1.10.16

O desfralde montessoriano

Na perspectiva montessoriana, os pais devem apenas observar e proporcionar às crianças os recursos para fazerem um desfralde de forma independente. Ou seja, as crianças não são treinadas, mas sim apoiadas.


1. O desfralde é gradual. 
Aqui não há aqueles métodos de desfralde numa semana. Não há prazos, não há expectativas. 


2. Observar o ritmo da criança. 
Deve falar-se naturalmente do porquê de se ir à casa de banho. Não se devem fazer caretas associadas ao mau cheiro do cocó. Não é algo negativo, por isso não devemos impor essa carga. O mesmo se passa com a fralda. Nada de fazer referências ao mau cheiro. 

3. A curiosidade das crianças.

As crianças são curiosas e vão querer imitar os mais velhos, antes mesmo de conseguir controlar efectivamente a bexiga e o intestino. O barulho do autoclismo, a vontade de brincar com a água, tudo é novo.

4. O ritual. 
Eles passam a interessar-se por puxar as suas próprias calças para cima e para baixo. Invista em calças de elástico e fraldas cuecas. Eles começam a aprender que é melhor estar seco e passam a reclamar da fralda suja. Nesta fase, pode lentamente ensinar-se o RITUAL: puxar as calças para baixo, sentar na sanita ou bacio, usar o papel higiénico, puxar para cima as calças, abrir o autoclismo e lavar as mãos. 

5. Organizar o espaço e deixá-lo ser independente. 
Assim que a criança começar a mostrar interesse pelo ritual do desfralde, a casa de banho pode ser organizada para dar à criança o máximo de independência possível. Caso use o bacio, não o deixe solto pela casa, como um brinquedo. Mantenha-o na casa de banho para que ele saiba que ali é o lugar de fazer xixi/cocó. Para facilitar a sua vida, guarde na casa de banho uma uma pilha de panos para limpeza, um cesto para roupas molhadas, e uma pilha de calças ou cuecas limpas. Neste momento em que há inevitáveis acidentes, é importante que a criança ajude a ir buscar as cuequinhas ou calças secas e deitar no cesto a roupa molhada. Quando a criança é envolvida no processo, ela torna-se parte da solução. 

6. Como apoiar o seu filho?
Se decidir usar um redutor de sanita em vez de um bacio, compre um banquinho ou degrau para que ele possa subir mais facilmente e depois apoiar os pés. Incorpore a casa de banho na rotina da criança. Deve oferecer-se o bacio ou redutor em momentos em que a criança normalmente faz xixi, por exemplo, ao acordar, antes de sair, quando chega a casa, após o almoço, antes das sonecas, etc. Diga “É hora de ir à casa de banho” em vez de “Queres ir à casa de banho?” (A resposta será sempre não). Também pode usar um despertador em intervalos regulares para o lembrar. Não force a situação, pois só vai causar contrariedade e resistência. Nunca repreender. Agir naturalmente. “Percebi que está molhado. Vamos trocar de roupa?”. Deixe-o ajudar a lavar-se/secar-se e a trocar de roupa, sempre estimulando a independência. Não celebre demais. Ir à casa de banho é algo natural para todos. Os pais ficam felizes, mas é mesmo necessário bater palmas? 

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