19.12.24

Amanhã

Amanhã (hoje) é o dia da cirurgia.

O nervosismo que não senti nos últimos dia, hoje apareceu. E só apareceu devido às chamadas que fui recebendo. Noto que os outros à minha volta estão ansiosos, tensos. Ora, se eles se sentem assim, eu também deveria sentir-me da mesma forma, não? Será que estou a ser leviana ao estar tranquila?

Comecei a pensar que talvez me tenham escondido alguma coisa, que é efetivamente mais grave do que aparenta ser, que posso morrer. Pensei muito na minha morte e na minha filha e como ela ficaria sem mim, mas agora estava a confiar muito no processo do meu tratamento. Por que é que os outros não confiam e continuam a ter medo? Será que há motivos?

Hoje já chorei mais a cada mensagem que recebi. Emocionei-me ao telefone e pedi para não pararem de brincar comigo. Mas tive que lembrar à minha mãe que é normal ter medo de me perder. Está a aguentar-se estoicamente, mas em ruínas por dentro. Ela não merecia mais este desgosto. A minha menina, que sabe de tudo, está meio alheada do que se passa. Quando falo mais a sério, assusta-se e chora. Tenho de ir com calma. É apenas uma criança de 10 anos.

Vou acordar cedo. Às 8 saímos para Braga para fazer a linfocintigrafia e depois faço check-in no Hospital. 

Sem comentários:

Enviar um comentário