26.4.22
Ela cresceu sem irmãos.
24.4.22
Ela chorou
16.4.22
Ela estava com dores.
Ainda assim, foi jantar com os amigos ao café. Pediu um hambúrguer no prato, mas colocaram batatas no forno, em vez das tradicionais batatas fritas. Ficou desconsolada.
A indisposição não abrandava, então, foi para casa com a amiga. Os homens ficaram no café. Acho que havia jogo.
Quando o marido chegou, à meia noite, as dores intensificaram. Foi tomar banho e começou a registar as contrações que sentia. Eram muito regulares e próximas e, ainda assim, não achou possível ser trabalho de parto, visto só estarem nas 36 semanas.
A noite foi toda nesse registo. Teve desconforto e dores, mas não recorda isso. Só às 21:25 nasceria o seu grande amor.
A partir desse dia, nunca mais sossegou. As dores de parto são, agora, dores de preocupação. O amor, esse, é exponencial.
Parabéns, meu Amor!
15.4.22
Ela fez uma colonoscopia
12.4.22
11.4.22
Ela está farta.
Cansou-se das redes sociais. É tudo pouco autêntico, tudo muito encenado. A vida não é assim e há pouca margem para ensaios.
De manhã vai ao Facebook ver as notícias. Apesar de ser uma rede social mais foleira porque não tem aquela curadoria do Instagram, é mais autêntica. Nestes tempos, preciso mais de verdade. E não é aquela verdade encenada do Instagram. É a verdade verdadeira que me faz falta. Aquela que sai de dentro e não consegue caber numa foto com filtros.
Recebi várias mensagens a perguntar onde teria ido, se estaria tudo bem. Os meus sabem que está tudo como sempre esteve. Quem perguntou foi quem não me conhece bem. Foram atenciosos e senti-me importante para elas. No entanto, esta pausa está a saber tão bem.
A vida prossegue como sempre.