Eu estava no interior da casa sem saber o que se passava no jardim quando a Maria Victória se aproxima e me diz, em tom de queixa: “Mamã, preciso de te dizer uma coisa, mas tenho medo de te dizer.” Insisti que me podia contar tudo. “Mas é uma asneira e não quero dizer.” Blá blá blá... “O Aníbal está a fazer uma coisa à porta. É como se fosse estragar, mas é outra palavra.” Parei. Só me ocorria a palavra F*$3R. “Qual é a palavra, filha? Aliás, por que letra começa?” Estava com muito medo da resposta. E ela responde L. L? “Ok. L e que mais?” “L e depois I”. Pronto, descobri a charada! A asneira era LIXAR. O Aníbal estava a lixar a porta.
Conclusão: ela não diz asneiras, mas conhece-as. Cá em casa, como é natural aqui pelo norte, podem ouvir-se algumas asneiras às vezes. Mas ela percebe o contexto e sabe que não pode repetir. E, pobrezinha, até achava que o lixar literal da porta era o vernáculo que vai ouvindo.
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