6.6.14

O que eu não gosto de fazer à minha filha

Há 2 coisas que me custam imenso fazer ao cuidar da minha filha. E não tem nada a ver com fraldas sujas.

Pô-la a arrotar.

No hospital disseram-me para a segurar na vertical depois dela mamar e aguardar 15 minutos até ela arrotar. Se ela não o fizesse, podia pô-la a dormir. Era muito simples. Raramente arrotou nas primeiras semanas. Eu nem sabia como os bebés. Pensava que era aquele ar que eles deitam fora, mas não. Os bebés arrotam como gente grande. É impossível não identificar um arroto de bebé porque é exactamente igual aos nossos. Com o avançar do tempo e respectivo aumento da quantidade de leite para mamar, percebi a importância do arroto. Vale a pena insistir mais um pouco. No caso da minha filha, se a deitar logo vai bolçar de certeza. Perante isto, o meu marido é capaz de estar 2 horas à espera que ela arrote. Ora, nem 8 nem 80. Custa muito, sobretudo durante a noite, ainda meio a dormir, estar a segurá-la ao colo na vertical à espera do desejado arroto. Pesquisei imenso sobre isso, perguntei lá no facebook como as mães fazem para pôr os seus bebés a arrotar e não há uma receita mágica. Primeiro, nem sempre o bebé precisará de arrotar. Só se engolir ar é que ele terá que sair, tal como acontece connosco. No bebé é mais provável que aconteça, mas pode não acontecer. Depois, pode ter engolido ar e não o ter incomodado. Daí não ser necessário estarmos 2 horas a torturar o bebé e a nós próprios. Segui os conselhos de toda a gente. Eu queria era uma forma rápida dela arrotar para podermos descansar todos mais um pouco. No meu caso, pô-la no ombro não faz nada. Com a minha sogra resulta deitá-la e logo a seguir sentá-la. A minha mãe segura-a por baixo dos braços e também arrota. Comigo descobri por acaso. Um dia, depois de ter estado imenso tempo à espera que ela arrotasse, desisti e precisava de fazer umas coisas em casa. Agarrei nela com um braço e tratei do que precisava de fazer. Acho que foi a pressão exercida ali na zona no estômago conjugada com o facto de estar na vertical que fez com que saísse um grande arroto. A partir daí, fiz sempre isso. Resulta às vezes. Detesto fazer isto. E o pior é que os bebés não falam, por isso não sei se precisa ou não de arrotar. Estou ansiosa para que deixe de precisar de arrotar. É uma canseira!

Vestir e despir.

Quando descobrimos que vamos ser mãe de uma menina, é impossível não pensar nas roupinhas e acessórios. Sempre imaginei que fosse uma coisa divertida. Não é. Vestir um recém-nascido é do pior que há para mim. Conseguir enfiar um braço e mais outro braço. Depois uma perna e outra perna e novamente a primeira perna que entretanto saiu do sítio. Não gosto nada. E talvez não goste porque sou obrigada a fazer isto várias vezes por dia. A minha filha bolça imenso e suja-se toda. Mesmo com babetes e fraldas de tecido, assim que a deito lá escorre um bocadinho de leite pela boca em direcção às costas dela. É uma rotina que se repete umas 3 vezes por dia, às vezes mais. O pior é de noite, quando já lhe dei o leite e a mantive sempre na vertical e depois lhe vou mudar a fralda. Correu tudo bem até que deita todo o leite fora. Toca a trocar a roupa e depois dar novamente leite porque ficou cheia de fome. Nunca mais chega o calor para ela vestir menos roupinha. :)

5.6.14

App Mãe Coruja

Hoje faltei a uma consulta de neonatologia por pura confusão. É verdade que ando muito cansada, mas estava convencidíssima de que dia 5 de Junho era amanhã. E só dei conta mesmo ao final do dia, ou seja, ainda nem sequer pude remarcar. Ando muito cansada e estas confusões são muito comuns em mamãs atarefadas.

Recentemente, fui contactada por uma mãe coruja do Brasil, a Fernanda Camargo, mãe da Giovanna, que me apresentou uma aplicação criada por si para iPhone e iPad. Esta aplicação evitaria facilmente o constrangimento de hoje. Na aplicação há uma série de funções gratuitas, como o Leite, o Sono, as Fraldas e as Vacinas. Neste momento, estou completamente dependente das funções Leite e Fraldas. Sempre anotei tudo no meu iPhone porque, ao fim de algum tempo e com o cansaço, acabamos por não saber a que horas foi a última mamada, quando fez cocó pela última vez, quanto tempo dormiu, etc. Nesta aplicação, facilmente inserimos a informação e temos acesso a tudo. Ora vejam!









3.6.14

Diminutivo para a Maria Victória

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O nome da minha princesa já há muito estava decidido. Queria homenagear a minha avó materna que não cheguei a conhecer. Acrescentou-se-lhe o Maria. O marido chama-lhe só Maria e eu não gosto. Há imensas "apenas Maria" por aí. Por outro lado, e pelo mesmo motivo, também não me agrada só Victória. Eu gosto mesmo é de Maria Victória. Só que depois olhamos para este ser tão pequenino e até parece agressivo chamar-lhe Maria Victória. Tenho que poupar o nome para quando ela se portar mal. Eu e o pai chamamos-lhe as mais diversas coisas: bichinha (por causa dos nossos gatinhos... E depois há todo um léxico associado, como patinhas, etc.) princesa, gorducha, coisinha, pessoinha... Depois, perguntam-me se temos algum petit nom para a menina. Não posso dizer às pessoas que lhe chamo bichinha, não é? Posto isto, venho pedir a vossa ajuda para arranjarmos um diminutivo à bichinha. O meu marido já sugeriu Bi. Bi de Bichinha e Bi de Victória. Como somos transmontanos, Bi ou Vi vai dar tudo ao mesmo. :) Fico a aguardar as vossas sugestões. Depois, anúncio aqui o nome escolhido.

23.5.14

Um mês e tal de mãe

Um mês e tal não! Para ser mais concreta, eu sou mãe há muito tempo. Gosto de cuidar dos outros, gosto de proteger. Sou mãe fervorosa e sofredora dos meus animais. Sei que devia tratá-los como bichos que são, mas não consigo. Toda a vida quis ser mãe de uma pessoinha, mas a gravidez e o parto afastavam-me dessa ideia. Depois, também não era uma pessoa muito dada a crianças pequenas, muito menos bebés. Não sabia muito bem o que fazer com eles, sobretudo se ainda não falassem. Com os animais é diferente. Sou capaz de atravessar a rua para fazer festinhas num cão. Eles não falam, mas nem precisam de o fazer.

Então, se já me sentia mãe há muito tempo, mas não foi logo que me senti mãe da minha pequena princesa. Recebi a informação de que estava grávida, mas só quando senti os movimentos dela é que a ficha caiu. O sentimento de protecção, porém foi imediato. Sabia que tinha que proteger alguém que ainda não conhecia.

Há 6 semanas e 1 dia conheci, finalmente, o meu amor maior. Foi assustador vê-la cá fora e poder tocar-lhe. Que grande responsabilidade! Foi ela que me ajudou. Ela já me conhecia há mais tempo do que eu a ela. O mundo dos bebés era uma total novidade para mim. Sempre achei que um bebé não dava nada em troca. É tão errado! A mim basta-me ficar a olhar para ela para ter a maior recompensa de todas. Ela não precisa de fazer nada. Nas primeiras duas semanas, tenho a sensação de que não dormi nada. Ora estava a tratar dela, ora a olhar para ela. Dormir era o maior desperdício de tempo. Hoje, já me permito dormir. Sei que tenho que estar bem para cuidar dela.

Não gosto de me separar dela. Sempre que o fiz, estava ausente, sempre a pensar nela. Olhava para o relógio, aguardava notícias, uma aflição. Tenho a certeza de que fico pior eu do que ela. Mas sei que um bebé tão pequeno não fica indiferente à ausência da mãe. A minha pequenina está sempre comigo, sente-me, sente o meu cheiro. É normal que sinta a minha falta. Não deve é ficar tão ansiosa como eu.

Um mês e tal depois da minha princesa ter nascido, só me arrependo de não ter tido a ousadia de ser mãe antes. É, efectivamente, a melhor coisa do mundo. Compensa todas as indiposições da gravidez, cansaço, alterações do corpo, dores, o parto. Posso estar ainda sob o efeito das hormonas, mas ser capaz de fazer um ser humano é simplemente um milagre da natureza.

Só para terminar, queria deixar-vos com uma frase que uma amiga me disse um dia destes. Ela, completamente apaixonada pela sua filha, dizia que esta tinha nascido dela, mas não era sua. Pois eu discordo. Para mim, a minha filha é minha. Ainda não cheguei a esse nível de desapego. É minha, minha, minha. Pronto! E um bocadinho do pai. :)

22.5.14

O parto #2

Quando vos falei do meu parto, achei que tinha sido muito (demasiado!) descritiva. Afinal, ainda faltava falar ainda de uma ou duas coisas. Aliás, nunca li nada sobre isso e achei engraçado partilhar aqui.

Após me ter sido administrada a epidural, comecei a sentir imensa comichão no corpo, sobretudo na zona do tronco. A determinada altura, as minhas duas mãos já não eram suficientes para me aliviar. Já para não falar da figurinha que eu estava a fazer a coçar aqui e ali. Perguntei às enfermeiras e confirmaram que era um dos efeitos da analgesia. Pronto, fiquei descansada e já nem me lembro quando é que passou, mas não demorou muito tempo.

A outra coisa engraçada aconteceu já no quarto do internamento. Como sabem, os hospitais são muito quentes. Aliás, uma das minhas preocupações foi arranjar camisas de noite muito, muito frescas porque eu não me sinto bem com o calor excessivo. Então, estava a sentir-me óptima até que mudei da maca para a cama e passei a sentir um frio terrível. Mas era um frio de estar a tremer. Puseram-me uns cobertores na cama e continuei a tremer. Passado umas horas, já estava a transpirar. Tirei os cobertores da cama e continuava a transpirar. Foi assim nos dias seguintes e, mesmo, já em casa. Foi-me dito que eram alterações hormonais.

E, pronto, era isto.

13.5.14

Data prevista para o parto

Hoje era a data prevista para o meu parto. A minha princesa acabou por chegar quase um mês antes do tempo. Apesar de toda a felicidade que ela trouxe, não consigo deixar de pensar no erro médico que precipitou o seu nascimento e nas possíveis consequências de um parto prematuro. Felizmente, a minha menina nasceu pequenina, mas muito saudável e com vontade de crescer. Até à semana passada, já tinha aumentado meio quilo no peso. Come com voracidade e urgência. Quando a fome se manifesta, ela abre as goelas como se estivesse a passar fome há dias. E tem que comer logo! As doses de leite aumentaram de 30, para 60 e, desde a semana passada, para 90 ml. Acho até que os 90 ml já não a satisfazem. Parece-me tão estranho um ser tão pequeno comer tanto... Não lhe quero aumentar a dose antes de falar com a pediatra. Eu estou a tirar o meu leite com uma bomba. Infelizmente, não consigo produzir leite suficiente para as necessidades dela e tenho que lhe dar fórmula. Enquanto puder, vou acumulando os dois tipos de leite, mas como ela já bebe tanto, não consigo dar-lhe muito do meu leite. Hoje, por coincidência, tive que ligar para o consultório do excelentíssimo médico que me provocou o parto prematuro por causa de umas facturas. Falei com a secretária e ela perguntou-me se a bebé já tinha nascido. E eu disse que sim, que nasceu um dia depois de eu ter estado lá na consulta. E ela respondeu que era normal, que era o "jeitinho especial" que o doutor costumava dar. Quando lhe disse que foi um mês antes do tempo, ela disse que isso não. Fiquei cada vez mais convencida de que ele confundiu tempos e datas. Aquele irresponsável!! Apesar de muita gente me dizer que ainda bem que ela nasceu antes, eu recuso-me a esquecer o abuso de que fui (fomos) vítima(s). Admito que o parto e respectiva recuperação foram fáceis devido ao tamanhinho dela, que pudemos tê-la connosco um mês antes, mas não vou agradecer ao médico por isso. A minha menina estava muito bem na minha barriga. Estava confortável e a engordar. Não tinha nada que ser exposta a este mundo antes do tempo. Eu não tive leite, não tinha uma série de coisas preparadas, ainda estava a trabalhar... Além disso, fico com a sensação de que se eu tivesse um trabalho com mais stress e esforço físico, a pequenina teria nascido ainda mais pequenina. Graças a Deus que descansei muito, alimentei-me bem e não a incomodei em nada. Por outro lado, será que eu trocava este último mês por alguma coisa? Claro que não! Ainda bem que vieste no dia 17 de Abril e não no dia 12 de Maio.