6.2.20

Perder um AMOR de 4 patas

Perdi um Amor. O Amor que eu perdi amava-me ainda mais. Não sei em que tempo conjugar estes verbos. O corpinho dela já cá não está, mas ela está em todo o lado. Está em tantas memórias, algumas fotos, para sempre no meu coração. Eu trabalho em casa, ela estava sempre, sempre comigo. 
O luto de um animal de estimação não é bem visto. É apenas um gato ou um cão e a nossa vida não nos dá tempo de nos recuperarmos. Quem tem um bichinho em casa perceberá que reorganizemos a nossa vida para o ajudar a recuperar de uma doença, mas quem não tem chega até a ser cruel. Não percebem que temos mais intimidade com estes animais do que com a maior parte da família. No meu caso, foram 10 anos de companhia diária, de cuidados, de mimos... como não sentir dor? Se me lembro dela no meio da rua, choro. Sinto tanto a falta dela...

1 mês e meio desde que lhe foi diagnosticado cancro mamário. Nas últimas semanas, fazia soro subcutâneo 3 vezes por semana. A medicação que devia fazer de 12 em 12 horas era tomada apenas no veterinário. Ela babava-se tanto que era impossível enfiar-lhe alguma coisa na boca. Então, eu pedia que lhe dessem o remédio no veterinário. E, mesmo aí, não lho conseguiam administrar todo.
Nesta última semana, comeu muito pouco até que deixou mesmo de comer. Nem mesmos aqueles snacks deliciosos que eles adoram. Virava a cara a tudo. Quando começou a fazer ruídos a respirar, falei com o hospital e achámos que era melhor que ela partisse. Pensei que seria melhor que viessem a casa fazer o procedimento, onde se sentia segura e confortável, mas aconselharam-me a ir lá com ela. Passou a manhã no jardim, apanhou sol, dormiu na minha cama, despediu-se do irmão, da minha filha, do meu marido e depois levei-a. Sozinha. Estive sempre a chorar. Pessoas que aguardavam a sua vez, tentavam confortar-me. Um rapaz fez-lhe umas festinhas e disse-me que ela estava a completar o seu ciclo natural e que estava em paz. Depois, fomos chamadas. Explicaram-me que o procedimento era indolor. Primeiro pára a respiração e depois o coração. Avisaram-me que seria muito rápido. A médica foi extremamente delicada e sensível, mas a verdade é que não estava preparada para o que vivi ali. Tinha a minha menina sentada no meu colo, nas minhas mãos e, de repente, a vida sumiu-se. E pareceu que fiquei sem vida nos meus braços também. Foi a pior sensação da minha vida. Chorei, gritei e pedi que a levassem. Fiquei sem a minha menina, o meu amor. Como é que eu pude tirar-lhe a vida daquela maneira? Não consigo esquecer aquele momento!

E depois saio de lá, com a transportadora vazia e regresso à tal vida que não nos deixa fazer o luto. A minha filha é pequena demais para perceber que eu precisava de estar sozinha e de chorar. As pessoas não falam no assunto, “tinha que ser” e encerra-se ali a história. Não, não encerra. Choro sempre que estou sozinha porque ela está sempre no meu pensamento. Preciso de a chorar. Sinto a falta dela e tenho muita pena pelo que lhe aconteceu. Preciso de alimentar esta dor porque eu e ela nos perdemos. Escrever isto está a ser muito difícil porque tenho que interromper muitas vezes, mas eu precisava de falar sobre o momento de a perder. Não o contei a ninguém. Ninguém me perguntou. Não sei se alguém quer saber, mas eu precisava de tirar isto do peito. E pode ser que, daqui para a frente, tudo melhore.















2.2.20

Miss Americana

Aguardava com expectativa este documentário porque aprecio muito a Taylor Swift. Gosto muito da música dela, do facto das letras serem quase todas (ou mesmo todas) autobiográficas, gosto do que veste, da elegância com que se apresenta sempre e, agora, gosto também da pessoa que ela é. Antes, sinceramente, não sabia muito sobre ela.
Para as filmagens deste documentário Taylor foi acompanhada durante alguns meses e assim temos um registo cru e emotivo. Viajamos no tempo, temos registos do início da sua carreira, a sua evolução como artista, o que a inspira, o processo criativo, as críticas e a bolha em que se fechou quando percebeu que tem uma voz, para além da cantora e performer.
Acredito que é um documentário muito interessante de se ver, quer sejamos fãs de Taylor Swift ou não.

31.1.20

Victoria e Abdul

A Coroa britânica exerce um fascínio enorme sobre mim e este filme chamou-me à atenção também pelo seu cunho biográfico. Estamos no reinado de Victoria e dois indianos são escolhidos para viajar até Londres para presentear a rainha com uma moeda valiosa. Abdul tem um comportamento pouco protocolar e olha a rainha nos olhos. Esta atitude, e outras conversas que entretanto tiveram, fazem com que se conheçam melhor e Victoria torna-o mesmo seu conselheiro. Esta decisão não agrada à corte inglesa, até porque Abdul era um indiano muçulmano e, na Índia, este grupo religioso era responsável por motins de contestação à coroa britânica.
Gostei muito da caracterização e da interpretação de Judi Dench. O filme tem um toque humorístico, mas também há espaço para o drama. Durante o filme, fiquei sem perceber se esta amizade improvável tinha existido de facto. Mas existiu.




28.1.20

O IRLANDÊS

Pensei que fosse mais um filme da Máfia, mas este filme de Martin Scorcese é mesmo imperdível. Primeiro, tem um elenco de luxo, quase todos "mafiosos" experientes: Robert de Niro, Joe Pesci e Al Pacino. Depois, tem uma história que prende e que é baseada em factos reais. O filme segue a vida de Frank Sheeran, um irlandês que é camionista e que se transforma em assassino, envolvendo-se com a família mafiosa de Russell Bufalino e Jimmy Hoffa. Ficamos mesmo a saber como morreu Jimmy Hoffa, desaparecido misteriosamente em 1975. Também é muito curioso ver como a tecnologia foi usada para tornar Al Pacino e Joe Pesci mais novos. Já tem 10 nomeações para os OSCARS.


21.1.20

Autocolantes de parede

O quarto da minha filha era muito sóbrio. Paredes brancas, mobiliário branco, só mesmo os têxteis da cama, tapete e a bonecada se destacavam. Ela já está quase com 6 anos e mais parece uma adolescente. Um dia destes tinha o quarto cheio de autocolantes. Até selos do Continente lá pôs. De facto, a culpa foi minha porque o quarto mais parecia uma enfermaria e não estava nada parecido com o da Nancy Clancy.
Já que queria autocolantes, então comprei-lhe os mais bonitos. Na Little Cloud há autocolantes de parede (wall stickers - agora não se encontra nada em português) para todos os gostos. E é uma forma rápida, reversível e muito bonita de decorar uma parede de um quarto.
Como estamos em transformação do quarto, no final, mostro tudo. Para já, só os autocolantes.

O conjunto de parede custou 24,90€ e o pequenino do interruptor custou 9,95€.



YOU

Acabei ontem a temporada 2 e anseio pela 3ª temporada. YOU é um thriller psicológico, mas em série. São episódios deliciosos e damos por nós a torcer pelo mauzão...

A primeira temporada passa-se em Nova Iorque. Joe Goldberg é um gerente de uma livraria e conhece Beck, aspirante a escritora, apaixonando-se por ela. Joe desenvolve uma obsessão por Beck e usa as redes sociais e a tecnologia para remover qualquer obstáculo ao seu romance e controlá-la.

Na segunda temporada, Joe muda de identidade e vai para Los Angeles. Aí, conhece Love Quinn, uma cozinheira, e rapidamente regressa aos antigos hábitos. Esta temporada está cheia de surpresas e tem um final absolutamente imprevisível. Não gosto de spoiler, por isso, o melhor é mesmo ver.