12.5.15

Vacinas dos 12 meses

Quase com 1 mês de atraso, devido à constipação que a pequenina teve, hoje foi dia de tomar as vacinas dos 12 meses: Meningite C e Sarampo, Parotidite e Rubéola.

Na semana passada, já tínhamos ido à consulta dos 12 meses com a pediatra. Estava tudo óptimo. Mas, agora, não havia como fugir às vacinas. Se eu pudesse, ao menos, tomá-las por ela...

Hoje a coisa foi terrível! Pela primeira vez, as vacinas foram aplicadas nos braços e foram logo 2! Nunca vi tal coisa. A primeira correu muito bem. Reagiu à picada, mas sossegou logo, como era habitual. A segunda foi completamente diferente. Gritou, chorou, esperneou e não parou. Foi doloroso vê-la assim e, muito a custo, conseguimos acalmá-la, já a enfermeira tinha saído. Assim que a enfermeira regressou para me entregar o boletim de vacinas, recomeçou a chorar em desespero. A enfermeira explicou que podia haver reacção à vacina nos próximos dias, numa vacina, e daqui a uma semana na outra. Depois, ainda tínhamos que passar no médico de família. Resolvi levá-la pelo seu próprio pé para ver se se distraía. Lá foi, toda pimpona... Assim, que chegámos à porta do doutor, viu a bata branca, parou e já não entrou e começou novamente o choro. Coitadinha, ficou com trauma à bata branca. Peguei nela e falámos brevemente com o médico e fomos embora.

Foi uma experiência muito má, para ela e para mim. Para quem tem uma filha que nunca chora, vê-la naquele desespero não foi nada fácil. Não sei como será daqui a um mês, quando for tomar a última dose da Prevenar... espero que já se tenha esquecido das batas brancas.

10.5.15

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Adoro estes dias de sol e levar a princesa a passear.

Saímos com a intenção de irmos até ao parque Corgo, em Vila Real. Levámos mantinha e tudo. Pelo caminho mudámos de ideias e rumámos até Chaves, a minha querida terra.

Hoje, estivemos com todos os avós. Foi um fartote! Comemos pastéis, presunto, linguiça e fomos passear pelo parque à beira do Tâmega. Até vimos um carro que foi mergulhar no rio na noite anterior!

8.5.15

O melhor presente de aniversário

Ando há semanas a querer escrever sobre isto, mas ainda não tinha tido coragem.



Não queria muito falar nos presentes que a minha princesa recebeu pelo seu 1º aniversário. Foram todos fantásticos, foram muitos, e somos gratos por eles. Porém, não queria vir para aqui exibi-los porque não quero que o seu aniversário seja especial pelos presentes que recebeu. Um dia a minha filha pode não receber presentes e vamos querer que seja especial na mesma.



No dia do 1º aniversário da Maria Victória, mesmo na véspera da sua festinha de baptizado, num momento raro de descanso, abro um email da minha irmã de coração, que vive na Índia. Pensei que ia ler as habituais saudações por mais um aniversário (sim, todos os meses celebrávamos como se fosse um aniversário). Afinal, já tinha recebido uma caixa cheia de presentes vinda da Índia para toda a família e, mais ainda, para a princesa. Quando abri o mai, nem queria acreditar no que via. Foi das coisas mais emocionantes e importantes e especiais que alguém poderia ter feito pela minha filha e por mim. Um verdadeiro exemplo que eu ainda não fui capaz de dar. Preferi fazer uma festa, em vez disto.



"Esta noite, para o aniversário da Mia Kutti (é assim que ela lhe chama), queria fazer algo por ela. Por isso, ofereci o jantar numa instituição onde meninas pobres são acolhidas. É um Lar muito antigo, já existe há muitos anos e estas pessoas não têm muito apoio. Eu servi-as e distribuí-lhes doces, também. Ela ficaram todas muito felizes e abençoaram a nossa Mia no seu aniversário. Eu acho que estas bênçãos são muito ricas. No vídeo, pode ouvir-se um cântico a abençoar a Mia e também a foto de Jesus. Foi uma pequena forma desta Tia celebrar o aniversário da Mia. Que Deus a abençoe sempre!"



Traduzo o e-mail que recebi e, novamente, as lágrimas escorrem-me pela cara. Não consigo expressar o que este gesto significou para mim. Não consigo mesmo. Sinto que tenho que partilhar isto porque, caso um dia eu não esteja cá para lhe explicar, a minha filha precisa de saber que há gente muito generosa que vive muito longe, que gosta muito dela e que lhe dá os melhores exemplos - que há meninas que não têm os mesmo privilégios que ela e que não podem ser esquecidas. Seja em que parte do mundo for.



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Hoje aconteceu uma coisa engraçadíssima.

Fui com a princesa à consulta dos 12 meses. Enquanto esperávamos que nos chamassem, brincámos na zona para as crianças. Depois, aborreceu-se e quis passear pelo átrio. Acompanhei-a pela mão e foi até ao balcão de atendimento, onde se encontrava um carrinho de bebé. Quis espreitar e cumprimentar a princesinha que lá estava. Entretanto, a mãe da menina diz: "Ah! É a Maria Victória!" E eu: "Sim...", a tentar perceber de onde eu conhecia a senhora. Não conhecia. Esta mamã é que conhecia a minha filha por causa do blogue. :)

Foi a segunda vez que nos aconteceu isto. Da primeira vez, a menina não se acusou e disse-me mais tarde que conheceu a minha princesa numa esplanada. Desta vez, a mamã esteve mesmo a falar connosco. Adorei a sensação. A maior parte das vezes sinto que estou a falar só para mim ou para um pequeno grupo de pessoas que vai reagindo ao que escrevo. É bom saber que nos acompanham, que sentem carinho pela minha filhota e adorei conhecer esta mamã.

4.5.15

A auto-estima

Com a maternidade vem, não raras vezes, a falta de auto-estima. O corpo transforma-se e as rotinas e as prioridades também. Aquela barriga enorme que antes se exibiu com orgulho dá lugar a uma pança vazia e flácida. A gordura que o corpo foi acumulando para alimentar bebé e mãe teima em não sair. As mamas agora vertem leite e lá se foi o imaginário sensual a que as associamos. A hora do banho é quando o bebé deixa. Muitas vezes, tem de se optar entre o banho, uma refeição a correr e uma sesta. Tudo isto (e a lista podia continuar) pode desencadear na mulher um decréscimo vertiginoso na sua auto-estima. Aconteceu comigo. Durante este ano que passou em que vivi a experiência mais tudo que alguma vez viverei, consegui descer até bem lá abaixo. Eu praticamente deixei de existir. É a culpa só foi minha. Prioridade nº 1 - a minha filha. Vivo em função dos seus horários e das suas necessidades. Não quero perder um minuto que seja dela. Quando está acordada estou com ela. Quando está a dormir fico a olhar para ela. Acabaram-se as depilações a laser, as massagens, as máscaras, o verniz gel, os livros, as revistas, as séries, a roupa... Como, durmo e respiro bebé. Prioridade nº 2 - o trabalho. 1 mês e meio depois do meu amor nascer, muito contrariada, regressei ao trabalho. Como o faço a partir de casa, pensei que fosse mais fácil. É um engano. Foi pior. E vieram ainda mais responsabilidades. Até aos 6 meses fiquei dia e noite com ela. Na alcofa ao meu lado, quando dormia. No meu colo quando estava acordada. Foram horas e horas ao computador: teclado numa mão, Maria Victória na outra. Inúmeras chamadas de conferência em que lhe ia dando um leitinho. Felizmente, ela foi sempre muito sossegada e os meus interlocutores até gostavam que ela os saudasse. E, pronto, acabaram-se as prioridades. Não havia mais nada para além disto. O marido, tal como eu própria, foi chutado para canto. Não há tempo para mais ninguém. Não saio de casa, não sei o que se passa no mundo, não quero saber. Pelo meio, apareceu uma ligeira depressão (provocada por agentes externos) que, aproveitando esta fragilidade, se instalou e agravou tudo. Ansiedade, pânico, insegurança, medo, tristeza. Já não era mais eu. A entrada em 2015 fez-me rever prioridades. Para alguma coisa tem que servir a chegada de um novo ano. Como é óbvio, mudanças deste género não se operam do dia 31 para o dia 1. Mas tomei a decisão de ir mudando. Ainda não consigo colocar nada nem ninguém acima da minha querida filhinha. Não sei sequer se quero. Mas tem que haver mais alguma coisa para além dela e do trabalho. Quero que ela tenha orgulho na mãe, a todos os níveis. Sei que devia estar a fazer isto por mim e não por ela, mas vou fazê-lo pelas duas. Vou ter de separar algum tempo para investir em mim. Pode ser para me embelezar, para me cultivar, para relaxar, para me fortalecer ou para não fazer nada. Acho que só assim serei uma melhor mãe para a minha filha e uma pessoa melhor para mim.

3.5.15

Ser mãe

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A construção de uma mãe começa quando ainda se é apenas filha. É no saber ser-se filha que se vai aprendendo a ser mãe, mesmo antes de se ser. Eu já entendia muito da maternidade só de ser filha da minha mãe. Esta relação umbilical, que não se consegue ter com mais ninguém, é uma aprendizagem que não tem preço e que não se ensina explicitamente. A minha mãe pensa que me ensinou muito, mas na verdade ensinou-me muito mais. E ensinou-me muito mais do que eu sei agora. Ensinou-me coisas que só saberei mais tarde. Sou mãe há pouco mais de um ano, mas já vejo em mim muito da minha mãe. Será difícil equivaler-me a ela, mas tenho sempre presente a minha mãe quando olho para a minha filha. O colo que lhe dou é igual ao colo que a minha mãe me dá. A minha mãe perdeu a sua mãe ainda muito jovem, quando eu tinha poucos meses. E eu sei a importância que essa avozinha, que eu não cheguei a conhecer, tinha para a minha mãe. Cresci a ouvir falar dela, da pessoa fantástica que era, das saudades que deixou a todos os que a conheceram e, sobretudo, à minha mãe. Influenciou-me de tal forma que a minha filha herdou o seu nome. Somos todas uma herança dessa Victória. Apesar de nem sempre estar de acordo com a minha mãe, no essencial somos a mesma pessoa. Gostava de conseguir ser para a minha filha tudo o que a minha mãe é para mim: o exemplo de pessoa generosa e dedicada aos outros, honesta e genuína, mãe extremosa e incansável. Um feliz dia, Mãe.