Há duas semanas, recebi uma chamada aflitiva da minha mãe. Havia um problema com o marido dela e iam de urgência para o hospital. Nas horas seguintes, muito difíceis, chegou um primeiro diagnóstico muito reservado - havia uma massa no cérebro.
Há tantas possibilidades e ainda nada de concreto. 2 dias depois, ainda antes de fazer uma ressonância magnética, havia consulta com o neurocirurgião. Reiterou a gravidade da situação e pediu exames complementares para tentar perceber se seria um tumor primário ou uma metástase de outro problema qualquer.
Os exames preliminares não detetaram mais nada. Tudo indica que será primário. Está em casa e vai ser internado amanhã no Santo António para realizar a cirurgia na quarta-feira.
Deveríamos estar todos de férias neste momento e a vida muda toda num minuto.
Eu, o meu marido e a minha filha mantivemos as férias, mas reduzimos os dias. Eu não queria ter vindo, estou angustiada, queria estar perto da minha mãe e dele. Por outro lado, a minha pequenina estava a precisar de sair de casa.
As crianças são tão especiais! Raramente sofrem por antecipação, vivem o momento presente. Sinto que tenho sempre tanto para aprender com a minha filha sobre os mistérios da vida.
Pela primeira vez, não temo o fim das férias pelo regresso à rotina. Temo o fim das férias porque significa o enfrentar de uma situação muito dura.
Rezo, peço a Deus um milagre, peço à ciência uma cura. Agradeço a quem me quiser acompanhar nas preces.
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