19.4.17

3 anos de Maria Victória

A Maria Victória fez 3 anos. Já não consigo perceber se passou depressa ou devagar. Foram 3 anos muito intensos, muito felizes, muito esgotantes, muito cheios de Maria Victória. A Maria Victória deixou de ser bebé, apesar de eu lhe chamar bebé e ela gostar de fingir que é um bebé. É uma delícia acordar com ela todos os dias, sempre bem-disposta e feliz. É um privilégio vê-la crescer com saúde, rodeada de gente que a ama,

Este ano, o aniversário calhou na segunda-feira depois da Páscoa. Apesar de andar tudo enjoado com as amêndoas da Páscoa, tinha que haver um bolinho para a princesa. A festa será mais para o fim do mês. No ano passado, o tema da sua festinha foi o Panda e não é que ela quer o Panda outra vez! Logo agora que já tenho tudo preparado para o Mickey e a Minnie virem dar-lhe os parabéns na festa... A solução foi fazer um bolinho simples, com o Panda, só para apagar as velas. Ela adorou tudo! Ela contenta-se com tão pouco e é tão feliz com quase nada... É perfeita!

13.4.17

Crises de vesícula - pior que o parto

Há cerca de 1 mês, depois do almoço, tive uma dor muito forte na zona do estômago. Quando digo forte, era mesmo forte. Tão forte que eu chorei, gritei e até rebolei no chão, na tentativa que passasse... Umas duas horas depois do início da dor, já no carro em direcção ao hospital, a dor passou. Da mesma forma inesperada que surgiu, foi embora. O meu marido, com a desculpa da minha ansiedade, achava que eram "nervos"... Enfim, só eu sabia o quanto doeu. Para mim, tinha-me rebentado qualquer coisa cá dentro.

Na semana passada, novamente sem qualquer outra indisposição que servisse de aviso, a dor voltou. Esperei que passasse, chorei, gritei e rebolei no chão outra vez. Esperei 3 horas que a dor passasse e não passou. Quando cheguei ao hospital, a dor já tinha tomado conta também das costas e mal conseguia andar. Análises ao sangue, urina e uma ecografia ditaram o diagnóstico: tinha a vesícula cheia, mas cheia de pedras. Tinha que ser removida. Não naquele dia, porque não estava inflamada, mas a papelada já está a andar para que aconteça.

Para uma pessoa ansiosa como eu, foi como ficar sem chão. Entendo que é uma cirgurgia simples, muito comum, mas é uma cirurgia, requer anestesia geral e naturalmente há riscos. O meu medo é pela minha pequenina... nunca, nunca dormiu sem mim, que seria dela se me perdesse?

Apesar do médico me ter dito para não ir ao google, era impossível não o fazer. Já vi imensas cirurgias, protocolos cirúrgicos, estudos, notícias, testemunhos... Já me sosseguei, já chorei, já entrei em pânico, já entreguei tudo nas mãos de Deus... Seja o que Ele quiser.

Nessas minhas pesquisas,e também pelo feedback que tive na minha página do facebook, achei muito estranho que tantas mulheres jovens já tivessem removido vesícula. Pois bem, ser mulher e ter estado grávida são factores de risco para a formação de cálculos biliares. Um estilo de vida pouco saudável e má alimentação também contribuem para isso.

No meu caso pessoal, há outros factores que podem ter agravado a situação. Passo muitas horas sem comer, quando como, como mal, fast food ou comida com muita gordura. Não como fruta e como poucos legumes. Dependendo dos dias, bebo mais ou menos água. Não faço exercício e trabalho sentada. No último ano, fiz um tratamento medicamentoso forte que pode ter deixado sequelas no meu fígado. A única coisa positiva é que não fumo, não bebo álcool, nem café. É urgente mudar todos estes hábitos péssimos. Os cálculos na vesícula não me aconteceram por acaso. Fui eu que os provoquei.

Logo depois desta crise, tive uma consulta de Medicina Tradicional Chinesa e conversámos sobre isto. O terapeuta confirmou-me que a remoção de um órgão nunca é favorável para o equilíbrio do corpo. Comecei, então, uma luta para salvar a minha vesícula. Se não funcionar, tenho sempre a cirurgia. Desta consulta, trouxe alguns trabalhos de casa: fitoterapia para ajudar a "limpar" o fígado, visualização da dissolução das pedras, exercício físico e yoga.

Depois, lembrei-me que o melhor Naturopata, Homeopata e Iridologista do país é amigo da família, o Dr. Abel Sousa Dias. Este sábado fui a uma consulta com ele e fiquei a saber mais umas coisinhas a meu respeito através de uma análise à minha íris. Foi-me feito um diagnóstico completo que confirmou uma série de maleitas que eu sentia. Relativamente aos cálculos, estes são de colesterol, logo são de mais fácil dissolução, mas tenho muito trabalho pela frente.

Dieta muito pobre em gorduras, com uma lista do que posso ou não comer. O mais estranho será implementar estas regras: 1,5 litros de água só da parte da manhã, fruta antes da refeição e legumes só cozidos ao valor. Ou seja, nada de sopa. Também não posso beber leite, apenas iogurtes sólidos. Não posso comer pão, apenas tostas. Para além disto, faço fitoterapia para a litíase vesicular. São dois frascos que sabem muito mal, mas até já me estou a habituar.

Estou a esforcar-me imenso para evitar ter outra crise ou inflamar a vesícula. Não quero mesmo a cirurgia e farei de tudo para a evitar. Espero que valha a pena e que consiga limpar toda a porcaria que meti dentro do meu corpo. Está na hora de me cuidar para que possa cuidar melhor da minha filhota.

10.4.17

Os nomes que já ninguém quer dar aos filhos

As modas aplicam-se a tudo e também aos nomes que damos aos nossos filhos. Acho que já todos demos conta que quando chamamos o nosso filho 3 ou 4 se viram para trás ao mesmo tempo. Se noutros países impera a criatividade, por cá gistamos todos do mesmo.

A minha filha chama-se Maria Victória. Victória era o nome da minha avó materna e sempre quis dar esse nome a uma filha minha. Quando há uns anos comecei a ver bebés com esse nome, percebi logo o que ia acontecer: uma avalancha. Há Victórias e Vitórias por todo o lado.

Eu chamo-me Mara. Em 1978, quando nasci, não havia Maras. Passei a vida a ver o meu nome mal escrito e mal pronunciado. Era Maria, Marta, Sara, Lara... mas Mara, não. Outro dia no dentista chamaram pela D. Maria e lá fui eu. Só quando já estava a meio do procedimento é que percebemos que eu não era a tal Maria. Por acaso não era, mas quase sempre sou. Sempre disse que nunca iria dar um nome esquisito a um filho. Se, por um lado, é bom sentirmo-nos únicos, por outro, eu só queria ter um nome normal, como as minhas amigas. E é sobre os nomes das minhas amigas que hoje falo. Esses nomes que hoje já ninguém dá aos filhos. Numa turma havia uns quantos com o mesmo nome. E hoje acontece o mesmo, mas os nomes são outros.

O que é feito destes nomes?
- Ana Isabel
- Ana Cristina (e outras combinações)
- Carla
- Sandra
- Sónia
- Susana
- Tânia
- Liliana
- Marisa
- Elisabete
- Anabela
- Paula
- Rui
- Nuno
- Paulo
- Bruno
- Carlos
- Ricardo
- Sérgio
- ... podem acrescentar nomes à lista

Era moda, também, termos 2 nomes. Eu sou Mara Cristiana. Giro, não é? Era preciso termos 2 nomes para que os nossos pais chamassem pelos 2 nomes para nos meterem medo. Hoje em dia, já não se pode traumatizar os meninos, por isso prescindiu-se do segundo nome. Eu, pelo sim, pelo não, resolvi dar 2 nomes à minha para impor respeitinho.

Eu acho que nos últimos anos houve uma grande tendência para nomes que eu chamo de "betos" (Constança, Bernardo e afins...). Hoje, a tendência é para os nomes vintage que são bem mais do meu agrado (Laura, Amélia, Emília...).

E depois temos os intemporais que nunca saíram dos tops e nunca saem de moda: Maria e João.

Seja qual for a nossa tendência, penso que todos nós dedicámos muito tempo a pensar e repensar no nome dos nossos filhos e foi com todo o carinho que os baptizámos.

7.4.17

O amor da minha vida...

... faz 3 anos daqui a 10 dias. 
Adoro recordar os nossos momentos, muitos deles só meus e dela, tão íntimos. Estas são imagens inéditas, que eu adoro rever, e que me fazem agradecer por cada minuto que passo com ela.  


3.4.17

Parir é dor, criar é amor

Vira e volta ouve-se esta frase. Habitualmente, está associada a quem criou alguém, muito embora não o tenha parido. Eu nunca duvidei disto, nunca duvidei do poder do amor. O que eu nunca imaginei foi que a minha experiência como mãe biológica me viesse provar isso mesmo.
A minha filha foi um bebé planeado e desejado. Apesar de não ter gostado muito de estar grávida, criou-se na gestação um vínculo muito especial entre nós. Depois, chegou a hora do parto e, na verdade, eu estava tão focada no meu parto, no meu momento, que poucas vezes me lembrei que ia sair dali com o meu maior amor. Nesse dia, o sentimento não foi de inundação de amor. Aquela cena típica de filme, quando colocam o bebé em cima da mãe e ela chora de emoção não aconteceu. Estava muito feliz, claro, mas a minha primeira preocupação foi colocá-la no meu peito para que parasse de chorar. E parou.
Depois, nas horas seguintes, era evitar incomodá-la ao máximo. Eu não tinha a mínima ideia do que lhe fazer. Estar no hospital foi muito conveniente porque tinha ajuda à distância de uma campainha. Quando viemos para casa, teria que ser eu. E assim foi. O amor estava lá desde a gravidez, mas o amor maior foi-se construindo à medida que eu cuidava dela. E não tenho dúvidas de que cresce exponencialmente. Amo-a mais hoje do que ontem. E amanhã vou amá-la mais ainda. Parir é mesmo apenas dor. Criar é mesmo só amor!
Gosto de chamar cria à minha filha. Primeiro porque não me esqueço da ligação umbilical que já tivemos (e ainda temos), porque fui eu que a fiz, que a criei, e depois porque ela é mesmo a minha cria, porque continuo a criá-la. É quem eu cuido mais e melhor.

A relação biológica é apenas um detalhe que não proporciona amor por si só. O amor está no dia-a-dia, nos banhos, nas trocas de fraldas, na alimentação, nos abraços e beijinhos, nos olhares, nos toques... Por isso, é que muitos filhos gostam mais das amas ou dos avós do que dos pais. Gostam de quem cuida deles.
Hoje sei que, por exemplo, acordar com a minha filha é incomparavelmente mais extraordinário do que foi o meu parto. Acordamos as duas a sorrir, a dar beijinhos, completamente enamoradas. Agora que eu já conheço o amor no seu expoente máximo, já consigo ver no tudo no parto e na gravidez como especial. Foi a minha filha que me mostrou isso. Sinto saudades de estar grávida da minha filha (não de estar grávida novamente), emociono-me com o meu parto (e não vi motivos para o fazer na altura) e até com os partos de outras, como o da Maria Luiza. Chorei, chorei, chorei...
Parir é dor, criar é muito amor!

1.4.17

Os animais e as crianças

Sempre vivi rodeada por animais. Em casa, sempre houve sempre cães e gatos. Eram animais mas também membros da família. Acho que nunca houve um período em que não tivéssemos um animal, por isso, quando constituí a minha família também se tornou imperativo adoptar uns bichinhos. E vieram os dois gatinhos mais lindos do mudo.

Este amor que tenho pelos animais também se reveste de muito respeito. E é isso que pretendo passar à minha filha. Os animais, por muito que achemos que os conhecemos e que são absolutamente inofensivos, são animais e podem reagir a estímulos. Tal como nós, certo?

Acho super fofo e comovente ver bebés a brincar com animais, mas eu nunca consegui expor a minha filha a isso, enquanto era bebé. Não me sai da lembrança um gato siamês que tínhamos em casa. Ele adoptou a minha mãe. Aquele gato era só dela e detestava-me. Eu já devia ter uns 8 anos quando ele me atacou pelas costas. Não suportava ver-me no colo da minha mãe. Também tive um Serra da Estrela que mordeu o meu avô, o seu grande companheiro, deixando-o em bastante mau estado. Qualquer um destes meus bichinhos era adorável, mas houve qualquer coisa que os fez reagir daquela forma naquele momento.
Quando colocamos um bebé ou uma criança pequena junto de animais, sem supervisão, estamos a confiar que vai tudo correr bem e às vezes isso não acontece. Sabemos como são as crianças. Dão gritos, batem, puxam o pêlo, atiram com objectos aos bichos e, na maior parte do tempo, eles aguentam sem pestanejar. Até um dia. Os bichinhos também se assustam e podem reagir. Não vale a pena arriscar.
Com os meus gatinhos, tem corrido tudo bem até agora (com a excepção de um incidente que já explico). Não os abandonei quando engravidei, nem depois da Maria Victoria nascer, nem nunca!! Eles são membros da família. Sobretudo a minha gatinha notou uma grande diferença com a chegada do bebé a casa. A Tonicha dormia ao meu lado. No mesmo lado onde, 2 dias depois de ter saído de casa, acoplei um berço onde dormia aquele bichinho novo. A Tonicha teve de arranjar outro sítio para dormir, sempre perto de mim, mas mais longe da minha bebé. Ela andava sempre por perto e até cheguei a deixá-la dormir no fundo do berço uma vez. Não queria alimentar animosidades. A maior parte do tempo, tinha a minha filha ao colo e a minha gata nas pernas. Sempre as duas perto de mim e nunca sozinhas.





Quando a Maria Victória tinha perto de um ano e meio, estávamos sozinhas em casa e a dormir na minha cama e a Tonicha quis enfiar-se lá. Ela nunca vai para os lençóis, mas como era verão, só tínhamos um lençol a cobrir-nos. A Tonicha ia a passar, a Maria Victória mexeu o pé e a gatinha assustou-se e deu um salto para o ar. Esse salto e as suas unhas valeram um rasgão no pé da minha menina. De quem foi a culpa? Minha e apenas minha. Eu é que criei condições para isso acontecer.
O respeito pelos animais também passa por não os expormos a situações potencialmente perigosas. Nesta fase, temo mais pelos gatos do que pela minha filha. Ela não mede os gestos e às vezes abusa. Não pode e eu não deixo! Mas acho que estão todos a aprender a conhecer-se e a conviver no mesmo espaço. 

Também em casa da minha mãe tínhamos um cão. Era um cão muito especial porque foi um filho para a minha mãe e para mim. O meu Bóris, um boxer adorável, era o bicho mais meigo, sensível e especial que já conheci. Ele tinha acesso à casa toda. Quando a minha mãe saía de casa no Inverno, deixava-lhe a lareira acesa e a TV ligada. Era uma alma pura e linda! Graças a Deus, a minha filha ainda teve a oportunidade de o conhecer e de brincar com ele. Faço questão de alimentar essas lembranças. Mas, ainda assim, não consegui baixar a guarda. Ela só podia fazer-lhe festas com ele acordado. E ele adorava e lambia-lhe as mãos. 

Resumindo, animais com crianças, sim! Sempre! E com responsabilidade também. Estão todos ao nosso cuidado e a precaução nunca é demais.