18.12.14

8 meses

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Esta noite faz 8 meses que a minha filha nasceu. Lembro-me do medo que senti quando me deixaram naquele quarto sozinha com ela. E se ela chora? E se ela precisa de mim? Nunca tinha visto um bebé tão pequenino. Nunca tinha tomado conta de um bebé. A verdade é que ela conseguiu sobreviver 8 meses ao meu medo e inexperiência. Eu e ela entendemo-nos bem. Um colinho apertadinho resolve tudo. Hoje, por exemplo, o meu colo sossegou-a quando tomou uma vacina. Tinha muitas dúvidas sobre esta Bexsero, para a meningite, mas resolvi que era melhor ela tomar. Chorou na picada, veio para o colo e passou tudo. Até pareceu magia. Era bom que fosse sempre assim. Pudesse o meu colo e o colo de todas as mães resolver todos os males do mundo. Nos últimos tempos, esta princesa anda a dar-me muito más noites. Habituou-me muito mal. Desde cedo que dormia a noite inteira e agora anda a acordar até de 2 em 2 horas, como aconteceu na noite passada. Eu suspeito que sejam os dentinhos. Já tem um a espreitar e está afiado demais, porque quando ela morde, já dói. Não creio que tenha muitas dores, pelo menos não se queixa. Está sempre bem disposta, apesar de acusar alguma irritabilidade, às vezes. Não chora, mas faz algumas birras. Mudar a fralda, agora, é uma aventura. Para além de me surpreender com xixis enquanto troco a fralda (o que, muitas vezes, implica mudar a roupa toda), rebola sobre si própria e fica de rabo para o ar. Agarra na fralda suja, agarra na fralda limpa. Nunca sei quanto tempo vou demorar nesta actividade que antigamente me demorava poucos minutos. A alimentação é outra aventura. É impaciente. Se tem sono, já não come nada. Se tem fome, não para de gritar até começar a perceber que está a comer. Ou tem que estar a ver a BabyTV ou tenho que chamar o pai para fazer palhaçadas enquanto lhe meto umas colheres à boca. Já come sopa de carne e peixe às refeições principais, frutinha sempre a acompanhar. Gosta mais de sopa do que de fruta ou de papa, mas o leitinho continua a ser o seu preferido. Para já, as brincadeiras preferidas dela envolvem sempre meter alguma coisa na boca. Tem um bonequinho amarelo, que deve ser o mais rafeirinho que ela tem. Adora-o! Aos bonecos para massajar as gengivas todos xpto não lhes liga grande coisa. Adora o cabo da escova dela, que é borracha, adora as colheres dela e, este é muito especial, uma colher de pau mais pequenina que eu tinha aqui. Li algures que os bebés gostavam e eu posso confirmar. Só é preciso supervisão para evitar que meta o cabo à boca e possa magoar-se. Depois, acho que gosta muito de brincar com o pai. Ele só faz macacadas e ela perde-se a rir. Claro que ele tem toda a disposição e paciência para brincar com a sua princesa, pois dorme a noite toda descansadamente. Não fica horas a adormecê-la, não muda fraldas, não a veste, não a alimenta. Já perceberam a ideia, não é? Os nossos gatinhos começam a interessar-lhe muito. Eles é que não lhe ligam grande coisa. Ela tenta passar-lhes a mão pelo pêlo e, às vezes, puxa. Eles não reclamam, mas fogem-lhe. É preciso ter cuidado com os animais. As crianças não têm noção dos perigos de um animal e é normal que eles reajam. Os pais é que têm que estar atentos. Estes bichanos não são nada perigosos, não creio que vá ter problemas. Tenho é que os proteger a eles dela. É triste vê-los abandonar o quarto porque a artista da minha filha está a aquecer a voz e eles não conseguem dormir com os gritos. Suspeito que ela venha a ser cantora lírica. Atinge umas notas bem altas! Ainda não anda e está a começar a querer gatinhar. Não está fácil porque o chão que tenho à disposição não facilita esse movimento. Adora estar de pé e faz imensa força com as pernocas. Sinceramente, ainda não faço questão que ande. Nem quero imaginar as minhas ricas costas. São 2:30 da manhã e ela adormeceu há meia hora. Estou exausta, mas precisava mesmo de falar sobre a minha filhota agora que chegou aos 8 meses. O tempo passa, de facto, muito depressa. Qualquer dia não cabe no berço e vou ter que a pôr na cama dela à força. Ah... Um último pormenor importantíssimo. Ela agora dorme de lado, como nós. No início, fiquei preocupada, mas logo percebi que ela gosta de estar assim. Ora vira para um lado, ora vira para o outro. E ainda não descobriu que também pode dormir de barriga para baixo...

16.12.14

O Pensamento Positivo afinal não é assim tão Positivo

Muitas mães dizem-me que o que mais apreciam neste blogue é o facto de ser sempre muito positivo, muito bem-disposto. Não tinha essa noção, mas procuro dar ânimo a todas as pessoas que me abordam.

Há uns tempos li um artigo no New York Times que me deixou a pensar neste assunto até agora.

Falam-nos a toda a hora sobre o pensamento positivo e os seus benefícios. Ter pensamento positivo, afinal, pode não ser muito útil quando temos objectivos difíceis de atingir. Muitas vezes, o pensamento positivo pode camuflar e dificultar o nosso caminho. Por outro lado, a negatividade pode ser, mesmo, paralizante. O que o artigo descreve como a melhor forma de atingir metas é mesmo acreditar que o seu objectivo é possível, depois analizar e antecipar todas as dificuldades para que possam ser ultrapassadas.

Sonhar com o futuro acalma-nos, reduz a pressão sanguínea, mas também pode retirar a energia que precisamos para atingir os nossos objectivos. Estudos revelaram que imaginar apenas coisas boas, finais felizes, impede as pessoas de concretizar os seus sonhos. O pensamento positivo emburrece-nos e cria a ilusão de que já atingimos os nossos objectivos, distraindo-nos da determinação de os seguir. O pensamento negativo paraliza-nos.

A receita aqui descrita é uma mistura das duas abordagens: a positiva e a negativa. Imagine um desejo, imagine o desejo a tornar-se realidade. Depois, é começar a imaginar os obstáculos que se podem levantar no persurso de realizar o seu desejo. Isto é o chamado "contraste mental".

Vamos lá tentar esta abordagem.

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15.12.14

Passatempos

Têm-me perguntado por que não tenho feito mais passatempos e a resposta é muito simples. Não quero.

Sempre que fazia passatempos apareciam imensos likes na página do facebook, muitos deles com a palavra passatempo no nome. Em vez de atrair mães, grávidas e mulheres com vontade de ser mães, atraía caça-passatempos que desapareciam assim que o passatempo terminava. Não é isso que pretendo para a minha página, nem para o meu blogue.

Outro motivo é que não conhecia os produtos que estava a promover. Eu já não gosto de divulgar páginas com serviços ou produtos que desconheço. Recuso-me mesmo. Gosto de partilhar páginas que eu realmente aprecio. Não me levem a mal, mas é assim mesmo.

Por isso, se eu fizer algum sorteio ou passatempo no fututo, terá que ser de algum produto que eu conheça, que eu tenha e que possa recomendar.

11.12.14

O sono dos bebés

Que disse que dormir bem é dormir como um bebé devia estar louco. A minha filha sempre dormiu muito bem e com facilidade. Lembro-me dos tempos em que dormia das 22-23 até às 7-8 da manhã. Ela descansava, eu descansava, era uma alegria. Depois, começou a ter dificuldade em adormecer. Não podia haver luz ou ruído. Tinha que a adormecer ao colo, sempre a andar de um lado para o outro. Se me sentava ou parava, lá vinha a reclamação. E eu cantava, cantava. Lá adormecia, mas dormia toda a noite. Nas últimas semanas, já já mais de um mês, deu-lhe para acordar duas e, até, 3 vezes por noite. É o mesmo problema para adormecer e soma-se agora os lanches nocturnos. Se é um pico de crescimento, já dura há muito tempo. Só gostava de perceber certos fenómenos. No outro dia, estava ela já a dormir e eu tentava, às escuras, tirar um edredon de uma prateleira superior do armário. Não me apercebi e deixei cair um porco mealheiro em barro mesmo ao lado do berço dela. Nem pestanejou. Tentei recolher o máximo de cacos e moedas no chão às escuras e nada. Outros dias, basta eu tossir e já acordou. Hoje, por exemplo, quis mamar uma hora mais cedo do que devia e está a dormir desde então. Não foi preciso embalá-la, nem músicas. Adormeceu na sala, com a televisão ligada, luzes acesas e nós a conversarmos. Eram 21:30. Pensei que fosse dormir 20 minutinhos, como é habitual, depois ia ao banho, tomava mais um leitinho e dormia. É 1 da manhã e ainda não acordou. Ainda não a levei para a cama porque não quero acordá-la. Estes sonos são preciosos. Estamos as duas deitadas no chão da sala, embrulhadas em mantas. Ela está toda satisfeita e dorme profundamente e eu só penso na minha caminha. Alguém me explica estes padrões despadronizados de sono? Como se corrige isto?

7.12.14

O primeiro dentinho

Acho que já desde os 3 ou 4 meses que aguardava pelos dentinhos da Mia. Babava-se muito e tinha muita necessidade de morder objectos mais duros. Ia perguntando nas consultas de pediatria se seriam os dentes a rasgar mas diziam-me que as gengivas ainda estavam muito moles e que não seria para já. Nas últimas semanas, começámos a notar que os dois dentinhos de baixo se viam através da gengiva, mas ainda não tinham rasgado. O meu marido até dizia que podíamos ter dentinho a qualquer momento. E foi esta noite que aconteceu! Sei que foi mesmo esta noite porque a minha princesa está sempre a levar os meus dedos à boca e é assim que eu vou monitorizando as gengivas. Durante o dia estava tudo na mesma. Foi depois do jantar que, enquanto me roía o dedo, senti uma coisita um bocadinho mais rija, o primeiro dentinho. Estava efectivamente a roer-me o dedo. Foi uma alegria cá em casa e sinto-me imensamente feliz por ter testemunhado mais este momento importante. Também sempre pensei que esta coisa dos dentes fosse mais complicada, com dores e febre. Sei que é apenas o primeiro dente, mas tem sido perfeito. Que se mantenha sempre assim.

6.12.14

Memórias da gravidez

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Sempre tive grande fascínio pela gravidez e pelo parto. Era tanto o respeitinho que lhes tinha (e ainda tenho) que eu tentava recolher o máximo de informação de todas as pessoas que já tinham tido filhos. O que mais me aborrecia era que não havia grande entusiasmo a descrever aquilo que eu considerava a maior aventura da vida de qualquer mulher. E, agora, eu percebo isso. Depois da criança nascer, a gravidez e o parto são completamente desvalorizados pelas mães. No meu caso em concreto, passei a gravidez toda focada na gravidez. Pensava no meu bebé como parte de mim e já só mais para o final pensava nele cá fora. Aí tinha mesmo muita vontade de agarrar na barriga e chegá-la mais para o peito e poder abraçar a minha menina. Fui registando, sempre que podia, as minhas impressões da gravidez, o que sentia, o que ia acontecendo. E ainda bem que o fiz porque já me lembro de muito pouco. Duas das minhas melhores amigas estão grávidas de 31 e 35 semanas e vão-me fazendo perguntas. Se me perguntarem o que sentia quando a minha bebé mexia, eu sei descrever com todo o rigor. Parece até que ainda consigo senti-la... Agora, se me perguntarem com quantas semanas ela ficou cefálica já não saberei dizer. Não sei quando fiz a análise da glucose, não sei quando fiz a ecografia morfológica. Não sei, não me lembro. Felizmente, graças ao meu registo, posso ir cuscar isso tudo. Quando, há umas semanas, fui procurar uma dessas informações até fiquei emocionada com o que li. Primeiro, parecia que eu estava a ler qualquer coisa que alguém escreveu, depois, fiquei a ler detalhes da minha vida e rapidamente as memórias voltaram. Comentei com o meu marido que adorava ler-me e ele achou que eu estava a ser arrogante e pouco humilde. Naturalmente, não me referia às minhas habilidades literárias (que sei que não tenho), mas sim à possibilidade de voltar atrás no tempo. É voltar a um tempo muito, muito feliz. Hoje, mãe da menina mais linda do mundo há quase 8 meses, também eu já esqueci daqueles detalhes que todas as grávidas (e as grávidas to be) querem saber. Tenho saudades de estar grávida e o parto foi óptimo. Só me lembro das coisas boas e parece que só houve mesmo coisas boas. Foi uma sucessão de acontecimentos que me trouxe a pessoa mais importante da minha vida. A natureza não brinca e tudo faz sentido. Faz-se uma formatação de tudo o que foi negativo e ficam só as memórias felizes. Se assim não fosse, quem iria querer ter mais filhos?