17.1.17

Os nossos dias

Ultimamente, venho aqui apenas para me desculpar pela ausência. Provavelmente, ninguém notou a ausência, mas eu sinto a falta de escrever. Na verdade, escrevo longos depoimentos... na minha cabeça. Seria bom já terem inventado um dispositivo que transcrevesse aquilo que nos passa pela cabeça. Ou talvez não seja assim tão boa ideia. Todos temos aqueles pensamentos que é melhor ficarem para nós...
Não sei se tenho falta de tempo ou se tenho apenas falta de organização para escrever. O facto é que não escrevo e isso não quer dizer que não se passe nada nas nossas vidas. Deve ser isso, então! Passa-se imensa coisa ao mesmo tempo e eu ando a viver isso tudo. Também não tenho ninguém que me venha aqui escrever os posts, que me tire fotos glamourosas, que me patrocine com ofertas fantásticas... 
Ter uma criança que se aproxima vertiginosamente dos 3 anos, 2 trabalhos, obras em casa, obras na nova casa, viver com ansiedade, com um marido e 2 gatos... uff cansei-me... bom, esta é provavelmente a vida menos glamourosa da blogosfera. Esta nunca foi uma prioridade. Nunca me senti glamourosa nem tenho pretensões nesse sentido. Aqui somos todos normais e eu apenas me lembrei de registar a minha gravidez, até mais para desabafar do que para registar para memória futura. 
Agora também me apetece desabafar, mas o tempo (ou falta de organização) escasseia. Não consigo acordar muito cedo porque tomo medicamentos à noite que me fazem dormir. Mas não durmo porque a minha princesa acorda pelo menos 2 vezes por noite para beber leite (e mudar a fralda). E eu acordo. Logo, a medicação não pode cumprir o seu propósito e eu não vou contrariar as necessidades da minha filha. Então, acordamos por volta das 9 e a minha filha fica comigo até às 11 ou 12. Trabalho em casa e, nesse período, tenho que equilibrar criança com e-mails e sistema e pequeno-almoco e Mickey e plasticinas e xaropes... cansei-me de novo. É atarefado, sim, mas adoro poder vê-la acordar e não ter que a preparar apressadamente para a levar ao infantário. Quando, finalmente, ela vai para casa dos avós, posso voltar a dedicar toda a minha atenção ao trabalho e a mim. Mas como a manhã entretanto já passou, como sempre qualquer coisa à pressa, tomo um banho muito rápido (ou nem tomo), trabalho mais um pouco e logo saio para o trabalho número 2. Por trabalhar em casa há muitos anos, senti agora a necessidade de sair um pouco. E vou dar aulas privadas num centro de estudo. Apesar de ao fim da tarde já estar exausta, ainda vou ensinar os filhos dos outros. E que bem que isso me tem feito. De facto, as crianças só trazem coisas boas, independentemente da idade. Por volta das 7, saio a correr para a minha criança que me aguarda cheia de saudades. E eu dela! A maior parte das vezes, não cozinho. Ou jantamos em casa dos avós ou mandamos vir qualquer coisa. Como a menina já jantou nos avós, não me preocupo muito com a nossa alimentação. E isso reflecte-se na nossa saúde, claro. Lá está mais uma evidência de que não sou nada organizada. Assim que chegamos a casa, já só me dedico à minha filha. Só há tempo para banhos e brincadeira. 
Estou à espera de mudar para a nova casa para poder fazer alterações profundas a estas rotinas. O facto de ela ir para a escola logo de manhã é capaz de provocar alterações suficientes para eu ter de me organizar melhor. 
No meio disto tudo, só posso dizer que sou uma felizarda pela filha que Deus colocou nas nossas vidas. Acordar todos os dias com esta benção faz tudo valer a pena. 




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