Confesso que já estava nas últimas. Em boa hora chegou este desconfinamento. Foi um desafio e tanto conciliar 8 horas de trabalho diário, 1 hora para almoço com as aulas e trabalhos de casa, refeições, lanches, xixis, birras...
No meu trabalho contabilizam-se cliques, tempo de resposta, a qualidade de resposta, a produtividade e a satisfação do cliente. Tinha que interromper frequentemente o meu trabalho para acudir às mais variadas necessidades domésticas e escolares. Quando regressava ao meu posto, tinha que recomeçar tudo de novo. Fiz alguns erros, claro! No apoio ao cliente o bom uso da palavra é fundamental. Quando a cabeça não está devidamente concentrada no problema que estamos a tratar, é natural que erros aconteçam.
Todo este exercício de ter que equilibrar diferentes universos causou-me stress e irritabilidade. Estava sempre a gritar, frustrada com tudo! Quando pensava nas famílias com mais filhos, ambos os pais a tentarem trabalhar em casa, casas mais pequenas... era aí que relativizava tudo e dava graças a Deus. Calma! Era preciso ter calma! Tínhamos saúde, tínhamos trabalho, tínhamos a nossa filha connosco, com vontade de aprender.
O professor da minha filha fez um esforço acrescido de trabalhar mais 1 hora por dia porque resolveu separar os dois anos que leccionava em simultâneo. 1.º e 4.º anos juntos não deram lá muito bom resultado nas aulas à distância, por isso, para bem de todos, as aulas eram dadas separadamente. Coitado do professor! Aturar miúdos não é nada fácil. Simplesmente não se calam! E eram apenas 6. Nem quero imaginar em turmas normais...
Hoje, na última aula, o professor pediu para os meninos agradecerem aos pais pela ajuda que deram. Ajudámos muito, é verdade, mas os professores fizeram um esforço notável! Como forma de agradecimento, a minha filha deu-me duas moedas de 10 cêntimos.
Fiquei imensamente feliz por poder retomar um pouco da normalidade da minha vida (e da dela, claro!) com a abertura da escola. No entanto, já estou a antecipar as saudades imensas quando a for lá deixar e já não penso noutra coisa.
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