7.11.17

Saídas à noite sem filhos


Há umas semanas, o meu grupo de amigos realizou a 3º edição da Disco Night Out Without Kids. No primeiro ano, não fui porque a minha menina tinha poucos meses. No ano passado fui ao jantar e este ano corri para ela logo depois do jantar, de novo.
Não sei como acontece convosco, mas contam-se pelos dedos as vezes que eu deixei a minha filha à noite. E de todas essas vezes que saí, fui dormir a casa com ela. Foi uma opção minha e já começo a perceber que foi uma má decisão. De qualquer das formas, acho que estas iniciativas são interessantes para pessoas que, como eu, não largam os filhos ou não têm com quem os largar.
Desta vez, conforme nos fomos sentando no restaurante, tivemos que reorganizar os lugares porque claramente as mulheres estavam a falar de assuntos diferentes dos dos homens e já havia muitas cabeças a desviarem-se. Então, e apesar de eu ser sempre contra esse tipo de segregação, ficaram mulheres para um lado e homens para outro.
O mais engraçado é que foi um jantar sem filhos, no entanto eles dominaram as conversas, pelo menos do nosso lado. Foi a noite toda a falar dos filhos, das ites, da escola, das actividades extra-curriculares... E adorei, claro! Há lá assunto melhor para passar uma noite sem filhos? Não estavam presentes, mas era como se estivessem.
Desta vez, confesso que já me me apetecia ter ficado até mais tarde, ir até um bar ou discoteca, beber um copo... Mas a criança não estava a dormir sem mim e não consegui ficar. Por acaso, quando cheguei ela tinha acabado de adormecer e já me senti imensamente culpada por lhe ter atrasado tanto o sono.
Admito que a culpa é toda minha. Foi muito habituada a passar as noites comigo e agora que me apetece sair um pouco custa-lhe imenso... 

24.10.17

Quem é Deus?


Hoje, perante a trágica e triste notícia de um amigo tinha falecido, abracei a minha filha e disse: "Obrigada, meu Deus, por me teres dado a minha filhinha!" E ela responde-me: "Quem é Deus?".

Já lhe tinha falado antes de Deus. Aliás, ela até já diz "Ó, meu Deus..." Ela é que nunca me tinha perguntado quem era Deus. Quem era essa pessoa que a enviou até mim. Fiquei um pouco hesitante porque nem eu sei quem é Deus. A minha concepção de Deus tem mudado tanto ao longo dos anos e não queria dar-lhe uma ideia errada. Mas, será que há uma ideia errada e uma ideia certa?

Para encerrar o assunto por ali, optei por dizer-lhe que era ALGUÉM que vivia nas estrelas. E ela: "É o teu avôzinho?" O assunto não está encerrado, claro, e já sei que vou ter longas conversas sobre este tema com ela.

O importante é que ela aprenda a gratidão por termos pessoas de quem gostamos ao nosso lado, pelo tempo que tiver de ser. A única coisa certa nesta vida é mesmo a morte.

18.10.17

3 anos e meio

Como qualquer criança, a Maria Victória adora soprar as velas de um bolo de aniversário (aliás, para dizer a verdade, quaisquer velas servem. Ainda me lembro da vergonha que passei quando num baptizado foi a correr para o altar e tentou soprar as velas que estavam a arder...).
Desde que fez 2 anos que deixei de contar os meses. É uma canseira! Mas ontem a minha mãe lembrou-se que a Maria Victória fazia 3 anos e meio. Assim que ela ouviu isto, começou a gritar alegremente que fazia anos e queria um bolo e um presente. Não houve presente porque ela já tem coisas a mais e recebe imensos presentes sem data especial, mas lá fui tratar de um bolinho e uma vela. Cantámos os parabéns umas 3 ou 4 vezes e comemos uma fatia de bolo. Hoje ao almoço foi a mesma cantoria. 
Desde que ela manifesta este gosto pelos parabéns que temos sempre bolos, velas para todos os aniversariantes da família. Não é pelos aniversariantes. É pela princesa. Acho que só mesmo eu é que não tive direito a bolo este ano. Foi um bolo a menos para ela. 
E, pronto, são 3 anos e meio muito felizes, com os dias cheios de alegria, muito cansativos, muitas horas de sono em falta. Ou seja, passou a ser tudo muito intenso e muito bom.


9.10.17

Karate Kid

A minha menina anda no Karate há já quase 1 mês e tem sido delicioso.

Depois do péssimo serviço proporcionado pela Escola de Bailado de Vila Real (tanta doçura e graciosidade para nada!), ainda bem que há instituições que sabem o que fazem. Na Akademia de Katate de Vila Real encontramos o apoio que precisamos quando temos uma criança muito pequena a praticar uma actividade física. É uma diferença abismal!

Gosto de várias coisas na ADKVR, mas o mais importante é mesmo a Mestre. Para além de um currículo admirável, tem uma atenção e cuidado inexcedíveis com os pequeninos. A Maria Victória adora o Karate e adora a professora Ni. Depois, gosto bastante das instalações. Temos um parque de estacionamente subterrâneo (apesar de ser pago) com acesso directo à sala de Karate. Não apanhamso chuva, nem frio. Depois, há balneários e condições muitos boas, até porque o espaço é novo. No entanto, o que eu gostaria de destacar é mesmo o facto de haver uma televisão na sala de espera que nos permite acompanhar todo o treino. Para pais de crianças pequenas, que ainda se sentem inseguros, esta é a forma ideal para sabermos o que se vai passando sem interferir no decurso da aula.

No Ballet havia apenas 1 aula por semana. Se houvesse um imprevisto nesse dia e hora, lá se ia a aula à vida. Aqui, podemos ir todos os dias (segunda a quinta) e escolhemos 2 aulas. Ou seja, eu opto por ir logo na segunda-feira (até porque ela pede mesmo para ir!) e depois escolho um outro dia de acordo com o que nos dá mais jeito.

Primeiro mês de Karate fantástico! Criança feliz, mãe feliz!






20.9.17

A primeira semana de escola

Faz hoje uma semana que o Jardim de Infância começou e o saldo tem
sido francamente positivo. O único incidente foi mesmo na sexta-feira, ao terceiro dia. Logo quando acordou, a Maria Victória disse-me que não queria ir para a escola. Não valorizei e tratei das coisas como habitual. Assim que parei na escola, começou o drama. Fomos até à sala, onde já estavam todos os meninos, e ela gritava e chorava que não queria ficar ali. Não me largava do pescoço e já estava a ficar fisicamente difícil de a domar. Quando a pus no chão, fugiu para o exterior e caiu. Tive que pegar nela de novo e tentámos de tudo para a convencer a ficar. Deixá-la e virar costas estava fora de questão porque ela literalmente colada a mim, com a pernas e os braços à minha volta. Para evitar mais constrangimentos e atrasar a aula dos meninos, meti-a no carro e regressamos a casa. Ali percebeu que era bem melhor ter ficado na escola. Estive sempre a trabalhar e pouco tempo lhe pude dedicar. Ainda de manhã, uma vizinha foi a minha casa sugerir que a Maria Victória fosse com a sua filha no transporte escolar. Talvez ajudasse.
Depois do almoço, lá fomos nós para a rua aguardar a carrinha. Entrou com a M. e disse-me adeus. Eu estava muito ansiosa por saber o que lhe teria acontecido. Era a primeira vez que ia sozinha e era apenas o 3º dia. Cheguei à escola para a ir buscar e estava felicíssima. Tão feliz que quis regressar a casa na carrinha e não comigo.
Apesar da escola ser a uns 300 metros de casa, ela faz questão de ir na carrinha com os meninos que vêm de mais longe. Não há despedidas, é divertido, e vai toda feliz para a escola! Come melhor, dorme muito melhor (coitadinha, anda cansadita!), trata da sua higiene sozinha (com supervisão, mas sozinha) e anda muito bem-disposta.
A primeira semana tem sido óptima para o meu coração de mãe e para a minha filhota. Vamos esperar que se mantenha sempre assim.

14.9.17

Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Minha filha, não sei se vais guardar na memória o teu primeiro dia no Jardim de Infância, mas cá estou eu para o registar.

Começou hoje um percurso importante. É na escola que fazemos os amigos para a vida, que vivemos grandes emoções e aprendemos a ser mulheres pensadoras, capazes e com valor.

Passei os últimos dias a falar-te de como a escolinha era fantástica. Queria que absorvesses o meu entusiasmo. Ontem à noite, eu estava muito ansiosa. Deixei tudo preparado, mas depois não consegui dormir nada de jeito. Passei a noite a acordar, com medo de chegares atrasada. Acordaste muito cedo porque aposto que sentiste a minha agitação, mas estavas muito bem-disposta. Avisaste-me que hoje não ias para a escola, só na próxima semana. E eu compreendo. Preferias ficar em casa comigo, como é hábito, a fazer tudo muito devagar, ao nosso ritmo. Mas fomos fazendo as coisas, foste ficando pronta para sair e com vontade de estar com os coleguinhas. Tirámos estas fotos no nosso jardim. Preparei a ardósia no dia anterior e as fotos lá saíram como possível. Estavas muito tão feliz!

Apesar da distância ser muito curta, fomos de carro para não chegarmos atrasadas. Fomos na galhofa, a cantar, como já é hábito. Era importante manter o entusiasmo.

Quando chegámos, coloquei-te a mochila nas costas para te tirar uma foto a entrar, mas mal sabia que a mochila ia ser o mote de um momento muito engraçado.

Assim que entraste, cumprimentaste umas meninas e começaste a andar de costas para elas, dizendo: "Meninas, olhem para a minha mochila! Venham ver!". Claro que elas não foram ver, também elas tinham as suas mochilas lindas, mas gostei de ver como estavas feliz com a tua.

Entrámos na sala e foste recebida com um abraço da educadora e da assistente. São tão meiguinhas e protectoras que fazem qualquer um sentir-se bem ali. Foste procurar brinquedos e encontraste um helicóptero. Foste mostrar a todos o helicóptero do papá. Eu saí rapidamente e disseste-me até já, a sorrir! Teve que ser assim para não tornar as coisas mais difíceis para ti.

Voltei para casa e só te fui buscar 2:30 depois. Estava em tensão, pois não sabia como te ia encontrar. E fiquei tão feliz e emocionado quando te encontrei sentada na tua almofada a tentar desembrulhar o chupa-chupa que te deram (espero que por ser o primeiro dia de aulas). Recebeste-me de braços abertos, muito feliz e bem-disposta. Disseram-me que nunca choraste, que nenhum menino chorou, que pediste para ir à casa de banho, comeste pouco do teu lanchinho e pouco tempo estiveste quieta. Era isto que eu esperava que acontecesse. Não te imagino muito tempo parada no mesmo sítio. Precisas de movimento, és curiosa...

Depois do almoço e da sesta em casa do Vovô e da Vovó, era hora de mais uma primeira vez. Uma aula de Karate, com a prima Ni. Foi absolutamente fantástico! Ali, sabem exactamente como receber crianças pequenas. Tal como combinado, fiquei a um cantinho, apenas a observar como percorrias aquele espaço enorme e confortável, como ignoravas as instruções da professora para explorar os materiais ou simplesmente para dar mais uma corrida. Mas também vi como a professora conseguiu que todos (novos e antigos) conseguissem executar na perfeição um exercício em que simulavam que eram os cachorrinhos da Patrulha Pata. Para já, estou de coração cheio porque conseguimos várias coisas com esta aula. Só me procuraste 2 vezes e afastaste-te logo. O teu interesse era mesmo a aula. Depois, conseguimos cansar-te um bocadinho. Na verdade, precisamos que canalizes a tua energia para outras coisas que não apenas redecorar a nossa casa e cansar todos à tua volta sem que tu fraquejes. E, por fim, espero que o Karate traga a disciplina que tanto precisas e que eu não consigo impor-te. Acho que ficas muito bem ali.

Hoje foi o primeiro dia do resto da tua vida. Sê feliz, meu Amor! Só sou feliz a ver-te feliz!