28.12.19

Regresso a casa

https://drive.google.com/uc?export=view&id=1Ix0arVwIFX3yphnvm3CyKyJwblAdTw3y
Logo de manhã, liguei para o hospital para saber novidades da gatinha. Disseram que ainda não tinha comido, mas que estava bem disposta. De tarde podia ir buscá-la. Como tinha que ir buscar a Maria Victória a uma festa de anos às 5:30, fui a essa hora para não ter que deixar a gatinha sozinha em casa. A médica quis mostrar-me a sutura porque eu vou ter que a vigiar nos próximos dias e não quis que eu me impressionasse. Não me impressionei. Estas coisas não me incomodam muito, só se ela tiver dores. E, como a Tonicha deu logo um salto da marquesa, fiquei mais descansada. Tem uma sutura intradérmica, o que significa que não preciso de a limpar. É necessário vigiar para ver se não há líquidos estranhos a sair e se está tudo bem, mas não preciso de fazer nada. Tem um papinho com ar que ficou da cirurgia e também preciso de ver se não aumenta. E depois é deixá-la mexer o quanto ela quiser. Ficou muito contente de me ver. Já tomou um antibiótico injectável que dá para vários dias (não preciso de lhe dar em comprimidos) e já só está com anti-inflamatório para tomar amanhã. A viagem até casa foi sempre a miar. São 10 minutos terríveis! A primeira coisa que fez quando chegou foi comer e depois foi à areia. Eu já suspeitava que ela não queria comer lá por estar num lugar estranho e com outros animais que ela não conhecia. Estava com fome, coitadinha. Depois, foi arranhar o tapete da sala e ficou uns 20 minutos a lamber-se. Depois de estar bem limpinha, ignorou todas as caminhas fofinhas e procurou o meu colo, onde dorme profundamente. Vai ficar aqui o tempo que quiser, que eu não tenho coragem de a tirar. 

Esterilização de gatas

A minha gatinha só foi esterilizada aos 8 anos. O motivo foi apenas a minha ignorância. Quando a Tonicha e o Joaquim vieram para nossa casa foram acompanhados por um veterinário e marcámos as esterilizações para os dois, aos 9 meses. O Joaquim foi o primeiro, mas veio para casa cedo demais e fiquei perturbada. Ainda estava sob o efeito da anestesia e não foi uma coisa boa de se ver. Fiquei de tal forma chocada que resolvi poupar a gatinha a esse sofrimento, sabendo que a cirurgia dela seria mais agressiva. E pronto, achei que não era necessário tendo em conta que um deles estava protegido, não saíam de casa, estava tudo bem. Hoje sei que não estava tudo bem. Só a operei quando os cios se estavam a tornar insuportáveis. Hoje ela tem cancro da mama porque não a esterilizei quando devia. Hoje lamento profundamente a minha decisão. 

Deixo-vos informações importantes sobre este assunto que recolhi no www.hospitaldogato.com


O que é esterilização?

Esterilizar um animal significa impedir que ele se reproduza. A esterilização consiste em retirar cirurgicamente os ovários e o útero às fêmeas (nome técnico ovariohisterectomia) ou os testículos aos machos (nome técnico orquiectomia).


Porquê esterilizar?

Para além de ajudar a reduzir o numero de animais sem-abrigo (uma gata pode originar 20 000 gatinhos num espaço de 5 anos !!!) e de impedirmos indesejáveis comportamentos do cio (intensos miados, marcação urinária do território), a esterilização tem efeitos benéficos na saúde dos gatos:

– menos ferimentos derivados de lutas;

– menor risco de contrair doenças infecto-contagiosas (ex. FIV,FeLV);

– “fogem” menos (menor risco de serem atropelados ou de se perderem);

– diminui a probabilidade de desenvolver tumores mamários (principalmente se as fêmeas forem esterilizadas antes dos 6 meses de idade);

– previne em 100% o aparecimento de tumores do útero, dos ovários e infecções uterinas;


Com que idade devo esterilizar o meu gato?

No hospital recomendamos a esterilização aos 6 meses, quer para machos quer para fêmeas.

Em casos particulares pode-se realizar a esterilização mais cedo.


A minha gata deve ter uma ninhada antes de ser esterilizada?

Não. A ideia de ser benéfico para a saúde da gata ter pelo menos uma ninhada é um mito completamente errado.


A administração da pílula nas gatas é prejudicial?

Sim. A utilização da pílula acarreta vários efeitos

secundários graves e frequentes nas gatas. A

pílula nunca é uma opção escolhida neste hospital.


A esterilização altera o comportamento ou o desenvolvimento do meu gato?

Não. Os estudos recentes revelam que a esterilização não interfere com o crescimento normal dos gatos nem com o seu comportamento.


A cirurgia

A cirurgia quer do gato quer da gata é muito simples, com uma recuperação muito rápida. A cirurgia deve ser preferencialmente precedida de uma consulta, onde são explicados todos os procedimentos e onde é realizado um “check-up” pré-cirúrgico.


Que cuidados devo ter após a esterilização?

Na altura da alta, que será dada no próprio dia da cirurgia, ser-lhe-á explicado alguns cuidados muito simples que deve ter em casa, bem como a melhor alimentação para esta nova fase.


Se alimenta gatos na rua não se esqueça que a melhor forma de os ajudar é promover a esterilização


Fonte: https://www.hospitaldogato.com

26.12.19

Mastectomia da Tonicha

Hoje foi o dia. 
Dormi mal, só pensava na cirurgia dela. Ela anda tão carente... De manhã, fui deixá-la no Hospital Veterinário. Torcia para não haver muitas urgências para que ela pudesse ser operada logo de manhã. O HVTM é fantástico! É carote, mas temos um atendimento fantástico e sei que tratam bem dos nossos meninos. Nas outras clínicas acredito que também o façam, mas aqui os recursos são outros, há urgências 24 horas por dia e os animais ficam sempre acompanhados. Podemos visitá-los até às 20 horas e telefonar para saber notícias sempre. No meu caso, nem foi preciso porque às 11 da manhã já me estavam a ligar a dar conta do resultado dos exames.  Não havia sinal de doença nos pulmões, as análises ao sangue estavam normais, FIV/FELV negativo, rins a funcionar bem, só tinha tumores de um lado... só tinha os gânglios da axila aumentados e isso é um problema. Iam operar dali a 10 minutos.
À 1 da tarde já me ligavam de novo a dar conta da situação. Tinham tirado tudo, da axila também. Ela até já estava a acordar. Era importante que descansasse muito porque a sutura é muito grande e tem que estar quietinha. Desaconselham visitas por esse mesmo motivo. Ela pode ficar mais agitada com a nossa presença e não queremos problemas com a recuperação dela. Disseram que podia ir ao fim do dia, mas prefiro não ir lá chatear. A vontade é ir vê-la, mas é mais importante que recupere nestas primeiras horas. Quero trazê-la para casa depressa. *** Liguei agora para lá e disseram-me que está a recuperar bem. A cirurgia é muito complexa e até dolorosa e ela está a começar a arrebitar. Vão introduzir-lhe a alimentação e, com Deus a ajudar, amanhã já poderá vir para casa connosco. 

É Natal

Ainda não sei se gosto ou não do Natal. É certo que, desde que a Maria Victória nasceu, tudo é mais mágico e especial. A morte do meu avô, o divórcio dos meus pais e o meu casamento, tudo no período de 4 anos, vieram alterar a ordem estabelecida. Nada mais foi como era. Então, há sempre um sentimento agridoce, muita saudade, sempre alguém a faltar na mesa, apesar de toda a fantasia que faço questão de criar para a minha filha. Acho que hoje em dia, fruto do marketing comercial, começa-se a preparar o Natal muito cedo. Este ano, fiz a árvore e as decorações ainda em Novembro. Ainda me lembro de fazer no dia 1 de Dezembro e o meu marido já me chateava a dizer que era cedo... Tive que ceder à pressão porque agora as lojas já estão decoradas logo depois do Halloween. Cometi um grande erro em relação aos presentes de Natal. Fomos colocando debaixo da árvore, mas a Maria Victória ia começando a ter expectativas diárias. Todos os dias ia ver se havia alguma coisa nova, e o Natal já não é Menino Jesus e Pai Natal, mas sim presentes. Apesar de ter pedido a todos contenção, ela teve imensos presentes e foi uma excitação a abri-los. Não posso impedir que os nossos amigos e familiares lhe dêem presentes, claro. É sinal que gostam dela e de nós, mas foi exagerado, mais uma vez. No próximo ano, os presentes vão ficar escondidos até ao dia 24 de Dezembro e vou fazer uma seleção. Roupa, calçado e acessórios podem ser abertos, mas só vai poder abrir alguns brinquedos e jogos. Os restantes vão sendo dados nas semanas seguintes como forma de recompensa por ser boa menina. De um dia para o outro, tem várias bonecas novas e jogos e nem sabe ao que dar atenção, não dando atenção a nada. 

Para além da falta que várias pessoas me fazem, ainda tenho que lidar com este exagero de presentes que dá às nossas crianças a falsa sensação de que podem ter tudo. Isto não é Natal! Isto não pode ser o Natal! Recebi em minha casa 14 pessoas, foi uma ceia muito bonita e agradável e adorei partilhar a mesa com gente de quem eu gosto e que gosta de mim. Mesmo faltando gente, é esse Natal que quero recordar. Assim como a partilha de uma refeição maravilhosa no dia de Natal na casa dos nossos tios no Douro. É isto que me sabe bem... não são os presentes. Não sou hipócrita, gosto de receber presentes, gosto de saber que alguém pensou em mim. Não gosto do stress associado às compras dos presentes de Natal, da falta de tempo para isso, da falta de dinheiro e da obrigação em comprar. Isso não é Natal!

Amanhã entrego a minha gatinha aos cuidados dos profissionais do Hospital Veterinário para ser operada a um tumor mamário. Só consigo pensar nela, como vai estar assustada e como me faz falta... É clichê, não é? Mas o melhor que podemos desejar uns aos outros é mesmo saúde... https://drive.google.com/uc?export=view&id=1BKSq3_6ekOqNcjijCe1uxXGkoHpXxyXShttps://drive.google.com/uc?export=view&id=1Yrr5SbmljI00wSdDHqN0LNgGoXKvOEQw

23.12.19

Ganhar uns trocos extra. Por que não?

Já imaginaram irem a uma loja e serem pagos por darem a vossa opinião sobre o serviço? Pois é, há empresas que pagam pela nossa opinião isenta em diferentes sectores, até online. É muito rápido, muito fácil e uns trocos extra dão sempre jeito. Podem confiar totalmente porque já conheço esta empresa há 12 anos e faço parte da equipa. Já agora, vejam lá se me encontram neste grupo de pessoas. 
Há imensas tarefas disponíveis em todo o mundo, incluindo aeroportos. 
Quem se quiser inscrever, basta ir aqui ou descarreguem a App Simply Tasks. É muito interessante.
https://drive.google.com/uc?export=view&id=1QBkioAusLOxRn5-v8CcTuySnFbcawhJy

22.12.19

De volta aos blogues

Comecei a escrever blogs em 2010, o Facebook ajudou imenso ao arranque do segundo blogue e o Instagram anulou completamente os anteriores. Aquilo que eu sempre gostei de fazer, escrever, ficou completamente anulado. O apelo da imagem bonita, com filtros incríveis, o texto rápido, curto... sei lá, ninguém tem tempo para mais nada. Vamos ao Instagram e temos tudo lá. Até já temos imensa publicidade, likes pagos, seguidores pagos, é tudo (ou quase tudo) falso. No meio dessa artificialidade toda, penso se é esse legado que quero deixar à minha filha. Eu continuo a gostar do Instagram, do Facebook cada vez menos, e resolvi regressar ao início. Prefiro recolher-me e escrever, a olhar para vidas falsas e ficar a reclamar da minha. Por isso, de vez em quando, lá coloco uma fotozinha para animar a família, mas quem me quiser encontrar vai ser mesmo aqui. Sejam bem-vindos!

Ajudar sempre!

No final de setembro, estava eu a regressar de viagem do Algarve, recebo uma mensagem de uma amiga e colega de trabalho a pedir ajuda para rever um e-mail em espanhol. O e-mail era de uma amiga para um hospital espanhol e pediam informação sobre uma cirurgia a laser para tratar tumores cerebrais. O seu filho tinha sido diagnosticado com tumor no sistema nervoso central e era bastante severo. Havia também a possibilidade de um medicamento nos Estados Unidos, mas veio a informação que ainda não estava aprovado para humanos. Restava que algum hospital ou clínica o aceitassem para algum ensaio clínico. Tenho uma grande amiga que tem um laboratório no Instituto Einstein, em Nova Iorque, e pus a mãe do menino e a Renata em contacto. Logo a seguir, percebemos que ali não estava a resposta. A última esperança residia num tratamento na Alemanha. Precisávamos de traduzir os relatórios clínicos para Inglês com urgência. Tanto eu como a minha colega que me contactou com inicialmente somos tradutoras, mas aqueles textos eram quase ininteligíveis para pessoal não médico. Era impossível conseguirmos traduzir aquilo. Dado que conheço muitos médicos, pedi ajuda no Facebook para que alguém me ajudasse com a tradução. Responderam-me 2 pessoas. 2 pessoas, apenas. Fiquei desiludida, mas tive a ajuda que precisávamos. A pessoa que me responde nos 10 minutos seguintes à minha publicação foi a Paula. A Paula foi minha colega no ciclo e acho que já não a vejo pessoalmente há mais de 20 anos. Éramos muito próximas naquela altura, mas fomos para escolas diferentes e o afastamento foi natural. O Facebook tornou-nos novamente amigas, mas com pouca interação. A ajuda da Paula foi preciosa. Ela própria teve dificuldade em traduzir algumas partes e pediu ajuda a um colega que trabalhava no IPO.  A tradução foi feita, mas o menino já não foi para a Alemanha. No fim de Novembro, a céu ganhou mais uma estrela. Os pais, família e amigos perderam um ser especial que ainda estava no início da sua vida - tinha 13 anos. A nossa contribuição foi tão mínima, mas acho que ajudámos os pais a tentar tudo o que estava ao seu alcance. Disso não se podem lamentar. A Paulinha que eu conheci com 10 anos tornou-se numa médica fantástica. Daquelas que não deixam de ser médicas só porque não estão no gabinete. Daquelas que se preocupam em ajudar, seja lá de que forma for. Quando soube da partida do menino, quis deixar uma palavra de gratidão à Paula. E ela presenteia-me com uma história que eu não conhecia. Pelos vistos, no 5.º ano, num teste, eu disse-lhe como se escrevia T-shirt. Ela nunca esqueceu e achou que me devia uma. Que ajudaria sempre, mas que estava em dívida para comigo. 30 anos depois pagou a sua dívida. Uma dívida que eu nunca cobraria porque nem sabia que tinha sido tão importante para a Paula. A vida é cheia de surpresas. Eu não conheço os pais do menino, mas penso neles muitas vezes. Acredito que este Natal seja bem mais triste, acredito que a vida deles e dos irmãos mudou para sempre. Gosto de pensar no privilégio que temos por partilharmos a nossa vida com outras pessoas, em vez de nos focarmos em como é difícil viver sem elas. Cada dia é especial e todos os dias podemos fazer algo de especial por alguém. Nunca saberemos a importância que terá para essa pessoa. 


(Ainda devo uma palavrinha de agradecimento à minha amiga Renata. Acho que não a quis incomodar na sua bolha de amor - tem 3 filhotes maravilhosos (uma delas bebé) e acho que não precisava de saber que o menino não tinha sobrevivido)
https://drive.google.com/uc?export=view&id=1HJtdIXTPdHKnjGQPBwOoUOkMfSaML2Aa

Tumor mamário da minha gatinha

Há dois dias, descobri um quisto enorme na barriga da minha gatinha. Parecia uma bola de golfe. Nem queria acreditar e não quis tocar mais. Como era possível não ter reparado antes? Esta gatinha segue-me para todo o lado, vem para o meu colo. De facto, ultimamente só lhe fazia festinhas na cabeça e por cima, já que estava quase sempre deitada sobre mim... Não consegui dormir bem, não consegui comer quase nada, fui várias vezes à casa de banho porque, quando fico muito ansiosa, o meu intestino fica logo afectado. Ontem, logo de manhã cedo, marquei consulta no hospital veterinário. O temporal que tinha que estar hoje! Rai’s parta a tempestade Elsa! Coloquei uma mantinha quentinha na transportadora e lá fomos nós. O prognóstico não é bom! É um tumor mamário e muito provavelmente maligno. Eu já sentia que não era bom. A cirurgia já está marcada para dia 26 de Dezembro. Preveem-se 2 dias de internamento e só quero que passe depressa. A minha bichinha, tal como o seu irmão, têm quase 10 anos. A idade já se torna num problema. Não era suposto uma gatinha esterilizado ter este tipo de problemas porque nunca tomou a pílula. Mas foi esterilizada aos 8 anos e já foi um pouco tarde. Não lhe queria causar sofrimento com as cirurgias e olha... esse adiamento talvez lhe tenha causado este problema. Antes da cirurgia, vão fazer vários exames. Vão ver se os rins funcionam bem e se aguentam a cirurgia, os exames de sangue normais e também um exame aos pulmões para ver se o cancro não está metastizado. Se já estiver, provavelmente não operam. A operar, vão tirar todo o tecido do lado da maminha afectada. Caso haja do outro lado, só cerca de dois meses depois é que podem operar. É muito tecido cortado para se poder fazer tudo de uma só vez. A gatinha está normal, não me parece ter dores, só acho que se refugia mais para estar sozinha. No entanto, continua a querer o meu colo, gosta de andar sempre atrás de mim, gosta de ir até ao nosso jardim comer um pouquinho de erva. Não quero perder esta menina, faz-me tanta falta. Também não quero que sofra nada, não a quero assustada. Só quero que isto passe rápido e que ela possa descansar sossegada no meu colo, livre da doença. 
https://drive.google.com/uc?export=view&id=1dtemRg6RJd3AqrEIzUZTyA37nLkTDX8D

18.12.19

Festa de Natal da Escola 2019

Hoje foi dia de festa da escola. Foi um evento organizado muito em cima do joelho, mas acho que os meninos se divertiram, que é o que importa. 
Durante a manhã, uma empresa foi fazer animação na escola, mas não houve nada de especial para além das habituais pinturas faciais e balões. À tarde, houve umas apresentações das crianças, preparadas muito em cima da hora e um lanche. É uma pena que os (alguns) professores de hoje não esteja motivados para explorarem o melhor das nossas crianças. Andam saturados, cumprem um horário e acabou o dia de trabalho. É uma pena... Este é o último ano da minha filha no Jardim de Infância. Hoje notei uma evolução enorme desde a primeira actuação dela. Caso nunca tivesse sido exposta a um público, nunca teria tido a possibilidade de evoluir, de se melhorar. Quando eu era miúda, não havia muito o hábito de fazermos apresentações. Creio que só fiz duas e a cantar em grupo. Apenas na escola francesa fazíamos dramatizações a sério. Hoje, sou tímida, não gosto de falar em público. Gostava também que houvesse mais interesse dos país nas actividades da escola. É uma pobreza generalizada. Uns não querem saber porque vão trabalhar, outros não querem saber porque aquilo é apenas o seu trabalho. E quem perde são sempre os mesmos - as crianças. Como representante dos pais e encarregados de educação do meu Jardim de infância, fui eu que me encarreguei de comprar os presentes de Natal oferecidos pela Junta de Freguesia. Avisei logo que iria comprar livros. Houve logo pais que se queixaram que era melhor um carrinho ou bonecas. A sério? Aposto que têm tralha dessa a sobrar em casa e ainda querem mais bonecada? Outro disse que já tinha livros em casa. Ainda bem. E acrescentei que livros nunca são demais. Se já tem muitos e a criança já se cansou deles, pode sempre oferecer a uma instituição. Chegámos a casa, depois da festa, e separei alguns brinquedos para dar. Amanhã, vou separar mais porque a minha filha disse quer eram poucos. É boazinha, mas hoje também fez algo que me deixou triste. Falarei sobre isso amanhã. Hoje acabo o dia cansada. Acabo o dia com a sensação de que também eu tenho muito a fazer pelo que me rodeia e que tenho que me focar no que é realmente importante. Estamos na quadra perfeita para a reflexão. E que haja depois alguma ação também. 

14.12.19

Pitos de Santa Luzia

Santa Luzia foi uma menina nascida em Siracusa (283? – 304), filha de uma família nobre e abastada. O seu pai morreu cedo e foi educada pela mãe nos princípios da igreja católica, muito perseguida, ainda, naquele tempo. Quando a sua mãe foi acometida por uma doença grave, fez uma viagem com ela a Catânia, onde se venerava a Mártir Águeda, para pedir a sua intercessão. Durante o sono, Santa Luzia teve uma visão de Santa Águeda que a informou que a sua mãe se encontrava curada por força da sua fé. De regresso a casa, Santa Luzia pede à sua mãe que não a obrigue a casar e que se iria manter virgem, e dedicar à vida da Igreja Católica. Por vingança, o jovem a que estava prometida em casamento decide denunciá-la às autoridades por ter faltado à palavra para o casamento, e por ser cristã. Receosa por esta denúncia, e possíveis consequências, Santa Luzia decide distribuir a sua riqueza pelos pobres. Na altura, o Imperador de Roma era Diocleciano. Foi levada a tribunal e confessou a sua fé. A primeira sentença remete-a para um prostíbulo para garantir a perda da sua virgindade. Certo é que tal não aconteceu porque forças extraordinárias impediam que ela se movesse. De volta à prisão, são-lhe retirados os olhos com punhais. Para espanto de todos, no dia seguinte, os olhos estavam no seu local no corpo de Santa Luzia. O governador, furioso, ordenou que ela fosse regada com resinas inflamáveis e lhe ateassem fogo. Quando as chamas desapareceram, o seu corpo encontrava-se sem qualquer queimadura.

A fúria contra ela continuou e, num golpe final, é-lhe cortado o pescoço e desfalece. Há várias versões sobre estes episódios mas o que mais parece ter impressionado naquela época é o terem-lhe extraído os olhos. Por isso, na iconografia de Santa Luzia, esta surge sempre numa das mãos com um prato ou uma almofada com os dois olhos. Na outra mão, habitualmente uma palma. Assim Santa Luzia transformou-se na protetora dos olhos, da visão, e das suas doenças. Os seus restos mortais, relíquias, estiveram em Siracusa, foram para Constantinopla e fixaram-se em Veneza onde ainda hoje se podem venerar. O Cardeal Angelo Giuseppe Roncalli, depois Papa João XXIII, tendo sido Cardeal e Patriarca de Veneza, tinha por hábito recolher-se junto destas relíquias.

Quis o destino que uma moça de nome Maria Ermelinda Correia, século XIX?, natural de Vila Nova, fosse trabalhar para o Convento de Santa Clara, em Vila Real, em Trás-os-Montes. Acabaria por tomar o hábito daquela Casa depois de um noviciado atribulado a servir entre a cozinha e o atendimento a doentes que se acolhiam na área hospitalar do convento. Maria Ermelinda tinha um prazer, pecado, assumido que era a sua gulodice. O convento seria uma forma disciplinar de expiar esse prazer não aceite para quem iria assumir uma dedicação monástica. Conhecida que era essa vontade devoradora por doces, rapidamente foi proibida desse consumo e passou a ser vigiada, mesmo trabalhando na cozinha onde os produtos pareciam facilitadores. Habituada que estava já à vida do convento, começou a dedicar devoção a Santa Luzia, “orago dos cegos e padroeira das coisas da vista”, segundo Juvenal Cardápio. Nunca se soube da verdadeira razão da devoção a Santa Luzia. Ou pelo facto da Madre Abadessa sofrer de visão ou se por essa razão se ter lembrado da inspiração para a criação dos famosos “pitos” batizados de Santa Luzia.

Consta que Maria Ermelinda, e possivelmente inspirada no famoso Milagre das Rosas, invocando Santa Luzia, se lembrou de preparar os ditos doces associados a curas ou tratamentos para os olhos, habitualmente umas compressas com papas de linhaça. Estas compressas consistiam num quadrado de pano cru e, no centro, colocavam-se papas de linhaça. Para que este creme não vertesse dobravam-se as pontas de forma a obter um quadrado mais pequeno. Então, com esta inspiração vai rapidamente para a cozinha, sendo certo que tinha acesso a poucas mercadorias e não poderia dar nas vistas. Assim começa por preparar uma massa com farinha e água, bem amassada. Depois de estendida, corta-a em quadrados. De seguida prepara, num tacho, uma compota de abóbora, com aparas desta que tinham sobrado na cozinha e com apenas a sua ração de açúcar. Deixa reduzir e fica um creme espesso. Sobre os quadrados de massa coloca um pouco do doce e dobra as pontas exatamente como faria às compressas. O pano cru era a massa, as papas de linhaça o doce de abóbora. Depois vão ao forno e ficam uns quadrados como podem ver na foto. No caminho da cozinha para a sua cela, cruzou-se com a Madre Abadessa que lhe perguntou o que ela transportava e a noviça Maria Ermelinda terá respondido que eram papos de linhaça que no dia seguinte viriam para os tratamentos. Parece que continuou a fazer estes doces em pequenas quantidades, para satisfação da sua gulodice, mesmo depois de ter professado e se ter transformado na Irmã Imaculada de Jesus.

Começou, então, uma tradição em que as raparigas oferecem o “pito” aos rapazes no dia 13 de Dezembro, dia de Santa Luzia, na esperança de receberem a “gancha”, no dia de São Brás. Eu, como faço todos os anos, comprei os pitos para o meu marido. Aguardo a minha gancha de São Brás no dia 3 de Fevereiro.

 

Ipsis verbis

Ontem, a propósito de um episódio dos TOPS, eu conversava com a minha filha sobre a adopção. Neste caso, uma Flamingo tinha adoptado uma gatinha. Para criar uma família é só preciso AMOR. Entretanto, também lhe disse que eu e ela não éramos muito parecidas, no entanto tínhamos o coração igual. Ao que ela responde: “Mamã, o meu coração é um pouco diferente! É mais pequenino e tem purpurinas!” 🙈🙈😂😂

https://drive.google.com/uc?export=view&id=1tZm_Yja3FF4s5leFgXRhwvBy3Ut-mEsD

13.12.19

Amigas de 5 anos

Hoje os miúdos do Jardim de Infância foram ao cinema ver o filme da Ovelha Choné. É grande acontecimento para a criançada. Vão todos juntos, a animação é outra. Pelos vistos, a minha filha e as amigas tinham combinado ir de vestido. Têm 5 anos e já se comportam como adolescentes. Foi um filme cá em casa. Hoje, o dia esteve diluviano e ela fez tanta questão de ir de perna ao léu que lá arranjei maneira de ir composta, quente e preparada para a chuva. Aqui em Trás-os-Montes a coisa é complicada. Chegada à escola, vai logo ter com as amigas e a Eva mostra-lhe o seu vestido. A minha tira o casaco e exibe o seu. A Francisca, surpreendida e desiludida, pergunta à minha filha por que não trouxe as calças aos quadrados. E ela não percebeu nada porque, afinal, tinham combinado usar vestido. A avó da Francisca entretanto esclareceu-me. Na casa dela também tinha sido complicado negociar calças com a menina, tendo em conta a intempérie. Então, resolveram dizer que as mães tinham combinado que as meninas levariam as calças aos quadrados. A Francisca aceitou, claro. Quem nunca mentiu aos filhos para conseguir fazer alguma coisa absolutamente razoável? Só tive pena de não ter tido a mesma ideia. 
https://drive.google.com/uc?export=view&id=1YsRFKlrsMGZDpKfOFX41lcDEThEd_JUD

12.12.19

Guarda-chuvas

Adoro guarda-chuvas na perspectiva do observador e não do utilizador. Gosto, compro e não uso. Não são práticos, é mais uma coisa para levar na mão a juntar à mala, a outros sacos e, agora, à criança. Por isso, sempre fui adepta da corrida e dos capuzes. Mas agora coincide que tenho vários casacos sem capuz e faz com que tenha de correr mais. Mas, como quase sempre tenho a criança comigo a corrida já não é tão imediata quando saio do carro. Tenho que sair, fechar a minha porta, contornar o carro, abrir a porta da criança, tentar tirá-la rapidamente (que nunca acontece), fechar porta e, então sim, correr. Perante isto, prefiro sair calmamente do carro, ocupar a mão com o guarda-chuva e não me molhar. O cerne da questão é quando regressamos ao carro. O guarda-chuva da criança fica no chão do banco dela (também é pequeno) e eu faço uma ginástica do caraças para, no final, me molhar toda na mesma. Abro a minha porta, enquanto entro no carro começo a fechar o dito cujo e depois fico sem saber onde o colocar. Molho-me toda na mesma. E ao carro. Colocar no lado do passageiro molha-me as pernas ao passar por cima de mim, deixar entre a minha porta e a minha perna esquerda molha-me a perna também. Para mim, a solução é continuar a não usar guarda-chuva. Molho-me menos!https://drive.google.com/uc?export=view&id=1kVP2K8ScThKJRLlNt8XlQEBOaUi9pCLs
Foto: Pinterest 

11.12.19

Verniz gel - dilemas de uma Mulher

Desde Setembro que não pinto as unhas com o tal gelinho ou verniz gel. Sentia que andava completamente escravizada pela ditadura das unhas. Não que me incomodassem as unhas arranjadas, pelo contrário. Mas era aquela coisa de ter que marcar, se deixava passar uns dias ficava com aquele aspecto horrível de unha a crescer por baixo. Cansei- me daquilo tudo. Durante o verão, não estava sempre por casa então ficava ainda mais complicado de arranjar tempo e disponibilidade da manicura para ir. Simplesmente arranquei aquele verniz todo sozinha. Com os dentes mesmo. As unhas ficaram uma merda  e cobri com um verniz da minha mãe. Eu já nem equipamento tinha em casa. Não tinha vernizes, limas ou mesmo removedor de verniz... Entretanto, falaram-me de um verniz semelhante ao verniz gel, mas para fazer em casa sem a luz UV. É um verniz normal e finaliza com outro que faz endurecer. Remove-se com removedor de verniz normal.
Promete ser milagroso, mas na verdade é muito semelhante aos normais. Também se estraga tudo se não estiver bem seco. Bom, comprei esses dois vernizes e tenho andado estes últimos meses a alternar entre unhas sem nada e com isto. As unhas ficaram fraquíssimas porque estão mais expostas do que com o verniz gel. Basta-me tomar banho para haver mais permeabilidade e lá se vai uma lasca de unha. Não é de verniz, é mesmo de unha. Estou farta de ter de pintar eu as unhas ou de andar sem verniz. Gosto de ver uma mão bem cuidada. Não propriamente aqueles trabalhos elaboradíssimos que fazem nas unhas. Artisticamente tem o seu valor, esteticamente é muito mau. Desculpem a quem usa, mas eu não gosto. Gosto de uma unha não muito comprida e nada de bonecada. Portanto, amanhã retomo a rotina. Consulta (pode dizer-se consulta para manicure?) marcada e deverei alinhar por uma das minhas cores de sempre: preto, bege leitoso ou vermelho... logo se vê. 

Duas?

A minha cara de parva quando abri a caixinha da ZARA e vejo que encomendei 2 unidades da mesma camisola. Não, não de vê a cara de parva, mas estava lá. Não havia problema algum porque podia ter trocado, aliás até troquei outra peça. Mas resolvi perguntar à minha querida afilhada se gostava dela e vou oferecer-lha. Só achei piada porque estava a fazer um unboxing e fui surpreendida pelo que eu própria disse. 


10.12.19

Quem lê blogs?

Eu adoro ler e adoro escrever. Gostava era que houvesse um software que me lesse a mente e transcrevesse tudo o que eu penso durante o dia. Muitas vezes, escrevo mentalmente longos textos, bem elaborados. Outras vezes, são diálogos com amigos ou família e, quando estou com eles, nem me lembro de falar nesses assuntos. Sinto que já tivesse falado sobre isso, não é mesmo? Isto pode parecer um pouco esquizofrénico, mas eu passo o dia sozinha. Fui sempre filha única, logo estou habituada a estar sozinha. Não gosto de estar sozinha, tenho que me acompanhar de alguma forma. Para escrever, mais do que para pensar, preciso de ter outra disponibilidade. Trabalho no computador e no telemóvel, que é onde escrevo também. Surge sempre alguma coisa para fazer. Já para pensar, basta-me estar lá. Felizmente para mim, consigo pensar enquanto trabalho e faço as mais 1001 tarefas que, enquanto mulher que sou, consigo fazer simultaneamente. Pronto, e isto tudo para dizer que estou sempre com vontade de escrever e vou esforçar-me por fazê-lo de novo. Comecei a “blogar” em 2010 e cada vez mais quero fazer o que gosto. Este esforço não é por nada mais do que esforçar-me por fazer o que gosto. Acho que todos merecemos fazer isso por nós. Para além disto tudo, gosto particularmente de já pouca gente ler blogues. Eu própria já não leio blogues e procuro aquela informação instantânea instagramática. Não há tempo para mais. Então, como já ninguém lê blogues, isso serve para mim como motivação adicional. O meu segundo blogue teve algum sucesso, as pessoas à minha volta sabiam que eu escrevia, o que eu escrevia e isso condiciona-me sempre. Assim, é como se recuperasse algum anonimato e autenticidade. 
Já agora, vamos ver se ainda se leem blogues? Quem me está a ler neste momento?


27.10.19

Pausa na doença

Desde ontem que não me estava a sentir muito bem. Dores de cabeça, nariz muito congestionado, espirros... pronto, era uma constipação. Aproveitei que era domingo e fiquei sossegadinha em casa, a descansar. O pai e a filha foram almoçar aos avós. Mediquei-me, trabalhei um pouco e até dormitei no sofá. Apetecia-me mesmo abraçar aquela constipação e satisfazer aquela necessidade de descanso e de algum mimo para mim.
A meio da tarde, regressam a casa e a minha filhinha vinha com 40° de febre. Mediquei-a de imediato, ficou sossegadinha a ver televisão e a febre foi cedendo. Agora dorme e a febre já está nos 37°. Durante aquelas horas não pude estar doente. O foco foi direcionado totalmente para ela. Na verdade, nem me lembrei que estava doente, tal era a preocupação com ela. Eu, que detesto tomar medicação, reforcei-a depois de jantar para poder estar em forma para cuidar da minha filhos.  As mães não podem ficar doentes. Simplesmente, não podem.
Vou esperar que a noite seja boazinha para nós as duas e que nos permita descansar um pouco.

13.9.19

Os pais e a escola

Ao longo desta semana, vimos muitas fotos do primeiro dia de escola de muitas crianças. Até aí tudo bem. Também já o fiz. Duas vezes. E suspeito que na próxima segunda-feira também o irei fazer. A maior parte de nós fica incrédula ao ver os seus bebés a ir para a escola. Não conseguimos explicar como o tempo passou tão depressa. E depois fotografamos tudo na tentativa de compreender o fenómeno.

Depois, ponho-me a pensar quando eu própria fui para a escola. Na escola primária, confesso que não me lembro porque praticamente nasci lá. Acompanhava a minha mãe, que era professora, e comecei mesmo o 1.º ano com 5 anos, por isso não me lembro desse primeiro dia porque foi mais um igual aos outros. No entanto, não consigo esquecer o 1.º dia no ciclo preparatório. O meu pai deixou-me à porta e só me consigo lembrar da multidão de crianças que já lá estava. Não conhecia praticamente ninguém e lá fui eu, sozinha, à procura da minha sala. Ninguém me acompanhou, ninguém me tirou uma foto e, se alguém ficou angustiado com a minha ida para o ciclo, não o manifestou. 

Os tempos estão mesmo diferentes. Não sei se estão melhores ou piores, mas sei que agora sofremos muito com estas separações, manifestamos muito essa ansiedade e acho que os miúdos topam isso. Certamente vão associar essa ansiedade a uma coisa má. 

Hoje, a minha filha perguntou-me se eu achava que ela estava ansiosa pelo regresso à escola. Não percebi a pergunta e devolvi-lha. Não me soube responder. De certeza que ouviu qualquer coisa neste sentido na televisão e ficou a pensar nisto. Não, não estou nada ansiosa pelo regresso às aulas. Aliás, estou ansiosa, sim, porque 3 meses sem aulas foi de enlouquecer. Isto de não haver horários ou rotinas é muito bom de vez em quando, depois já satura. Como manter uma criança de 5 anos ocupada e entretida durante tanto tempo? É que eu trabalho em casa, há coisas para fazer. Chego ao fim do verão estafada! Vem lá daí, escola, que eu estou a precisar de ti.
https://drive.google.com/uc?export=view&id=1zczcn-N5YDWuh2E_l1oO7iq0Cgp1tsPO

Foto: Pinterest

9.9.19

6 anos de blog

6 anos passaram desde que fiz o meu teste de gravidez positivo. 

Nesse mesmo dia, comecei um blogue porque precisava tanto de escrever sobre o que sentia. Apesar de ser uma gravidez planeada e desejada, foi assustador. Como compreender isto?

Descrevi neste blogue cada dúvida, cada medo, cada etapa desta viagem. Hoje não tenho assim tanto para dizer, mas acho que é uma leitura interessante para mães de primeira viagem. E uma memória muito linda para a minha amada filha.https://drive.google.com/uc?export=view&id=1hgzX9qezGaJK7XkHhzWtG87ecIC_uxV2https://drive.google.com/uc?export=view&id=1xmNNNyMuyjkVem6R1eQMQQcXvESrdCIH

20.8.19

Não

As pessoas não gostam que lhes digamos que não. Sobretudo se passámos muito tempo a dizer-lhes que sim.

Ela eclipsou-se da sua vida porque não lhe deu umas calças. Sim, tinha-lhe prometido umas calças e depois não lhas pôde dar. Pecado capital. Não a perdoou e nunca mais lhe falou. Durante tanto tempo deu-lhe tanto, tantas coisas, atenção, amizade e tempo e quando lhe negou a merda de umas calças ficou tão ofendida...Também recebeu, é certo, mas nunca na mesma proporção. Nem ela estava a medir o que dava e o que recebia e só se apercebeu da desproporção quando um dia, finalmente, disse que não. Sentiu-lhe a falta (ainda a sente) porque gostava dela. Todos aqueles sins não serviram de nada, mas bastou um não para a conhecer a sério. 

E enquanto aprendeu a dizer não, aprendeu mais um pouco sobre si também. Aprendeu que as pessoas não gostam de nós como somos. As pessoas gostam de nós como elas querem que sejamos. Resumindo: nunca gostaram. https://drive.google.com/uc?export=view&id=1jHtyKGHN2-v3AsRsYvD6HrO9I7bSfSHt

17.8.19

Uma mãe

Ela apressa-se a acabar de passar as camisas dele. Ainda tem a sopa para fazer e o jantar para preparar. Está cansada porque de noite o miúdo não dormiu com a febre e as dores de uma otite. De manhã, lá foi trabalhar como de costume e deixou-o aos cuidados da avó. Queria deitar-se 5 minutos, mas não pode mesmo perder tempo. Quando ele chegar a casa, vai querer ter o jantar pronto, caso contrário vai enchê-la de preguiçosa. Chegou e já começou a reclamar do cheiro a comida em casa. O exaustor estava ligado, mas fica sempre algum cheiro. Apressou-se a pedir desculpa, mas nem assim ele ficou mais bem disposto. O miúdo lá continua a brincar sozinho, o pai só lhe deu um beijo e logo se foi refastelar no sofá. Enquanto ela põe a mesa e termina o jantar, ele vai ao Facebook ver as novidades. Like aqui, like ali, ela ouve o som e nada diz. Vão para a mesa, mas o miúdo não quer comer, talvez efeitos da otite. A culpa é da mãe, claro, que não o sabe educar e já fica irritado o jantar todo. Sai da mesa e vai de novo para o sofá. Mais uma vez, ela apressa-se a arrumar tudo para ainda dar banho ao miúdo e metê-lo na cama. Se ao menos tivesse ajuda... Ele, no sofá, ri-se de alguma publicação qualquer e continua a fazer likes. São 9 da noite e ela finalmente deita-se com miúdo. Está tão cansada... Quando ele adormece, vai para a sua cama e, para descomprimir, vai até às suas redes sociais. É lá que vê os likes dele nas fotos de miúdas que ela não conhece, os comentários bem-dispostos e os planos com os amigos para o fim-de-semana. https://drive.google.com/uc?export=view&id=1GWHe21HKuGJouaiyDEnwz3M8PMM7pRAZ

28.5.19

Pesadelo

Esta noite a minha filha não queria ir dormir.
Ontem apareceu-nos na cama por volta das 4:30 da manhã. Disse-me que tinha tido um pesadelo e não conseguia dormir. Levei-a para a cama dela e dormi lá com ela porque o meu marido acorda muito cedo e não iria dormir confortavelmente com ela lá.
De manhã, voltou a falar no pesadelo. Pedi-lhe várias vezes que me contasse o que sonhou e recusou sempre. Expliquei que era apenas um sonho, mas ela disse que eu não iria querer saber. Até fiquei com receio...  Quando veio almoçar, disse que não tinha parado de pensar no pesadelo e voltou a esquivar-se. Só quando saiu da escola à tarde, e com mais tempo, lá me contou o que tinha sonhado.
A nossa gatinha,  a Tonicha, tinha comido a cauda da Barbie Sereia e tinha morrido. E o nosso gatinho, o Joaquim, viu a sua companheira morrer.
A miúda andou aflita o dia todo, não me queria contar para me poupar o sofrimento e não queria dormir para que o pesadelo não a visitasse de novo. Tentei que não ficasse muito angustiada e já dorme, mas eu também fico assim perturbada com os sonhos/pesadelos. Às vezes são tão vívidos que parece que ficam gravados na memória, como se de uma verdadeira experiência se tratasse.
Espero que hoje durma melhor e que sonhe com unicórnios a brincar num prado verdejante.


27.5.19

Favoritos | Champô seco

Tenho o cabelo muito comprido, seco nas pontas e oleoso na raiz. Ora, quem tem o cabelo como o meu certamente saberá que, quando as pontas estão mais brilhantes e sedosas, já a raiz está toda lambida e com um aspecto nojento.
Não prescindo do champô seco para tirar um pouco da oleosidade e dar um ar mais limpo ao cabelo. Não acho que substitua a lavagem do cabelo, porque se o cabelo estiver mesmo muito oleoso pode até ficar muito pastoso e também não queremos isto. Acho ideal para ter na mala e aplicar ao fim do dia ou entre lavagens...
A aplicação é muito simples. Aplicar o spray no cabelo, aguardar uns minutos e passar a escova. E, já está! Eu uso esta marca no momento, mas já usei outras e funcionam bem na mesma.


24.5.19

The act

Série excelente! Tão boa que até tinha receio da hora de a ver.
Aqui conta-se a história de uma mãe que dizia que a sua filha tinha leucemia, asma, distrofia muscular, idade mental de 7 anos, forçava-a a usar um tubo de alimentação e a mover-se em cadeira de rodas, entre outras coisas... era tudo mentira. Um caso clássico de síndrome de Munchausen que teve como desfecho o assassinato da mãe pela filha e pelo namorado desta (que conheceu online).
Não pensem que estou a contar-vos o final. A história é bastante conhecida e o crime aconteceu há apenas 4 anos, no entanto, ver a representação do que provavelmente se passou (apesar de também ser um pouco ficcionado) é estranho. Daí eu dizer que era sinistra a hora de ver a série. Queria ver, mas ver deixava-me mal disposta. Como é que uma mãe que gosta da sua filha lhe pode infligir tanto sofrimento desnecessário?
É uma série de apenas 8 episódios e com uma interpretação absolutamente espectacular da Patricia Arquette e da Joey King. Transformação física impressionante e representação notável.  Também gostei de matar saudades da Chloé Sévigny. Não deixem de ver!
Há também o documentário da HBO, Mommy Dead and Dearest, que vale a pena ver também.






21.5.19

O primeiro antibiótico

Com a necessidade crescente de colocar os filhos em infantários e creches cada vez mais cedo, muitos pais já estão, infelizmente, habituados a ter os filhos doentes. Não foi o nosso caso, graças a Deus. Nem gosto de falar muito nisto porque tenho medo que algo aconteça, mas a minha filha tem sido muito saudável. Tomar o primeiro antibiótico aos 5 anos é, nos dias de hoje, coisa rara. Em bebé só teve as viroses comuns, não teve problemas com dentes, não teve más reações a vacinas. O que tinha era fácil e brevemente resolvido com Ben-U-ron. Mas sempre tive consciência do quão abençoados somos. Isto é que é a verdadeira riqueza e privilégio: ter filhos saudáveis. 
Esta última madrugada disse-me que lhe doía o ouvido por dentro. A minha mãe que me viu ter várias otites em pequena, sempre me pedia para ver se lhe doíam os ouvidos. Aliás, eu lembro-me de algumas otites e do que doíam. À 1 da manhã, dei-lhe Nurofen para ver se aliviava. Aliviou mas não passou. Apliquei calor na zona. Não dormimos nada. Às 7, repeti a dose. E às 13. Aqui já tinha febre e não havia dúvidas de que era para visitar o pediatra. Eu não sou de entrar logo em pânico. Já percebi que os médicos também gostam de aguardar para poderem fazer um diagnóstico mais preciso e eu resolvi aguardar, controlando a dor e a febre. Claro que já não foi possível esperar as 8 horas de intervalo e foi mais cedo mesmo. Não aguentava vê-la em sofrimento.
Quando foi à pediatra já estava novamente com febre. Confirmou-se a otite, tomou mais Ben-U-ron e veio para casa com o primeiro antibiótico da sua vida. Não está habituada a tomar remédios e eu não estou habituada a dar-lhos. Não gosta dos sabores. E estas são as nossas preocupações. E há pais que...  nem quero pensar nisso. As crianças não deviam sofrer e os seus pais não deviam vê-los sofrer.
Enquanto aguardávamos pela pediatra, com dores e febre, mas sempre bem-disposta.


15.5.19

O teu filho porta-se pior contigo?

Não sei se passa o mesmo com os vossos filhos, mas a minha filha na minha presença é terrível. 
Vou buscá-la à escola todos os dias e arranja sempremaneira de me chatear. Quando a deixo nos avós é igual. Está muito bem e, quando chego, faz birra por isto ou por aquilo. Habitualmente, por nenhum motivo especial, mas desencadeia-se uma série de acontecimentos que me faz sentir muito desconfortável. Então, estava bem e eu chego e faz este circo? O mesmo se passa quando a levo comigo a algum lugar. Nunca a levava comigo ao cabeleireiro. Achava que era muito tempo para ela se manter sossegada e era natural que se aborrecesse. Mas a minha sogra já a tinha levado algumas vezes e era só elogios ao seu comportamento. Garantiu-me que podia levá-la porque ela ficava à espera, conversava, e passava-se bem o tempo. Levei-a. Foi um terror! Eu a lavar o cabelo e era vê-la a trepar por cima de tudo, qual macaco, a abrir tudo e a mexer em tudo. E eu que não podia sair dali, a gritar repetidamente para estar quieta. Que vergonha! Parecia que a miúda não tinha educação!
Aos que se revêem nesta descrição, fiquem descansados. Andei a ler uns artigos e, afinal, não estamos a ser más mães. Estamos a ser óptimas mães! 
Os miúdos confiam completamente nos pais, por isso sentem-se à vontade para serem eles próprios, de todas as maneiras possíveis. E esta confiança não se estende a todos os adultos porque o nível de intimidade com os pais é muitíssimo superior. 
Ora, quando a criança está com outras pessoas, a tendência é comportar-se melhor porque está a reprimir certas emoções, particularmente as mais fortes, como a raiva ou a frustração. Ou seja, vão guardá-las para as libertarem quando nós chegamos. 
Por isso, para a próxima vez que nos disserem que os nossos filhos se portam muito melhor quando não estamos presentes, já podemos responder que é porque não se sentem à vontade o suficiente para serem eles próprios. E esta?
https://drive.google.com/uc?export=view&id=1b1YlRfsy06qitT9DTk8m6koIR0ujRaox

3.5.19

Ipsis verbis

Esta conversa, iniciada pela minha filha de 5 anos, não me deixa pensar noutra coisa desde há uns dias.

- Mamã, quando for adulta não vou viver nesta casa, pois não?
- Podes viver nesta casa ou noutra casa. Depende devárias coisas.
- Não, eu quero viver noutra casa com os meus filhinhos, não quero viver aqui.
- E vais deixar-me sozinha nesta casa?
- Tu ficas com o papá e eu venho visitar-te.
- Mas eu queria que ficasses a viver comigo. Ou eu contigo, para te ajudar com os teus filhos.
- Mamã, quando eu for adulta, vou ser mesmo adulta.Não vou precisar de ajuda. 
- E quem vai viver contigo na tua casa?
- Vivo eu, os meus 7 filhinhos e o meu marido. Ainda não escolhi o meu marido, depois escolho.
- E podes deixar-me um filhinho teu cá em casa,de vez em quando?
- Posso, claro! Um ou dois. 

(Uma hora depois...)

- de certeza que não queres viver comigo quando fores adulta?
- naaaaaão!

Entretanto, como ainda estou em estado de choque com esta decisão, continuo a perguntar-lhe se quer realmente sair de casa para formar a sua própria família. Está de pedra e cal na decisão. Entretanto, os 7 filhos já passaram para 8 e também já me disse que me deixa em casa de todos os 8 filhos, em vez de apenas 2.

https://drive.google.com/uc?export=view&id=1R_r_ZaoGRtOanBbRZELBDETrwngDIDhe

30.4.19

Lutamos juntos pela Carlota

Doenças infantis são um assunto que me deixa sem chão. 
Quando na semana passada soube que a filha de 4 anos de alguém que eu conheço pessoalmente tinha um problema oncológico grave, fiquei mesmo em estado de choque... Parece que é daquelas coisas que nunca nos acontece ou a quem está perto de nós, mas é mentira. Anda por aí e afecta também crianças! É uma crueldade, uma injustiça e dói-me imenso imaginar como pode um ser tão pequenino já sofrer tanto.
Depois, pensei naqueles pais. Não sei o que dizer. O que se diz aos pais num momento como este?! Recuso-me a imaginar sequer o que estarão a passar.
E a Carlota e a família não precisam da nossa pena. Eles só precisam da nossa boa energia, da nossa luz para ajudarem a sua princesa a vencer esta dura batalha. A Carlota tem uma página no Facebook - Lutamos Juntos pela Carlota - e lá podem acompanhar as vitórias diárias desta princesa guerreira e também iniciativas que promovem uma corrente de boas energias à volta desta família. 

24.4.19

As mães (e os pais) mentem

Ainda eu estava grávida da Maria Victória e já um grande amigo do outro lado do Atlântico, pai de uma menina de 2 anos, me avisava: "Você ainda não sabe, mas as outras mães vão-te mentir." E eu, ingénua, perguntava: "Mentir? Porquê? Sobre o quê?" "Sobre tudo e para se sentirem melhor", dizia ele.
Rapidamente pude constatar que era mesmo assim. Os pais mentem e acreditam piamente nas suas próprias mentiras. Tanto, que essas mentiras até passam a ser verdades para eles.
Os pais adoram os seus filhos e projectam neles todos os seus desejos e até frustrações. Os filhos são as nossas versões melhoradas e têm que ser bons a tudo. São os mais pesados, os mais compridos, fazem mais cocó, bebem mais leite... no primeiro ano. Depois, são os primeiros a andar e a falar e a cantar e a eu sei lá mais o quê... Só que muitos não! E aí começam as frustrações dos pais. Os miúdos estão-se bem a marimbar para percentis e pódios. Os miúdos querem é aprender o mundo e ser felizes naquele momento. Já os pais querem ter material para gabar o seu rebento. E quando falta esse material, toca a mentir. Há aspectos que é difícil esconder, como o andar e o falar. O que eu noto é que as temáticas sensíveis são as fraldas, a alimentação e a chupeta ou o biberão.
Como blogger até não sou muito atacada, mas já dei por mim a pensar se devia falar disto ou daquilo porque depois sei que vai aparecer um chorrilho de mentiras e de situações completamente fora da realidade.
Fraldas. "O meu filho deixou a fralda de dia e de noite em dois dias. Tem 2 anos." Qualquer outra mãe que oiça isto vai achar que o seu filho tem algum problema porque ele tem 2 anos e não controla os esfíncteres. Aliás, já tem quase 3 e ainda usa fralda e começa a sentir-se pressionada porque o seu filho deve ser o único a usar fralda. E certamente fez alguma coisa errada, é uma má mãe. E começam também as pressões com a criança em casa e isso só vai atrasar o processo do desfralde. O que a primeira mãe se esqueceu de falar é dos constantes acidentes que acontecem, da frustração que o filho sente de cada vez que há um acidente. Usa fralda? Sim. Controla sempre tudo? Não. Cada criança tem o seu tempo. Nada de pressões, nada de antecipações, nada de comparações.

O meu conselho às mães é que relativizem tudo o que ouvem e que se foquem nos seus filhos. Temos quenos orientar por etapas que devem atingir, claro, mas com cautela e sem pressão. É muito triste ver a pressão a que muitas crianças e até bebés estão sujeitos hoje em dia.

https://drive.google.com/uc?export=view&id=1GRgsbaoUhGnCrssTxlaVfEMHnVMQKSyD

Imagem: Pinterest

23.4.19

Colecistectomia - remoção da vesícula - Parte 2

Quando soube que a cirurgia era inevitável, fiz o que sempre faço quando estou com medo. Pesquiso tudo e mais alguma coisa. Eu preciso de informação para me acalmar. Vi horas de vídeos de cirurgias no YouTube. Sim, horas! Já vi todo o tipo de vesículas e vísceras e percebi como umas são tão simples de retirar e outras tão trabalhosas. Depois passei para os vídeos das anestesias gerais. Descobri que é necessário entubar os pacientes, que nos desligam completamente e que nos voltam a ligar. Ganhei mais um medo que não tinha. Depois passei aos vídeos de pessoas que fizeram a cirurgia. Os brasileiros são muito bons nisso, descrevem tudo, filmam tudo. Percebi que a cirurgia é desconfortável, mas que o pior são os gases que ficam na cavidade abdominal. Mais um stress! Gases de ficam alojados nos ombros e nas omoplatas, pessoas que precisaram de ir às urgências devido a essas dores... são passageiras, mas até lá tem que se aguentar. Pareceu-me tudo muito mau. Depois de longas noites com poucas horas de sono a ver vídeos, finalmente sosseguei. Conversei com 2 amigas médicas (curiosamente uma cirurgiã e uma anestesiologista), ralharam-me por pesquisar na net, mas sossegaram-me quanto aos procedimentos. E esperei que me chamassem para a cirurgia.
No dia 1 de Abril, recebo uma chamada do hospital a convocarem-me para a tão aguardada cirurgia. 3 dias depois. Ainda pensei que me estivessem a pregar uma tanga, mas a senhora parecia mesmo uma administrativa do hospital porque, assim que eu comecei a chorar, ralhou logo comigo a dizer que era apenas uma cirurgia à vesícula. Esta falta de empatia com o próximo choca-me. Eu sei que a senhora deve ver imensas situações muito mais graves, de ameaça à vida, mas na minha vida isto é muito grave.
Enfim, fiquei em estado de choque, mas comecei a preparar a minha ida para o hospital. Organizar o trabalho, organizar a casa, organizar os horários da minha filha, a mala e a minha cabeça. 
No dia da cirurgia, apresentei-me no 6.º piso às 8:30 em jejum. Não ando de elevador e fui a pé. Fui depois chamada para uma conversa com uma cirurgiã e logo de seguida fui para a enfermaria. Colocação de cateter, recolha de sangue, vestir pijama e descer ao rés-do chão para realização de raio-X e electrocardiograma. Voltar a subir ao 6.º andar para tomar um banhocom um desinfectante qualquer e vestir a roupa de gala. E esperar... A ansiedade cresce com esta espera.A cada pessoa que entrava na enfermaria, eu estremecia e chorava. Fartei-me de chorar, até que foi mesmo a minha vez e aí teve mesmo que ser.
Enterrei-me nos lencóis enquanto descia no elevador, a auxiliar foi sempre muito engraçada, tentando sossegar-me. No bloco cirúrgico, todos os que me receberam foram impecáveis. Percebendo a minha angústia, fizeram-me uma visita guiada pelo bloco enquanto me levavam para a minha sala de cirurgia. Nenhuma das minhas amigas estava a trabalhar no bloco nesse dia, mas fizeram questão de me deixar um beijinho através de colegas. Admito que esse contacto, apesar de não conhecer ninguém pessoalmente, me transmitiu confiança. A equipa de anestesia, enfermeira e médica, foi espectacular nos momentos que precederam a cirurgia. O meu cirurgião é top! É um miúdo, super competente, e só ouvi excelentes referências dele.
Quando saí da minha cama e me passaram para a mesa, o medo apertou de novo. Lembro-me de sentir vontade de fazer xixi (que acontece sempre que fico muito ansiosa) e de pensar que já não podia sair da mesa. Aquelas luzes, imensa gente na sala, ainda disse que me sentia na Anatomia de Grey e apaguei. Quado acordei já estava no recobro, sem dores, e quis manter-me acordada. Era hora de jantar. Depois, fui para a enfermaria e não me recordo nunca de ter dores. A maior dificuldade foi ter de fazer xixi para a arrastadeira. Eu estava deitada e simplesmente não conseguia. Entretanto sentei-me e lá consegui. É complicado vermo-nos impedidos de cumprir as necessidades mais básicas. Dormi bem, fui à casa de banho sozinha, tomei banho e saí ao meio-dia.
19 horas depois da cirurgia estava a sair, desci os 6 andares a pé, com cuidado, mas a pé. Vim para casa com anti-inflamatório e um analgésico. Não senti dores, não senti os temíveis gases, não estava particularmente inchada. Acho que foi possível aos cirurgiões retirar bastante ar antes de fecharem, nem sempre é possível. As 3 suturas cicatrizaram muito bem, apesar da do umbigo estar mais difícil... Acho fundamental repousar, haver dias passados, e eu não descansei muito. Com uma criança em casa não é fácil. 

Já conhecem a BabyLoop.pt?

Têm em casa equipamentos de bebé que já não são usados? E que tal vendê-los em segurança?E, mais importante ainda, é poder comprar artigos usados em segurança, sem medo de ser enganado.


A BabyLoop é uma plataforma de economia circular dedicada a artigos de puericultura, que permite a qualquer pessoa vender e comprar produtos de forma simples, fácil e cómoda.


Para vender produtos deve registar-se, clicar em “Vender produto”, preencher o formulário e adicionar pelo menos duas fotografias com boa resolução. Deverá escolher a categoria do produto (ex: Carrinho de Passeio) e a marca, bem como indicar o modelo.


Depois de submeter o produto ou produtos que pretender, será realizada uma avaliação com base na informação fornecida e receberá uma notificação a informar se o produto foi aceite e quanto poderá valer.


Pode entregar numa loja Continente aderente, sem qualquer custo.


Se o artigo for vendido, poderá resgatar o saldo de cada produto vendido de quatro (4) formas: para a sua conta bancária, para Cartão Continente, para Saldo BabyLoop (a usar na plataforma) ou pode optar para doar a uma instituição.


Caso os seus produtos não sejam vendidos no período de 90 dias poderá optar por receber de novo os seus produtos. Os produtos serão devolvidos em bom estado e devidamente acondicionados. Apenas terá de suportar os custos de envio. Se ao fim de 180 dias da receção do produto não solicitar a devolução do mesmo, a BabyLoop doará o produto para uma instituição de solidariedade.https://drive.google.com/uc?export=view&id=1091TyK2mxsR9mgcLzoC-baR_u1JzY4Hg

21.4.19

Ipsis Verbis

Véspera de dia de Páscoa à noite. Chego ao quarto e apercebo-me de que a Maria Victória tinha estado a comer uma bolacha na cama e deixou tudo cheio de migalhas. Ralhei imenso com ela. Estava cansada e depositei as minhas frustrações nela. Senti-me culpada e quis perceber como é que ela se sentia em relação a mim (ando a ver muito This Is Us). Sei que ainda está numa idade em que é totalmente honesta e perguntei-lhe o que achava de mim. Respondeu-me: “És perfeita!” 
Sacudi as migalhas e ficámos na macacada até adormecer... Não tenho palavras para isto.