16.12.15

O primeiro palavrão da Maria Victória


Imagem: Pinterest

Nos últimos tempos, a minha princesinha tem-nos deliciado com imensas palavras novas. Todos os dias é uma surpresa e fico sempre incrédula com a capacidade que estas crianças tão pequenas têm de absorver tudo à sua volta.
Recentemente, brindou-nos com um "Bigada" sempre que lhe passamos algo para a mão. E di-lo com toda a naturalidade, como se sempre o tivesse dito. Eu sempre faço questão de lhe dizer estas palavras, mas nunca pensei que as fosse aplicar tão bem. Também diz "Ó, não"! Mas já reparei que nos desenhos animados dizem isso a cada 30 segundos... "Ó, vida!" também é muito bom, mas não sei de onde veio, já que não é expressão muito usada por aqui.
Hoje, aconteceu o já há muito temido e esperado.
Enquanto estávamos nas brincadeiras antes de ir para a cama, o pai via qualquer coisa no telemóvel e soltou um descontraído "Que pu...!". Ele não terminou a palavra, mas a Maria Victória, sim. E sai-se com um "puta" e, não satisfeita, repete "puta". Tentámos ignorar, não valorizar, pois já sei que se sente que achamos piada, vai sair-se com essa a toda a hora. Tive que me afastar para chorar a rir. Juro que nunca esperei que isto acontecesse assim.
A conclusão a que eu chego, apesar de já saber isto na teoria dos livros de pedagogia, é que estas crianças são esponjinhas. Absorvem tudo e é nossa responsabilidade orientá-los para que absorvam o melhor que o mundo tem. Muito honestamente, talvez por ser Transmontana, não considero que os palavrões que dizemos como forma de aliviar a tensão ou quando nos magoamos sejam muito maus. Há uma descompressão sempre que os dizemos! Os palavrões usados como ofensa, sim, são maus e devem ser recriminados. Mesmo a bonecada que os miúdos vêem na TV deve ser supervisonada por nós. Não pode servir apenas como hipnótico enquanto preparamos o jantar. Convém que aprendam alguma coisa com isso.
As crianças aprendem mais com o que nos vêem a fazer do que com o que lhes ensinamos. Não podemos esperar que os nossos filhos gostem de livros, se não vêem os pais a ler ou não há livros em cada. Não podemos esperar que os nossos filhos não digam palavrões, se nós os usamos. É o exemplo que mais marca as crianças.
Hoje, ri-me imenso com o palavrão, mas fica a lição!

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