29.3.16

Berços, camas e colchões

A Mia já dorme sozinha há uns 4 meses. Quer dizer, mais ou menos. Nunca dormiu no seu quarto, apesar de estar prontinho mesmo antes dela ter nascido. Ela nasceu e tudo mudou. Tudo o que eu pensava que ia fazer ou que ia acontecer, não aconteceu. 
No dia em que veio para casa, pedi ao pai que fosse a correr à Chicco comprar o berço Next to Me porque não conseguia estar a vê-la, à distância, na alcofa e, muito menos, noutro quarto. Também não ia conseguir dormir com ela na minha cama porque tinha muito receio de algum acidente. Ficou ali, coladinha a mim, durante os 8 ou 9 meses seguintes. Nessa altura, estava eu a dormitar e vejo-a de pé no berço a baloiçar para a frente e para trás e fiquei cheia de medo que se atirasse ao chão. Não iria conseguir dormir, sabendo que poderia cair do berço. Nesse mesmo dia, trouxe a cama de grades do seu lindo quarto para o meu e ficou posicionado ali, ao meu lado. Adorou o espaço novo, conseguia apoiar-se e ia caminhando pela cama, saltava, via-se ao espelho, brincava... Como, desta forma, era mais difícil eu aceder a ela durante a noite, acabava sempre por vir para a minha cama a meio da noite. Não foram noites fáceis. De modo a que ela estivesse confortável, eu e o pai dormíamos encolhidos e fartámo-nos de levar porrada. Não era nada agradável já que ela gostava de dormir toda atravessada na cama! Entretanto, começou a sentir-se um bocado enjaulada na cama de grades. Já não gostava de ir para lá e, assim que acordava e se via lá dentro, reclamava imenso. Ora, como claustrofóbica que sou, tirei imediatamente a cama do quarto e coloquei o colchão da cama de grades ao lado da minha cama, no chão. Logo ao lado está um armário com portas de correr espelhadas e ela ficava ali encaixadinha. Agora, sim, podia ver-se ao espelho em condições. Ela gostou de estar no chão, aliás ela tomava a iniciativa de se deitar, pois tudo estava à sua medida. Foi a primeira medida montessoriana que adoptei. Aqui o problema foi mesmo o tamanho do colchão. Como a Mia é espaçosa e gosta de se atravessar na cama, quando ia ver estava quase no chão... Muito embora tivesse o colchão rodeado de almofadas. Que também afastava. Resultado: passava mais tempo na nossa cama do que na dela. E nós desconfortáveis! Todos gostamos do nosso espaço e conforto a dormir e nenhum de nós o tinha! Impunha-se nova mudança. 
Ao lado do nosso quarto, tenho um quarto de hóspedes com uma cama de casal bem grande. Experimentei pô-la nessa cama e foi fantástico! Tem espaço para se esticar e eu ainda me posso juntar a ela quando ela me requisita. Com esta alteração, deu-se outra mudança. Ela, que adormeceu ao meu colo todos os dias da sua vida, passou a enfiar-se na cama sozinha e já não me pede colo. Continua a querer-me por perto, mas já não há aquela dependência para adormecer. A autonomia acontece por sua própria iniciativa e não porque eu lha impus. 
Este quarto onde dorme é provisório e até faz falta caso alguém nos visite e o seu quartinho continua lindo à sua espera. Nunca pensei que ela fosse para o seu quarto só aos dois anos. Agora preciso é decidir se lhe coloco um colchão de corpo e meio no chão do seu quarto (continuo a defender a filosofia montessoriana) ou se lhe compro uma cama de menina. Receio que camas individuais sejam muito curtas para ela. Aceitam-se sugestões.

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