30.6.25

Hormonoterapia

2 semanas depois da quimio terminar, dei início à hormonoterapia. 

Fui ao hospital de dia para começar a tomar a injeção Zoladex. Ao chegar, percebemos que não me tinham dado previamente a pomada ou selo anestésico. E a injeção é dolorosa. Aplicaram-me a pomada e voltei para casa para regressar lá mais tarde. Além disso, também ninguém me tinha explicado os efeitos da dita cuja, e a enfermeira disse que não me dava a injeção sem que eu falasse com a oncologista primeiro. 

Voltei ao fim do dia para a consulta de oncologia e sala de espera estava completamente vazia. Nunca tinha visto. Recebi boas notícias das TACs que fiz na semana anterior a terminar a quimio e discutimos os próximos passos. Para além da Zoladex, vou tomar diariamente Letrozol (comprimidos) e ambos vão inibir a produção das hormonas que alimentavam os minhas células cancerígenas. Mais para o fim do mês, darei início aos preparativos para a radioterapia. 

A seguir, fui à enfermagem tomar a da injeção. O creme anestésico tinha sido aplicado 4 horas antes e não doeu absolutamente nada. A agulha é grossa e fiquei com a barriga negra durante duas semanas.








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29.6.25

Quimioterapia - o fim

Acabei a quimioterapia no dia 27 de Maio e só estou a conseguir falar sobre isso agora. Sempre que tentava voltar aqui para escrever, chorava copiosamente. 

Falei brevemente no Instagram aqui e aqui só para assinalar as datas, mas foi muito doloroso. A verdade é que chorei mais neste último mês do que durante os 5 meses de tratamento. E isso foi muito surpreendente porque tudo o que eu queria era chegar a este dia 27 de Maio. Achava que ia ficar feliz, mas não fiquei. 

Quando me instalei para fazer tratamento, informei, entusiasmada, a enfermeira que era a minha última quimio. Só que ela não pareceu nada impressionada. Primeira desilusão. Não entendo como um marco tão importante na vida de um doente oncológico pode ser tão ignorado pelos profissionais de saúde que nos acompanham. Afetou-me profundamente. Claro que a minha médica também não apareceu. Sabem aqueles sininhos que costumam haver nos hospitais estrangeiros? Aqui não há! Nem isso, nem palavras de incentivo. 

Quando cheguei a casa, a minha querida mãe tinha-me comprado flores. E foi a única pessoa que percebeu verdadeiramente o que significou aquela última quimioterapia. E ela é que merecia as flores. Porque ver o que ela viu não é fácil. 

As outras pessoas que compreenderam foram as minhas colegas de luta. Pode parecer clichê, mas só mesmo quem passa por isto consegue avaliar. É tão importante esta comunidade de mulheres… Quer sejam aquelas que já passaram por isso e nos ajudam, quer sejam as que estão no início do processo e nós ajudamos. 

E de que forma nos ajudamos? Com partilha de informação, com escuta ativa… Para mim foi importantíssimo ter a amiga Ângela a esclarecer-me no início e entretanto várias outras pessoas chegaram à minha vida. Ajudas preciosas.

Resumindo, terminei uma etapa tão difícil e importante, mas não houve festa, não houve celebração, não houve nada. E por isso é que esta viagem é tão solitária. Mas fiquei triste e desiludi-me porque tive expectativas.

Passada aquela minha euforia de terminar o tratamento, foi altura de aguentar os efeitos secundários. Foram dias infernais, após o último tratamento. Ainda hoje me sinto envenenada e terei esse veneno dentro de mim. 

Apesar de eu ter maioritariamente náuseas e fadiga, o que se sente é muito mau. Talvez tenha sido pior porque já tinha passado por uma cirurgia, tinha começado pelas brancas e aguentar as vermelhas, que são as mais duras, no final de tudo, foi extremamente difícil. Ou seja, não há uma dor que eu possa identificar, mas doeu-me muito. Foi um desconforto enorme, uma dor de alma, uma inércia, um vazio… foi mau, muito mau. 

Quando me dizem que estes 5 meses de quimioterapia passaram rápido… como assim? Como se atrevem a dizer tal coisa? Foi penosamente lento! É querer tentar manter alguma normalidade, mas a maior parte das pessoas que nos rodeia só vê uma pessoa com cancro à frente. E sentem pena. Ou medo. Outros não conseguem lidar connosco e com a nossa imagem e afastam-se. E isso dói. Parece que desistiram de nós quando mais precisamos deles.

Neste último mês, o cabelo, pestanas e sobrancelhas começaram a crescer com maior vigor, mas o cabelo continua a cair. Continuei a engordar, apesar da dieta. As unhas das mãos estão ótimas, as dos pés ficaram agora um pouco escuras. Curiosamente, depois do tratamento acabar. Continuo a não me reconhecer ao espelho, mas gosto de mim. Percebo agora que nunca mais serei a mesma. Nunca mais terei a mesma imagem e não serei a mesma pessoa. Tenho menos dificuldade em dizer NAO e digo-o. 

A quimioterapia pode ter-me curado. Espero mesmo que o tenha feito. Corrijo: curou-me! É difícil, é dura, revolve-nos a alma, mas não é tão má como eu imaginei.

A primeira e a última. 




25.5.25

Estas duas semanas têm sido terríveis. A constipação ainda não passou. Já tive todo o tipo de tosses, de expectoração, dores de garganta, os ouvidos tapados, o nariz tapado e o nariz a correr… isto simplesmente não passa enquanto estiver a fazer quimioterapia e estiver imunodeprimida.

O ponto mais baixo e mais alto simultaneamente da minha semana foi quando tive que ir fazer 3 TACs - abdominal, torácica e pélvica. Quem me conhece, sabe o pânico que tenho por este tipo de exames de imagem. 

Eu já tinha tinha feito uma TAC no dia do meu diagnóstico e foi uma choradeira. E quando fiz estas foi nova choradeira. Estive muito bem até chamarem pela Maria Cristina. Corrigi para Mara Cristiana (sim, eu sei!) e desabei em lágrimas nervosas. O que me tem valido é que as pessoas demonstram sempre tanta compaixão e tornam a minha experiência menos ansiosa. 

Deitei-me e avisam-me que não poderei tossir. Como não? Ando com tosse de cão há semanas, como vou conseguir não tossir? Arriscava-me a não conseguirem obter imagens e ter que ir lá novamente, novo contraste… Deitei-me com os braços para cima, fechei os olhos e a cama começa a deslizar para cima e para baixo, por entre ordens de suster a respiração e sons mecânicos. 

Como boa menina que sou, obedeci, mantive a minha respiração o mais superficial que pude para não tossir e concluí com sucesso as 3 TACs que lá fui fazer. 

Para fazer isto, sim, tive que ir buscar coragem.

Tenho andado super ansiosa por causa destes resultados. Não quero pensar no pior, mas acabo por só pensar nisso. Tenho tido uma dor na omoplata direita que me incomoda já há umas semanas. 

Têm sido dias bons e maus. A quimio vermelha é f&did@! Não há outra palavra para isto. Faz-me sentir mais vulnerável, sinto que não tenho o apoio que preciso, nem de amigos, nem dos médicos. E uma amiga explicou-me que parece que eu habituo as pessoas a estar sempre bem e depois ninguém se lembra que eu posso precisar. É provável que seja mesmo isso e eu estou de facto mais sensível. 

A preocupação agora é ter valores que me permitam fazer a última quimio na terça. Preciso mesmo de acabar isto! Estou cansada e farta… Já chega! 


19.5.25

Quimio vermelha 3/4

Começo a não ter vontade sequer de falar disto, embora esteja felicíssima por já só faltar uma. É muito tempo de tratamento, estou completamente drenada emocionalmente.

Enfim… na terça, apresentei-me para o tratamento, mas claramente não me sentia recuperada para lá estar. 15 dias não foram suficientes para aguentar novo tratamento. Não que as análises não estivessem boas. Pelos vistos estavam, tanto que fiz o tratamento. Mas não me sentia forte. O raio da constipação não ajuda nada.

Ao meu lado estava um senhor, pai de um rapaz que eu conheço. Tem um tumor no estômago, inoperável porque está na parte exterior do mesmo, por isso faz tratamento para o reduzir/eliminar. Contou-me que perdeu um filho em criança para um glioblastoma e concordamos que não há maior luta que possa travar do que a de ver um filho doente e perdê-lo.

A médica dele veio chamá-lo ao tratamento e foram para uma sala. A minha apareceu lá, disse-me que íamos iniciar a hormonoterapia e foi embora. Honestamente já nem sei o que pensar. Sinto-me pouco acolhida. O meu caso é muito standard e não há necessidade de ser debatido convenientemente comigo? Será isso?

O certo é que entretanto recebi notificações para fazer TACs esta semana e início a hormonoterapia logo após terminar a quimio. Está tudo a andar e é assustador. Tenho medo do resultado das TACs, tenho medo dos efeitos da hormonoterapia. Sinto que vou ser lançada às feras, como se a quimioterapia não fosse dura o suficiente.

Desta vez, aceitei uma sopa quente. Mesmo com a manta que levo de casa sobre mim, tenho frio. 

Apesar de constipada, apesar de ter 15 quimios no lombo, consegui fazer as aulas do Hugo nos 3 dias seguintes. E digo consegui porque foram uma luta e uma superação. Estou toda lixada, mas com f mesmo. Aproveito para me desafiar quando consigo porque já sei que depois só vai piorar durante os dias seguintes.

- cansaço extremo. Acabo uma refeição e fico exausta. Subo as escadas e fico exausta. Basicamente, faço as minhas coisinhas e deito-me logo a seguir.

- náuseas. Não sinto vontade de vomitar, nunca senti. Mas sinto uma resistência à comida e também à bebida. Nunca perdi o apetite, mas preciso comer muito devagar. De manhã, quando acordo, também tenho que me mexer com cautela porque sinto o estômago a revirar. 

- estômago inchado. Consigo parecer uma grávida. Não são gases, não é a zona abdominal, vejo mesmo o meu estômago a crescer. 

- queda de cabelo. Isto intensificou agora na 3a vermelha. Mantenho ainda bastantes pestanas em cima, mas em baixo já está deprimente. As sobrancelhas estão miseráveis e já não consigo ser bem sucedida a disfarçar com maquilhagem porque não tenho talento para isso. O cabelo solta-se com uma facilidade incrível, para além de estar todo branco. Sim, ficou mais branco. Também não me tinham caído os pêlos dos braços e agora também já se estão a ir. 

- unhas escuras. Não tenho usado qualquer verniz porque quero estar atenta a tudo o que me vai acontecendo. Noto um ligeiro escurecimento numa ou noutra unha, nada de dramático. Claro que ainda pode aumentar, mas é facilmente disfarçável com verniz. Não sinto as unhas mais fracas, mas também opto por usá-las sempre curtas. Nos pés tudo ok.

- pele seca. Ainda não tinha sentido nada porque a minha pele é oleosa e deve ter estado a gerir tudo muito bem, mas sinto por fim uma sensação estranha na pele. Sinto que está queimada, seca e áspera. Sobretudo no rosto, mas no corpo também noto mais desidratação. E logo agora que não consigo beber tanto… Estou a usar cremes da Avène e da Uriage e tenho conseguido contornar isto. Sempre usei batom do cieiro, mas agora não consigo mesmo estar sem.

- aftas. Desde que faço a vermelha que me aparece 1 afta na 2a semana e desaparece ao fim de 1 dia. Desta vez, ainda não apareceu. 

O que me está a incomodar mais esta semana é mesmo a constipação. Ontem fui à urgência porque os sintomas da constipação e os da quimio estavam a confundir-se e eu não quero mesmo arriscar ficar mais doente e falhar a última quimio. 

Sinto-me cansada, com dificuldade a respirar por estar entupida, garganta com pontos brancos, tosse há mais de 3 semanas. Fui auscultada e o que tenho é compatível com uma infeção vírica. Os pulmões estão limpos, apesar de terem muco que está a sair. Os pontos brancos na garganta não eram pus e são compatíveis com a virose. Trouxe xarope e água para o nariz. 

O facto de estar a fazer tratamento não me permite combater uma simples constipação eficazmente. É frustrante! E cansa! Porque passo horas sem dormir, como agora. São 5 da manhã e eu sentada na cama a escrever porque estou toda entupida. Tenho a janela de 1 semana para tratar disto porque logo a seguir tenho a última quimio para fazer.

Continuo a tomar as injeções para estimular a medula a produzir glóbulos brancos. A mínimo desconforto nos meus ossos, tomo paracetamol. Costuma aparecer-me dor ao fim de 4 dias. Estou sempre atenta a mim e ao meu corpo porque estas dores não são para negligenciar. 

Vou tentar regressar ao sono. 





10.5.25

Farta disto


Depois da quimio vermelha #2, tive direito a:

- 3 dias relativamente bons, dado que consegui treinar sempre 🏃🏻‍♀️‍➡️

- 4 dias completamente ko, com direito a muito sono, muito cansaço, muitas náuseas…😰

Só mais de uma semana depois, me senti melhor, apesar continuar cansada. A MV tem estado em casa com febre 🤒. Consegui tratar de assuntos domésticos e fiz uma caminhada ligeira num dia, fiz um treino fraquito no outro. 

Se consigo fazer uma atividade de manhã, sinto necessidade de dormir de tarde. Às vezes, durmo também de manhã. Durante a noite, o meu sono não é seguido. Acordo muitas vezes, ou porque tenho calor ou porque tenho tosse. Realmente, a recuperação de uma simples constipação está a ser difícil. 

Na quinta-feira fui mesmo à oncologia para ser observada por uma médica. A minha não estava, mas a Dra. Joana foi uma querida ao receber-me. Os pulmões estavam ok, que era o que me preocupava, e pediu-me que vigiasse a minha temperatura. Só a tosse teima em não passar, mas já estou menos congestionada.

Ontem também não tomei a última injeção desta semana. Estava sozinha em casa e não me apeteceu fazê-lo eu própria. Aquilo não dói, é mesmo para ser feito pelo próprio, mas não o fiz. 

Sinto que estou mesmo a atingir o meu limite. A quimioterapia põe-me doente, não me deixa recuperar, tira-me a energia, pôs-me feia e gorda. Não adianta virem todos dizer que estou linda, só é ridículo! Além disso, eu é que sei como me sinto. E, neste momento, a única coisa a que me agarro é mesmo à proximidade do fim. 

Ainda assim, admiro o meu corpo e o que ele está a aguentar. Não sei se foi boa ideia deixar o pior tratamento para o fim. Não propriamente para o fim porque ainda vai faltar outros tratamentos importantes e com as suas consequências para mim. 

Estou mesmo farta disto! Depois de 2 cirurgias (mama e cateter) com anestesia geral e 14 quimios até agora, acho que me posso queixar. 

Quero voltar a ter cabelo, desinchar, vestir a minha roupa, ter energia para fazer o que me apetece, voltar a ser convidada para sair.

1.5.25

Quimio vermelha 2/4

Já só faltam 2! Já só falta 1 mês!

Faço a quimio sempre à terça, por isso na segunda foi dia de análises. Não sabia qual a resposta do meu corpo à toxicidade deste medicamento e temia não conseguir fazer tratamento no dia seguinte. 


Enquanto aguardava pela consulta de enfermagem, a energia foi abaixo. Comigo, na sala de espera, estava uma moça a acompanhar o pai e tinha consigo um portátil. Dizia que os colegas também estavam a reportar falta de energia em Setúbal, Coimbra… achei estranho, mas nas minhas redes sociais ainda não havia nada. A energia regressou rapidamente (agora sei que foi devido aos geradores), mas as enfermeiras já não conseguiram chamar pelos doentes através do sistema interno de telefone. Então, vieram chamar-me pessoalmente à sala de espera.

Na consulta, percebemos que engordei mais 1kg. Já lá vão 7. Sinto-me mesmo mais inchada. Tensão ótima, sem temperatura.  Fizemos o registo dos sintomas:

- aumento de peso

- ligeira náusea e enfartamento

- calores 

- dores nos ossos, devido às injeções para estimular a medula

- aumento do cansaço

- insónia

- nevoeiro mental 

Por outro lado, também já diminuíram alguns sintomas que tinha na quimio branca, como por exemplo:

- neuropatia

- aumento do apetite

Estou agradavelmente surpreendida com a reação do meu corpo à quimio vermelha. Sinto-me mais cansada, sim, mas não é nada de extraordinário. As náuseas não me impedem de comer. Os efeitos gastrointestinais só se notam na sensação de enfartamento. Vejo a região do estômago mesmo inchada e não consigo encolher a barriga. Não tenho diarreias ou obstipação, como muitas pessoas relatam. E tive uma afta na semana passada que durou 1 dia. Não me posso queixar, pois não? Sou uma sortuda.

Quando saí, percebi a extensão do apagão. A minha casa tem tudo eléctrico, mas a minha mãe conseguiu preparar-nos o almoço na churrasqueira do jardim. Peixinho grelhado e batata cozida. 

À tarde, fui fazer reiki com a Mónica para passar melhor na quimio do dia seguinte. Ainda estive lá umas boas 2 horas e nunca imaginei que o cenário de apagão se mantivesse. Recolhemos a miúda no colégio e fomos preparar o jantar novamente na churrasqueira do jardim. Carne grelhada, arroz e salada. Estava um dia bonito, por isso, jantámos mesmo no jardim, aproveitando a luz do céu. A eletricidade regressou a minha casa por volta das 23.

Na terça, ligaram-me para ir mais cedo, pois havia disponibilidade numa cama. Prefiro as camas aos cadeirões, pois não são nada confortáveis. Esta quimio é mais agradável do que a branca porque não me dão anti-histamínicos e não fico sonolenta. Ao meu lado, estava novamente a rapariga do cancro no intestino. Contou-me que assim que começou o tratamento teve uma reação muito grave. Não era a primeira vez que fazia estes medicamentos, por isso não se sabe bem o que aconteceu. Ela deixou de conseguir respirar, de ouvir e de ver. Suspenderam a medicação e, depois de a estabilizarem (não sei como), retomou o tratamento. Eu, entretanto terminei o meu e vim para casa.




Foi só o tempo de chegar a casa e comecei logo a sentir o cansaço no corpo. Estava super pesado. Jantei e fui-me deitar. Dormi mal por causa daqueles calores. Segui a orientação da oncologista e dormi sem roupa 🫢. A verdade é que ajudou, mas fiquei constipada. 

No dia seguinte acordei às 6 da manhã. Não me sentia cansada, apesar do pouco descanso, nem enjoada. Fui beber a minha água com limão, brinquei com os cães, esperei que a miúda acordasse para ir para o colégio, tomei o pequeno-almoço e fui treinar com o Hugo e as meninas. Durante o dia, senti-me mais nauseada e ao lanche só consegui comer gelado. Já percebi que acordo bem e vou murchando ao longo do dia. São estes os comprimido que tomo para o enjoo.

Hoje já é quinta-feira. Dormi muito melhor, mas também acordei super cedo. Também fui treinar às 9:30 com o Hugo e as meninas. Hoje, juntou-se a nós, mais uma e também se chama Mara. Queria ter ido tomar banho logo a seguir, mas tinha fome, pois ainda só tinha bebido água com limão. Pedi à minha mãe que me preparasse uns ovos mexidos, com torradas e fruta. E eu preparei uma bebida de whey, com café e colagénio para acompanhar. Depois deste repasto, já não consegui ter forças para tomar banho. Descansei, porque era isso que o corpo pedia, e até dormi um pouco. Apresentei-me para almoçar já bem tarde, depois de todos. Mas almocei. E queria ter ido tomar banho, mas a esta hora (já quase 7 da tarde) ainda não tive ânimo. Aproveitei e já fiz mais 2 pequenas caminhadas e conto tratar da minha higiene em breve. 

De ontem para hoje, notei que me apareceu uma mancha num dedo da mão. Nas unhas ainda não noto alterações. Também noto que as minhas pestanas estão a cair mais… 

Amanhã, começo a tomar as injeções para estimular a medula a produzir glóbulos brancos. Vou tomar o paracetamol religiosamente a cada aplicação porque não quero voltar a ser surpreendida com aquelas dores.

Aguardemos os próximos capítulos.