- Aquele menino tem uma pilinha?
- Tem, tem uma pilinha.
- O meu papá também tem, mas é muuuito grande.
26.6.17
Ipsis verbis
22.6.17
Solução para a prisão de ventre II
9.6.17
A primeira aula de Ballet
Acho que as bailarinas fazem parte do imaginário de qualquer menina. Fizeram parte do meu, sem dúvida, mas o ballet clássico ainda não estava tão disseminado como hoje em dia. Ainda bem que hoje qualquer criança pode aceder sem grandes investimentos a um pedacinho de sonho.
A Maria Victória gosta de tutus, dança, diz mesmo que é uma bailarina e faz piruetas. Pensei que o ballet fosse a sua praia e tratei de inscrevê-la para uma aula experimental. Talvez até seja, mas a primeira aula foi um verdadeiro desastre.
Assim que chegou à escola já estava maravilhada com aquele universo! Estava cheia de meninas (e meninos) já equipadas com as suas sapatilhas e tutus e ela adorou! Estava mesmo entusiasmada e conversou com todas enquanto também se preparava.
Entretanto, a professora chegou e levou-a para dentro. Minutos depois, voltou para me dizer que estava muito admirada com o à vontade dela, que não era muito comum. Lá fui eu embora descansada.
Uns 10 minutos depois, ligam da escola a pedir que lá fosse. Fiquei super aflita e corri para lá, porque estava mesmo ao
lado. Estava a chorar e a chamar por
mim porque tinha medo da música. Medo da música da aula de Ballet! A professora pediu-me que visse de onde vinha o trauma, que o trabalhasse e só lá para Serembro deveríamos insistir para ver se tinha passado.
Ora, ela em casa ouve música todos os dias comigo e com o pai. Música alta! Ficamos na sala a dançar os 3 como tolinhos! É certo que está na sua casa, com os pais, mas não seria motivo para ficar aterrorizada com a música.
No entanto, há uns meses, ela foi a um aniversário num daqueles espaços de festas infantis. Depois de eu ter estado por lá mais de uma hora a vigiar, mandaram-me embora, garantindo-me que me ligavam se houvesse algum problema. Quando lá cheguei, ela tinha estado a chorar debaixo de uma mesa e queixava-se do rádio, tinha medo do rádio. No dia seguinte, teve outra festa no mesmo espaço. Andou muito bem, mas a mãe do
menino que fazia anos conseguiu explicar-me de que é que ela tinha medo. Antes de irem cantar os parabéns, ligam a música e umas luzes a simular uma discoteca. Foi isso! Foi disso que ela teve medo!
Na aula de Ballet, provavelmente a música estava no mesmo volume da festa de anos e o eco provocado por uma sala ampla e vazia deve ter sido o mesmo. Foi o catalizador do medo.
Tenho mesmo muita pena que ela tenha tido este problema. Mesmo depois da primeira aula, ela ainda exibia orgulhosa os selos que lhe deram.
Vamos ver se conseguimos superar este medo até Setembro para ver se temos bailarina.
6.6.17
A minha solução para a obstipação
Imagem: Pinterest |
27.5.17
Mudar de casa
Já mudei muuuuitas vezes de casa. A maior parte delas quando andava na faculdade. Era apenas eu e meia dúzia de coisas. 8 anos, 1 criança, 2 gatos e 3 andares de uma casa cheia de tralhas é outro nível.
Foram dias a transportar coisas de lá para cá e, no dia D, uma empresa de mudanças foi tratar do mais pesado, com ajuda de uma grua. Os gatos esconderam-se durante todo o processo. A criança estava entusiasmada, mas notava-se a estranheza de ver os espaços a ficar vazios. Ao fim do dia, a tarefa terrível de levar os gatinhos para a nova morada. Nesse momento, reparei que me tinham empacotado também a caixinha transportadora e já tinha ido no camião. Só me restava uma que me tinham emprestado para levar os dois gatos e eles recusavam-se a estar no mesmo espaço. Uma foi na caixinha e o outro foi ao colo e solto no carro. Entre arranhadelas e uma fuga, chegaram a salvo à nova casa. Como ainda havia muita confusão e gente estranha na casa, eles ficaram num espaço sozinhos até estarmos só nós. Tinham água e comida, mas ficaram escondidos de tão assustados que estavam.
À noite, a minha filha pediu-me para ir para casa. Expliquei que esta era agora a nossa casa, mas nos dias seguintes ainda se mantinha tudo muito confuso. Se, até este dia, a preocupação era enfiar tudo o que era possível em caixas e sacos... agora, a preocupação era desfazermo-nos dessas mesmas caixas e sacos. Parecia que nunca mais acabavam. Os armários enormes começavam a ficar cheios, mas o chão dos quartos continuava apinhado. Eu arrumava e arrumava e não se via serviço nenhum.
Antes da mudança aproveitei para dar imensa roupa, sapatos, televisões... Durante as arrumações, foram mais 3 sacos. Acredito que nos próximos tempos consiga livrar-me de mais coisas. É um excelente exercício de desapego.
Os gatos, para minha surpresa, adaptaram-se muito bem. Refugiavam-se nos quartos onde tínhamos as nossas coisas e o nosso cheiro e, aos poucos, lá começaram a explorar a casa. Acho que já se sentem bem aqui.
A filhota agora gosta tanto da casa nova que nunca quer sair daqui. Tem sido um castigo... Tem espaço, tem jardim onde pode correr descalça, pode ser mais livre. Tem sido óptimo. E desde que aqui chegou que tem dormido toda a noite. Sim, ao fim de 3 anos consigo dormir uma noite inteira.
Eu tinha muitas, muitas reservas. Sair do centro da cidade e regressar a uma aldeia ao fim de tantos anos parecia assustador. Ir habitar uma casa com mais de 200 anos era esquisito. Não me conseguia esquecer de todas as pessoas que já teriam aqui vivido. Também para mim tem sido uma agradável surpresa. Sinto-me mesmo bem aqui. Tenho vizinhos porreiros e fomos muito bem acolhidos. Já me ofereceram ovos, cerejas, alfaces... E estou a literalmente 5 minutos do centro da cidade.
Espero que consigamos ser felizes aqui.
19.4.17
3 anos de Maria Victória
A Maria Victória fez 3 anos. Já não consigo perceber se passou depressa ou devagar. Foram 3 anos muito intensos, muito felizes, muito esgotantes, muito cheios de Maria Victória. A Maria Victória deixou de ser bebé, apesar de eu lhe chamar bebé e ela gostar de fingir que é um bebé. É uma delícia acordar com ela todos os dias, sempre bem-disposta e feliz. É um privilégio vê-la crescer com saúde, rodeada de gente que a ama,
Este ano, o aniversário calhou na segunda-feira depois da Páscoa. Apesar de andar tudo enjoado com as amêndoas da Páscoa, tinha que haver um bolinho para a princesa. A festa será mais para o fim do mês. No ano passado, o tema da sua festinha foi o Panda e não é que ela quer o Panda outra vez! Logo agora que já tenho tudo preparado para o Mickey e a Minnie virem dar-lhe os parabéns na festa... A solução foi fazer um bolinho simples, com o Panda, só para apagar as velas. Ela adorou tudo! Ela contenta-se com tão pouco e é tão feliz com quase nada... É perfeita!