Já não escrevo aqui há mais de um mês. Peço desculpa a quem me lê e, mais importante que isso, a quem me lerá: a minha filha.
Quando comecei este blogue, fi-lo por mim. Precisava de falar sobre as emoções que a gravidez me estava a trazer. Entretanto, o meu amor nasceu e passei a escrever sobre e para ela. Acho que ela vai gostar muito ler esta nossa aventura.
Depois, fui ficando doente, a minha ansiedade generalizou-se e deixei de sair de casa. Sem entrar em grandes detalhes porque ainda não consigo, a coisa ficou mesmo grave. E precisei de me tratar, por mim e pela minha filha. Houve muito sofrimento, muita luta e muita solidão a enfrentar isto tudo.
Há dois meses, o universo deu-me a oportunidade de trabalhar fora de casa. Faço o meu trabalho habitual durante todo o dia e, ao fim do dia, vou ensinar e acompanhar crianças, algo que não fazia há mais de 10 anos. Acumular dois trabalhos fez-me esquecer da minha ansiedade porque simplesmente não tenho tempo para pensar em nada. Estou sempre a correr, ganhei auto-estima, conheci pessoas novas fantásticas e valorizei muito mais o tempo que tenho para mim e para os outros.
Desde que a minha filha nasceu que só (SÓ) vivi para ela. Tudo ficou relegado para 2º, 3º, 4º plano, inclusivamente eu. E isso não podia ter acontecido. Só agora percebo que eu devia ter-me amado mais e isso não beliscaria jamais o meu amor pela minha filha.
Apesar de andar cansadíssima, ando mais feliz. A Maria Victória fica comigo e com o pai em casa até às 11 da manhã, depois vai para casa dos avós. Faço o meu trabalho e, ao fim do dia, quando já estou cheia de saudades da minha princesa, vou para o segundo trabalho, tomar conta dos filhos dos outros e ensinar-lhes Português e Inglês (e o que puder). Assim que saio, por volta das 7, já só penso em Maria Victória. Todo o tempo é para ela e já não há tempo para o blogue.
Por muito que lamente não ter documentado estes últimos tempos, sei que o mais importante é estar com ela e viver plenamente cada minuto com ela. Quando ela adormece já só me apetece dormir também. Obrigada por continuarem desse lado, apesar da ausência.
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