Sempre vivi rodeada por animais. Em casa, sempre houve sempre cães e gatos. Eram animais mas também membros da família. Acho que nunca houve um período em que não tivéssemos um animal, por isso, quando constituí a minha família também se tornou imperativo adoptar uns bichinhos. E vieram os dois gatinhos mais lindos do mudo.
Este amor que tenho pelos animais também se reveste de muito respeito. E é isso que pretendo passar à minha filha. Os animais, por muito que achemos que os conhecemos e que são absolutamente inofensivos, são animais e podem reagir a estímulos. Tal como nós, certo?
Acho super fofo e comovente ver bebés a brincar com animais, mas eu nunca consegui expor a minha filha a isso, enquanto era bebé. Não me sai da lembrança um gato siamês que tínhamos em casa. Ele adoptou a minha mãe. Aquele gato era só dela e detestava-me. Eu já devia ter uns 8 anos quando ele me atacou pelas costas. Não suportava ver-me no colo da minha mãe. Também tive um Serra da Estrela que mordeu o meu avô, o seu grande companheiro, deixando-o em bastante mau estado. Qualquer um destes meus bichinhos era adorável, mas houve qualquer coisa que os fez reagir daquela forma naquele momento.
Quando colocamos um bebé ou uma criança pequena junto de animais, sem supervisão, estamos a confiar que vai tudo correr bem e às vezes isso não acontece. Sabemos como são as crianças. Dão gritos, batem, puxam o pêlo, atiram com objectos aos bichos e, na maior parte do tempo, eles aguentam sem pestanejar. Até um dia. Os bichinhos também se assustam e podem reagir. Não vale a pena arriscar.
Com os meus gatinhos, tem corrido tudo bem até agora (com a excepção de um incidente que já explico). Não os abandonei quando engravidei, nem depois da Maria Victoria nascer, nem nunca!! Eles são membros da família. Sobretudo a minha gatinha notou uma grande diferença com a chegada do bebé a casa. A Tonicha dormia ao meu lado. No mesmo lado onde, 2 dias depois de ter saído de casa, acoplei um berço onde dormia aquele bichinho novo. A Tonicha teve de arranjar outro sítio para dormir, sempre perto de mim, mas mais longe da minha bebé. Ela andava sempre por perto e até cheguei a deixá-la dormir no fundo do berço uma vez. Não queria alimentar animosidades. A maior parte do tempo, tinha a minha filha ao colo e a minha gata nas pernas. Sempre as duas perto de mim e nunca sozinhas.
Quando a Maria Victória tinha perto de um ano e meio, estávamos sozinhas em casa e a dormir na minha cama e a Tonicha quis enfiar-se lá. Ela nunca vai para os lençóis, mas como era verão, só tínhamos um lençol a cobrir-nos. A Tonicha ia a passar, a Maria Victória mexeu o pé e a gatinha assustou-se e deu um salto para o ar. Esse salto e as suas unhas valeram um rasgão no pé da minha menina. De quem foi a culpa? Minha e apenas minha. Eu é que criei condições para isso acontecer.
O respeito pelos animais também passa por não os expormos a situações potencialmente perigosas. Nesta fase, temo mais pelos gatos do que pela minha filha. Ela não mede os gestos e às vezes abusa. Não pode e eu não deixo! Mas acho que estão todos a aprender a conhecer-se e a conviver no mesmo espaço.
O respeito pelos animais também passa por não os expormos a situações potencialmente perigosas. Nesta fase, temo mais pelos gatos do que pela minha filha. Ela não mede os gestos e às vezes abusa. Não pode e eu não deixo! Mas acho que estão todos a aprender a conhecer-se e a conviver no mesmo espaço.
Também em casa da minha mãe tínhamos um cão. Era um cão muito especial porque foi um filho para a minha mãe e para mim. O meu Bóris, um boxer adorável, era o bicho mais meigo, sensível e especial que já conheci. Ele tinha acesso à casa toda. Quando a minha mãe saía de casa no Inverno, deixava-lhe a lareira acesa e a TV ligada. Era uma alma pura e linda! Graças a Deus, a minha filha ainda teve a oportunidade de o conhecer e de brincar com ele. Faço questão de alimentar essas lembranças. Mas, ainda assim, não consegui baixar a guarda. Ela só podia fazer-lhe festas com ele acordado. E ele adorava e lambia-lhe as mãos.
Resumindo, animais com crianças, sim! Sempre! E com responsabilidade também. Estão todos ao nosso cuidado e a precaução nunca é demais.
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