11.8.17

O vestido de noiva da mãe

Quando era miúda sonhava casar-me com o vestido de noiva da minha mãe. Era lindo! Lembro-me de lhe pedir para o ver e de o querer vestir umas quantas vezes. Experimentei-o quando tinha uns 13 anos. Por volta dos 16-17, voltei a vesti-lo e logo percebi que não era para mim. Como temos uma constituição física diferente, o vestido dava-me pelos tornozelos e já apertava bastante.
A minha pequenina também já tem fascínio pela indumentária dos casamentos. Acho que está no imaginário de qualquer criança porque se assemelha em tudo aos contos de fadas. Para ela tudo o que é preto e branco é um casamento. Eu e o pai somos um casamento, mas se ela estiver com uma t-shirt branca e eu com uma preta também somos um casamento. Ela suspira quando vê as nossas fotos e diz que ela estava na minha barriga. É uma forma de se incluir nos momentos em que ainda não estava presente. Na verdade, até estava na minha barriga, tendo em conta que cada mulher já os seus óvulos desde que nasce. Bom, o facto é que ela falava imenso no meu vestido e eu já lhe tinha prometido que lho mostrava. Como ele ficou guardado na casa da minha mãe, agora que cá viemos passar uns dias foi a altura certa. Que animação! Não só quis vesti-lo como quis passear com ele pela casa. Já foi suficientemente pesado para mim, mas ela não quis saber. Lá andei eu a ajudá-la, qual madrinha de casamento, a desviar as coisas à sua passagem. Coitadinha, estava encantada como se fosse uma princesa. Ao contrário de mim, que não tenho qualquer registo a usar o vestido da minha mãe, resolvi assinalar o momento com umas fotos. Vai ser giro mostrar-lhe isto quando for mais velha.

8.8.17

As pranchas

Antes de engravidar eu frequentava regularmente o ginásio. Fazia musculação, cardio, spinning e aulas de ginástica localizada. Depois, o obstetra pediu-me para parar. Eu já tinha 35 anos e não queríamos arriscar. Podia não acontecer nada ou até podia acontecer. Na dúvida, parei e até agradeci. No primeiro trimestre, o meu pior sintoma foi mesmo o sono intenso. Por isso, ficar a descansar soube mesmo bem! 
Depois da Maria Victória chegar, fiz várias tentativas de regressar ao exercício. Até tinha a coisa facilitada porque tenho um ginásio em casa, mas a coisa não se deu como eu queria. Sempre tive problemas em descansar de noite porque a Maria Victória acordava 2 vezes por noite até há bem pouco tempo. Para além disso, tenho um trabalho a tempo inteiro desde que ela tinha 1 mês. Tudo vinha antes de mim! Primeiro, a criança, depois o trabalho, depois a gestão da casa e, por fim, eu! Depois, veio um problema de saúde, mais 7 kg em cima e uma apatia que me impedia de ter qualquer interesse em mim. Já havia pouco e entretanto desapareceu. 
Hoje, já gosto mais de mim, já perdi 6 kg e trabalho para perder os 3 ou 4 que me faltam. O problema é que o tempo continua a escassear. 
Não adianta eu querer definir objectivos inatingíveis. Sinceramente, eu até podia retirar algum tempo ao trabalho ou à criança para ir malhar. Não era mal nenhum! Acho que, se investirmos em nós, até estamos a investir em toda a família. Mas eu é que não quero, para já, tirar mais tempo à minha filha, nem tirar-me tempo com ela. E descobri a actividade ideal para alguém como eu.
Lembro-me daquilo que mais me custava fazer nas aulas do ginásio: as pranchas. É um exercício super completo e não requer quase nada. Só precisamos de chão, vontade de fazer pranchas e de alguns segundos. Acabaram-se as desculpas para fazer exercício!! 

Quais são, então, as vantagens de fazer pranchas:

1. Define o abdómen. 
Atenção barrigas flácidas!!! Fazer pranchas diariamente torna os músculos abdominais mais fortes, mas também os músculos que lhe estão associados dos lados, costas, nádegas, ombros e braços.


2. Melhora a postura
Acho que a pior sequela da minha gravidez e maternidade foi mesmo a minha postura curvada. E fui alimentando isso enquanto dava colo constantemente à minha filha. Ao fortalecermos os abdominais, também vamos melhorar a postura.

3. Melhora o equilíbrio
Abdominais fortalecidos também ajudam ao equilíbrio e estabilidade.

4. Aumenta o metabolismo
O segredo para aumentar o seu metabolismo é desenvolver os músculos que irão queimar calorias mesmo quando estamos em repouso.

5. Previne dores nas costas
Dores nas costas podem ser consequência de um abdómen fraco. Quando o seu abdómen ficar mais forte, as costas irão doer menos.

6. Coxas e nádegas perfeitas
Além dos braços ficarem fortalecidos e obter um abdômen perfeito, a prancha abdominal também fortalecerá a parte de trás das coxas e as nádegas.

7. Alivia o stress
Encontrei, então, umas 100 aplicações para telemóvel que ensinam e guiam como fazer pranchas. Estou a experimentar e estou a adorar. Começa-se com poucos segundos, mas custa. E todos os dias aumentamos mais um pouco. Ainda não acabei o primeiro desafio mas a verdade é que todos os dias aguento um pouco mais. A vantagem disto é que não precisamos de nos propor a fazer coisas completamente irrealistas. Assim, fazemos pouco a pouco, dia após dia.



É isto que as pranchas prometem. Convencidas?

29.7.17

Obstipação infantil

Este tema não é novo cá em casa. Desde bebé que a Maria Victória sofria de obstipação. Sempre me foram dizendo que era normal, que quando iniciasse a diversificação alimentar que iria passar. Não passou e até piorou. Enquanto bebé, tinha que recorrer ao Bebegel e lá ia resolvendo o problema. Mas com 2 anos já não era fácil aplicar-lho.
Sempre achei este caso de obstipação um mistério. Ela bebia e bebe imensa água, comia e come sopa a todas as refeições, legumes em todas as refeições, bastante activa... não se compreendia aquelas fezes secas, duras e às bolinhas. Como devia ser doloroso, ela já se recusava a fazer cocó. Até podia ter vontade, mas não ia fazer. E piorava mais a coisa.
Falei com outras mães que não me deram grandes esperanças. As suas filhas (sempre meninas) mantinham uma alimentação saudável mas também tinham medo de fazer cocó. E cresceram com esse problema.
Experimentei tudo o que havia na farmácia e nada resultou. Até que um dia me mostraram o Movicol. Após uma semana de uso, escrevi aqui os fantásticos resultados que estávamos a ter. Mais de meio ano depois, posso assegurar que esse medicamento mudou as nossas vidas.
O Movicol pediátrico é um pó branco com sabor a chocolate. Eu misturava no leite porque acho que combina melhor do que com água. Bastaram dois dias para regular o intestino, apesar de ter usado Movicol mais algumas vezes em situações pontuais. Apesar de raramente usar, faço questão de ter sempre em casa e de o levar sempre connosco "não vá o diabo tecê-las".
O maior benefício, para além de regularizar o intestino, foi realmente retirar o medo da ida à casa de banho. Era uma autêntica tortura! Hoje faz cocó todos os dias, sem qualquer problema ou hesitação. Se num determinado dia não faz (porque não bebeu tanta água ou porque está doentinha) não vou a correr dar-lhe o Movicol. Espero sempre até ao dia seguinte e ela vai à casa de banho naturalmente. Eu penso que só pode ser usado por crianças a partir de 2 anos, mas falem com o vosso pediatra e aconselhem-se sobre o Movicol. Connosco foi rápido e eficaz.
Outra coisa que tenho reparado é que a evacuação é mais rápida quando ela usa o seu bacio da Imaginarium. Ela já usa as nossas sanitas, mas quando vai lá fazer cocó demora sempre muito tempo. Então ela vai para o seu bacio e faz de imediato. Acredito que seja porque fica com os pés um pouco mais elevados e isso facilita a evacuação. Tal como acontece connosco, como já expliquei aqui.
Espero ter ajudado.


23.7.17

Fomos ao Zoo

Hoje fomos ao Zoo!
Aqui em casa adoramos animais! Acho que todas as crianças têm fascínio por animais. As fábulas com os adormecemos, os desenhos animados e os peluches com que brincam ajudam a alimentar o imaginário.
Como nós temos acesso muito facilitado ao meio rural, os típicos animais da quinta já não são segredo para a Maria Victória. Já viu galinhas, galos, coelhos, porcos, vacas, ovelhas, cabras, cavalos, éguas... e até já andou de burro!
Quando lhe disse que íamos ao Jardim Zoológico, ela ficou numa excitação enorme para ver vacas. Mal ela sabia que ia ver muito mais...
Ainda hoje, antes de sair de casa, estávamos em dúvida sobre que Zoo visitar: Zoo da Maia ou o Zoo Santo Inácio. Lancei o desafio na página do facebook e a resposta foi massiva. Todos recomendaram o Zoo Santo Inácio. Não havia dúvidas!
Curiosamente, eu já tinha estado no Zoo Santo Inácio em 2004. Tinha menos animais, lembro-me de que andei imenso porque devia estar mais vazio. A ideia que ficou é que era mais uma quinta do que propriamente um Zoo. 13 anos depois regresso e estou realmente impressionada.
O Zoo Santo Inácio está a apenas a 10 minutos do centro do Porto, em Vila Nova de Gaia. Tem o objetivo de aproximar a comunidade da Natureza e da Vida Selvagem, alertando para a crescente importância da Conservação das Espécies Animais de todo o Mundo.
Tem bares, restaurantes, casas de banho com fartura, muitas sombras e áreas de descanso e muitos animais. É o local ideal para fazer um passeio em família (ou com os amigos, como eu fiz em 2014) e as crianças adoram!
Não me vou alongar mais em descrições porque o ideal é que o visitem. É com as nossas visitas que estes espaços se mantêm, que alimentam os seus animais e lhes proporcionam tudo o que precisam. Não vão uma só vez. Vão muitas. E o Zoo da Maia é o próximo que vamos visitar.















Pausa para o geladinho... 🍦




Cunhámos uma moeda










Fiquei à porta


Uma Mara entre maras



20.7.17

Os filhos do Cristiano Ronaldo

Até parecia mal eu não vir cá dar o meu palpite sobre os filhos do Cristiano Ronaldo. Parece que toda a gente tem uma opinião e a minha até poderá ser surpreendente. Sinceramente, não vejo mal nenhum em "encomendar" os bebés. Então e porquê?

- Ele quis ser pai e um país permitiu-lhe que o fosse de forma legal;
- Sendo ele milionário, como saberia ele distinguir uma mulher que o amasse de verdade e que quisesse ter filhos com ele pelos motivos certos de uma pistoleira? Que estabilidade teriam os filhos nessas circunstâncias?
- Porque é que ele não pode ser pai solteiro? Há tantas mulheres e homens por aí que negam aos outros pais a possibilidade de exercerem a paternidade / maternidade plenas. A única diferença é que essas crianças provavelmente sabem quem é o seu pai ou mãe;
- Sendo eu mãe e filha, sei perfeitamente o papel que uma mãe desempenha na vida de um filho. E aqueles que perderam a mãe no parto? Ou cedo na vida? Provavelmente, também tiveram a referência de uma Dona Dolores.;
- Qual é o problema de ser a Dona Dolores a cuidar do menino? E se for uma madrasta? Os padrastos e madrastas não são capazes de amar filhos que não são deles? Só os pais biológicos? Claro que não;
- O que distingue o Cristiano Ronaldo dos casais de lésbicas que vão a Espanha fazer inseminações artificiais, privando as crianças de um pai, de uma figura masculina?
- Filhos que crescem com pai e mãe juntos não têm a garantia de que qualquer um deles seja uma boa referência seja do que for. Há pais e pais e há mães e mães.

Pelo que me é dado a conhecer do Cristianinho, parece uma criança muito feliz e amada. Tem uma família alargada muito grande, com muitas crianças e não parece demasiado mimado, apesar dos milhões do pai. Recordo que ele pediu um iPhone ao pai e ele não lho deu. Se o menino lhe perguntar pela mãe (se é que não perguntou já), acredito que seja uma conversa difícil, tal como será a de um pai que tem de explicar a um filho que a mãe já morreu, que a mãe o abandonou, que a mãe está com outra família.

Para mim, o que rege estas coisas é sempre o AMOR. Por isso, defendo que pais homossexuais possam adoptar crianças, defendo que pais pobres deviam ser ajudados a ficar com os seus filhos, defendo que quem tem amor para dar deve ter a possibilidade de o fazer. O Cristiano podia ter engravidado uma gaja qualquer e pagava-lhe para ele ficar com o filho, mas preferiu fazer uma produção independente. Quantas mulheres não o fazem? O Cristiano podia ter esperado até encontrar o amor da sua vida para ter filhos com ela, mas e se esse amor nunca chegar? Havia uma possibilidade de ser pai e ele aproveitou-a. Até o admiro mais por isso. Muitos milionários não têm a preocupação de criar uma família, de ter crianças junto de si, e não vejo melhor investimento do que em filhos. A questão financeira por detrás do procedimento também não me choca. É preciso pagar para que tudo seja feito nas melhores condições possíveis. O que choca mais é até o facto de haver mulheres capazes de gerar um filho que não é seu e que nunca vai ser. Também não as julgo. Não sei o que as move, se é o dinheiro, a necessidade, ou até um acto de amor.

O Cristiano Ronaldo tem agora 3 filhos e espera o 4º com a Georgina Rodriguez. Espero que sejam todos muito felizes.

19.7.17

Quando ficamos sem chão

Os maiores sustos da vida, arrisco-me a dizer, são os que sofremos com quem mais amamos. De alguma forma, lá vamos conseguindo enfrentar as nossas adversidades, aguentamos, sofremos muito em silêncio... O pior é quando vemos os nossos em perigo. Quando tomamos consciência de que podemos ficar sem eles. Já tive alguns desses sustos e também já perdi alguém. Mas a última vez que fiquei sem chão foi no domingo passado.
Eu quase que me habituei à profissão do meu marido. Eu digo quase porque acho que nunca vou aceitá-la completamente. São inúmeras as vezes que lhe digo que queria tanto que ele fosse contabilista para estar todas as noites em casa e fora de perigo. Ele ri-se. Também já se cansou de me dizer que isso não é para ele.
Eu não sei de onde apareceu a minha ansiedade e os meus ataques de pânico, mas quase que apostava que tiveram origem no momento em que ele decidiu ser piloto de helicóptero. Passei a estar num estado de alerta permanente, sempre com medo do que possa acontecer, atenta às notícias... A minha angústia começa em Abril. Começam os treinos de preparação para a época de fogos florestais. Depois, pode ter que ir buscar um helicóptero ao estrangeiro e são uns 2 ou 3 dias a vê-lo a atravessar a Europa, sempre à espera que aterre para saber que está bem. Em Junho, começa o inferno que todos conhecemos em Portugal. Infelizmente, vivemos num país de pirómanos, malucos ou de interesses duvidosos e temos um país lindíssimo a arder durante 4 meses. Eu tento não pensar muito no que ele faz, mas o mediatismo dos incêndios em Portugal faz com que eu esteja a vê-lo muitas vezes em directo a apagar fogos!
Este domigo ele saiu como é habitual para o seu trabalho. Começou a apagar o fogo de Alijó logo às 8:30 e por lá passou a manhã toda. Às 9:30 vi o que ele andava a fazer porque a SIC Notícias estava em directo no local do incêndio. Perguntei-lhe se o helicóptero dele era o preto e, quando ele teve uma pausa, confirmou que sim. Mostrei o papá à Maria Victória e ela ficou toda orgulhosa com o seu herói e com o Tobias (o nome que ela tinha dado ao helicóptero). Partilhei mesmo este vídeo dele em directo. Por volta das 3, ele diz-me que está muito enjoado e que não vai conseguir acabar o dia. Pediu para ser substituído. Estava há horas exposto a um calor intenso, fumo e constantemente a ir buscar água à barragem para lançar logo em seguida no fogo. Essa repetição pode fazer com que fiquem zonzos. Em quase 10 anos de experiência, ele nunca tinha ficado assim. Perguntei se queria que o fosse buscar, mas recusou. Fiquei em casa a aguardar que chegasse. Vim para o jardim com a Maria Victória, ela brincou imenso na piscina, enchemos balões, foi mesmo uma tarde de domingo divertida. Tinha o telemóvel a carregar no interior e fui buscá-lo. Já tinha uma série de chamadas perdidas, mensagens e estava a receber mais chamadas. Perguntavam se estava tudo bem com o Luís Filipe e se era ele que estava no incêndio de Alijó. Tinha caído um helicóptero! Fiquei sem chão! E estava com a minha filhinha ao lado! Corri para a TV e vejo um helicóptero preto desfeito no chão. Aquele helicóptero que eu tinha partilhado de manhã estava todo destruído. Só mais tarde percebi que o piloto estava bem. A Maria Victória perguntava se o helicóptero tinha caído e eu evitava-a, ao mesmo tempo que procurava desesperadamente ter notícias verdadeiras e tentava responder a quem me pedia notícias. Agradeço aos amigos que me informaram logo que não tinha sido ele. O piloto que o veio substituir tinha caído logo na primeira saída. Foram minutos de uma aflição indescritível. Só consegui falar com ele umas 2 horas mais tarde e por breves segundos. Esteve sempre com o outro piloto e só veio para casa muito tarde. Infelizmente, houve outra família que também deve ter ficado sem chão.
Ainda não recuperei do grande susto que apanhei e vou continuar a desejar que ele enverede por uma profissão normal. É muito aflitivo saber que o pai da casa vai trabalhar 12 ou mais horas seguidas numa profissão de alto risco, muitas vezes longe de casa. Já me podia ter habituado ao fim de 10 anos, mas não quero.