14.9.17

Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Minha filha, não sei se vais guardar na memória o teu primeiro dia no Jardim de Infância, mas cá estou eu para o registar.

Começou hoje um percurso importante. É na escola que fazemos os amigos para a vida, que vivemos grandes emoções e aprendemos a ser mulheres pensadoras, capazes e com valor.

Passei os últimos dias a falar-te de como a escolinha era fantástica. Queria que absorvesses o meu entusiasmo. Ontem à noite, eu estava muito ansiosa. Deixei tudo preparado, mas depois não consegui dormir nada de jeito. Passei a noite a acordar, com medo de chegares atrasada. Acordaste muito cedo porque aposto que sentiste a minha agitação, mas estavas muito bem-disposta. Avisaste-me que hoje não ias para a escola, só na próxima semana. E eu compreendo. Preferias ficar em casa comigo, como é hábito, a fazer tudo muito devagar, ao nosso ritmo. Mas fomos fazendo as coisas, foste ficando pronta para sair e com vontade de estar com os coleguinhas. Tirámos estas fotos no nosso jardim. Preparei a ardósia no dia anterior e as fotos lá saíram como possível. Estavas muito tão feliz!

Apesar da distância ser muito curta, fomos de carro para não chegarmos atrasadas. Fomos na galhofa, a cantar, como já é hábito. Era importante manter o entusiasmo.

Quando chegámos, coloquei-te a mochila nas costas para te tirar uma foto a entrar, mas mal sabia que a mochila ia ser o mote de um momento muito engraçado.

Assim que entraste, cumprimentaste umas meninas e começaste a andar de costas para elas, dizendo: "Meninas, olhem para a minha mochila! Venham ver!". Claro que elas não foram ver, também elas tinham as suas mochilas lindas, mas gostei de ver como estavas feliz com a tua.

Entrámos na sala e foste recebida com um abraço da educadora e da assistente. São tão meiguinhas e protectoras que fazem qualquer um sentir-se bem ali. Foste procurar brinquedos e encontraste um helicóptero. Foste mostrar a todos o helicóptero do papá. Eu saí rapidamente e disseste-me até já, a sorrir! Teve que ser assim para não tornar as coisas mais difíceis para ti.

Voltei para casa e só te fui buscar 2:30 depois. Estava em tensão, pois não sabia como te ia encontrar. E fiquei tão feliz e emocionado quando te encontrei sentada na tua almofada a tentar desembrulhar o chupa-chupa que te deram (espero que por ser o primeiro dia de aulas). Recebeste-me de braços abertos, muito feliz e bem-disposta. Disseram-me que nunca choraste, que nenhum menino chorou, que pediste para ir à casa de banho, comeste pouco do teu lanchinho e pouco tempo estiveste quieta. Era isto que eu esperava que acontecesse. Não te imagino muito tempo parada no mesmo sítio. Precisas de movimento, és curiosa...

Depois do almoço e da sesta em casa do Vovô e da Vovó, era hora de mais uma primeira vez. Uma aula de Karate, com a prima Ni. Foi absolutamente fantástico! Ali, sabem exactamente como receber crianças pequenas. Tal como combinado, fiquei a um cantinho, apenas a observar como percorrias aquele espaço enorme e confortável, como ignoravas as instruções da professora para explorar os materiais ou simplesmente para dar mais uma corrida. Mas também vi como a professora conseguiu que todos (novos e antigos) conseguissem executar na perfeição um exercício em que simulavam que eram os cachorrinhos da Patrulha Pata. Para já, estou de coração cheio porque conseguimos várias coisas com esta aula. Só me procuraste 2 vezes e afastaste-te logo. O teu interesse era mesmo a aula. Depois, conseguimos cansar-te um bocadinho. Na verdade, precisamos que canalizes a tua energia para outras coisas que não apenas redecorar a nossa casa e cansar todos à tua volta sem que tu fraquejes. E, por fim, espero que o Karate traga a disciplina que tanto precisas e que eu não consigo impor-te. Acho que ficas muito bem ali.

Hoje foi o primeiro dia do resto da tua vida. Sê feliz, meu Amor! Só sou feliz a ver-te feliz!

7.9.17

Quando os sonhos vão por água abaixo

Em Junho, levei a Maria Victória à sua primeira aula de ballet. Ela sempre gostou do universo das bailarinas e, assim que se proporcionou, marquei uma aula para ela experimentar. Foi até ao vestiário trocar de roupa e calçar umas sapatilhas de ballet e foi vendo as outras meninas a transformarem-se em pequenos cisnes cor-de-rosa. Foi com entusiasmo que acompanhou a professora até à sala. Logo em seguida, a professora vem cá fora e confessa-me que era muito bom sinal ela estar tão à vontade e que nem era muito comum. Pediu-me que fosse descansada, que ela ia ficar bem. Fui até ao café ao lado e, pouco tempo depois, pedem-me que regresse. A Maria Victória estava muito assustada, a chorar e a chamar por mim porque tinha ficado com medo da música. Levei-a embora e achámos qeu talvez fosse muito pequenina. Fiquei de trabalhar com ela esse medo, com a promessa de regressar em Setembro.
Ao longo destes meses, confirmei aquilo que eu já sabia: ela não tem medo da música. Passou as festas dos Santos Populares na rua, as festas de verão e nunca se deixou intimidar pela música ou pelo ruído. O que a assusta concretamente é o vazio de uma sala grande e o consequente eco que a música faz naquele espaço.
Hoje, voltámos à Escola de Bailado, tendo eu avisado por e-mail que iríamos experiementar uma aula novamente. Desta vez, já não passámos pelo vestiário. Tínhamos preparado uma roupinha para ela usar na aula, mas simplesmente mandaram-na entrar com a roupa que tinha no corpo: um vestido e umas sandálias. Não havia bailarinas, não havia ninguém a receber, não havia à-vontade. Ao aproximar-se da porta, a Maria Victória pediu que eu a acompanhasse. Disseram que não. Não podia passar além daquela porta, que ainda dava para uma ante-câmara e só deposi estava a porta da sala de ballet. Pois bem, a minha filha desunhou-se e chorou baba e ranho a pedir para eu ir com ela e nunca permitiram. Se bem me recordo, nessa porta dizia que era proibida a entrada de pessoas estranhas, com excepção de pais das crianças mais pequeninas. Viemos embora porque ela não conseguia entrar sozinha e não me deixaram entrar. Na rua, continuou o desespero. Queria voltar para dentro. Voltámos à escola e continuaram irredutíveis. Só nessa altura veio uma menina pô-la a desenhar nessa tal ante-câmara e começou a conversar com ela. Claro que aos 3 anos a minha filha não percebe porque é que a mãe não a pode acompanhar à porta. Viemos embora e hoje não foi um dia nada agradável.
Eu compreendo que haja regras e gosto muito que se cumpram para o bem de todos. No entanto, quando estamos a lidar com crianças tão pequenas, gostaria de ter visto alguma flexibilidade e tacto. Não houve nenhum! Não é assim que se acolhem novos alunos. Não são carneiros. Percebo que não queiram os pais lá dentro porque, tenho a certeza, todos gostariam de entrar e ver os seus pequeninos a dançar. E os avós também e era uma feira. Porém, apenas a minha filha estava aterrorizada com a possibilidade de entrar na sala e não vi grande esforço para reduzir isso.
Vamos dizer adeus ao ballet e ao sonho da Maria Victória dançar. E é apenas isso que me preocupa.
Na próxima semana, vai começar uma aula de Karate. A professora é prima da Maria Victória e creio que isso vai ajudar muito, porque mais facilmente se sentirá em casa. Mas, para já, sei que fazem as coisas de forma totalmente diferente. Os pais das crianças pequenas são convidados a entrar no espaço, tiram os sapatos e podem ficar sentados no chão a observar os filhos. Até ao dia em que já não estão lá a fazer nada. Só por aí, já me parece muito bem.
Só espero que o primeiro dia na escola não seja tão traumático...

11.8.17

O vestido de noiva da mãe

Quando era miúda sonhava casar-me com o vestido de noiva da minha mãe. Era lindo! Lembro-me de lhe pedir para o ver e de o querer vestir umas quantas vezes. Experimentei-o quando tinha uns 13 anos. Por volta dos 16-17, voltei a vesti-lo e logo percebi que não era para mim. Como temos uma constituição física diferente, o vestido dava-me pelos tornozelos e já apertava bastante.
A minha pequenina também já tem fascínio pela indumentária dos casamentos. Acho que está no imaginário de qualquer criança porque se assemelha em tudo aos contos de fadas. Para ela tudo o que é preto e branco é um casamento. Eu e o pai somos um casamento, mas se ela estiver com uma t-shirt branca e eu com uma preta também somos um casamento. Ela suspira quando vê as nossas fotos e diz que ela estava na minha barriga. É uma forma de se incluir nos momentos em que ainda não estava presente. Na verdade, até estava na minha barriga, tendo em conta que cada mulher já os seus óvulos desde que nasce. Bom, o facto é que ela falava imenso no meu vestido e eu já lhe tinha prometido que lho mostrava. Como ele ficou guardado na casa da minha mãe, agora que cá viemos passar uns dias foi a altura certa. Que animação! Não só quis vesti-lo como quis passear com ele pela casa. Já foi suficientemente pesado para mim, mas ela não quis saber. Lá andei eu a ajudá-la, qual madrinha de casamento, a desviar as coisas à sua passagem. Coitadinha, estava encantada como se fosse uma princesa. Ao contrário de mim, que não tenho qualquer registo a usar o vestido da minha mãe, resolvi assinalar o momento com umas fotos. Vai ser giro mostrar-lhe isto quando for mais velha.

8.8.17

As pranchas

Antes de engravidar eu frequentava regularmente o ginásio. Fazia musculação, cardio, spinning e aulas de ginástica localizada. Depois, o obstetra pediu-me para parar. Eu já tinha 35 anos e não queríamos arriscar. Podia não acontecer nada ou até podia acontecer. Na dúvida, parei e até agradeci. No primeiro trimestre, o meu pior sintoma foi mesmo o sono intenso. Por isso, ficar a descansar soube mesmo bem! 
Depois da Maria Victória chegar, fiz várias tentativas de regressar ao exercício. Até tinha a coisa facilitada porque tenho um ginásio em casa, mas a coisa não se deu como eu queria. Sempre tive problemas em descansar de noite porque a Maria Victória acordava 2 vezes por noite até há bem pouco tempo. Para além disso, tenho um trabalho a tempo inteiro desde que ela tinha 1 mês. Tudo vinha antes de mim! Primeiro, a criança, depois o trabalho, depois a gestão da casa e, por fim, eu! Depois, veio um problema de saúde, mais 7 kg em cima e uma apatia que me impedia de ter qualquer interesse em mim. Já havia pouco e entretanto desapareceu. 
Hoje, já gosto mais de mim, já perdi 6 kg e trabalho para perder os 3 ou 4 que me faltam. O problema é que o tempo continua a escassear. 
Não adianta eu querer definir objectivos inatingíveis. Sinceramente, eu até podia retirar algum tempo ao trabalho ou à criança para ir malhar. Não era mal nenhum! Acho que, se investirmos em nós, até estamos a investir em toda a família. Mas eu é que não quero, para já, tirar mais tempo à minha filha, nem tirar-me tempo com ela. E descobri a actividade ideal para alguém como eu.
Lembro-me daquilo que mais me custava fazer nas aulas do ginásio: as pranchas. É um exercício super completo e não requer quase nada. Só precisamos de chão, vontade de fazer pranchas e de alguns segundos. Acabaram-se as desculpas para fazer exercício!! 

Quais são, então, as vantagens de fazer pranchas:

1. Define o abdómen. 
Atenção barrigas flácidas!!! Fazer pranchas diariamente torna os músculos abdominais mais fortes, mas também os músculos que lhe estão associados dos lados, costas, nádegas, ombros e braços.


2. Melhora a postura
Acho que a pior sequela da minha gravidez e maternidade foi mesmo a minha postura curvada. E fui alimentando isso enquanto dava colo constantemente à minha filha. Ao fortalecermos os abdominais, também vamos melhorar a postura.

3. Melhora o equilíbrio
Abdominais fortalecidos também ajudam ao equilíbrio e estabilidade.

4. Aumenta o metabolismo
O segredo para aumentar o seu metabolismo é desenvolver os músculos que irão queimar calorias mesmo quando estamos em repouso.

5. Previne dores nas costas
Dores nas costas podem ser consequência de um abdómen fraco. Quando o seu abdómen ficar mais forte, as costas irão doer menos.

6. Coxas e nádegas perfeitas
Além dos braços ficarem fortalecidos e obter um abdômen perfeito, a prancha abdominal também fortalecerá a parte de trás das coxas e as nádegas.

7. Alivia o stress
Encontrei, então, umas 100 aplicações para telemóvel que ensinam e guiam como fazer pranchas. Estou a experimentar e estou a adorar. Começa-se com poucos segundos, mas custa. E todos os dias aumentamos mais um pouco. Ainda não acabei o primeiro desafio mas a verdade é que todos os dias aguento um pouco mais. A vantagem disto é que não precisamos de nos propor a fazer coisas completamente irrealistas. Assim, fazemos pouco a pouco, dia após dia.



É isto que as pranchas prometem. Convencidas?

29.7.17

Obstipação infantil

Este tema não é novo cá em casa. Desde bebé que a Maria Victória sofria de obstipação. Sempre me foram dizendo que era normal, que quando iniciasse a diversificação alimentar que iria passar. Não passou e até piorou. Enquanto bebé, tinha que recorrer ao Bebegel e lá ia resolvendo o problema. Mas com 2 anos já não era fácil aplicar-lho.
Sempre achei este caso de obstipação um mistério. Ela bebia e bebe imensa água, comia e come sopa a todas as refeições, legumes em todas as refeições, bastante activa... não se compreendia aquelas fezes secas, duras e às bolinhas. Como devia ser doloroso, ela já se recusava a fazer cocó. Até podia ter vontade, mas não ia fazer. E piorava mais a coisa.
Falei com outras mães que não me deram grandes esperanças. As suas filhas (sempre meninas) mantinham uma alimentação saudável mas também tinham medo de fazer cocó. E cresceram com esse problema.
Experimentei tudo o que havia na farmácia e nada resultou. Até que um dia me mostraram o Movicol. Após uma semana de uso, escrevi aqui os fantásticos resultados que estávamos a ter. Mais de meio ano depois, posso assegurar que esse medicamento mudou as nossas vidas.
O Movicol pediátrico é um pó branco com sabor a chocolate. Eu misturava no leite porque acho que combina melhor do que com água. Bastaram dois dias para regular o intestino, apesar de ter usado Movicol mais algumas vezes em situações pontuais. Apesar de raramente usar, faço questão de ter sempre em casa e de o levar sempre connosco "não vá o diabo tecê-las".
O maior benefício, para além de regularizar o intestino, foi realmente retirar o medo da ida à casa de banho. Era uma autêntica tortura! Hoje faz cocó todos os dias, sem qualquer problema ou hesitação. Se num determinado dia não faz (porque não bebeu tanta água ou porque está doentinha) não vou a correr dar-lhe o Movicol. Espero sempre até ao dia seguinte e ela vai à casa de banho naturalmente. Eu penso que só pode ser usado por crianças a partir de 2 anos, mas falem com o vosso pediatra e aconselhem-se sobre o Movicol. Connosco foi rápido e eficaz.
Outra coisa que tenho reparado é que a evacuação é mais rápida quando ela usa o seu bacio da Imaginarium. Ela já usa as nossas sanitas, mas quando vai lá fazer cocó demora sempre muito tempo. Então ela vai para o seu bacio e faz de imediato. Acredito que seja porque fica com os pés um pouco mais elevados e isso facilita a evacuação. Tal como acontece connosco, como já expliquei aqui.
Espero ter ajudado.


23.7.17

Fomos ao Zoo

Hoje fomos ao Zoo!
Aqui em casa adoramos animais! Acho que todas as crianças têm fascínio por animais. As fábulas com os adormecemos, os desenhos animados e os peluches com que brincam ajudam a alimentar o imaginário.
Como nós temos acesso muito facilitado ao meio rural, os típicos animais da quinta já não são segredo para a Maria Victória. Já viu galinhas, galos, coelhos, porcos, vacas, ovelhas, cabras, cavalos, éguas... e até já andou de burro!
Quando lhe disse que íamos ao Jardim Zoológico, ela ficou numa excitação enorme para ver vacas. Mal ela sabia que ia ver muito mais...
Ainda hoje, antes de sair de casa, estávamos em dúvida sobre que Zoo visitar: Zoo da Maia ou o Zoo Santo Inácio. Lancei o desafio na página do facebook e a resposta foi massiva. Todos recomendaram o Zoo Santo Inácio. Não havia dúvidas!
Curiosamente, eu já tinha estado no Zoo Santo Inácio em 2004. Tinha menos animais, lembro-me de que andei imenso porque devia estar mais vazio. A ideia que ficou é que era mais uma quinta do que propriamente um Zoo. 13 anos depois regresso e estou realmente impressionada.
O Zoo Santo Inácio está a apenas a 10 minutos do centro do Porto, em Vila Nova de Gaia. Tem o objetivo de aproximar a comunidade da Natureza e da Vida Selvagem, alertando para a crescente importância da Conservação das Espécies Animais de todo o Mundo.
Tem bares, restaurantes, casas de banho com fartura, muitas sombras e áreas de descanso e muitos animais. É o local ideal para fazer um passeio em família (ou com os amigos, como eu fiz em 2014) e as crianças adoram!
Não me vou alongar mais em descrições porque o ideal é que o visitem. É com as nossas visitas que estes espaços se mantêm, que alimentam os seus animais e lhes proporcionam tudo o que precisam. Não vão uma só vez. Vão muitas. E o Zoo da Maia é o próximo que vamos visitar.















Pausa para o geladinho... 🍦




Cunhámos uma moeda










Fiquei à porta


Uma Mara entre maras