Recentemente, fui de férias com a minha filha e foi um absoluto pesadelo. Tem 3 anos. Muitos pais compreenderão, pois devem lembrar-se desta crise dos 3 anos. Já aqui tinha falado dos terríveis 2 anos e nunca pensei que o que viesse a seguir fosse ainda pior. Por favor, sosseguem-me e digam que pára por aqui!!
A minha filha é amorosa, dá-me imensos beijinhos, prefere-me a todas as pessoas, é inteligente, bem disposta, curiosa, sociável, generosa... podia continuar aqui o dia todo a falar das excelentes qualidades que eu, mãe, lhe reconheço. Mas também tem 3 anos e consegue tirar-me do sério.
Eis as belas características da crise dos 3 anos:
- Negativismo. Reage negativamente a tudo, mesmo a coisas de que sempre gostou. É que nem o suborno resulta porque já sei que vai dizer que não.
- Teimosia. Vai insistir teimosamente numa coisa, não porque a quer muito, mas porque a pediu e não pode desistir disso. Então, ficamos ali numa birra interminável porque ela quer e eu não dou, até que uma de nós cede. Habitualmente sou eu, vencida pelo cansaço, vergonha ou pressa.
- Obstinação. Directamente ligada com a anterior, mas mais direccionada para as regras. Um exemplo claro é o facto dela já há muito tempo dizer "com licença" quando arrotava ou tossir para o braço e, neste momento, é vê-la toda satisfeita a provocar arrotos e tossir descaradamente
e não dizer absolutamente nada, mesmo e sobretudo quando repreendida. Não quer saber.
- Autonomia. Quer fazer tudo sozinha, ajudar sempre... não é propriamente uma má característica, mas no meio do resto pode ser cansativo.
- Confronto. Sem qualquer motivo. Só sai do carro se for eu buscá-la. Nem avós, nem avôs, nem pai. Por vezes, recusa-se a andar e fica parada a chorar para que eu a leve ao colo. Não, não está cansada. Acho que é mesmo a necessidade de criar conflito.
- Desinteresse. Perde o interesse rapidamente, mesmo que antes adorasse aquilo. Aqui o suborno também não pega.
- Despotismo. Claramente, tenho uma déspota em casa. Arranja todos os subterfúgios para conseguir o que quer de mim. Apresenta cada argumento que eu até fico parva!
Segundo a literatura, nesta idade eles buscam a independência e autonomia e é aqui que se vivem algumas crises. É importante compreender que não se pode simplesmente punir a criança, mas deve-se tentar ajudá-la a perceber o efeito que as suas acções têm nas outras pessoas. Eu comecei por esta parte, tentava conversar com ela e não adiantou de nada. Depois, passei ao castigo e nada. Vou regressar à conversa e aplicar estas dicas que poderão ajudar durante uma situação de birra ou crise. Algumas eu já praticava, mas vou tratar de aplicar as outras já.
- Direccionar a atenção da criança para outra coisa. Vai gastar a energia que tem noutra direcção. Pode ser com um jogo ou pedir a sua ajuda para fazer alguma coisa.
- Evitar relações autoritárias ou de superproteção.
- Aplicar as mesmas regras a todos os membros da família.
- Encorajar a autonomia e independência da criança sempre que possível.
- Explicar as regras de comportamento de uma forma simples e compreensível.
- Dar mais importância a uma permissão positiva do que a uma proibição e castigo.
- Chegar a compromissos em que a criança tenha a liberdade de escolha.
- Falar com a criança como se fosse um adulto.
Esta crise tem aspectos positivos. Estas qualidades como a independência, a autonomia e o orgulho em conseguir atingir objetivos são sinais de que a criança está a desenvolver-se de forma adequada para a idade. É tudo normal, portanto!
3.7.17
A crise dos 3 anos
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Hihi, reconheço tudo e ainda mais. Comecem a se comportar em público como adultos e pedem a ser tratados assim. Muitas vezes isto cria problemas. Mas vai passar... :)
ResponderEliminarADOREI este texto kkk voce é de mais. Ps: tu nao esta escondida aqui em casa ne?
ResponderEliminarReconheço tudo e estou num momento de absoluto desespero com a minha filha!!! Sinto me esgotada de tal forma que por vezes não sei o que faço onde estou .... nada !!
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