22.11.22

Halal

Há uns tempos, fui jantar com colegas de trabalho do meu marido. Havia três ou quatro portugueses, um espanhol, um italiano e um marroquino. O pobre do marroquino comunica-se em inglês com os colegas porque poucos ou nenhuns saberão falar francês com ele. Muito menos árabe, naturalmente. 

Foi a minha oportunidade de desenferrujar a oralidade do francês. Há muito que só escrevo em francês e foi bom perceber que havia muito vocabulário que eu ainda me lembrava. É incrível como as palavras vão fluindo sem que pensemos nelas antes.


Fomos jantar a um restaurante cuja especialidade é leitão. Como muçulmano, fizeram-nos o favor de preparar bacalhau cozido, com legumes, batatas cozidas e ovo cozido. 


Achou estranho aquilo ser apenas cozido em água. Eles temperam muito as coisas antes de cozinharem. Nós temperamos depois.


Está cá em Portugal há pouco tempo e trouxe a família. 


Explicou-me que vai comprar um frigorífico maior para armazenar mais carne. E foi assim que começámos a falar de Halal. Halal refere-se aos comportamentos, formas de vestir e de falar e alimentos que são permitidos pela religião muçulmana. 


Para alimentar a família de carne, tem que comprar os animais nas quintas e sacrificá-los ele próprio, de acordo com as normas halal. Acreditam que os animais não devem ser sacrificados com stress. Então, o animal não é amarrado, mas sim deitado e virado para este. Devem ter uma lâmina muito bem afiada para que, num só golpe e no sítio certo, possam cortar o animal e o sangue correr. 


Apesar da descrição gráfica, acho que este método é mais razoável do que o sacrifício num matadouro ocidental. 

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