20.7.18

Lixo na praia

Já não vinha ao Algarve há uns anos e o que mais me surpreendeu foi perceber que as praias continuam tão sujas como antes. Aliás, estão aparentemente limpas, mas ao caminharmos percebemos as pontas de cigarro, os papéis, tampas de garrafas de plástico, caricas... Apesar de todos os caixotes do lixo estrategicamente colocados, os veraneantes ainda não perderam o mau hábito de esconder o pequeno lixo na areia.
Assumi o compromisso pessoal de apanhar todo o lixo que encontrasse no meu caminho. Saquinho na mão, apanhei um pouco de tudo e, felizmente, não cheguei a encher o saco.
O que mais me chocou foi quando um vendedor jovem de Bolas de Berlim parou mesmo ao lado dos Nadadores Salvadores para descansar um pouco e dar dois dedos de conversa enquanto fumava um cigarro. Acabado o cigarrito, toca a deitá-lo na areia e apressadamente seguiu o seu caminho. Fiquei mesmo revoltada! Como é que pessoas que vivem da praia não a respeitam como ela merece? Uma praia com bandeira azul! Fui ter com os nadadores-salvadores e demonstrei o meu desagrado, até porque o cigarro foi para o chão mesmo ao lado deles. Responderam-me que já tinham falado com o senhor em causa e que iam voltar a fazê-lo. Expliquei que não tinha qualquer intençáo de humilhar a pessoa, mas havia havia caixotes do lixo espalhados por todo o lado e não havia mesmo qualquer necessidade de colocar lixo no chão.
No dia seguinte, voltei à praia e lá andava o vendedor de bolas de berlim. Ele e outros 3. Parou novamente junto dos nadadores-salvadores para a pausa para o cigarro. Quando terminou, foi colocá-lo no lixo. Aproximei-me dele propositadamente, comprei 2 bolas de berlim para as miúdas e, antes que ele fosse embora, falei-lhe no cigarro e agradeci-lhe por tê-lo colocado no lixo. Paraceu envergonhado, mas espero que seja menos um a deixar lixo na praia.

6.7.18

Crianças com QI acima da média

Hoje conversava com uma amiga que, muito angustiada, me confessou que o filho foi diagnosticado como sendo “sobredotado”. Todos queremos tanto que os nossos filhos sejam precoces e bons no que fazem, mas este é um desafio para o qual nenhum pai ou mãe estão preparados.
O menino só foi para o Jardim de Infância com 5 anos - contava mal até 20, não sabia desenhar e conhecia meia dúzia de letras. 3 meses depois, a minha amiga é chamada à escola por suspeitas da criança ser hiperactiva. Fizeram testes neuropsicológicos e o menino tinha um QI de quase 140. A média para a idade seria de 90. 3 meses depois de entrar no Jardim de Infância, já lia sozinho, já sabia contar até 100.000 e calcular... Fez 2 anos em 3 meses!
60% destas criancas (enfants zèbre como lhes chamam no país onde vivem) acabam por nem concluir o 12.º ano. O sistema não está preparado para crianças assim. Nem os pais. Estes pais estão angustiados por não saberem como lidar com uma criança especial. Estão preocupados porque nunca se aperceberam de nada, não viram nenhum sinal de alarme, apenas viam uma criança muito agitada, como muitos são. Esperavam um diagnóstico de problemas de concentração ou de hiperactividade, mas nada disto. Foi uma surpresa total. Os pais estão inseguros porque não notaram os sinais, mas a verdade é que a maioria dos sobredotados não sabe que o é e não está diagnosticada.
O menino de 5 anos passou directamente para a primária, mas continuava a ser o menino de 5 anos, com os amiguinhos da mesma idade. Estão a avaliar se terá que passar mais outro ano à frente ou não. Nova perda de amigos. O preocupante é que apesar do menino ser intelectualmente desenvolvido, a sua parte emocional pode não acompanhar. Gerir essas frustrações é um desafio para professores e, sobretudo, para os pais.
Como é que os pais podem ajudar?
- proporcionar um ambiente com recursos que continuem a estimular a criança;
- evitar a supervalorização e as expectativas quanto ao desempenho da criança; ela mesma, em geral, já é muito exigente, e os pais devem aceitar falhas e ajudar a criança a enfrentar dificuldades de qualquer ordem;
- ajudar a criança a lidar com frustrações emocionais; apesar do sobredotado não passar por dificuldades no aspecto académico, o fracasso faz parte de outros contextos da vida, e prepará-lo para isso é favorecer seu desenvolvimento emocional saudável;
- não se esquecer de que, embora possua capacidades avançadas para sua idade o a criança sobredotada deve ser tratada de acordo com a sua faixa etária de desenvolvimento.
Tudo o que é fora do normal nos assusta. Mais ainda quando a vida nos brinda com uma situação mais ou menos rara. Esta mãe, a minha amiga, tem receio de não estar à altura, mas não tem nada que temer. Ela é uma mãe fantástica e vai saber cuidar do seu menino. Claro que não vai poder desabafar ou aconselhar-se com uma amiga ou outra mãe sobre esta ou aquela situacão porque a maioria de nós não tem de lidar com isto. Aliás, eu nunca conheci ninguém sobredotado e só ouvi falar de um aluno que frequentava uma escola onde dei aulas. Por isso, o melhor que soube dizer à minha amiga foi que ouvisse o seu menino e que ele saberia guiá-la. Não há melhor instrução e conhecimento do que o coração de uma mãe. ♥️

9.6.18

Os meus cachinhos da Novex

Os caracóis são tão fofinhos, mas eu ando farta deles! Comigo resolvo o problema com alisamentos. É espectacular! Posso deixar secar o cabelo ao natural e fica liso e brilhante. Não há cá horas a secar o cabelo, pranchas, escovas...
Com a minha filha é diferente. Herdou o meu cabelo fino e fácil de embaraçar e os caracóis a dois ou três familiares com caracóis. Combinação de sonho! Basta andar na cadeira do carro para chegar ao destino com um emaranhado de rastas na parte de trás da cabeça. Bom, mas isso é numa viagem de 15 minutos, porque uma noite de sono dá direito a rastas por toda a cabeça! Pentear o cabelo molhado também não é pêra doce. Só o acto de lavar o cabelo e o misturar provoca uma bela bola de pêlo. E não há amaciador que resulte.
Esta semana vi uma publicidade sobre o produto "Os meus cachinhos" da Novex e resolvi encomendar o champô, o amaciador e o spray desembaraçante. Foi super rápido e foram muito simpáticos porque ainda mandaram umas amostras.
Estava mesmo ansiosa por experimentar, no entanto é bom estar consciente que não são champôs e amaciadores que vão alterar o tipo de cabelo com que nascemos. Então, vamos lá à review do produto:
O champô é muito macio, não é muito fácil de espalhar porque tive que aplicar umas 3 vezes. Depois apliquei o amaciador e deixei actuar. Quando saiu do banho, o cabelo continuava com o emaranhado habitual. Ainda faltava um passo: o spray desembaraçante. Ora o spray não é tão líquido quanto os outros sprays que já usei. É uma espécie de creme, por isso temos que aplicar mais vezes, no entanto há mais produto no cabelo.
Resultado: penteei o cabelo com facilidade. O cheirinho que ficou no cabelo é muito bom. Um dia depois e ainda cheira bem. Apesar dos produtos serem mais densos do que o habitual, o cabelo ficou muito solto, brilhante e suave. Das próximas vezes, vou experimentar apenas o spray e ver se é eficaz sozinho ou se é fundamental usar os 3 produtos.

3.5.18

O medo de me perderes

Sempre tive muito respeitinho pela morte e receei-a toda a minha vida. Tinha medo de perder quem amava. Continuo a ter esse medo, mas agora o que se sobrepõe é mesmo o medo de EU morrer. Não por eu morrer, mas por tu, minha querida filha, me perderes. Acho que todos os dias penso nisso e esforço-me por te tornar mais autónoma, por encontrares âncora noutras pessoas que não apenas eu. Tu só me queres a mim, dizes que me adoras, que só gostas de mim e isso ainda me preocupa mais. Que seria de ti, meu amor? Eu sei que nada te faltaria, que te iam rodear de tanto amor e protecção... mas e a minha ausência? Como superá-la? Por isso, te digo que te amo todos os dias, a toda a hora, faço questão de estar sempre que possível contigo e que saibas que estou contigo mesmo quando não estou. Não sei qual será o maior sofrimento... se o de uma mãe que perde um filho ou de um mãe que sabe que o seu filho a vai perder... E eu sou uma sortuda e sou muito grata pelo que tenho. Tenho mãe, tenho filha, estamos todas bem, graças a Deus, mas não consigo deixar de pensar nisto... É coisa de Mãe, não é?

23.4.18

4 anos

Este ano as celebrações do aniversário da Maria Victória foram especiais por vários motivos. O primeiro foi ter festejado com os coleguinhas da escola. Como só entrou para o infantário em setembro nunca tinha tido esta oportunidade. Foi tão bonito! Optei por um bolo muito simples, pouco doce e com cobertura de natas vegetais. Fez um sucesso e não sobrou quase nada. Cantaram os parabéns, dançaram, encheram balões, rebentaram balões e foi tudo muito simples e bonito!

À noite, jantámos com os avós e soprou as velas mais uma vez.

A festa mais divertida estava reservada para o fim de semana. Convidámos todos os amigos e coleguinhas da escola e só a chuva não permitiu que fosse ainda mais divertido, com insufláveis. Mas, como as crianças não se deixam afectar pelas condições atmosféricas, animação não faltou ao longo da festa. O bolo era um red velvet com frutos vermelhos e cobertura de natas vegetais. Ela adorou, todos se divertiram, por isso a missão foi cumprida.
Agradecemos a todos os que contribuíram para estes dias fossem tão felizes.

6.4.18

Tom Sawyer

Qualquer pessoa da minha geração cresceu a ver o Tom Sawyer. Sim, naquele tempo em que só havia 2 canais na TV - eu, por acaso, até tinha mais porque apanhava alguns canais espanhóis - e esperávamos ansiosamente pela hora da bonecada. Se houvesse algum atraso, azar, não dava para puxar atrás. Então, acho que crescemos a valorizar muito os desenhos animados. Não é como agora que há uns 20 canais exclusivamente para crianças e eles dão-se ao luxo de fazer zapping ou simplesmente passar para o YouTube.
Num destes dias de férias da Páscoa, já incomodada com a porcaria que a minha filha estava a ver no tablet, tomei os comandos do aparelho e apresentei-lhe o Tom Sawyer. O Tom Sawyer e o Huckleberry Finn do Mark Twain são personagens apaixonantes e a Maria Victória está rendida a eles. Como não estar? Para já, acha estranho eles não usarem sapatos, irem a pé para a escola e as palmadas que o Tom apanha constantemente do professor. Todas as noites vemos um episódio juntas e é um prazer rever os desenhos animados da minha infância com a minha pequenina. Pés descalços, banhos no riacho, brincadeiras com os amigos na rua, ajudar nas tarefas domésticas... nada de purpurinas, cães e gatos a falar e super-poderes. Tão bom!