28.5.19

Pesadelo

Esta noite a minha filha não queria ir dormir.
Ontem apareceu-nos na cama por volta das 4:30 da manhã. Disse-me que tinha tido um pesadelo e não conseguia dormir. Levei-a para a cama dela e dormi lá com ela porque o meu marido acorda muito cedo e não iria dormir confortavelmente com ela lá.
De manhã, voltou a falar no pesadelo. Pedi-lhe várias vezes que me contasse o que sonhou e recusou sempre. Expliquei que era apenas um sonho, mas ela disse que eu não iria querer saber. Até fiquei com receio...  Quando veio almoçar, disse que não tinha parado de pensar no pesadelo e voltou a esquivar-se. Só quando saiu da escola à tarde, e com mais tempo, lá me contou o que tinha sonhado.
A nossa gatinha,  a Tonicha, tinha comido a cauda da Barbie Sereia e tinha morrido. E o nosso gatinho, o Joaquim, viu a sua companheira morrer.
A miúda andou aflita o dia todo, não me queria contar para me poupar o sofrimento e não queria dormir para que o pesadelo não a visitasse de novo. Tentei que não ficasse muito angustiada e já dorme, mas eu também fico assim perturbada com os sonhos/pesadelos. Às vezes são tão vívidos que parece que ficam gravados na memória, como se de uma verdadeira experiência se tratasse.
Espero que hoje durma melhor e que sonhe com unicórnios a brincar num prado verdejante.


27.5.19

Favoritos | Champô seco

Tenho o cabelo muito comprido, seco nas pontas e oleoso na raiz. Ora, quem tem o cabelo como o meu certamente saberá que, quando as pontas estão mais brilhantes e sedosas, já a raiz está toda lambida e com um aspecto nojento.
Não prescindo do champô seco para tirar um pouco da oleosidade e dar um ar mais limpo ao cabelo. Não acho que substitua a lavagem do cabelo, porque se o cabelo estiver mesmo muito oleoso pode até ficar muito pastoso e também não queremos isto. Acho ideal para ter na mala e aplicar ao fim do dia ou entre lavagens...
A aplicação é muito simples. Aplicar o spray no cabelo, aguardar uns minutos e passar a escova. E, já está! Eu uso esta marca no momento, mas já usei outras e funcionam bem na mesma.


24.5.19

The act

Série excelente! Tão boa que até tinha receio da hora de a ver.
Aqui conta-se a história de uma mãe que dizia que a sua filha tinha leucemia, asma, distrofia muscular, idade mental de 7 anos, forçava-a a usar um tubo de alimentação e a mover-se em cadeira de rodas, entre outras coisas... era tudo mentira. Um caso clássico de síndrome de Munchausen que teve como desfecho o assassinato da mãe pela filha e pelo namorado desta (que conheceu online).
Não pensem que estou a contar-vos o final. A história é bastante conhecida e o crime aconteceu há apenas 4 anos, no entanto, ver a representação do que provavelmente se passou (apesar de também ser um pouco ficcionado) é estranho. Daí eu dizer que era sinistra a hora de ver a série. Queria ver, mas ver deixava-me mal disposta. Como é que uma mãe que gosta da sua filha lhe pode infligir tanto sofrimento desnecessário?
É uma série de apenas 8 episódios e com uma interpretação absolutamente espectacular da Patricia Arquette e da Joey King. Transformação física impressionante e representação notável.  Também gostei de matar saudades da Chloé Sévigny. Não deixem de ver!
Há também o documentário da HBO, Mommy Dead and Dearest, que vale a pena ver também.






21.5.19

O primeiro antibiótico

Com a necessidade crescente de colocar os filhos em infantários e creches cada vez mais cedo, muitos pais já estão, infelizmente, habituados a ter os filhos doentes. Não foi o nosso caso, graças a Deus. Nem gosto de falar muito nisto porque tenho medo que algo aconteça, mas a minha filha tem sido muito saudável. Tomar o primeiro antibiótico aos 5 anos é, nos dias de hoje, coisa rara. Em bebé só teve as viroses comuns, não teve problemas com dentes, não teve más reações a vacinas. O que tinha era fácil e brevemente resolvido com Ben-U-ron. Mas sempre tive consciência do quão abençoados somos. Isto é que é a verdadeira riqueza e privilégio: ter filhos saudáveis. 
Esta última madrugada disse-me que lhe doía o ouvido por dentro. A minha mãe que me viu ter várias otites em pequena, sempre me pedia para ver se lhe doíam os ouvidos. Aliás, eu lembro-me de algumas otites e do que doíam. À 1 da manhã, dei-lhe Nurofen para ver se aliviava. Aliviou mas não passou. Apliquei calor na zona. Não dormimos nada. Às 7, repeti a dose. E às 13. Aqui já tinha febre e não havia dúvidas de que era para visitar o pediatra. Eu não sou de entrar logo em pânico. Já percebi que os médicos também gostam de aguardar para poderem fazer um diagnóstico mais preciso e eu resolvi aguardar, controlando a dor e a febre. Claro que já não foi possível esperar as 8 horas de intervalo e foi mais cedo mesmo. Não aguentava vê-la em sofrimento.
Quando foi à pediatra já estava novamente com febre. Confirmou-se a otite, tomou mais Ben-U-ron e veio para casa com o primeiro antibiótico da sua vida. Não está habituada a tomar remédios e eu não estou habituada a dar-lhos. Não gosta dos sabores. E estas são as nossas preocupações. E há pais que...  nem quero pensar nisso. As crianças não deviam sofrer e os seus pais não deviam vê-los sofrer.
Enquanto aguardávamos pela pediatra, com dores e febre, mas sempre bem-disposta.


15.5.19

O teu filho porta-se pior contigo?

Não sei se passa o mesmo com os vossos filhos, mas a minha filha na minha presença é terrível. 
Vou buscá-la à escola todos os dias e arranja sempremaneira de me chatear. Quando a deixo nos avós é igual. Está muito bem e, quando chego, faz birra por isto ou por aquilo. Habitualmente, por nenhum motivo especial, mas desencadeia-se uma série de acontecimentos que me faz sentir muito desconfortável. Então, estava bem e eu chego e faz este circo? O mesmo se passa quando a levo comigo a algum lugar. Nunca a levava comigo ao cabeleireiro. Achava que era muito tempo para ela se manter sossegada e era natural que se aborrecesse. Mas a minha sogra já a tinha levado algumas vezes e era só elogios ao seu comportamento. Garantiu-me que podia levá-la porque ela ficava à espera, conversava, e passava-se bem o tempo. Levei-a. Foi um terror! Eu a lavar o cabelo e era vê-la a trepar por cima de tudo, qual macaco, a abrir tudo e a mexer em tudo. E eu que não podia sair dali, a gritar repetidamente para estar quieta. Que vergonha! Parecia que a miúda não tinha educação!
Aos que se revêem nesta descrição, fiquem descansados. Andei a ler uns artigos e, afinal, não estamos a ser más mães. Estamos a ser óptimas mães! 
Os miúdos confiam completamente nos pais, por isso sentem-se à vontade para serem eles próprios, de todas as maneiras possíveis. E esta confiança não se estende a todos os adultos porque o nível de intimidade com os pais é muitíssimo superior. 
Ora, quando a criança está com outras pessoas, a tendência é comportar-se melhor porque está a reprimir certas emoções, particularmente as mais fortes, como a raiva ou a frustração. Ou seja, vão guardá-las para as libertarem quando nós chegamos. 
Por isso, para a próxima vez que nos disserem que os nossos filhos se portam muito melhor quando não estamos presentes, já podemos responder que é porque não se sentem à vontade o suficiente para serem eles próprios. E esta?
https://drive.google.com/uc?export=view&id=1b1YlRfsy06qitT9DTk8m6koIR0ujRaox

3.5.19

Ipsis verbis

Esta conversa, iniciada pela minha filha de 5 anos, não me deixa pensar noutra coisa desde há uns dias.

- Mamã, quando for adulta não vou viver nesta casa, pois não?
- Podes viver nesta casa ou noutra casa. Depende devárias coisas.
- Não, eu quero viver noutra casa com os meus filhinhos, não quero viver aqui.
- E vais deixar-me sozinha nesta casa?
- Tu ficas com o papá e eu venho visitar-te.
- Mas eu queria que ficasses a viver comigo. Ou eu contigo, para te ajudar com os teus filhos.
- Mamã, quando eu for adulta, vou ser mesmo adulta.Não vou precisar de ajuda. 
- E quem vai viver contigo na tua casa?
- Vivo eu, os meus 7 filhinhos e o meu marido. Ainda não escolhi o meu marido, depois escolho.
- E podes deixar-me um filhinho teu cá em casa,de vez em quando?
- Posso, claro! Um ou dois. 

(Uma hora depois...)

- de certeza que não queres viver comigo quando fores adulta?
- naaaaaão!

Entretanto, como ainda estou em estado de choque com esta decisão, continuo a perguntar-lhe se quer realmente sair de casa para formar a sua própria família. Está de pedra e cal na decisão. Entretanto, os 7 filhos já passaram para 8 e também já me disse que me deixa em casa de todos os 8 filhos, em vez de apenas 2.

https://drive.google.com/uc?export=view&id=1R_r_ZaoGRtOanBbRZELBDETrwngDIDhe