Hoje tive a minha consulta de cirurgia no Hospital de Vila Real (CHTMAD). Percebem porque tive que ser operada no privado? Fiz a minha cirurgia há 3 semanas e, se não o tivesse feito, só agora estaria a dar início ao meu processo cirúrgico, exames adicionais e finalmente uma data.
O médico que me recebeu foi impecável e, naturalmente, compreendeu a minha decisão, mas alertou-me para as vantagens do serviço nacional de saúde. Levei-lhe todos os relatórios que tinha e ele ficou bem por dentro do caso, até porque uma amiga minha (que também é cirurgiã no mesmo hospital) já lhe tinha falado em mim.
Quando lhe disse que ponderava fazer a quimio no Hospital da Trofa, desaconselhou-me veementemente. Relembrou-me que no CHTMAD há uma equipa multidisciplinar a avaliar todos os casos, concretamente um cirurgião oncológico, um radiologista e um oncologista. Todos eles me seguirão nos próximos anos, após os tratamentos. O CHTMAD tem os melhores equipamentos e todos os processos são amplamente estudados e discutidos. Também disse que são regularmente auditados e que usam as melhores práticas. Aliás, o meu caso vai ser discutido em reunião de grupo já amanhã.
O que eu aprecio no privado é a tranquilidade e a rapidez do serviço. Não me arrependo da decisão que tomei em avançar com a cirurgia no privado. E quando olho para a mama absolutamente perfeita também não. Atrevo-me a dizer que a parte estética poderia não ser uma preocupação num hospital público a lutar contra listas de espera.
Aconteceu-me uma situação hoje no CHTMAD que achei muito desagradável e é o espelho do mau funcionamento das instituições públicas. Estive num edifício a ter a consulta de cirurgia. O médico passou-me umas análises para fazer um teste genético e disse para me dirigir a secção das análises no mesmo edifício. Aguardei a minha vez (aquilo parecia uma feira de tanta gente que se amontoava) para me dizerem que a genética não era ali e que tinha que me dirigir ao edifício de genética. Vou até lá, subo ao 1o andar e dizem-me que tenho que ir para o edifício de oncologia. Coincidentemente, falava ao telefone com a minha cunhada que fez um telefonema me e me resolveu o problema. Fiz a colheita ali mesmo e, em 30 segundos, tive o assunto resolvido. Ou seja, também não era no edifício de oncologia. Era no primeiro lugar onde estive e eles internamente faziam chegar a colheita ao local correto.
Eu sinto-me bem, estou bem fisicamente, posso deslocar-me e fazer longas caminhadas a pé e ao frio e não me custou nada andar a passear pelo hospital. Mas penso muito em quem está mais débil (possivelmente eu daqui a uns tempos), fraco, doente e anda a fazer maratonas porque umas pessoas não são bons profissionais ou simplesmente não querem saber.
Toda a minha experiência, com excepção do tempo de espera para se agir para a resolução do meu problema de saúde, tem sido francamente boa. Noto muita empatia da parte dos profissionais de saúde e confiança nos seus conhecimentos para me ajudarem a sair desta.
O médico amanhã vai ligar-me para confirmar o plano de tratamento e deu-me aval para colocar o cateter no privado, na tentativa de, também aqui, poupar algum tempo. Espero que o meu seguro também dê o seu aval.
Sem comentários:
Enviar um comentário