Está a ser terrível dar a medicação à Tonicha. Assim que me vê aproximar com comprimidos na mão ou com a seringa, começa logo a babar-se imenso. Sei que ela não tem muito tempo de vida e não vamos torturá-la. Está a tomar só o remédio para os rins, que é dado com uma seringa. E, de 48 em 48 horas, toma 1/4 de ansiolítico para dar apetite. Para além disto, está a fazer soro subcutâneo 3 vezes por semana no hospital. Só queria que ela tivesse paz. E eu também.
Sempre que vou ao hospital veterinário com ela, choro. Oiço a verdade difícil e é impossível não me emocionar. Na segunda-feira encontrei lá uma senhora fantástica. Viu-me cabisbaixa e perguntou quem tinha la. Expliquei a situação e as lágrimas caíram. Quis contar-me que quando teve o seu primeiro gatinho, tinha sido a irmã a dar-lho, ela só dizia que não o queria, que ele iria morrer. Mas ela gravou na sua memória as palavras da irmã. “Ele vai morrer de qualquer maneira, mas tu podes contribuir para que enquanto ele esteja vivo esteja bem e feliz.” Sim, faz todo o sentido. É um pouco diferente ouvirmos isto sobre um animal que acabamos de conhecer ou sobre um que nos acompanha há quase 10 anos. Nunca estamos preparados para os perder. Eu não sei quando vou perder a minha Tonicha, sei que será em breve, mas, até lá, faço tudo para que esteja sempre feliz.
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