20.6.20

Adeus, Joaquim


Estou vazia e sem forças. O meu Joaquim partiu. É um gato, eu sei, mas era o meu gato há 10 anos. E não era apenas um gato. Numa altura em que se vivem tantas tragédias, confesso que até me sinto culpada de sofrer pela morte do meu gato. Eu consigo relativizar, consigo entender a diferença entre um drama humano e a perda de um animal, no entanto o meu sofrimento é real. 
No início de Fevereiro, perdi a Tonicha, irmã do Joaquim. A Tonicha foi diagnosticada com cancro de mama em Dezembro, foi operada, sofreu muito, ficou com insuficiência renal e tive cerca de 1 mês para me preparar para a sua partida. Vim para casa com a transportadora vazia, mas tinha o meu Joaquim à espera. Passei a ter um Joaquim muito mais carente, que sofreu imenso com a falta da sua companheira de sempre. Estava a pensar arranjar-lhe uma companhia, mas não recolhi apoio aqui em casa. Entretanto, chega a merda do vírus e o Joaquim começa a perder peso. Passou de um gatarrão a um gato enfezado... Diagnóstico: insuficiência renal. Não queria acreditar! Pensei que fosse “apenas” tristeza. Provavelmente, foi mesmo a tristeza que abriu portas para a doença. Aparentemente, estava no início. Mas o rim que ficou a funcionar tinha um cálculo e ele não conseguia fazer xixi em quantidades necessárias.
Foi tudo tão rápido... Não estava preparada para este desfecho quando ontem o levei ao hospital. Mais uma vez, tive que adormecer um gatinho para sempre. Pelo menos, estava no meu colo, sentiu o meu calor quando foi para junto da sua mana. Ainda não consigo acreditar que não tenho o meu menino comigo. Tenho a comidinha dele, as caminhas... até parece que o oiço a miar. Meu menino loiro... 

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