo EVISA,


Pedro Alexandre Costa


Unidade de Investigação em Psicologia e Saúde


ISPA – Instituto Universitário


Rua Jardim do Tabaco, 34


1149-041 Lisboa

12.11.14

E quando o Teste não é Positivo?

Passamos grande parte na nossa vida a evitar uma gravidez. Ensinam-nos como na escola, no Centro de Saúde, na farmácia, em casa. Dão pílulas, dão preservativos, há imensas opções para não se ter um bebé. Não podemos ter filhos porque somos ainda muito jovens, porque não temos relações estáveis, porque temos que terminar os estudos, porque precisamos de arranjar um emprego, porque precisamos de progredir na carreira, porque as finanças domésticas não permitem...

Quando, finalmente, se toma a decisão de ter um filho, engravidar pode não ser assim tão fácil. Confesso que só decidi ter a minha filha porque me aproximava dos 35 anos. Sabia que depois podia ser tarde demais e eu queria muito ser mãe. Felizmente, a coisa correu bem e engravidei rapidamente. Apesar de eu estar preparada para conseguir engravidar nos dois anos seguintes e ter ficado verdadeiramente surpreendida com o teste positivo, admito que me senti frustrada naqueles 2 ou 3 meses em que menstruei, apesar de não tomar a pílula. Comecei a questionar-me se algo não estaria errado comigo.

A infertilidade é bastante mais comum do que pensamos e afecta 1 em cada 6 casais. Em sociedades conservadoras, como a nossa, achamos facilmente que o problema é da mulher. Eu cheguei a ouvir um homem dizer "Ela nunca me conseguiu dar filhos!" e, afinal, o problema era dele, mas é muito embaraçoso para um homem admitir que possa ser infértil. Em 40% dos casos, o problema está com o homem, em 40%, com a mulher, 10% com ambos, e em 10% dos casos, a causa é desconhecida.

Um casal com infertilidade sofre, muitas vezes, em silêncio. Não só não tem o seu bebé tão desejado, como ainda tem que conseguir ficar feliz quando a prima ou a amiga ficam grávidas novamente, tem que arranjar desculpas para os outros para ainda não ter filhos e tem que saber gerir a frustração pessoal dentro do casal. Muitas relações não sobrevivem, mesmo, a esta provação. Assim que um casal decide juntar os trapinhos, começam as perguntas de quando vão ter filhos, e porque é que não têm filhos e há quanto tempo estão juntos... e têm de se rir e responder "um dia destes". Há uma pressão social muito grande e isso pode ter um impacto terrível num casal.

Pelas conversas que fui tendo com mulheres que atravessam este problema, é comum sentirem-se culpadas por não conseguirem gerar um filho. Muitas tentam há meses, outras há anos. Umas têm um problema médico diagnosticado, outras não têm qualquer problema físico. Perdem a vontade de trabalhar. Para quê? Para quem? O que fazer a todo o amor que têm dentro de si, se não o puderem passar a um filho? Isolam-se do mundo porque precisam de chorar à vontade.

O meu conselho é que chorem quando precisarem de chorar e depois levantar a cabeça e toca a lutar. Tão importante como procurar ajuda médica, é tratar a cabecinha. Precisamos de estar preparadas psicologicamente, seja para enfrentar a dureza dos tratamentos, seja para viver uma eventual gravidez ou mesmo para aceitar que o bebé tão desejado nunca vai chegar. Para todas estas realidades, temos que estar bem.

Toda a gente conhece pelo menos uma história de alguém que tentou durante anos engravidar, sem sucesso. Quando, por fim, aceitou que não podia ter filhos ou adoptou uma criança, a gravidez acontece. Deixou de haver pressão, ansiedade, stresse, a atenção virou-se para outro lado. É surpreendente, não é?

Não tenham receio da palavra infertilidade. Hoje em dia, não é uma sentença definitiva. Graças a clínicas especializadas, como a IVI, que dão todo o apoio médico necessário para ultrapassar estes problemas, um bebé é possível, sim. Foquem-se no vosso objectivo e visualizem-no. Abram espaço na vossa vida para um bebé. Nunca me esqueço desta frase "Quando o discípulo está pronto, o mestre aparece." Não adianta de nada pensarem em tantas mulheres que abortam, tantas gravidezes indesejadas, pais que não gostam dos seus filhos. Isso não vos trará o vosso bebé. Preparem-se de TODAS as formas possíveis para receber um filho.

Quem deseja muito ter um filho, tem, sem dúvida, uma vontade imensa de dar amor a alguém. Como é óbvio, e posso testemunhá-lo, ter um filho é amar para além do imaginável. Mas não deixem de ser felizes porque não puderam conceber fisicamente um bebé. Em primeiro lugar, a nossa felicidade individual não deve depender de ninguém, seja filho, pai, marido, amigo. Depois, quem quer amar pode distribuir amor por outros lados e fazer outras pessoas muito felizes.

Muita força a todos e ficamos a aguardar muitos testes positivos.




30.10.14

Uma história muito bonita

Esta é uma história muito bonita, por isso merece ser contada mesmo desde o início.

Quando estava grávida, descobri que há uma tabela chinesa que desvenda o sexo do bebé, tendo em conta a data em que foi concebido e a idade da mãe. A mim prometia-me um rapazinho, mas não podia estar mais errada. Em Junho, resolvi perguntar às mães que seguem esta página no facebook se a tabela chinesa resultou no caso delas. As respostas foram imensas e as mais variadas e isso despertou a atenção do Departamento de Comunicação d'O Laboratório da Grávida, que resolveu presentear as minhas leitoras com um Teste de Determinação de Sexo Fetal, o chamado "Menino ou Menina". Para quê confiar em tabelas chinesas, se podemos ter a certeza científica?

Lancei o passatempo, fiz o sorteio e informei a vencedora. Dias depois, chegou uma mensagem que me emocionou:
"(...) Eu estou neste momento a fazer um tratamento de infertilidade, na IVI. Espero conseguir o meu positivo em breve e por isso decidi concorrer ao passatempo! Foi uma maneira de sentir que estava a dar mais um passo! Espero que tenha sido um bom presságio, ter ganho este prémio!
Tem sido um caminho complicadote, quase 2 anos a tentar ter o nosso bebé. Muitos testes negativos, muitos exames, nem sempre agradáveis e com resultados muitas vezes frustrantes.. Mas agora espero eu que aconteça muito em breve! Tenho a certeza que vale muito toda a espera, todos os sacrifícios que fizemos até agora, para termos o nosso feijoca nos braços! Já passamos por momentos de frustração quando não sabíamos o que se passava connosco. Mas, desde que começámos a ser acompanhados, ficamos muito mais descansados, por estarmos em boas mãos! "

Eu acredito que nós fazemos o nosso caminho e, naquele momento, eu sabia que por algum motivo o random.org tinha seleccionado o nome da Rita. Eu não conhecia a Rita e ela não me contou a sua situação antes do passatempo. Também não conheço nenhuma das histórias das outras pessoas que concorreram. Acredito que todas elas mereciam o teste e cada uma delas teria muito para contar, também. Mas, a Rita não estava grávida, queria muito um bebé e acreditou. E eu sei que o universo não dorme e logo trata de pôr as coisas no seu devido lugar.

2 meses depois, outra mensagem que ainda hoje me arrepia:
"Tal como lhe tinha prometido, aqui venho eu dar novidades!
Pois é, o seu feeling estava certo: foi um bom presságio ter ganho o passatempo do teste de determinação do sexo fetal! O nosso tratamento deu positivo à 1.ª tentativa! A nossa feijokinha já está connosco! Estou na 7.ª semana da nossa tão desejada gravidez e o coraçãozinho já bate!
Estamos tão felizes, a planear tudo para recebê-lo/a! Entretanto vou falar com a (...) para marcar a realização do teste!"

E, menos de um mês mais tarde:
"Hoje completamos 10 semanas da nossa feijoka! Fiquei de lhe dar notícias e aqui estou: já fizemos o teste de Determinação do Sexo Fetal! Vamos ter um menino! O meu marido está todo entusiasmado! Eu fiquei super feliz e, no fundo, já sentia que sabia! Sempre imaginei que ia ser um menino e sempre foi mais fácil pensar em nomes de menino do que de menina! Agora estamos na fase de escolher o nome... Temos 3 ou 4 na lista e andamos a "testá-los" ."

A vida deste bebé só está agora a começar e, no entanto, já temos isto tudo a contar sobre ele. Esta foi uma experiência muito inspiradora e espero que sirva de incentivo a outros casais. Agarrem-se a estes pequenos detalhes que podem trazer verdadeiros milagres às nossas vidas e acreditem. A mim... são estes casos que me fazem voltar ao blogue e à página todos os dias, mesmo estando muito cansada. Por fim, nada disto seria possível, claro, sem a generosidade d'O Laboratório da Grávida.

Digam lá se esta não é uma história muito bonita?

28.10.14

Para que eu não esqueça || As 5 competências parentais essenciais

A parentalidade é tentar fazer algo que nunca ninguém soube fazer bem, diz Sadhguru. Mesmo aqueles que têm 12 filhos estão sempre a aprender. Podem criar bem os primeiros 11, mas o 12º pode ser o cabo dos trabalhos. Sadhguru dá-nos dicas essenciais para criarmos bem os nossos filhos.
  1. Criar a atmosfera certa 
Saber criar a atmosfera necessária pode ser o maior desafio. Alegria, carinho, amor, disciplina, responsabilidade, tanto em nós, como em casa. Se dermos amor e apoio aos nossos filhos, a inteligência deles vai florescer naturalmente. Lembrem-se, os nossos filhos não têm que seguir os nossos passos na vida. Eles devem fazer coisas que nós nem sequer tivemos a ousadia de pensar. Só assim haverá progresso. Eles devem estar um passo à nossa frente, com mais alegria, menos medo, menos preconceito, menos constrangimentos, menos ódio, menos miséria. Esforcemo-nos para deixar seres humanos melhores do que nós no mundo, em vez de putos mimados.
  1. Conhecer as necessidades dos filhos
Muitos pais têm tantas aspirações e ambições para os seus filhos que os sujeitam a demasiado sofrimento e dificuldades. Querem que os filhos sejam aquilo que eles não foram, querem realizar as suas ambições através dos seus filhos e isso é extremamente cruel. Outros, por outro lado, dão tanto aos seus filhos que os tornam inúteis e incapazes. Há uma fábula que ilustra isto muito bem.

Um dia, um yogi viu um casulo ligeiramente rachado e a borboleta no seu interior lutava para sair do casulo, que era muito rijo. O yogi viu isto e, com toda a sua compaixão, abriu o casulo para que a borboleta pudesse sair. Quando saiu, a borboleta não conseguia voar. Era essa luta para sair do casulo que permitia à borboleta fazer uso das suas asas e voar. De que serve uma borboleta se não conseguir voar? Muitas pessoas, naquilo que acham que é o seu amor pelos seus filhos, tornam os seus filhos borboletas que não conseguem voar.

Não há uma regra para as necessidades de uma criança. Cada criança é diferente e não devemos estabelecer comparações. Cada uma precisa de uma dose diferente de atenção, de amor, de disciplina. Resta-nos conhecer as necessidades dos nossos filhos.

  1. Aprender com os filhos
Muitos pais acham que se tornam professores assim que um filho nasce. Na verdade, é exactamente o oposto. Quando nasce um bebé, chega a hora de aprender. A única coisa que temos que ensinar a um filho é a sobreviver porque viver já ele sabe. Um aduldo já passou por vários tipos de sofrimento, a criança não, ainda não tem influências. Por isso, só temos de aprender com eles e não ensinar.

  1. Deixar a criança ser 
Pais verdadeiramente preocupados com os seus filhos devem criá-los de forma a que os seus filhos nunca precisem dos pais. O processo de amar deve ser sempre libertador e não opressor. Por isso, quando um bebé nasce, devemos deixá-lo olhar à sua volta, passar tempo na natureza, passar tempo sozinho. Não devemos impor as nossas ideias, religião ou moralismos. Temos que permitir que cresça, que a sua inteligência floresça, que olhe a vida através dos seus olhos e não através da sua família ou da sua riqueza. Os pais devem ajudá-lo a aprender por si próprio, a usar a sua inteligência para ver o que é melhor para si.
  1. Ser alegre e estar em paz
Para criarmos bem uma criança, a primeira coisa a fazer é ser feliz. E nós bem sabemos como é difícil ser-se feliz nos dias de hoje, com tanta tensão, raiva, medo, ansiedade, inveja... O que é que eles vão aprender? Quem quer mesmo educar bem uma criança deve tornar-se numa pessoa querida, alegre e em paz. Quem conseguir executar esta mudança em si próprio, conseguirá ser bem-sucedido a educar uma criança.

27.10.14

Precisamos mesmo de mais crianças?

Quantas vezes ouvimos dizer que precisamos de mais crianças, que o país está envelhecido?

Precisamos de muitos filhos com pais que os deixam sozinhos em casa? Que os deixam à responsabilidade dos irmãos mais velhos, também eles crianças? Precisamos de muitos filhos que sejam educados sem conhecerem os pais, que aprendem a desenrascar-se sozinhos na rua? Precisamos de muitos filhos em famílias disfuncionais onde são trazidos ao mundo para aguentarem os casamentos dos pais?

Eu acho é que precisamos de bons pais, seja com muitos ou poucos filhos. Precisamos de pais que amem as suas crianças, que as queiram ter perto de si. Precisamos de pais que não coloquem o trabalho à frente da família, mas que trabalhem muito pensando nela. Precisamos é de crianças felizes, educadas, boas e saudáveis.

24.10.14

Enxoval do bebé

Nos últimos tempos, muitas mães têm-me abordado para perguntar sobre o enxoval do bebé. Lembro-me perfeitamente de andar em pânico com o número de babygrows e fraldas. São 12 ou 15? Para 1 mês, 3 meses? De molas? Que confusão. Publiquei, na altura, esta lista de enxoval que tinha encontrado na Internet.

Agora, que tenho 6 meses de mãe, parece-me mais do que oportuno fazer uma revisão à lista, acrescentando os meus comentários em Itálico e negrito. E, lembrem-se, não precisam de comprar tudo antes do bebé nascer.
Lista

Roupa
● 12 fraldas de pano de algodão - Eu já tenho muitas mais, de vários tipos, mas todas de algodão. Fui comprando. Nunca são demais, até porque se vão usando sempre.
● 6 bodies interiores manga comprida (tamanho 50 cm)
● 6 bodies manga comprida (tam. 56 cm – 1 mês)
● 6 bodies manga comprida (tam. 62 cm–3 meses)

Os bodies merecem um parágrafo inteiro. Eu só tinha bodies de manga comprida de 1 mês e de 1-3 meses. Acontece que a minha princesa nasceu muito pequenina (2,345kg) e foi necessário ir comprar bodies de tamanho 00 e 0. Como vivo na cidade, fui à Zippy e resolvi logo o assunto. Acho que não vale a pena investir em roupa muito pequena, porque se o bebé tiver um tamanho normal é dinheiro desperdiçado. Acabei por ter de comprar imensos bodies.

Os bodies devem ser todos de formato kimono. Esqueçam aqueles que são só de enfiar pela cabeça. São difíceis de vestir e é desconfortável para o bebé. Vão por mim. Quando maiores são os bebés, mais complicado se torna vesti-los. O problema não é a cabeça. Essa passa sem problemas. O difícil é vestir os braços. Escolham sempre bodies com formato kimono e que prendam com molinhas. Os lacinhos são muito bonitos, mas não são nada práticos. 

● 6 bodies manga curta (tamanho 3-6meses)
● 6 bodies manga curta (tamanho 3-6meses)

Só comprem bodies de manga curta se estiverem em ambientes muito quentinhos ou no verão.

● 4 babygrows/pijamas (tamanho 50 cm)
● 6 babygrows/pijamas (tamanho 56 cm)
● 4 babygrows/pijamas (tamanho 62 cm)

Os babygrows são, para mim, a peça mais importante de todo o enxoval. Os bebés ficam muito confortáveis, podem movimentar-se livremente e funciona como uma segunda pele. A minha filha não aceitava muito bem babygrows com colarinhos. Só agora, aos 6 meses, é que essas golas deixaram de lhe fazer confusão. Ainda hoje são a peça que ela mais usa.

● 3 calças com pés (interiores)(tamanho 50 cm)
● 3 calças com pés (interiores)(tamanho 56 cm)

As calcinhas com pés são fundamentais para acompanhar os bodies. Body + calças + babygrow.

● 4 camisas (3-6meses)

De preferência em forma de body. Se não for assim, sobe tudo e torna-se desconfortáve para o bebé. Não gosto muito.

● 2 camisolas (1-3meses)
● 4 camisolas (3-6meses)

É a mesma questão das camisas. Eu não gosto de roupa que possa movimentar-se. Como andamos com os bebés ao colo, é meio caminho andado para as camisolinhas subirem.

● 4 calças (3-6meses)
● 2 jardineiras (3-6meses)
● 5 pares de meias (vários tamanhos)

Não usei nem um único par de meias de recém-nascido. Só se forem collants.

● 4 botinhas lã

Não usei, mas dão imenso jeito para aquecer os pezinhos dos bebés. Não apertam e são fofinhas.

● 3 sapatinhos (mas só a partir dos 3 meses)

A minha filha tem sapatos de todos os tamanhos mas pouco os usou. Mesmo os sapatos mais confortáveis são desconfortáveis e eles estão sempre a tentar tirá-los. Há pessoas que acham giro ver um bebé como um mini-adulto e, claro, os sapatos fazem falta para o conjunto. Porém, aos bebés não fazem falta alguma.

● 3 casaquinhos (56 cm – 1mês)
● 3 casaquinhos (62 cm – 3 meses)
● 1 casaco de sair (56 cm)
● 1 casaco de sair (62 cm)
● 2 Casaquinhos sair 3-6 meses

Também usei pouco os casacos. Preferia mantê-la quentinha na manta. Por isso, nada de comprar demasiados casacos. 3 de cada tamanho é exagerado.

● 6 babetes grandes com velcro e forro impermeável
● 6 babetes médios com forro e fecho velcro
● 7 babetes pequenos com forro e velcro

Babetes nunca são demais. Impermeáveis, de felpo, de tecido, do que quiserem. Os babetes de recém-nascido ainda servem à minha filha, que tem agora 6 meses. Efectivamente, prefiro os babetes que fecham em velcro. São mais fáceis de colocar e tirar com uma só mão. Os de mola exigem 2 mãos e o clique pode acordar um bebé que dorme. Os que apertam com um cordel não são nada práticos, mas são adaptáveis a qualquer tamanho.

● 3 barretes/toucas (0-1)
● 4 barretes/toucas (1-3)
● 1 Par luvas

Não comprei luvas.

● 3 Sacos bebé

Não comprei.

Quarto

● Espreguiçadeira. A minha filha tem uma normal, com vibração, da Fisherprice. Se tivesse ido a tempo, comprava uma Mamaroo.

● Parque de actividades. Nos primeiros tempos, não é necessário.
● 1 alcofa. A minha alcofa vinha com o carrinho e é rígida, apesar de não ser homologada para carro, usei muito em casa. Dá para elevar a base.
● Forro alcofa. Não sei o que é. Não comprei.
● 2 resguardos alcofa. Comprei, mas não usei.
● 4 lençóis alcofa. Comprei, mas usei os lençós no berço.
● 2 cobertores alcofa. Os bebés não devem usar cobertores. As mantinhas são suficientes.

A minha filha ainda não foi para a cama de grades, por isso falarei deste assunto mais tarde. Ainda dorme num berço tipo sidecar (acho que se chama moisés), colado à minha cama. Assim, tenho acesso directo a ela durante a noite.

● 1 cama grades e colchão
● 1 Protecção grades 360º + forro colchão
● 3 resguardos
● 2 cobertores cama grades
● 1 edredão + 2 capas
● 4 lençóis cama grades
● almofada
● rolos laterais suporte bebé
● cesto roupa suja
● 1 cómoda
● 1 roupeiro
● intercomunicador
● luz presença
● Mobile

● Dossel para cama de grades

● Ursinho Dodoo

Exterior
● 1 carrinho
● 1 ovo conversível em alcofa. Há muito poucos modelos destes. Convém pesquisar antes.
● 3 mantinhas. Se tiverem um tamanho maior, podem até comprar mais. Dou-lhes muito uso. De forem tricotadas, certifiquem-se de que não têm buraquinhos. Os bebés enfiam logo lá os dedos. ● saco. Comprem um bem grande. O meu é demasiado pequeno e a tralha é muita. ● brinquedo para ovo
● Porta documentos bebé. Não uso.

Banhos / higiene / saúde
● 1 banheira com suporte e rodas. A minha é da Zippy.
● 4 toalhas banho com capuz. As de recém-nascido cedo deixam de servir. Não comprem mais do que 2. As grandes servem sempre.
● gel banho/shampoo/creme hidratante. Eu uso Uriage e LR.
● 1 termómetro banho. O cotovelo é um excelente termómetro.
● 1 tesoura unhas pontas redondas. Nunca usei esta tesoura nas unhas. Não é prático. Uso um corta-unhas pequeno, sempre que ela está a dormir.
● 1 aspirador nasal. Muito útil, mas deve ser usado com cuidado.
● 1 termómetro para febre (se for dos normais convém escolher ponta mole)
● 1 escova e pente. Só uso a escova.
● 1 esponja natural.
● 20/50 fraldas pequenas ou recém nascido
● 50 fraldas etapa 2
● toalhitas. Prefiro as Dodot Activity.
● creme rabinho. Uso o creme Eryplast. Basta uma embalagem.
● Compressas esterilizadas para olhos e umbigo grande e pequena
● compressas não esterilizadas grandes e pequenas
● Álcool 70º
● algodão (próprio para bebés, que não largam pêlo)
● óleo de amêndoas doces
● soro fisiológico
● cotonetes bebé
● perfume sem álcool. Não comprei e incomoda-me que pessoas com perfumes fortes se aproximem do meu bebé.
● bebegel. O meu aliado contra as cólicas.
● infacol. Nada destas coisas ajudou nas cólicas.
● 2/4 chuchas (2 recém nascido). Usar as amostras que dão. A minha filha não gosta de chupetas.
● 1 guarda chuchas
● 1 corrente chucha

Alimentação

Aguardar para ver se o bebé será amamentado ou não. Podem adquirir um ou 2 biberões para o caso do bebé não poder ser amamentado.
● 4 biberões Avent – 2 de 250 ml e 2 de 150 ml (as tetinas podem ser latex ou silicone com orifícios pequenos). Usei da Chicco e da MUM.
● 1 bomba p/ tirar leite manual Avent. Usei da Medela.
● 1 escovilhão para lavar os biberões.
● Esterilizador Microondas Avent. Comprei o esterilizador eléctrico da Chicco.
● aquecedor biberões (comprar só depois de nascer se fizer falta). Não é necessário.
● termo biberões. Só comprei termo para manter a água quente.


Lista Mamã (maternidade)
● exames médicos + caderneta grávida
● creme mamilos. Usei Purelan.
● creme massajar maminhas (trombocid). Não precisei.
● Protectores de mamilos (os da chicos são bons). Usei da Medela.
● discos absorventes (os do continente são óptimos). Usei da Chicco.
● Compressas térmicas para o peito (por ex: Bebé Confort, servem para colocar quentes quando se der a subida do leite, para ajudar a desobstruir, ou a frio no peito dorido ou inflamado). Não comprei.
● discos de gel para mamilos gretados (aquamed produto novo... dizem que dá muito resultado)
● 3/4 camisas de noite abertas à frente. Um pijama aberto à frente faz o mesmo efeito.
● cuecas descartáveis. Não comprei. São completamente desnecessárias. Usei cuecas de algodão normais.
● 2/3 soutiens de amamentação. Os soutiens da WomenSecret são muito bons. Comprei 2, mas davam jeito 3. Amamentei pouco, por isso não foram necessários.
● Faixa ou cinta pós parto (opcional). Não usei.
● elásticos p/ o cabelo
● escova cabelo
● pinturas
● 1 roupão
● 1 chinelos quarto
● 1 chinelos p/ banho
● pensos higiénicos (grande absorção). Os meus eram da Auchan. Comprei 3 pacotes de níveis de aborção diferentes.
● lenços papel
● produtos de higiene
● máquina fotográfica e filmar
● roupa para sair

Malinha bebé (maternidade)
● 4 mudas de roupa, separadas em saquinhos (e identificadas com etiquetas: 1º dia, 2º dia... etc). Usei sacos de congelação grandes.
● 2/3 fraldas de tecido
● fraldas descartáveis (na maternidade só deram para o primeiro dia)
● creme rabinho
algumas instituições disponibilizam produtos para os bebés, mas se souberem antes que não dão convém levar:
● compressas
● toalhetes
● álcool
● creme hidratante

Segundo algumas mamãs é importante acrescentar à lista itens importantes para quando chegarmos a casa:
● Betadine espuma (frasco encarnado) para a higiene da episiotomia
● uma compressa de gel em forma de penso que se pode usar a frio para aliviar as dores dos pontos
● um stock razoável de pensos higiénicos (não é necessário serem todos de grande absorção, depois o fluxo normaliza) tendo em conta que os lóquios duram aproximadamente um mês
● Deixar comida preparada ou assegurar alguém que a faça para os primeiros dias. O ideal seria deixar o frigorífico e a dispensa bem abastecidos...

6.10.14

Collants para recém nascido

Tinha a minha filha 1 mês e tentei vestir-lhe uns collants. A foto ficou hilariante de tão ridícula. Ela era, de facto, muito pequenina e todos os collants que tentava vestir-lhe ficavam assim. Pareciam sempre tão pequeninos e, afinal, ficavam-lhe todos a nadar. Corremos todos as lojas e não havia nada.

Agora, já temos onde comprar collants de recém-nascido. A loja Hukks, em Vila Real, tem à disposição estes collants da marca GoldFox. E a Hukks envia para todo o país. Enviem uma mensagem para a loja e saibam mais informações.

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3.10.14

A primeira papa da Maria Victória

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Ontem, demos à nossa princesa a primeira papa. Eu queria ter feito as coisas de outra maneira, mas isto foi o que se arranjou. Desde terça-feira que estamos, eu e a Maria Victória, em casa da minha mãe. O papá ia levar um helicóptero à Alemanha e não ia estar em casa durante uns dias. Como tal, fomos procurar conforto a outras bandas. Eu queria que ambos estivéssemos presentes na primeira papa da nossa filha. Acho que são marcos importantes que vamos querer lembrar. O pai tem andado super ocupado e ainda íamos ter que adiar a papa por mais uma semana. Mas, afinal, teve 1 dia de folga e veio ter connosco. Pronto, teve mesmo que ser ontem. Eu fiz questão que fosse o pai a dar a papa. Ele já faz tão pouco e vive tão pouco estes momentos que fazia sentido que fosse ele. Estas fotos são retiradas do vídeo que gravei. Inicialmente, não gostou muito. Também acho que fiz a papa demasiado líquida. Mas depois insisti mais um pouco e já foi com mais vontade. O papá deu a primeira papa à sua princesa e logo foi embora. A Maria Victória tem 5 meses e uma semana, mais ou menos. Podia beber leite em exclusivo (fórmula) até aos 6 meses. A pediatra sugeriu que se fosse fazendo a diversificação alimentar por esta altura para não haver dramas ou pressas aos 6 meses. Começámos pela farinha láctea por ser o que tem o sabor mais parecido com o leite, o único sabor que lhe é familiar e reconfortante. Assim, vai-se habituando à colher, à textura... No período de 1 a 2 semanas, já estará familiarizada com tudo isto e passamos a introduzir os purés de legumes pela sua ordem e a fruta. Para já, vai comendo pouquinho, vai mais para fora do que fica dentro, mas é assim mesmo que tem de ser. Há bebés que vomitam quando metem os dedos na boca, por isso nada de estranhar se o reflexo deles for rejeitar a papa. Isto não quer necessariamente dizer que não gostam deste ou daquele sabor. É apenas um reflexo biológico que vai desaparecendo. Como é natural, ela continua a preferir o biberão, mas todos os dias vai comer um bocadinho de papa.

18.9.14

5 meses de AMOR

Ontem, não tive tempo para vir aqui eternizar esta efeméride. Hoje continuo sem tempo, mas já não quero adiar dizer umas palavrinhas sobre esta maravilha que é minha filha.

Comecámos o dia bem cedo. Tive uma chamada de conferência às 8:30 e tive que a preparar antes disso para que pudesse estar a dormir novamente a essa hora. Por acaso, correu tudo muito bem. Acordou sozinha às 7:30, mudei-lhe a fraldinha, tomou o leitinho e 5 minutos antes da chamada já estava a dormir no meu colo. Passei-a rapidamente para o berço ao meu lado e dormiu quase a chamada toda. No finalzinho, acordou mas manteve-se em silêncio.

Depois, fez os exercícios vocais a que já nos habituou. Descobriu que sabe gritar e passa sempre uma horinha de manhã nesta actividade. Já disse que, qualquer dia, os vizinhos vêm bater-me à porta. E se não vierem deviam vir. Estes gritos são qualquer coisa de muito creepy.

Quando mamou novamente à hora de almoço presenteou-me com um belo cocózinho na fralda, nas costas, na roupa que ia usar para sair e na toalha. Foi uma fartura. Toca a dar banhinho, vestir roupa nova e sair à pressa para a consulta com a pediatra.

Eu pedi esta consulta para falar sobre a diversidade alimentar, mas prefiro escrever sobre isso num post apenas dedicado a isso. Portou-se muito bem e riu-se para toda a gente. Está com 6,9 kg e 63,5 cm.

Não há palavras que cheguem para descrever estes 5 meses. Eu já imaginava que pudesse ser assim, mas é ainda melhor. E depois é tão fácil gostar desta menina... Penso muitas vezes na sorte que eu tenho em ser eu a mãe dela. <3

Aqui fica o nosso dia em fotos e um vídeo.



 













15.9.14

Fio a Pavio

No dia do meu aniversário, a Sara da Fio a Pavio enviou-me uma mensagem amorosa e ainda me presenteou com 30% de desconto na compra de qualquer artigo. Aí começou o problema. A oferta é enorme, as possibilidades de cores são inúmeras, mas lá me decidi. Escolhi este.







Acho que é um colar bastante versátil. A cor fica excelente para estes últimos dias de sol, mas acho que vai ficar muito bem com os tons terra, de Inverno. Já para não falar que é um colar que define todo o look. Não é preciso muito mais do que uma camisola básica por baixo.


Gostaram? Quase de certeza que já conhecem a marca, mas convido-vos a conhecerem também a Sara no seu blog. Ela não sabe, mas nós temos imeso em comum.

12.9.14

Loja Hukks

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Hoje visitei a loja Hukks, no centro histórico de Vila Real. É uma loja pequenina e adorável e está cheia de roupa e acessórios lindos para os nossos pequenos.

Não tenho muito hábito de ir até ao centro porque é difícil estacionar e andar com um carrinho de bebé por ruas de paralelos e de passeios estreitos não é fácil. A boa notícia é que esta loja responde a mensagens muito prontamente e faz envios pelo correio para todo o país.

Infelizmente, não tive muito tempo para explorar a loja. O marido não conseguia estacionar o carro e mandava-me mensagens a cada minuto, pressionando-me para sair.

Vejam algumas peças que consegui fotografar. E visitem a página da Hukks no facebook. Os sapatinhos vieram comigo para casa. :)

11.9.14

O dia em fotos

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9.9.14

Passatempo Novo

Temos novo passatempo no Facebook!!

Em parceria com a Babalogias e com o Sonhodapatty, estamos a sortear:
- 1 par de botinhas
- 1 porta-documentos personalizado

Nas imagens podem ver as botinhas em sorteio e um exemplo de porta-documentos.

Para participarem só têm de seguir estes passos:
- Like na página Babalogias
- Like na página Sonhodapatty
- Like na página Teste Positivo
- Partilhar este post publicamente
- Comentar esta foto, identificando 2 pessoas

Podem participar as vezes que quiserem, desde que identifiquem pessoas diferentes.

O sorteio termina no dia 15 de Setembro, às 23:59.

O vencedor será apurado através de random.org

Boa sorte a todos!










Um ano de Teste Positivo

Há um ano atrás, tentava gerir da melhor forma possível a notícia de que ia ser mãe. Foi complicado. Foi um susto enorme, muito embora fosse uma gravidez planeada. Acho que nunca estamos verdadeiramente preparados.

Durante toda a minha gravidez, o meu blogue e respectiva página no facebook foram completamente anónimos. Isso permitiu-me falar abertamente sobre (quase) todos os assuntos. Eu precisava disso. A maior parte das pessoas que nos rodeia não gosta que nos queixemos, não está para nos ouvir. Já têm os seus problemas e não querem (legitimamente) viver os das outras pessoas. E eu tinha imensa coisa para falar, para desabafar e esta foi, sem dúvida, a melhor forma. Eu escrevia, mesmo que ninguém lesse. E escrevia sobre futilidades, sobre como não gostava de estar grávida, sobre as minhas dores, sobre as alegrias... E o mais engraçado é que começou a haver alguém a ler. Uma pessoa, depois outra e mais outra. Como o que eu escrevia saía de dentro do meu coração, sem filtros, logo havia pessoas a identificar-se também. E daí surgia uma conversa e começávamos a trocar experiências. O blogue, que foi criado para me ajudar apenas a mim, logo passou a ajudar outras mulheres. Foi uma excelente forma de percebermos que não estamos sozinhas numa das fases mais importantes da nossa vida.

A criação da página do facebook facilitou a comunicação e interacção com outras pessoas. Todos os dias recebo mensagens de outras mulheres, mães ou não. Não sei porquê, mas muitas pensam que sou alguma especialista e fazem-me todo o tipo de perguntas. Pois, não sou especialista, só estive grávida uma vez e de apenas 8 meses, logo não tenho experiência quase nenhuma. Tenho a minha vivência e só sobre essa posso falar. As perguntas que faço, sobretudo no facebook, são para recolher mais informação para muitas mães que pedem ajuda. E só posso agradecer a prontidão com que todas colaboram. Não posso deixar de reparar, também, que muitas mamãs não hesitam em criticar as outras. Não nos podemos esquecer que já todas falhámos e, certamente, iremos falhar de novo. A maternidade não é uma ciência exacta e todos somos seres imperfeitos.

Gostava de poder dedicar-me mais ao blogue, mas a falta de tempo não mo permite. Um bebé e um trabalho a tempo inteiro, mais tudo o resto, não me deixam muita disponibilidade para lavar a alma através da escrita. E tanta falta que me faz!

Quero agradecer a todas as pessoas que, à distância, me ajudaram ao longo deste ano. São pessoas que eu não conheço e, no entanto, trataram-me com imenso carinho. Quero agradecer a quem me lê em silêncio, a quem alimenta o meu blogue e me dá força e vontade para continuar a escrever, a quem me ensina tanto. Quero agradecer às marcas que estabeleceram parcerias comigo e que permitem que eu vos possa porporcionar uns miminhos de vez em quando.

E, por fim, mas não menos importante, quero agradecer à minha filha que é o motorzinho disto tudo. Ela fez-me experimentar sensações que eu desconhecia, fez-me viver a aventura da minha vida e é a obra mais perfeita que alguma vez conseguirei fazer. Por ela, mesmo nos dias mais escuros, consigo sorrir sem esforço, consigo sentir felicidade sem culpa. O meu projecto de vida é fazer com que esta pessoa pequenina seja feliz todos os dias da sua vida.







6.9.14

Vencedor Passatempo "Kioske das Artes"

Quero agradecer a todos pela participação em massa neste passatempo. Foi mais um sucesso, graças à qualidade do artigo em sorteio.

A fraldinha personalizada foi atribuída à participante Rita Correia. Por favor, entre em contacto com o Kioske das Artes para reclamar o seu prémio. Muitos parabéns!









5.9.14

Maternidade e trabalho

Trabalhei a tempo inteiro até ao dia em que a minha filha nasceu. Menos de um mês e meio mais tarde, já estava de volta ao trabalho. Foi a muito custo que o fiz e bastante contrariada.

Trabalhar durante a gravidez não me custou muito. Trabalhei grande parte do tempo no meu sofá, ora sentada, ora deitada. O trabalho que faço não é muito exigente fisicamente, por isso não foi muito preocupante ter trabalhado tanto.

Trabalhar menos de um mês e meio depois do parto, isso, sim, foi arrasador. Em primeiro lugar, eu estava fisicamente debilitada. Não pelo parto, mas pela maternidade. Ter um bebé é fisica e emocionalmente desgastante. Apesar de exausta, tudo o que eu queria (e quero!) era cuidar da minha cria, estar perto dela, vê-la respirar, vê-la medrar. Sermos obrigadas a interromper isso é de uma violência que não se consegue explicar. Tentei o mais possível não me separar da minha filha, mas nem sempre foi possível e compreendido por todos. Hoje, tento trabalhar com ela ao meu lado, mas a atenção que não lhe dou a todo o momento, perde-se para sempre.

Infelizmente, a sociedade espera que sejamos boas mães, mas também boas profissionais, boas esposas, boas amigas, boas filhas e boas mulheres (ou mulheres boas). Na minha perspectiva, isso não existe. A ideia de mulher glamorosa, elegante, bem sucedida, linda, amada, cheia de filhos lindos e bem comportados não existe. Muitas mulheres tentam passar essa imagem e nós, burras, acreditamos que é possível. Pior, as pessoas perto de nós acreditam que é possível e incentivam-nos a atingir esse nível. Eu não me consigo dedicar a tudo e a todos nesse grau de excelência que é esperado. E, para me tentar aproximar ao de leve desse patamar, eu fico para trás. É o que tem acontecido. Tenho-me deixado ficar para trás para responder a todas as expectativas que têm de mim.

Nos últimos meses, tenho pensado muito na minha vida. Apetece-me mudar tudo, agora que tudo já mudou para sempre. E, no meio de tanta reflexão, de tanto reposicionamento perante o que realmente me importa, recebo 2 notícias a nível profissional que me podem alterar a vida: uma promoção (daquelas que não nos trazem mais dinheiro, mas mais responsabilidades e trabalho) e a possibilidade de viajar para o estrangeiro em trabalho.

Numa altura em que só me apetece ficar quieta a observar a minha linda menina crescer, estas mudanças todas não me agradam. Compreendo que o Portugal dos dias de hoje não traz muitas oportunidades a quem as quer e trabalha muito para isso e eu não sou ingrata. Deus tem-me posto muitas coisas boas no meu caminho e eu tenho sabido usá-las sabiamente. Perante estas propostas, eu fui dizendo que sim, mas só me apetecia ter dito que não. Da promoção não me escapo, mas vou tentar o mais possível não ir para o estrangeiro. Não me vejo longe da minha filha e, sobretudo, não tão longe. Desejei isto tudo há muito tempo atrás. Agora não.

Nestas alturas, (e perdoem-me aquelas pessoas que infelizmente não têm um trabalho) não consigo evitar sentir uma pontinha de inveja daquelas mães que têm o privilégio de estar todos os minutos do dia com os seus filhos e poderem dedicar-lhes todo o seu tempo.



“Mothers are all slightly insane.”

J.D. Salinger, The Catcher in the Rye

4.9.14

Há um ano atrás...

Há um ano atrás, já estava grávida e não sabia.

A minha querida filha foi planeada, mas nunca esperei que fosse engravidar tão rapidamente. Diziam que as mulheres mais velhas podiam demorar cerca de 2 anos para engravidar e eu estava à espera disso. Afinal, tinha acabado de fazer 35 anos.

O dia do teste positivo foi assustador. Eu tinha todos os sintomas óbvios, mas nunca me passou pela cabeça que fosse uma gravidez. Eu andava muito distraída com a minha vida. Tenho um trabalho muito exigente e absorvente e, durante o mês de Agosto, tive a visita de uma amiga que veio da Índia. Tudo isso, as saídas com os amigos e o ginásio, levaram-me a crer que todo aquele sono que eu sentia era um cansaço extremo. Eu dormia a noite toda, se pudesse dormitava depois do almoço e depois do jantar ficava com uma moca de sono inexplicável. Muitas vezes ia jantar fora e tinha que vir logo para casa para me deitar no sofá. Tomei uma decisão: em Setembro não iria ao ginásio. Foram vários meses seguidos a treinar, sem férias, sem descanso. Precisava de descansar.

As dores que eu sentia nas mamas não eram cansaço, claro. Sentia realmente muitas dores ao fazer o mínimo movimento. Subir e descer escadas (que eu tenho dentro de casa) era um martírio. Tinha que o fazer devagar porque sempre que as meninas se agitavam, doía. Virar-me na cama deixou de acontecer. Neste caso, eu achava que era tensão pré-menstrual. Uma tensão pré-menstrual que nunca mais acabava, simplesmente porque eu não sabia a quantas andava.

O outro sintoma óbvio era a frequência com que eu ia fazer xixi. Esta confundiu-me bastante porque eu bebia imensa água, logo era natural que fosse muito à casa de banho.

Durante o fim-de-semana, eu não me conseguia arrastar para lado nenhum e comecei a juntar todos os sintomas na minha cabeça. Assim meio a brincar, descarreguei uma aplicação que dizia quais as probabilidades de estar grávida. A aplicação pedia a data da última menstruação. Não me lembrava. Mas sabia que no dia 6 de Agosto tinha ido ao cinema e estava com muitas dores menstruais. Passou a ser essa a data. Resultado: grandes probabilidades de estar grávida. Fiquei com esta informação só para mim, com medo que fosse verdade. No sábado à noite, saí com amigos. Apesar de só ter bebido 1 Coca-Cola, fui umas 3 vezes à casa de banho. Estava a subir as escadas para voltar para a mesa e já tinha vontade de fazer xixi de novo. Partilhei com a minha amiga a minha suspeita. Fiz novamente o teste da aplicação ao lado dela e ela pulava de alegria por mim.

No dia seguinte, dormi o dia todo. Saí para jantar e a minha cabeça pesava de sono. Passei por um supermercado, comprei o teste e estava POSITIVO.