6.7.16

Os terríveis 2 anos

A minha filha foi um bebé que não chorava. Quando tinha fome, fazia uns sons, mas nada de chorar. Era uma doçura de bebé. Foi crescendo e manteve-se sempre bem-disposta e feliz. Ao aproximar-se dos 2 anos, parecia que tinha entrado na adolescência. E é assim que é chamada esta fase: a adolescência da infância ou a terrível crise dos 2 anos.



Antes de mais nada, esta fase dos "terrible twos" é normal e é saudável! Nesta fase, inicia-se uma luta interior entre a dependência dos pais e a sua vontade de ser independente. Por isso, é que ora estão carentes a pedir colo e logo a seguir saem a correr. Estão a passar por imensas alterações a todos os níveis. O vocabulário está a crescer, já conseguem fazer imensas coisas sozinhos e começam a perceber que há regras a cumprir. O pior é que, apesar de quererem, não conseguem exprimir tudo o que querem, nem ser tão autónomos como desejariam e isso origina a frustração, o mau comportamento e as tão temidas birras.


É normal que nesta altura se perca a paciência, mas é melhor manter a calma. Quando uma crise se estiver a iniciar, é melhor distrair a criança ou ignorá-la. Se estiverem em público, levá-la para outro lado sem discussão ou barulho. O ideal é também evitar situações especiais, tais como fazer actividade na altura da sesta. É natural que estejam mais sensíveis. Temos que aceitar e respeitar esta fase, demonstrar-lhe todo o nosso amor e atravessar esta tempestade com confiança.


Adorei saber que esta fase é muito positiva e enriquecedora:

1. São líderes.
Como eles acham que sabem sempre o que querem, devemos sempre que possível encorajá-los a fazer escolhar, dar-lhes opções.

2. São criativos.
Ainda ontem a minha filha deixou a sua criatividade no chão da sala, pintada a caneta de acetato. O ideal é dar-lhes espaço e liberdade para expressarem a criatividade, em vez de os proibir e limitar.

3. São aventureiros.
Muitas vezes, esta sede por aventura pode ser perigosa. Gostam de trepar para cima de tudo e não conhecem obstáculos. Mais, uma vez, é melhor criar condições para poderem aventurar-se. É deixá-los mais à vontade, mas sempre com segurança.

4. São ajudantes.
Esta sede de autonomia pode muito bem ser útil em casa. A minha filha adora ajudar, apesar de quase sempre atrapalhar mais do que ajuda. Mas certamente há alguma pequena tarefa que podem começar a fazer.

5. Vivem o momento.
Por isso, são tão mais felizes do que nós. Não pensam no passado, nem antecipam o futuro. A boa notícia é que, mesmo quando fazem a tal birra, passado uns minutos já passou.

6. São seres com emoções.
É certo que ainda estão a aprender a controlá-las, mas têm-nas e expressam-nas, coisa que falta a muitos adultos. Revelar emoções é extremamente saudável.

7. São excelentes alunos.
São verdadeiras esponjas absorventes. Os pais devem expôr os filhos ao conhecimento e verão como eles aprendem tudo. E podem aprender em qualquer tipo de experiência ou situação.

8. Vêem o melhor nas pessoas.
Eles confiam e sorriem a toda a gente. Só temos que aprender com eles.

9. São felizes com a mínima coisa.
É muito fácil fazer uma criança feliz e pouco tem a ver com ter coisas. Passem tempo com os vossos filhos e verão como eles são felizes só com isso.

10. Amam os pais.
Não há coisa melhor no mundo. Só temos que lhes devolver esse amor e eles são imensamente felizes.


5.7.16

Água de gengibre e limão



Nestes últimos dias, tenho preparado uma água de gengibre e limão deliciosa. É muito simples e rápida de fazer e tem imensos benefícios. É ideal para nos hidratarmos nestes dias de calor.

Para cada litro de água, cortar 4 rodelas de gengibre. Pode também raspar-se um pouco de gengibre para ficar mais concentrado. Coloquei apenas umas rodelas de limão. Não espremi porque, como não ia beber tudo de uma vez, podia azedar. O sabor é muito suave e não precisa de adicionar açúcar. 

Com esta água estamos a acelerar o metabolismo, dado que o gengibre é termogénico, para além de ser um antioxidante natural e proteger o sistema imunitário. 

4.7.16

Não sou blogger

O meu blogue nasceu no dia em que fiz um teste de gravidez positivo. Não foi algo que tivesse programado, não foi um projecto pensado, não foi um convite. Foi absolutamente espontâneo. Precisava de desabafar o que estava a sentir e, ainda assim, acho que não consegui. Abri o blogue e comecei a escrever. Mas não há palavras suficientes que possam traduzir o carrossel de emoções que senti. E, sim, foram sensações muito opostas. Apesar de ser uma gravidez planeada, consegui sentir desespero, alegria, pânico, felicidade, medo...
Ora, eu digo que não sou blogger porque escrevo quando quero e quando posso. Durante a gravidez, conseguia escrever regularmente porque tinha mesmo vontade e tempo para falar sobre o que me ia acontecendo. Depois da filhota nascer, acabou-se a disponibilidade e o blogue não estava no top das prioridades. Precisamente porque não sou blogger. Se fosse blogger que remédio tinha eu senão vir para aqui encher chouriços. O público espera novidades. No nosso caso, estamos à vontade. Ninguém nos conhece e não me parece que alguém nos queira conhecer muito. Na verdade, ao fim de quase 3 anos de blogue só fui reconhecida duas vezes. Uma vez foi numa clínica, enquanto esperávamos pela consulta de pediatria da Maria Victória, tinha ela 1 ano. Chegou um carrinho e lá foi ela a correr falar com a bebé. Diz a mãe: "É a Maria Victória!" E eu, meio desconfiada e, perguntei de onde a conhecia. Era do blogue. A outra vez foi pouco depois, numa esplanada aqui perto de casa. A Maria Victória foi meter-se com duas jovens que estavam noutra mesa. Uma delas perguntou se era a Maria Victória. E disse que seguia o blogue. Achei estranho pela faixa etária. Eu com aquela idade não tinha qualquer interesse em gravidezes e crianças. Fora estas duas situações, nunca o meu blogue ou a minha filha me foram mencionados. Muito menos eu. Porque não sou uma blogger. Também ajuda o facto de vivermos em Trás-os-Montes. Já fomos convidadas para ir eventos, já nos ofereceram experiências, mas não em Vila Real. Eu gostava bastante de aceitar, mas não vou deixar o trabalho e mudar as rotinas da minha filha para ir a Lisboa. Outro aspecto que me afasta das bloggers tradicionais (e, felizmente, também isso está a mudar) é o facto de sermos pessoas normais, com problemas que toda a gente tem. Deve ser por aí que as pessoas mais se ligam a nós. Não pelo exemplo, mas pela proximidade. Temos as mesmas dúvidas, as mesmas ansiedades, provavelmente os mesmos objectivos diários: conseguir equilibrar a profissão, os filhos, a casa, a família... Acredito que as outras bloggers também tenham estes problemas, mas a vida delas é outra. Só pode! Assim que chega o calor é vê-las e às crianças de hotel em hotel, todos os dias com roupas novas, brancas e imaculadas. Também acredito que deve ser uma canseira andar à mercê de marcas e publicidade. A independência paga-se caro e devem ser bem pagas para isso. Não tenho absolutamente nada contra. Se eu tivesse uma marca também recorreria a bloggers devido à imensa visibilidade que têm. Mostram-nos as suas casas sempre impecáveis, quartos de criança de sonho, sempre com os brinquedos mais lindos... Por isso é que não sou blogger. Tenho a casa sempre em modo caos. Está cheia de tralha, sempre desarrumada, muito desarrumada e, muitas vezes, suja. Tenho 2 gatos e uma filha de 2 anos que se encarregam de o fazer. Ok, eu também ajudo porque organização não é comigo. Claro já cortei fotos porque estava qualquer coisa ao fundo que não devia estar. Porque não sou blogger. As bloggers têm fotógrafos profissionais, os backgrounds mais apropriados, onde tudo é pensado, as roupas e acessórios com as últimas tendências. É a apologia do belo. Claro que é preferível ir ao instagram ver fotos bonitas em vez de réplicas do que temos em casa. Ninguém vai postar uma foto das sobras de panados com arroz de feijão. Todos nós gostamos de ver aquela salada colorida ou prato de sushi. 
Por tudo isto não sou blogger. Feliz ou infelizmente. Gosto de escrever e é isso que vou continuar a fazer. Vou continuar a arrumar o sofa antes de tirar uma foto, vou continuar a falar do que me preocupa na maternidade e partilhar o que me apaixona. 

30.6.16

28.6.16

7 coisas que eu dizia antes de ter filhos

1 - O bebé deve ir para o seu quarto o mais cedo possível.
Sempre gostei de dormir bem e muito. Não podia ser um
bebé que me ia tirar esse prazer. A minha ideia era a minha filha ficar no meu quarto nos primeiros tempos e, assim que possível, iria para o seu quartinho. Era o melhor para todos. Fiz questão de ter o quarto absolutamente pronto antes dela nascer, pois sabia de pessoas que tiveram de esperar que o quarto estivesse pronto para mudar o bebé de poiso. E eu não podia correr esse risco. Pois bem, o quarto estava pronto, a menina nasceu e nunca foi para o seu quarto. No dia em que viemos para casa, o pai foi logo comprar um berço para acoplar à cama, pois foi absolutamente inconcebível para os dois (ao menos nisso concordamos...) deixá-la a dormir longe de nós.

2 - Vou arranjar sempre tempo para mim.
Eu já suspeitava que o tempo fosse escassear, mas nunca supus que o tempo para mim ficasse reduzido a zero. E não foi só durante aqueles primeiros meses mais complicados. Ainda hoje, 2 anos depois, marcar um cabeleireiro ou um café com amigos exige grande ginástica na agenda. Para mim, a prioridade é a minha filha, o meu trabalho porque preciso de a sustentar, e tudo o resto muito no fim da lista. É uma opção minha, que me deixa mais feliz. Quando as mães são mais felizes a dedicar mais tempo para si também está muito bem. Mães felizes, filhotes felizes. E eu sou feliz com ela comigo.

3 - Nunca levar a minha bebé para um restaurante.
Isto era daquelas coisas que sempre me irritou. Detesto restaurantes barulhentos e cheios de gente. Gosto de poder comer devagar (sou daquelas pessoas irritantes que mastiga a comida 20 vezes antes de engolir) e com o mínimo de ruído. Se o ruído fossem crianças a chorar ou aos gritos eu já nem conseguia comer. Culpava aqueles pais por se atreverem a sair de casa com aquelas criaturas birrentas e, se não tivessem a quem os deixar, que não saíssem de casa. Hoje, tudo isto me continua a irritar, mas também nunca mais consegui ter uma refeição demorada e em sossego, mesmo em casa. Sobretudo, fiquei muito solidária com os pais que têm todo o direito a ter uma refeição cozinhada por outra pessoa, sem prescindir da companhia dos filhos. Agora o choro dos filhos dos outros deixa-me aflita e as gargalhadas alegram-me. Também eu levo com os olhares de outras pessoas e espero que um dia compreendam.

4 - Nunca vou deixar a minha filha comer com telemóvel ou tablet à frente.
Era precisamente nos restaurantes que eu mais via isto. Por havia miúdos aos gritinhos, a brincar, ora havia miúdos absolutamente hipnotizados por gadgets. Eu, utilizadora incondicional e irremediável de tecnologia de bolso, dizia que com os meus filhos seria muito diferente. Eles têm que saber estar à mesa sem essas bengalas. Agora é dar por mim desesperada quando não tenho net, não há wireless e não tenho vídeos para lhe mostrar. Confesso que já mal uso o meu telemóvel porque está sempre ao serviço da minha filha. Isto serve para refeições ou simplesmente para lhe conseguir mudar a fralda.

5 - A minha filha não vai comer porcarias.
Pais horrorosos esses que dão açúcar e gorduras aos filhos... 99% por cento do tempo, a alimentação da minha filha é saudável. Come sempre sopa, um prato com proteína, hidratos e legumes e frutinha, pelo menos ao lanche. Depois, há as festas infantis. E esse 1% é absolutamente desastroso. Quando eu criticava, era habitualmente em situações de festa e aí é quase impossível de os controlar. Está tudo ao nível dos olhos deles e é vê-los comer batatas fritas, gomas, bolachas, pintarolas... Qual sopa, qual quê? Eu já desisti. Ficava consumida, sentir-me culpada e andava sempre a correr atrás dela a tirar-lhe as batatas fritas da mão. Não vale a pena! Se for só nesses dias, não há mal nenhum e que se lixem os olhares críticos dos outros. Pouco veneno não mata ninguém.

6 - Nunca vou sair de casa mal arranjada.
Uma vez, uma amiga comentava que outra amiga sua tinha sido mãe e que andava toda mal arranjada. Pior, às vezes, podia encontrar-se nódoas na sua roupa. Que horror! Infelizmente, já me aconteceu. E mais do que uma vez. A área predominante é o ombro esquerdo, onde a minha filha tanto se babou, muitas vezes com restos de comida ou de leite. E também saio mal arranjada porque infelizmente não há tempo para tudo e, como sempre, eu estou no fundinho das prioridades.

7 - Detesto baby blogs!
Sobre isto há pouco a dizer... Este é efectivamente um baby blog, começado precisamente no dia em que descobri que tinha um bebé comigo. Sempre detestei a conversa de mãe, sempre a queixarem-se que os filhos tinham febre e mais isto e mais aquilo. Passou-me a falta de paciência, claro.

As crianças precisam do toque e de atenção dos pais


Um estudo da Universidade de Harvard diz que as crianças precisam do toque e de atenção.
Na verdade, a filosofia do "deixa chorar" pode conduzir a mais medos e lágrimas quando forem adultos, de acordo com dois investigadores da Harvard Medical School.

"Em vez de os deixar chorar, os pais devem manter os bebés próximos de si, consolá-los quando choram e levá-los para a sua cama, onde se vão sentir seguros."afirmam Michael L. Commons e Patrice M. Miller, investigadores do Departamento de Psiquiatria.

Os dois investigadores examinaram a forma de educar crianças nos Estados Unidos e noutras culturas. Nos Estados Unidos é comum colocar os bebés em camas separadas e, até, em quartos separados, e não atender rapidamente ao seu choro. Isso pode conduzir a incidentes de stress pós-traumático e perturbações do pânico quando estas crianças atingirem a idade adulta.

"O stress prematuro resultante da separação causa alterações no cérebro das crianças que os torna futuros adultos mais susceptíveis ao stress nas suas vidas", dizem Commons e Miller. "Os pais devem reconhecer que deixar os bebés chorar desnecessariamente prejudica-os permanentemente. Altera-lhes o sistema nervoso para que se tornem ultra-sensíveis a um futuro trauma", diz Commons.

"O trabalho destes investigadores de Harvard é único porque tem uma abordagem multidisciplinar, examinando a função cerebral, a aprendizagem emocional nas crianças e as diferenças culturais", diz Charles R. Figley, director do Traumatology Institute da Florida State University e editor do The Journal of Traumatology.

Estes investigadores afirmam que a educação infantil mais apegada dá a ideia de que as crianças crescerão mais dependentes, mas é exactamente o oposto. O contacto físico e a proximidade irão tornar as crianças mais seguras e mais capazes de formar relações adultas e seguirem o seu próprio caminho.

As mães Gusii, do Quénia, dormem com os seus bebés e respondem rapidamentem quando choram. Colocaram as mães Gusii a ver vídeos de mães Americanas e as Gusii ficaram perturbadas pelo tempo estas demoravam a responder as bebés que choravam.

"Há formas de crescer e ser independente sem colocar os bebés em situações tão traumáticas." Disse Commons. "O castigo e o abandono nunca foram uma boa forma de se ter gente calorosa, afectuosa e independente."




Podem ver o artigo completo aqui.