10.4.15

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Quem não se revê nesta imagem?

O comentário que me deitou mais abaixo veio cerca de 3 semanas depois de ter sido mãe. O meu marido insistiu imenso comigo para ir a um jantar de amigos (havia amigos que tinham vindo do estrangeiro). Eu debati-me, recusei, mas, por fim, aceitei e lá fui ao jantar. A minha filha ficou com os meus sogros, com o leitinho que eu tinha extraído com a bomba e mantivemo-nos sempre em contacto. Chega um casal se super-pais e lançam o comentário "Já consegues deixar a tua filha sozinha?" Fiquei logo furiosa comigo, por estar ali e não estar com a minha filha, zanguei-me com o meu marido por que ter convencido a estar ali. Aqueles pais são certamente melhores do que eu porque não deixaram a filha de 3 semanas com os pais. Será que são? Hoje sei que não.

Todas sabemos como as mulheres (e homens, já agora) podem ser crueis umas com as outras. Somo alvos de crítica, mas isso não nos impete de ir espetando umas alfinetadas, também. Acho que nos está no sangue. Falar mal dos braços gordos da outra, faz-nos sentir um pouco melhor com os nossos dentes feios.

No mundo da maternidade, as coisas não são melhores. Falar mal de uma mãe, torna-nos melhores mães. Falar mal dos filhos dos outros, eleva os nossos. Já pude perceber que as mães são autênticas feras e não se coibem de massacrar as outras que não seguem os mesmos preceitos. Basta ler os comentários que se fazem quando alguma mãe faz uma pergunta no facebook. De repende, ficamos todas especialistas no assunto, os nossos filhos são os maiores e as outras mães são umas falhadas. Mas, neste caso, houve uma mãe que pediu opiniões.

O mais insólito acontece quando não perguntamos nada a ninguém, estamos na nossa vidinha com o nosso filhote, e chegam as super-mães, sempre cheias de razão e de certezas. "Ah... o meu filho come muito bem. O teu não?", "O meu filho nunca fica doente. O teu está com uma cara esquisita...", "Dormes com o teu bebé? Isso é muito mau.", blá, blá, blá...

Tenho a certeza de que qualquer mãe, por mais segura e experiente que seja, já teve dúvidas, medos e ansiedades relacionadas com os seus filhos. Assusta-me que sejamos tão seguras quando são os filhos dos outros. Sobretudo, o que me assusta ainda mais, é a facilidade com que menosprezamos as outras mães. Não bastam as nossas inseguranças, e ainda vêm mais pessoas a fazerem-nos sentir menores, más mães. Acho que podemos ter conversas sobre filhos e maternidade sem nos magoarmos. Podemos partilhar experiências, usar algumas sugestões, ou não, aprender com os erros dos outros, ou esperar para errarmos com os nossos próprios erros.

Eu tento ter sempre cuidado com mães mais recentes do que eu. Imagino o quão assustadas não devem andar e não vale a pena deixá-las mais ansiosas com alguma asneira que possam estar a fazer. Vamos tentar ser todas mais solidárias e mais amiguinhas umas das outras. Quem fica a ganhar são os bebés. :)

Como pôr um bebé a dormir em menos de 1 minuto



Só precisam de um guardanapo de papel.




9.4.15

O aniversário da estrela

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Acho que é bem visível a influência que o Hinduísmo tem na minha vida. Apesar de eu ter sido sempre uma curiosa das outras religiões (sou católica), o Hinduísmo foi-me trazido pela minha grande amiga, irmã de coração, indiana. Indiana daquelas que vive mesmo na Índia. Há uns dias alertou-me que se aproximava o aniversário da estrela da Maria Victória. O Hinduísmo tem o seu próprio calendário e para o que se faz aqui é ver a que dia corresponde à posição da estrela no dia e hora de nascimento. O aniversário Hindu da minha menina é hoje, dia 8 de Abril. Pelo que a Krupa me disse, é auspicioso vestir-lhe uma roupinha nova. Como não podia deixar de ser, a tia de coração da minha menina quis assinalar a efeméride com uma puja, uma celebração muito especial. Esta puja foi realizada às 5 da manhã no templo. Foi feita no mesmo dia da estrela no ano passado, no dia em que a Maria Victória nasceu. Foi mais especial ainda porque, pela primeira vez, a Krupa teve a oportunidade de oferecer leite com as suas próprias mãos. Foi confeccionado um prato doce especial, oferecido no tempo e distribuído por todos. Pelos vistos, é auspicioso usar uma roupinha nova neste dia.

5.4.15

Páscoa 2015

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Quase que se podia dizer que esta é a primeira Páscoa da Maria Victória, mas não é. A princesa nasceu na quinta-feira santa à noite e no sábado já estávamos em casa. A minha mãe fez questão de passar a manhã toda a cozinhar e trouxe-me a Páscoa de Quintela para Vila Real. Este ano já cá estamos. O pai da Maria Victória teve um jantar de amigos da escola primária e nós viemos mais cedo. Amanhã juntar-se-á a nós. Já estivemos com as vizinhas, brincámos muito com o Bóris e com a minha mãe e estamos quase, quase a dormir. Não tem preço estar na minha casa de sempre com a minha menina. Já faltam algumas pessoas, mas a recordação perdura.

4.4.15

Os primeiros passos de um bebé... na Índia

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Quando um bebé tenta dar os primeiros passos isso é motivo de celebração na Índia.

Associa-se esta fase tão importante na vida da criança a Lord Krishna. Faz-se uma pasta de farinha de arroz, passa-se nos pés do bebé e depois é deixá-lo passear-se pela casa, deixando pegadas pequeninas por todo o lado. Também se entoam cânticos pedindo que Krishna venha até nós, caminhando.

http://youtu.be/KqbzIUriB6M

3.4.15

Foi numa Quinta-feira Santa, como a de hoje, que a minha bebé nasceu. De forma completamente inesperada, surpreendeu-nos a todos com a sua chegada. Quando nasceu, às 21:25, estava toda a gente cá fora à espera para ver a bebé mais linda do mundo. Era grande a euforia e pudemos estar todos juntos no recobro. Eu também estava muito bem, fruto de uma epidural com efeitos prolongados. Depois, fui para o meu quarto e lá ficámos só as duas, como hoje. Naquela noite, no escuro silencioso do hospital, eu ia ouvindo ao longe o choro de outros bebés. Mas a minha bebé não chorava. Eu estava cheia de curiosidade para a observar e estudar cada detalhe. Mas também tinha pavor de que chorasse e eu não soubesse o que lhe fazer. Então, deixei-me estar quietinha ao lado dela, não fosse eu perturbar o sono daquela princesa. Hoje, já não tenho medo desse toque. Sei que não incomoda, só acalma, sossega, apazigua e, até, cura. Estas noites em que estamos só as duas são só nossas. O colinho que partilhamos é paliativo para as duas.