Quando fiquei desempregada, na sequência da pandemia de Covid no mundo, até gostei do descanso. Andava, de facto, muito cansada e soube bem, confesso. Depois, comecei a sentir a ansiedade de não me sentir produtiva. Eu preciso de ganhar dinheiro. Tenho imenso que fazer em casa, mas gosto de trabalhar.
Na altura, não havia quase nenhumas ofertas de emprego. Baixei os padrões e, quando me convidaram para trabalhar no apoio ao cliente para o mercado inglês, aceitei de imediato.
Também não tardei em perceber que aquilo não era para mim, mas não havia mais nada! E estarei sempre grata pela oportunidade, claro. Fui sendo iludida com a possibilidade de fazer carreira dentro da empresa. Possibilidade que nunca chegou, mesmo eu sendo top performer da minha equipa.
Eu sou competitiva. Mas gosto de competir comigo! Não me importo de começar por baixo desde que me deixem ir subindo. Se eu ganhava regularmente bónus de produtividade, por que motivo não podia subir de categoria? Quando finalmente tive a resposta (era porque eu trabalhava a partir de casa e para outras posições teria que ir para o escritório em Lisboa - não, obrigada!), comecei a procurar ativamente outro trabalho.
A oferta para pessoas com formação superior e experiência de trabalho em Portugal é francamente fraca. Parece que só há trabalho para programadores ou call centers. Aliciam os candidatos com um contrato de trabalho, um seguro de saúde e um ordenado mínimo.
Resolvi, então, deixar de procurar trabalho em anúncios de emprego. Primeiro, pensei que tipo de emprego eu queria, em que tipo de empresa eu queria trabalhar e, por fim, candidatei-me espontaneamente a meia dúzia de empresas estrangeiras.
Estas empresas não estavam à procura de ninguém, mas 2 quiseram recrutar-me imediatamente porque o meu perfil encaixava perfeitamente nos serviços deles.
Com isto tudo quero dizer que as coisas estão mais ao nosso alcance do que pensamos. Muitas vezes, estamos a olhar é para o lado errado.
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