21.5.19

O primeiro antibiótico

Com a necessidade crescente de colocar os filhos em infantários e creches cada vez mais cedo, muitos pais já estão, infelizmente, habituados a ter os filhos doentes. Não foi o nosso caso, graças a Deus. Nem gosto de falar muito nisto porque tenho medo que algo aconteça, mas a minha filha tem sido muito saudável. Tomar o primeiro antibiótico aos 5 anos é, nos dias de hoje, coisa rara. Em bebé só teve as viroses comuns, não teve problemas com dentes, não teve más reações a vacinas. O que tinha era fácil e brevemente resolvido com Ben-U-ron. Mas sempre tive consciência do quão abençoados somos. Isto é que é a verdadeira riqueza e privilégio: ter filhos saudáveis. 
Esta última madrugada disse-me que lhe doía o ouvido por dentro. A minha mãe que me viu ter várias otites em pequena, sempre me pedia para ver se lhe doíam os ouvidos. Aliás, eu lembro-me de algumas otites e do que doíam. À 1 da manhã, dei-lhe Nurofen para ver se aliviava. Aliviou mas não passou. Apliquei calor na zona. Não dormimos nada. Às 7, repeti a dose. E às 13. Aqui já tinha febre e não havia dúvidas de que era para visitar o pediatra. Eu não sou de entrar logo em pânico. Já percebi que os médicos também gostam de aguardar para poderem fazer um diagnóstico mais preciso e eu resolvi aguardar, controlando a dor e a febre. Claro que já não foi possível esperar as 8 horas de intervalo e foi mais cedo mesmo. Não aguentava vê-la em sofrimento.
Quando foi à pediatra já estava novamente com febre. Confirmou-se a otite, tomou mais Ben-U-ron e veio para casa com o primeiro antibiótico da sua vida. Não está habituada a tomar remédios e eu não estou habituada a dar-lhos. Não gosta dos sabores. E estas são as nossas preocupações. E há pais que...  nem quero pensar nisso. As crianças não deviam sofrer e os seus pais não deviam vê-los sofrer.
Enquanto aguardávamos pela pediatra, com dores e febre, mas sempre bem-disposta.


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