26.2.25

Quimio 6/12

Mais uma voltinha ao Hospital de Dia para a 6a sessão de quimioterapia branca.

Sinto-me super confortável em andar pelos hospitais de cabelo rapado. Na rua tenho mais receio dos olhares, mas esta semana até fui buscar a miúda ao colégio assim. Foi muito rápido e não deu para avaliar as reações.

Desta vez fui com um bocado de receio devido ao cateter e avisei a enfermeira. Também levei uma roupa mais aberta para não dificultar o trabalho. Não doeu e hoje também não dói. Mas a enfermeira confirmou que o cateter está mais profundo, sim.

Recebi a visita da Lena, que é médica no hospital. Soube-me tão bem ver por ali uma cara familiar. E ela é uma querida! Além de que tem as filhas mais fofinhas! Antes de ir embora ofereceu me um livro da Joana Marques. Sou super fã, não passo sem o podcast Extremamente Desagradável e é o tipo de leitura que me apetece fazer nesta fase. Veio mesmo a calhar. 

Por incrível que pareça, não tenho lido nada. Tinha começado a ler um livro que queria muito (faz parte de uma quadrilogia da Elena Ferrante) quando o Filipe teve o acidente em Agosto. Nunca mais lhe consegui pegar e continua na mesa de cabeceira. Entretanto, fiz uma tentativa com um livro mais “fácil” da saga da Criada e também o abandonei após as primeiras páginas. Acho que vai ser mesmo este da Joana Marques que vai quebrar o enguiço porque comecei a lê-lo no cadeirão da quimio. 

Para o meu almoço, voltei a levar 2 sandes, de ovo e de carne. E esqueci-me que tinha uma banana, ou também a teria comido. Desta vez, consegui dormir um pouco após me darem o anti-histamínico, mas aqueles cadeirões são muito desconfortáveis. 

Há duas salas para administração da quimio: a dos cadeirões e a das camas. Claramente, prefiro ir para as camas, são mais confortáveis e o descanso é outro. Só a luz na sala das camas me incomoda um pouco porque é quase totalmente artificial. A luz natural entra por umas janelas muito pequenas na parte superior da parede. Já a sala dos cadeirões tem muitas janelas e grandes para o exterior, vemos a rua e veem-nos a nós. Ontem estava um dia muito solarengo, eu estava de frente para essas janelas e o sol batia-me na cara.

Entretanto, acordada da minha breve soneca, uma senhora que tinha chegado perguntou-me se eu era a Mara. Esta senhora é minha vizinha e já tínhamos falado por mensagem, só que não nos conhecíamos pessoalmente. Estivemos a conversar com outra senhora pelo meio e foi muito bom. Já fez os tratamentos todos, a cirurgia e agora faz imunoterapia. Estava giríssima com o cabelo curto e super animada. Também não teve grandes efeitos secundários, o que me dá esperança para continuar animada. 

Em casa, não consegui dormir mais. Nem a botija de água quente que a D. São me deixou já na cama aberta puseram a dormir. E isso leva-me a um novo efeito secundário: a insónia.

Adormeci já bem depois das 2 da manhã e acordei às 6. Isto é completamente atípico em mim. Eu durmo, gosto de dormir e preciso de dormir umas boas 7 horas. Hoje, deixei-me ficar na cama para recuperar algum sono e não consegui dormir. Vou levantar-me e fazer uma caminhada. 

A outra coisa que me está a incomodar muito é o apetite exagerado. Tenho andado descontrolada e vou parar isto imediatamente. Não aceito engordar porque é algo que tenho algum poder de mudar. E este é um compromisso que faço comigo. 







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