7.4.20
Diário de Quarentena
Ultimamente, não me tem apetecido escrever. Ao fim de quase 1 mês em casa, já começo a ficar preocupada com tudo isto da Covid-19. Eu não saio de casa, mas o meu marido trabalhou fora de casa durante 5 dias na semana passada. Garantiu-me que teve todos os cuidados e, ainda assim, não contactou com muita gente. Olho para ele e só penso que deve estar infectado. Ainda por cima, tem alergias e está sempre a espirrar... 😬. Dormimos todos em quartos separados e usamos casas de banho diferentes, pelo sim, pelo não. Fiz um preparado com lixívia e água e ando sempre atrás dele a limpar maçanetas, comandos de TV, as portas do frigorifico... já é uma obsessão. Agora li que a lixívia vai perdendo a sua capacidade desinfectante. Pronto! Agora acho que não limpei nada e que já estamos infectadas e vamos morrer todos... À noite é pior. Durante o dia, ando tão ocupada que nem me lembro que estamos perante uma pandemia mundial. Só vejo as notícias à hora de almoço e já não procuro informação como antes. Desta forma, consigo proteger-me um pouco. À noite, já na cama, é que começam os filmes. Começo a reviver todas as situações de potencial perigo. Limpei, não limpei, limpei, não limpei. Desde ontem, tenho mais uma paranóia. Começo a achar que tenho sintomas de Covid-19. Dói-me um bocadinho a garganta há uns dias. Se antes achava que era só isso, hoje já acho que estou infectada. Começo a suster a respiração os tais 10 segundos para ver se aguento. Aguentei. Fui ao site da OMS porque o da DGS já não me inspira grande confiança. Dizem que esta história de suster a respiração durante 10 segundos não quer dizer nada. Pronto, estou infectada outra vez. Sinto calor e deve ser febre alta. Ponho a mão na testa e não é nada. Como sei que sou ansiosa e faço imensos cenários catastróficos, também já sei como me contrariar e desvalorizar o que sentir. Não estamos em alturas de desvalorizar nada, mas também não podemos entrar em filmes. Tomei um Cêgripe porque acho que não passa de um resfriadinho, como diz o outro. Para atenuar estes pensamentos, à noite procuro ver coisas muito interessantes, que me prendam muito a atenção. Amanhã já acordo fina e cheia de energia para cozinhar, limpar e arrumar.
31.3.20
Mãos suaves
Numa altura em que temos que lavar tão bem as mãos e tão frequentemente, é importante usarmos os melhores produtos. Sem termos que vender um rim, claro.
Como estou quase sempre em casa, raramente uso soluções alcoólicas. No entanto, uso um detergente com lixívia para limpar as embalagens que vêm do exterior e para limpar as superfícies. As mãos ressentem-se imediatamente.
Trouxe da casa de banho, o sabonete líquido da LR. É na cozinha que passamos mais tempo e onde lavamos mais as mãos. Acabei de comprar a recarga. Não passo sem ele.
Também uso com frequência o creme de mãos LR. Este já tem algum tempo, nunca mais acaba. Comprei mais 2 unidades porque não quero arriscar a ficar sem creme.
São dois produtos que fazem toda a diferença. Vamos ter esta rotina de lavar as mãos constantemente durante muito tempo. Temos que poupar as nossas mãos porque não fazemos nada sem elas.
29.3.20
Treinar a atar os atacadores
Os mais pequenos já podem treinar a atar os atacadores:
- 1 atacador
- 1 folha de cartão
- furos (eu fiz com uma caneta, por isso estão muito mal feitos)
- e pô-los a treinar
(A Maria Victória anda viciada e agora já ata os meus atacadores 😂)
28.3.20
O cinema mudo de Charlie Chaplin
Realmente, há coisas boas que podemos retirar deste tempo difícil de quarentena. No outro dia, a propósito de uma pergunta qualquer que a Maria Victória me fez, falei-lhe no Cinema Mudo. Como há 100 anos, as personagens dos filmes não falavam, apenas havia música e uns sons. Lembrei-me, então, que aos sábados, o meu pai trazia-me sempre um filme do videoclube. Vi todos os filmes do Charlie Chaplin e, como verdadeira fã, até tive um cãozinho muito estimado chamado Charlot. Estava decidido: íamos ver um filme mudo! Fui ao YouTube e o primeiro que me apareceu foi o “The Kid” de 1921 e pareceu-me perfeito. Começou logo mal. O miúdo é abandonado num carro em frente a uma igreja pela mãe, pobre, que tinha a intenção de se suicidar. O carro foi roubado por uns ladrões e Charlot acaba por ficar com o bebé. É um filme muito engraçado, mas explora a miséria humana, inspirada também na infância de Chaplin. Foi complicado explicar muita coisa à minha filha tão pequena. O filme é, de facto, engraçado mas é muito perturbador. Ela ficou muito incomodada com o bebé abandonado... “que a mãe não devia ter abandonado o bebé”, “pobrezinho do bebé”, “as mamãs não abandonam os bebés”, etc. Ainda não sei bem se devo expô-la a estes dramas ou se devo mantê-la numa bolha de proteção. Ver este filme serviu para para dar a conhecer à minha filha várias coisas:
- Viu imagens com quase 100 anos;
- Percebeu que houve uma evolução nos filmes. As coisas não foram sempre como são agora;
- Conheceu um dos maiores mestres do cinema - Charlie Chaplin
- Percebeu que nem todos são privilegiados como ela;
- A importância do amor;
- Partilhámos um momento.
Estará para breve outro filme.
Vida de sopeira
Antes em casa a levar vida de sopeira do que estar num hospital, já sei. Mas preciso de me queixar um pouco.
Dizem-me que passo o dia a falar em comida. É verdade! Acabo de fazer uma refeição, arrumo tudo e já tenho que planear a próxima. Cá em casa, ninguém me dá ideias e custa-me mais pensar no que fazer do que realmente fazer. Esta é uma nova rotina para a qual nunca me preparei convenientemente. Fazíamos muitas refeições nos meus sogros, outras vezes jantávamos fora ou íamos buscar comida. Ou seja, só cozinhava de vez em quando e não era nada complicado saber o que preparar. Agora é gerir as refeições principais, gerir recursos para evitar ir ao supermercado desnecessariamente, fazer snacks e bolos com a miúda... só me falta fazer pão. E só ainda não fiz porque não tenho fermento. Mas entretanto já descobri que dá para fazer fermento em casa. E pronto, é isto! Eu que sempre abominei tarefas domésticas, estou um ás na cozinha. A minha vénia a quem acumula toda esta realidade, que nos dias de hoje não é exclusividade minha, com o trabalho em casa. Não me refiro àqueles que fazem de conta que trabalham em casa. Falo dos que efectivamente têm que trabalhar em casa, com filhos, refeições e máquinas de roupa à mistura! Boa sorte para todos nós.
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| A minha vista nos últimos tempos. |
26.3.20
Materiais para pré-escolar
Tantos dias seguidos em casa e começam a faltar recursos para entretermos os mais pequeninos. Os maiorzinhos sempre vão tendo trabalhos da escola, mas com as crianças em idade pré-escolar é importante diversificar actividades para que não se aborreçam e não nos aborreçam, convém dizer.
Encontrei um ficheiro, criado por uma educadora brasileira, que disponibiliza mais de 170 páginas de acividades. Usem, adaptem, partilhem.
Link --> Materiais para pré-escolar
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