8.1.22
Ir mais além
6.1.22
Hoje fiquei muito emocionada com um post que li na página de uma amiga próxima, mas que vive longe, nos Estados Unidos. Ela partilhava o texto que a sua querida sogra (Mother-in-love) tinha escrito. Era uma despedida.
Em Novembro foi diagnosticada com um cancro no pulmão e, pela localização, parecia muito complicado. Foi acompanhada e foram-lhe propostas algumas formas de tratamento. Recusou e vai deixar a natureza seguir o seu curso. Foi assim mesmo que ela disse.
Admiro quem aguenta tratamentos de forma estóica. O meu saudoso sogro lutou com forças que tinha e que não tinha para ver a neta crescer. Foram tratamentos consecutivos que iam adiando uma inevitabilidade. O preço de ver a neta nascer e crescer foi pago com muito sofrimento. Mas viu-a crescer, ela conheceu-o bem e sentiu o seu amor.
Admiro igualmente quem recusa esses mesmos tratamentos e não alimenta esperanças vãs. Sinto que é uma forma de respeito por si própria, de aceitação dos desígnios da vida e de paz consigo mesmo.
A única coisa certa que temos na vida é a morte. A morte é muito vista como uma perda, é associada a sofrimento, saudade, dor, ausência, no entanto, é apenas o fim de um ciclo natural que todos sabemos que vai chegar. Espero que haja reencontros e coisas muito boas do lado de lá.
Sinto que devemos viver a nossa vida em harmonia com o que somos, mas aceitando as decisões individuais de cada um.
5.1.22
🤍
Há um ano recebemos a notícia de que o meu sogro, avô da Maria Victória tinha finalmente descansado. Foi uma dura luta, muito prolongada. Ele foi um verdadeiro exemplo do que o ser humano é capaz de aguentar.
Tenho a certeza que a existência da sua Mimi foi um ânimo extra para continuar a lutar e foi um bálsamo rejuvenescedor nos dias mais tristes.
O Vovô faz falta, muita falta… mas a vida segue e tem de seguir. Ficam as memórias que faço questão de manter vivas para que a minha filha nunca se esqueça que era tão amada e que continua a ter no avô uma referência que não pode perder nunca.
29.12.21
Ano novo
Seria bom que a cada novo ano que se inicia fizéssemos um reset a todos os problemas. Que em Janeiro nada de mau existisse. Não é assim que acontece.
Os problemas do ano anterior, lamentavelmente, vão transportar-se para o ano seguinte.
Muitas vezes, a vida põe os nossos sonhos em pausa e nessas alturas é preciso reavaliar e reajustar os sonhos.
Por isso, as resoluções para o novo ano devem ser feitas a cada dia. Cada novo dia é uma nova oportunidade para sermos felizes com o que temos, com quem temos.
27.12.21
Ceia de Natal 🎄
Fogão a dar o máximo na cozedura do polvo, batatas e couves. O bacalhau é grelhado, por isso foi feito na churrasqueira do jardim.
Entretanto, chega uma broa recheada e precisava de ir um bocadinho ao forno. Potência máxima para tostar o queixo e… puf! Apagou-se tudo e não voltou a funcionar.
Felizmente, estava tudo já cozinhado e não estragou a ceia de Natal. O pior seria o almoço do dia seguinte. Não tínhamos como cozinhar o almoço.
Custou-me muito mas, na manhã de Natal, tive que ligar ao Sr. Aquiles. Não só me atendeu o telefone como veio cá a casa bem antes do almoço para uma avaliação.
A peça problemática foi substituída e voltámos a ter almoço de Natal.
Destaco aqui o profissionalismo do Sr. Aquiles, mas sobretudo a sua boa vontade. Saiu da sua casa no dia de Natal e veio até à minha salvar o almoço de Natal.
Paguei-lhe o dobro do que me pediu, mas o que ele fez não teve preço. Terá sempre a minha total consideração.
26.12.21
Quem mora no convento é que sabe o que lá vai dentro.
Há uns anos, enquanto conversava com outras mães que tinha conhecido há pouco tempo, contavam-me que havia outra mãe que deixava os filhos na escola até às 7.
Aquilo não era apenas a constatação de um facto. Havia ali crítica e julgamento.
Eu também já ia lançada para começar a julgar a decisão daqueles pais, mas entretanto lembrei-me que não o podia fazer do alto do meu privilégio.
Eu também sabia que era difícil conciliar a vida doméstica e profissional com a existência de filhos. Por que motivo iria eu julgar uma mãe que mantém os filhos seguros na escola enquanto, presumo eu, trata de outras coisas? Se a mim me custava só com uma, imagino com 3 ou 4 crianças!
O que mais ouvi naquele momento foi “Que não os tivesse feito!” “Ter filhos para os deixar o dia todo na escola?”
Claro que não é a situação ideal, mas só aquela família sabe as batalhas que enfrentam e o que resulta melhor para eles.
Deixemo-nos de críticas aos hábitos dos outros e às suas decisões. As críticas não ajudam ninguém.
“Quem mora no convento é que sabe o que lá vai dentro.”