18.4.16

O impacto da morte fetal ou neonatal nos homens

A Ana Filipa contactou-me para divulgar a investigação que está conduzir sobre o impacto da morte fetal ou neonatal nos homens, mas considerando a perspectiva de ambos os membros do casal.

Através deste blogue, mas também da minha rede pessoal de amigos, pude perceber todo o sofrimento que estas perdas trazem e o quanto podem afastar ou unir o casal. Não se fala muito nisto e quase todos sofrem em silêncio na esperança que a dor desapareça. E não desaparece. 

Queria pedir a todos os que passaram pela morte de um filho durante a gravidez ou nos primeiros 28 dias de vida que participem neste estudo. Toda a informação recolhida é anónima. Vamos ajudar a desmistificar dores. Vamos ajudar quem nos quer ajudar melhor. 

As informações serão recolhidas através de questionários disponíveis online,  que podem encontrar nos links seguintes: 
https://ana308.typeform.com/to/OXx39a (versão feminina) 
https://ana308.typeform.com/to/WV9NWC(versão masculina).

Grata!

2º aniversário da Maria Victória

Minha querida filha,

Há dois anos, a esta hora, já estávamos sozinhas no quarto da maternidade do hospital de Vila Real. Tinhas nascido há três horas e eu estava tão assustada! Só queria que não acordasses, pois nem sabia bem o que fazer contigo. Estávamos só tu e eu. Tirei-te uma fotografia de luz apagada, sem flash para não incomodar. Não se vê nada. Lembro-me de achar que estavas muito longe e sozinha no berço e mantive-te junto a mim a noite toda. Respirámos o mesmo ar e até isso me assustou.
Estiveste 36 semanas na minha barriga, a adormecer, dormir e a acordar comigo. E assim tem sido todos os dias destes dois anos. Sempre juntas, como é suposto ser. E quando não quiseres estar tão perto, cá estarei para aceitar. Com uma dor profunda, mas aceitarei. É assim que tem de ser, não é?
Uma vez li que ser-se mãe é nunca mais se poder morrer. E isso resume muita coisa. Uma mãe, já dizia Vinícius de Moraes, não deve morrer nunca. Seja qual for a nossa idade, a mãe faz sempre tanta falta... E, agora, não posso morrer. Não por mim, mas por ti. Quero estar sempre ao teu lado, ver-te crescer e precisar cada vez menos de mim. 
Minha filha, espero tomar sempre as melhores decisões para e por ti. Se algum dia não o fizer, quero que saibas que as mães também erram e não erram por mal. Apenas erram porque são humanas e falíveis. 
O amor que por ti sinto ultrapassa as palavras que conheço para o descrever. Não sei mesmo como defini-lo. É uma coisa visceral, pela ligação física, mas também é divina, pela função que Deus me deu. E é isso... Deus pediu-me que cuidasse de ti e essa passou a ser a minha missão na vida. Estou sempre aqui. Mesmo que não precises e não queiras, cá estou eu.
E, até já. Quando me chamares, lá vou eu para a tua cama e vamos acordar juntas. Até tu quereres.

A primeira foto.

15.4.16

Cabelos rebeldes e encaracolados

A Maria Victória nasceu com muito pouco cabelo. Ela foi crescendo, mas o cabelo continuou sempre muito curtinho e liso. De repente, lá para os 15 ou 16 meses, o cabelo cresceu e cresceu encaracolado. Sobretudo na parte de trás. É quase carapinha. Basta ela andar na cadeira do carro para o cabelo ficar todo embaraçado. Depois de uma noite de sono, então... so visto! Mais parecem rastas.

Assim que ela começou a ter cabelo, passei a deixar de lado a escovinha para cabelo de bebé e usei a minha Tangle Teezer. O meu cabelo tem as mesmas caraterísticas e fica logo cheio de nós. Comprei a Tangle Teezer para andar na carteira. É óptima, pois permite escovar o cabelo sem o quebrar ou arrancar. Não dói! Acheo que era o ideal para ela, já que pentear-lhe o cabelo poderia ser doloroso.
Há uns meses passei a usar também um Spray da Klorane para crianças. Apesar de ser indicado para maiores de 3 anos, tem bastante tolerâcia pediátrica e tenho bastante cuidado na aplicação. E é super fácil tratar-lhe do cabelo. Até os caracóis ficam mais definidos.

Entretanto, comprei-lhe outra Tangle Teezer, supostamente para bebés. É mais bonita, em forma de flor e dá para colocar a foto da criança na escova. Honestamente, a minha (rosa e preta) é mais eficaz e acredito que tenha sido mais barata. Mas ela adora a dela.

Podem encontrar as Tangle Teezer e o spray Klorane em farmácias e parafarmácias.



Depois do Spray ter secado.

Depois da escova e spray.

13.4.16

Consulta dos 24 meses

** Atenção! Este post está cheio de baba! **

Vim da consulta cheia de orgulho da minha filhota. Está óptima, como eu já suspeitava. A doutora perguntou se ela conhecia os números e as cores e ela fez questão de lhe mostrar que sim. Depois, e porque a Maria Victória já estava a pedir o lápis há imenso tempo, a doutora pediu que ela desenhasse qualquer coisa e ela começa a desenhar círculos. E a dizer que eram círculos. Perguntou se andava na creche e aí foi a surpresa total. Disse que estava muito desenvolvida e que parecia estar a ser muito estimulada. Sinceramente, não sei o que fazem na creche, mas nós expomo-la a situações de aprendizagem porque ela responde e corresponde a tudo. Na verdade, é ela que nos orienta. Por exemplo, agora que conhece os números, é vê-la a dizer os números sempre que os vê. É nas matrículas, números da porta, velocímetro, livros, relógios, TV, tudo. É ela que os diz, nós já não perguntamos. 
A nível de saúde física também está óptima! Come bem, bebe bem, dorme bem, brinca imenso... Ouvidos, nariz, boca, dentes, braços, joelhos, pernocas, barriguita... Tudo a funcionar em pleno! 
Sou tão grata a Deus por ter esta filha e por ela ser saudável! Comprometo-me a cuidar deste pequeno ser com todo o amor, cuidado e dedicação. É o mínimo que posso fazer em troca pelo privilégio de a ter na minha vida. 

11.4.16

Do you speak English? Maria Victória does! :)

Na semana passada a Maria Victória começou a dizer as suas primeiras palavras em Inglês. Não sei se é tarde, se é cedo, na verdade isso não me preocupa muito. Não tenho nenhuma referência, nem tenjo com quem compará-la, já que não anda na creche. Sempre supus que a minha filha falasse Inglês cedo, não fosse eu profesora de Inglês e falasse Inglês o dia todo. O problema é que só falo Inglês quando ela já não está em casa, logo não é exposta a esta língua tanto quanto eu desejaria.

Há umas 3 semanas, enquanto procurava vídeos engraçados no YouTube para a Maria Victória ver, encontrei os vídeos da Little Baby Bum e ela simplesmente adora. São vídeos com músicas infantis inglesas e americanas e ensinam palavras, números, cores, formas, actividades, nomes de animais, etc... Tudo muito colorido, com animaizinhos bonitos e repetitivo o suficiente para me adormecer. Ela, pelo contrário, fica cheia de atenção! Ora, essas repetições entram na cabeça dela e já estão a dar frutos. Sem que eu lhe perguntasse nada, ela já sabe dizer "Bus" por causa da música "The wheels of the bus go round and round",  "Monkey" por causa da música "4 little monkeys"... e alguns números.

Ela já sabe alguns números há muito tempo, especialmente o 2 (deve ser porque está quase a fazer dois anos!) e este domingo interrompeu o almoço para começar a contar 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10. Nunca o tinha feito antes, apenas identificava os números um a um, aleatoriamente, e contava do 3 ao 6, do 2 ao 5, mas do 1 ao 10 foi a primeira vez. Na semana passada, enquanto me mostrava os números 2 e 3, insistia que o 3 era o fi. E eu, parva, corrigia para 3. E ela insistia no fi. Até que tive uma epifania e percebi que ela estava a dizer three. Dois dias depois soltou o fai, five. E já lá vão dois números em inglês. Também diz baby e bye bye há muito tempo e quando precisa de comunicar com quem não fala português, lá solta o bye bye. O objectivo é mesmo esse, é ela conseguir comunicar com os nossos amigos que não falam português.

Enquanto estudava línguas na faculdade, lembro-me de ter aprendido que uma criança até 6 anos tem a capacidade de aprender até 6 línguas em simultâneo. São verdadeiras esponjinhas absorventes! A nossa função é expô-los a estas situações de aprendizagem e deixá-los aprender. Sem pressões, sem urgências. A minha filha ainda não fez 2 anos e só concebo ensinar-lhe Inglês em contexto de brincadeira, um bocadinho por dia. Ela adora estes vídeos, mas fica um bocado hipnotizada e não sei até que ponto lhe faz muito bem. Por isso, só vê isto em alturas em que preciso mesmo que esteja mesmo quieta (tipo mudar a fralda ou terminar a sopa. Sim, admito, recorro a estas tecnologias para a sossegar...). Incomoda-me um bocado a ideia de haver pais que projectam nos seus filhos as suas ambições. Foram maus alunos, mas querem que os filhos sejam os melhores. Não lêem um livro, mas querem que os filhos gostem de estudar... Cada um tem o seu ritmo, tem as suas preferências, as suas vontades e motivações. Há que respeitar isso também nos nossos filhinhos pequeninos. Ver a minha filha dizer palavrinhas novas emociona-me como nunca imaginei, mas que seja quando ela quer.

See you soon!



7.4.16

Os blogues e os grupos de mães

Criei este blogue no dia em que soube que ia ser mãe. Precisei de escrever sobre o turbilhão de emoções que estava a sentir nesse dia e nos outros dias que se seguiram. Tinha tempo para isso.
A minha filha nasceu e tudo mudou. O tempo para o blogue também. Mudou também a minha perspectiva sobre tudo e, consequentemente, a minha opinião sobre muitos assuntos. Havia coisas que eu defendia e, depois de ser mãe, passei a defender o contrário. Também era muito crítica em ralação às mães e passei a ser muito mais tolerante com elas. Agora conseguia perceber melhor muitas atitudes. 
Descobri que havia grupos fechados no facebook para imensas coisas: amamentação, alimentação, sono, disciplina... Não percebia por que eram fechados, privados dos olhares exteriores. Hoje percebi. As mães não podem ter opiniões diferentes porque são logo atacadas pelas outras mães. Falando no respectivo grupo, em princípio, não haverá grandes críticas. Digo em princípio, porque, até aí, podem ser enxotadas para o grupo ao lado. Ai de alguém que pergunte sobre sopas no grupo da disciplina! Não sou muito activa em nenhum dos grupos que frequento, mas gosto muito de ler as opiniões e experiências das mães. É mesmo enriquecedora essa partilha. E agora percebo porque as mães se fecham ali. Não têm que ser julgadas publicamente por defenderem isto ou aquilo. Ali todas pensam da mesma forma e podem falar abertamente. 
Nunca tive medo de dizer o que penso é muito menos agora. Uma mãe disse-me uma vez que achava louvável eu falar abertamente sobre ser contra o aborto, porque a maioria das pessoas não o faz por não ser politicamente correcto. A sério? Há gente que só vai à minha página fazer like nos comentários de quem me critica. Ainda assim, andam por ali. São todos bem-vindos. 
Hoje partilhei na minha página do facebook um texto escrito por outro pai, em que ele descrevia a receita dada por uma "especialista do sono" para a filha voltar a dormir 12 horas por dia. Não critiquei os pais porque eu, melhor do que muita gente, consigo avaliar o que é estar privado do sono por causa de um bebé. Sei que os pais procuram fazer o melhor para os seus filhos, mesmo quando não o fazem. E isto aplica-se a qualquer um de nós. Eu não sou excepção. Mas tenho uma opinião e disse que o que essa especialista do sono disse eram só disparates. Logo houve pessoas (2) que aproveitaram para dizer que eu era daquelas mães generalas que sabem tudo e criticam tudo. Eu critico é quem é assim, mas ok. Quem quiser ficar, seja bem-vindo, quem quiser ir para o blogue ao lado, faça favor. 

Isto é o que eu defendo, para que não haja mais dúvidas. Escusam de andar por aqui enganados: 

- contra o aborto. Com as devidas excepções que sempre estiveram previstas na lei, claro. 
- a favor da adopção por casais homossexuais, bissexuais, panssexuais, pretos, brancos, amarelos. O que importa é que haja amor e que amem a criança.
- a favor da amamentação até que o bebé queira. É verdade, eu não amamentei e só tive leite 2 meses. Muitos erros, muito cansaço, pouca orientação.)
- a favor da amamentação onde e quando o bebé quiser. Se uma mulher estiver com um grande decote está tudo bem e é bonito de se ver, se é uma mãe a alimentar o seu filho tem que se tapar ou ir para o carro?? 
- a favor do colo. Sempre. O contacto físico do bebé com a mãe ou pai é fundamental. A minha não me saiu do colo até aos 6/7 meses. A partir daí foi para os avós. Hoje, sempre que quer, aqui está o colinho para ela. 
- a favor do co-sleeping seguro, ou seja, o bebé dormir ao lado da mãe, num berço próprio para o efeito.
- contra a passagem prematura do bebé para o seu quarto. Não quero imaginar como um bebé se vai sentir ali, sozinho...
- a favor de tempo para os pais estarem com os filhos. Todo o tempo é pouco. E eles adoram estar connosco. Mas estar mesmo, a brincar, jogar, ler um livro...
- a favor de liberdade para as crianças, sem demasiadas preocupações com arrumações. No final, trata-se do assunto e arruma-se tudo. 
- a favor de um sono sem lágrimas. Travei grandes batalhas contra o sono intermitente da minha filha, mas ela nunca chorou. Ela é a prioridade. É complicado gerir o cansaço quando se trabalha a tempo inteiro, mas tudo se aguenta e é importante respeitar os ritmos de cada bebé.
- contra treinos de sono em bebés, com receitas iguais para todos. 
- a favor de uma disciplina positiva. Nada de berros e castigos (às vezes lá vai um berro, que a paciência também tem limites...). Um abraço e beijinhos são o melhor antídoto para as birras.
- a favor da prioridade ser a criança. Quanto a isto não há dúvidas. Muito li sobre a criança ter de se adaptar à vida que os pais já tinham. Nesse caso, a minha filha teria que ir jantar fora quase todos os dias e ir todas as noites para o café. Dormiria por volta da meia-noite. Para mim, isso acabou. Eu é que me adaptei às necessidades e rotinas dela. E vou fazer isto até que ela precise. 
- a favor de animais a conviver com as crianças. Só lhes faz bem! 

E é isto. Se alguém tiver alguma dúvida sobre algum assunto, podem perguntar que eu digo o que penso.