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3.7.17

A crise dos 3 anos

Recentemente, fui de férias com a minha filha e foi um absoluto pesadelo. Tem 3 anos. Muitos pais compreenderão, pois devem lembrar-se desta crise dos 3 anos. Já aqui tinha falado dos terríveis 2 anos e nunca pensei que o que viesse a seguir fosse ainda pior. Por favor, sosseguem-me e digam que pára por aqui!!

A minha filha é amorosa, dá-me imensos beijinhos, prefere-me a todas as pessoas, é inteligente, bem disposta, curiosa, sociável, generosa... podia continuar aqui o dia todo a falar das excelentes qualidades que eu, mãe, lhe reconheço. Mas também tem 3 anos e consegue tirar-me do sério.

Eis as belas características da crise dos 3 anos:

- Negativismo. Reage negativamente a tudo, mesmo a coisas de que sempre gostou. É que nem o suborno resulta porque já sei que vai dizer que não.

- Teimosia. Vai insistir teimosamente numa coisa, não porque a quer muito, mas porque a pediu e não pode desistir disso. Então, ficamos ali numa birra interminável porque ela quer e eu não dou, até que uma de nós cede. Habitualmente sou eu, vencida pelo cansaço, vergonha ou pressa.

- Obstinação. Directamente ligada com a anterior, mas mais direccionada para as regras. Um exemplo claro é o facto dela já há muito tempo dizer "com licença" quando arrotava ou tossir para o braço e, neste momento, é vê-la toda satisfeita a provocar arrotos e tossir descaradamente
e não dizer absolutamente nada, mesmo e sobretudo quando repreendida. Não quer saber.

- Autonomia. Quer fazer tudo sozinha, ajudar sempre... não é propriamente uma má característica, mas no meio do resto pode ser cansativo.

- Confronto. Sem qualquer motivo. Só sai do carro se for eu buscá-la. Nem avós, nem avôs, nem pai. Por vezes, recusa-se a andar e fica parada a chorar para que eu a leve ao colo. Não, não está cansada. Acho que é mesmo a necessidade de criar conflito.

- Desinteresse. Perde o interesse rapidamente, mesmo que antes adorasse aquilo. Aqui o suborno também não pega.

- Despotismo. Claramente, tenho uma déspota em casa. Arranja todos os subterfúgios para conseguir o que quer de mim. Apresenta cada argumento que eu até fico parva!

Segundo a literatura, nesta idade eles buscam a independência e autonomia e é aqui que se vivem algumas crises. É importante compreender que não se pode simplesmente punir a criança, mas deve-se tentar ajudá-la a perceber o efeito que as suas acções têm nas outras pessoas. Eu comecei por esta parte, tentava conversar com ela e não adiantou de nada. Depois, passei ao castigo e nada. Vou regressar à conversa e aplicar estas dicas que poderão ajudar durante uma situação de birra ou crise. Algumas eu já praticava, mas vou tratar de aplicar as outras já.

- Direccionar a atenção da criança para outra coisa. Vai gastar a energia que tem noutra direcção. Pode ser com um jogo ou pedir a sua ajuda para fazer alguma coisa.

- Evitar relações autoritárias ou de superproteção.

- Aplicar as mesmas regras a todos os membros da família.

- Encorajar a autonomia e independência da criança sempre que possível.

- Explicar as regras de comportamento de uma forma simples e compreensível.

- Dar mais importância a uma permissão positiva do que a uma proibição e castigo.

- Chegar a compromissos em que a criança tenha a liberdade de escolha.

- Falar com a criança como se fosse um adulto.

Esta crise tem aspectos positivos. Estas qualidades como a independência, a autonomia e o orgulho em conseguir atingir objetivos são sinais de que a criança está a desenvolver-se de forma adequada para a idade. É tudo normal, portanto!

9.6.17

A primeira aula de Ballet

Acho que as bailarinas fazem parte do imaginário de qualquer menina. Fizeram parte do meu, sem dúvida, mas o ballet clássico ainda não estava tão disseminado como hoje em dia. Ainda bem que hoje qualquer criança pode aceder sem grandes investimentos a um pedacinho de sonho.
A Maria Victória gosta de tutus, dança, diz mesmo que é uma bailarina e faz piruetas. Pensei que o ballet fosse a sua praia e tratei de inscrevê-la para uma aula experimental. Talvez até seja, mas a primeira aula foi um verdadeiro desastre.
Assim que chegou à escola já estava maravilhada com aquele universo! Estava cheia de meninas (e meninos) já equipadas com as suas sapatilhas e tutus e ela adorou! Estava mesmo entusiasmada e conversou com todas enquanto também se preparava.
Entretanto, a professora chegou e levou-a para dentro. Minutos depois, voltou para me dizer que estava muito admirada com o à vontade dela, que não era muito comum. Lá fui eu embora descansada.
Uns 10 minutos depois, ligam da escola a pedir que lá fosse. Fiquei super aflita e corri para lá, porque estava mesmo ao
lado. Estava a chorar e a chamar por
mim porque tinha medo da música. Medo da música da aula de Ballet! A professora pediu-me que visse de onde vinha o trauma, que o trabalhasse e só lá para Serembro deveríamos insistir para ver se tinha passado.
Ora, ela em casa ouve música todos os dias comigo e com o pai. Música alta! Ficamos na sala a dançar os 3 como tolinhos! É certo que está na sua casa, com os pais, mas não seria motivo para ficar aterrorizada com a música.
No entanto, há uns meses, ela foi a um aniversário num daqueles espaços de festas infantis. Depois de eu ter estado por lá mais de uma hora a vigiar, mandaram-me embora, garantindo-me que me ligavam se houvesse algum problema. Quando lá cheguei, ela tinha estado a chorar debaixo de uma mesa e queixava-se do rádio, tinha medo do rádio. No dia seguinte, teve outra festa no mesmo espaço. Andou muito bem, mas a mãe do
menino que fazia anos conseguiu explicar-me de que é que ela tinha medo. Antes de irem cantar os parabéns, ligam a música e umas luzes a simular uma discoteca. Foi isso! Foi disso que ela teve medo!
Na aula de Ballet, provavelmente a música estava no mesmo volume da festa de anos e o eco provocado por uma sala ampla e vazia deve ter sido o mesmo. Foi o catalizador do medo.
Tenho mesmo muita pena que ela tenha tido este problema. Mesmo depois da primeira aula, ela ainda exibia orgulhosa os selos que lhe deram.
Vamos ver se conseguimos superar este medo até Setembro para ver se temos bailarina.

19.4.17

3 anos de Maria Victória

A Maria Victória fez 3 anos. Já não consigo perceber se passou depressa ou devagar. Foram 3 anos muito intensos, muito felizes, muito esgotantes, muito cheios de Maria Victória. A Maria Victória deixou de ser bebé, apesar de eu lhe chamar bebé e ela gostar de fingir que é um bebé. É uma delícia acordar com ela todos os dias, sempre bem-disposta e feliz. É um privilégio vê-la crescer com saúde, rodeada de gente que a ama,

Este ano, o aniversário calhou na segunda-feira depois da Páscoa. Apesar de andar tudo enjoado com as amêndoas da Páscoa, tinha que haver um bolinho para a princesa. A festa será mais para o fim do mês. No ano passado, o tema da sua festinha foi o Panda e não é que ela quer o Panda outra vez! Logo agora que já tenho tudo preparado para o Mickey e a Minnie virem dar-lhe os parabéns na festa... A solução foi fazer um bolinho simples, com o Panda, só para apagar as velas. Ela adorou tudo! Ela contenta-se com tão pouco e é tão feliz com quase nada... É perfeita!

7.4.17

O amor da minha vida...

... faz 3 anos daqui a 10 dias. 
Adoro recordar os nossos momentos, muitos deles só meus e dela, tão íntimos. Estas são imagens inéditas, que eu adoro rever, e que me fazem agradecer por cada minuto que passo com ela.  


3.4.17

Parir é dor, criar é amor

Vira e volta ouve-se esta frase. Habitualmente, está associada a quem criou alguém, muito embora não o tenha parido. Eu nunca duvidei disto, nunca duvidei do poder do amor. O que eu nunca imaginei foi que a minha experiência como mãe biológica me viesse provar isso mesmo.
A minha filha foi um bebé planeado e desejado. Apesar de não ter gostado muito de estar grávida, criou-se na gestação um vínculo muito especial entre nós. Depois, chegou a hora do parto e, na verdade, eu estava tão focada no meu parto, no meu momento, que poucas vezes me lembrei que ia sair dali com o meu maior amor. Nesse dia, o sentimento não foi de inundação de amor. Aquela cena típica de filme, quando colocam o bebé em cima da mãe e ela chora de emoção não aconteceu. Estava muito feliz, claro, mas a minha primeira preocupação foi colocá-la no meu peito para que parasse de chorar. E parou.
Depois, nas horas seguintes, era evitar incomodá-la ao máximo. Eu não tinha a mínima ideia do que lhe fazer. Estar no hospital foi muito conveniente porque tinha ajuda à distância de uma campainha. Quando viemos para casa, teria que ser eu. E assim foi. O amor estava lá desde a gravidez, mas o amor maior foi-se construindo à medida que eu cuidava dela. E não tenho dúvidas de que cresce exponencialmente. Amo-a mais hoje do que ontem. E amanhã vou amá-la mais ainda. Parir é mesmo apenas dor. Criar é mesmo só amor!
Gosto de chamar cria à minha filha. Primeiro porque não me esqueço da ligação umbilical que já tivemos (e ainda temos), porque fui eu que a fiz, que a criei, e depois porque ela é mesmo a minha cria, porque continuo a criá-la. É quem eu cuido mais e melhor.

A relação biológica é apenas um detalhe que não proporciona amor por si só. O amor está no dia-a-dia, nos banhos, nas trocas de fraldas, na alimentação, nos abraços e beijinhos, nos olhares, nos toques... Por isso, é que muitos filhos gostam mais das amas ou dos avós do que dos pais. Gostam de quem cuida deles.
Hoje sei que, por exemplo, acordar com a minha filha é incomparavelmente mais extraordinário do que foi o meu parto. Acordamos as duas a sorrir, a dar beijinhos, completamente enamoradas. Agora que eu já conheço o amor no seu expoente máximo, já consigo ver no tudo no parto e na gravidez como especial. Foi a minha filha que me mostrou isso. Sinto saudades de estar grávida da minha filha (não de estar grávida novamente), emociono-me com o meu parto (e não vi motivos para o fazer na altura) e até com os partos de outras, como o da Maria Luiza. Chorei, chorei, chorei...
Parir é dor, criar é muito amor!

1.4.17

Os animais e as crianças

Sempre vivi rodeada por animais. Em casa, sempre houve sempre cães e gatos. Eram animais mas também membros da família. Acho que nunca houve um período em que não tivéssemos um animal, por isso, quando constituí a minha família também se tornou imperativo adoptar uns bichinhos. E vieram os dois gatinhos mais lindos do mudo.

Este amor que tenho pelos animais também se reveste de muito respeito. E é isso que pretendo passar à minha filha. Os animais, por muito que achemos que os conhecemos e que são absolutamente inofensivos, são animais e podem reagir a estímulos. Tal como nós, certo?

Acho super fofo e comovente ver bebés a brincar com animais, mas eu nunca consegui expor a minha filha a isso, enquanto era bebé. Não me sai da lembrança um gato siamês que tínhamos em casa. Ele adoptou a minha mãe. Aquele gato era só dela e detestava-me. Eu já devia ter uns 8 anos quando ele me atacou pelas costas. Não suportava ver-me no colo da minha mãe. Também tive um Serra da Estrela que mordeu o meu avô, o seu grande companheiro, deixando-o em bastante mau estado. Qualquer um destes meus bichinhos era adorável, mas houve qualquer coisa que os fez reagir daquela forma naquele momento.
Quando colocamos um bebé ou uma criança pequena junto de animais, sem supervisão, estamos a confiar que vai tudo correr bem e às vezes isso não acontece. Sabemos como são as crianças. Dão gritos, batem, puxam o pêlo, atiram com objectos aos bichos e, na maior parte do tempo, eles aguentam sem pestanejar. Até um dia. Os bichinhos também se assustam e podem reagir. Não vale a pena arriscar.
Com os meus gatinhos, tem corrido tudo bem até agora (com a excepção de um incidente que já explico). Não os abandonei quando engravidei, nem depois da Maria Victoria nascer, nem nunca!! Eles são membros da família. Sobretudo a minha gatinha notou uma grande diferença com a chegada do bebé a casa. A Tonicha dormia ao meu lado. No mesmo lado onde, 2 dias depois de ter saído de casa, acoplei um berço onde dormia aquele bichinho novo. A Tonicha teve de arranjar outro sítio para dormir, sempre perto de mim, mas mais longe da minha bebé. Ela andava sempre por perto e até cheguei a deixá-la dormir no fundo do berço uma vez. Não queria alimentar animosidades. A maior parte do tempo, tinha a minha filha ao colo e a minha gata nas pernas. Sempre as duas perto de mim e nunca sozinhas.





Quando a Maria Victória tinha perto de um ano e meio, estávamos sozinhas em casa e a dormir na minha cama e a Tonicha quis enfiar-se lá. Ela nunca vai para os lençóis, mas como era verão, só tínhamos um lençol a cobrir-nos. A Tonicha ia a passar, a Maria Victória mexeu o pé e a gatinha assustou-se e deu um salto para o ar. Esse salto e as suas unhas valeram um rasgão no pé da minha menina. De quem foi a culpa? Minha e apenas minha. Eu é que criei condições para isso acontecer.
O respeito pelos animais também passa por não os expormos a situações potencialmente perigosas. Nesta fase, temo mais pelos gatos do que pela minha filha. Ela não mede os gestos e às vezes abusa. Não pode e eu não deixo! Mas acho que estão todos a aprender a conhecer-se e a conviver no mesmo espaço. 

Também em casa da minha mãe tínhamos um cão. Era um cão muito especial porque foi um filho para a minha mãe e para mim. O meu Bóris, um boxer adorável, era o bicho mais meigo, sensível e especial que já conheci. Ele tinha acesso à casa toda. Quando a minha mãe saía de casa no Inverno, deixava-lhe a lareira acesa e a TV ligada. Era uma alma pura e linda! Graças a Deus, a minha filha ainda teve a oportunidade de o conhecer e de brincar com ele. Faço questão de alimentar essas lembranças. Mas, ainda assim, não consegui baixar a guarda. Ela só podia fazer-lhe festas com ele acordado. E ele adorava e lambia-lhe as mãos. 

Resumindo, animais com crianças, sim! Sempre! E com responsabilidade também. Estão todos ao nosso cuidado e a precaução nunca é demais.

24.3.17

O primeiro corte de cabelo.

Faz hoje dois meses que a Maria Victória foi ao cabeleireiro pela primeira vez. Sim, quase aos três anos. Andava sempre a adiar, a adiar, até um dia. Ainda pensei em fazê-lo eu, mas ainda bem que não me deu para isso.


Ela nunca teve muito cabelo. Começou a crescer já depois de fazer um ano e começaram a formar-se uns caracolinhos apenas atrás. À frente era bastante liso.


Um dia consegui fazer-lhe um rabo-de-cavalo e nunca mais o largou. Ficava tão gira!


Os caracóis multiplicaram-se e o cabelo que nunca me deu trabalho transformou-se na tarefa mais difícil: champô, amaciador, spray para pentear, escovas que não magoam... Ainda por cima um cabelo com toda a tendência para criar rastas... (até que não era nada má ideia...) De manhã era um castigo! O mais fácil sempre foi apertar o cabelo num rabo-de-cavalo e o cabelo mais comprido era mesmo ideal. Mas, como ela tinha aqueles caracóis, só no banho me apercebia do comprimento do cabelo. E teve mesmo que ser porque já era difícil gerir tanto cabelo.


Não foi fácil. Esta menina achava que tinha que me cortar o cabelo também. Então, com a destreza da cabeleireira Carla lá conseguimos arranjar estratégias para a ir mantendo mais ou menos quieta. E também conseguiu cortar-me o cabelo. Adorei o resultado final, ficou mais leve, mais menina e ela também adorou. O cabelo continua rebelde como dantes, mas é muito mais fácil de pentear. Qualquer dia, voltamos lá.

17.1.17

Os nossos dias

Ultimamente, venho aqui apenas para me desculpar pela ausência. Provavelmente, ninguém notou a ausência, mas eu sinto a falta de escrever. Na verdade, escrevo longos depoimentos... na minha cabeça. Seria bom já terem inventado um dispositivo que transcrevesse aquilo que nos passa pela cabeça. Ou talvez não seja assim tão boa ideia. Todos temos aqueles pensamentos que é melhor ficarem para nós...
Não sei se tenho falta de tempo ou se tenho apenas falta de organização para escrever. O facto é que não escrevo e isso não quer dizer que não se passe nada nas nossas vidas. Deve ser isso, então! Passa-se imensa coisa ao mesmo tempo e eu ando a viver isso tudo. Também não tenho ninguém que me venha aqui escrever os posts, que me tire fotos glamourosas, que me patrocine com ofertas fantásticas... 
Ter uma criança que se aproxima vertiginosamente dos 3 anos, 2 trabalhos, obras em casa, obras na nova casa, viver com ansiedade, com um marido e 2 gatos... uff cansei-me... bom, esta é provavelmente a vida menos glamourosa da blogosfera. Esta nunca foi uma prioridade. Nunca me senti glamourosa nem tenho pretensões nesse sentido. Aqui somos todos normais e eu apenas me lembrei de registar a minha gravidez, até mais para desabafar do que para registar para memória futura. 
Agora também me apetece desabafar, mas o tempo (ou falta de organização) escasseia. Não consigo acordar muito cedo porque tomo medicamentos à noite que me fazem dormir. Mas não durmo porque a minha princesa acorda pelo menos 2 vezes por noite para beber leite (e mudar a fralda). E eu acordo. Logo, a medicação não pode cumprir o seu propósito e eu não vou contrariar as necessidades da minha filha. Então, acordamos por volta das 9 e a minha filha fica comigo até às 11 ou 12. Trabalho em casa e, nesse período, tenho que equilibrar criança com e-mails e sistema e pequeno-almoco e Mickey e plasticinas e xaropes... cansei-me de novo. É atarefado, sim, mas adoro poder vê-la acordar e não ter que a preparar apressadamente para a levar ao infantário. Quando, finalmente, ela vai para casa dos avós, posso voltar a dedicar toda a minha atenção ao trabalho e a mim. Mas como a manhã entretanto já passou, como sempre qualquer coisa à pressa, tomo um banho muito rápido (ou nem tomo), trabalho mais um pouco e logo saio para o trabalho número 2. Por trabalhar em casa há muitos anos, senti agora a necessidade de sair um pouco. E vou dar aulas privadas num centro de estudo. Apesar de ao fim da tarde já estar exausta, ainda vou ensinar os filhos dos outros. E que bem que isso me tem feito. De facto, as crianças só trazem coisas boas, independentemente da idade. Por volta das 7, saio a correr para a minha criança que me aguarda cheia de saudades. E eu dela! A maior parte das vezes, não cozinho. Ou jantamos em casa dos avós ou mandamos vir qualquer coisa. Como a menina já jantou nos avós, não me preocupo muito com a nossa alimentação. E isso reflecte-se na nossa saúde, claro. Lá está mais uma evidência de que não sou nada organizada. Assim que chegamos a casa, já só me dedico à minha filha. Só há tempo para banhos e brincadeira. 
Estou à espera de mudar para a nova casa para poder fazer alterações profundas a estas rotinas. O facto de ela ir para a escola logo de manhã é capaz de provocar alterações suficientes para eu ter de me organizar melhor. 
No meio disto tudo, só posso dizer que sou uma felizarda pela filha que Deus colocou nas nossas vidas. Acordar todos os dias com esta benção faz tudo valer a pena. 




27.9.16

Essenciais para cabelos difíceis


A Maria Victória nasceu com muito pouco cabelo. Ela foi crescendo, mas o cabelo continuou sempre muito curtinho e liso. De repente, lá para os 15 ou 16 meses, o cabelo cresceu e cresceu encaracolado. Sobretudo na parte de trás. É quase carapinha. Basta ela andar na cadeira do carro para o cabelo ficar todo embaraçado. Depois de uma noite de sono, então... só visto! Mais parecem rastas.

Assim que ela começou a ter cabelo, passei a deixar de lado a escovinha para cabelo de bebé e usei a minha Tangle Teezer. O meu cabelo tem as mesmas caraterísticas e fica logo cheio de nós. Comprei a Tangle Teezer para andar na carteira. É óptima, pois permite escovar o cabelo sem o quebrar ou arrancar. Não dói! Achei que era o ideal para ela, já que pentear-lhe o cabelo poderia ser doloroso.

Os essenciais para o cabelo dela são, para além da Tangle Teezer, o Champô e o Spray Desembaraçador da Klorane. São suaves, protectores e sem parabenos. Assim, torna-se mais fácil tratar-lhe do cabelo e até os caracóis ficam mais definidos.

Podem encontrar as Tangle Teezer e o spray Klorane em farmácias e parafarmácias.

7.9.16

Maria Victória e as festas de verão

Muitas vezes, achamos que sabemos o que faz os nossos filhos felizes. Nesse campo, a minha filha continua a suprpreender-me e a mostrar-me que fica feliz com qualquer coisa. Quando a vi mais feliz e a exteriorizar a sua alegria foi na festa da minha aldeia. Já no ano passado, com pouco mais de 1 ano, adorou dançar ao som de música popular e alegrou quem a viu.



Este ano, mais velhinha, não perdeu a oportunidade que lhe deram quando convidaram as crianças para subir ao palco. Nunca a vi tão eufórica, sobretudo com a presença do Panda... Correu o palco todo, bateu palmas, agradeceu, animava o público e até fugiu para o palco superior, onde estava o baterista. Teve a sorte de ter andado ao colo do Panda, precisamente porque não estava quiete. O mais fantástico é que ela não se esquece disso e todos os dias me fala do Panda e como "a menina andou ao colo do Panda".


O que ela gosta mesmo é de festa, de alegria, de convívio com as pessoas, de música... Venham as festas!

4.9.16

Deusa Gowry

11 dias depois do nascimento de qualquer bebé na Índia é um dia muito especial e auspicioso. A Maria Victória teve o privilégio de ser ter sido feita uma puja ao Lord Ganesh em seu nome nesse dia.


Também nesse dia, pessoas próximas ao bebé abençoam-no com nomes auspiciosos. A minha amiga escolheu para a minha filha o nome "GOWRI". É o nome da mãe do Lord Ganesh, por quem tenho grande devoção.

Hoje celebra-se o aniversário da deusa Gowri e a Maria Victória vestiu-se a rigor, com pulseiras e bindi, para a homenagear e porque lhe é auspicioso.

1.9.16

Coisas nojentas

No início de Agosto, estávamos nós num convívio da aldeia, com imensa gente. Havia mesas com comida e a Maria Victória andava à procura de batatas fritas, a sua perdição. É então que encontra um prato com cascas de tremoços e resolve meter um à boca. Quando fui tentar tirar-lho da mão já estava na boca. A custo lá o cuspiu, mas o mal já estava feito.

O desfralde II

Estava a correr tudo tão bem... a Maria Victória já nem precisava que a lembrássemos de que precisava de ir ao bacio, ia sozinha e espontaneamente, tal como descrevi anteriormente.
Neste momento, há mais acidentes do que xixis no bacio. Levanta a saia e toca a fazer xixi, de pé, onde quer que esteja. Tem sido muito complicado manter a motivação, a calma e a paciência. Sei que não devemos valorizar os acidentes, não devemos ficar zangadas, devemos continuar a motivar para usar o bacio, mas quando vejo a roupa toda molhada, o chão, almofadas... confesso que me sinto frustrada e desesperada, até.
Segundo li, estes retrocessos são normais e estão, muitas vezes, ligados a mudanças, que não é o caso, ou chamadas de atenção. Porque é que ela estará a chamar a minha atenção? Pode ser saudades de casa, saudades do Pai, ansiedade por me ver cansada... Ou simplesmente o facto de, sempre que dorme ou quando saímos, lhe colocar novamente a fralda e isso dar ordens contraditórias ao cérebro. Tenho que recuperar forças, dar-lhe ânimo e motivação.

25.8.16

Ipsis verbis

"O papá é castanho! É chocolate!"

Ipsis verbis

Habitualmente, ando com o cabelo preso num rabo-de-cavalo. Hoje, para variar, deixei-o ficar caído de lado, mas também apanhado. Sua excelência, Maria Victória, estranhando o penteado novo, diz: "Mamã, puxa o totó para cima!"

23.8.16

Ipsis verbis


Enquanto eu e a minha mãe petiscávamos uns cajus...
"Mamã, a menina quer camarão!"

22.8.16

Ipsis verbis

Enquanto abraço a minha filha e lhe digo o quanto gosto dela, pergunto:
- Sabes o que é o Amor, querida?
- É a mamã!

Provavelmente, serei a pessoa que mais lhe fala e lhe mostra Amor. Fico imensamente feliz que me associe ao Amor. Fico com a responsabilidade de lho demonstrar enquanto viver e na esperança que saiba que a amo acima de tudo.

18.8.16

O desfralde

Estes dias quentes de verão têm sido óptimos para a Maria Victória largar a fralda. Já no verão passado lhe tínhamos apresentado o bacio e ia lá sempre que lhe pedíamos. Não o fazia espontaneamente porque definitivamente não era a altura certa. 

Quando é a altura certa para largar a fralda?
A altura certa é quando eles decidirem. Nada de comparar com o amiguinho ou com o irmão porque cada criança é única e tem o seu tempo específico. Crianças saudáveis não estão física nem emocionalmente preparadas para usar o bacio antes dos 18 meses. Os meninos costumam estar prontos uns meses mais tarde do que as meninas. A maioria dos pais inicia o desfralde entre os 2 e os 3 anos.

Quando, no ano passado, lhe mostrámos o bacio foi mais para ela saber o que era. Quando fez 1 ano, ofereceram-nos o bacio evolutivo da Imaginarium e fiz questão de o retirar da caixa para que ela pudesse interagir com ele. E se interagia... Adorava brincar com o bacio, sobretudo enfiar-se dentro dele. 

Para falar a verdade, durante algum tempo, ela preferia aqueles bacios normais, mais leves e mais baratos. São muito mais ergonómicos e fáceis de manusear. Por outro lado, nesta fase em que o uso é mais frequente, sem dúvida que o bacio da Imaginarium é uma vantagem. A estrutura é super estável e não é com facilidade que tomba, evitando acidentes. Depois, tem uma semelhança enorme com uma sanita (ou, como ela diz, o bacio da mamã, já que me acompanha para todo lado) e ela adora abrir a tampinha e baixar quando termina. Ainda não usei a segunda fase deste bacio porque quero que ela domine esta primeira fase em pleno. Mas adora sentir-se grande e fazer xixi na sanita dos adultos. 


Nestas duas semanas que passámos em casa da minha mãe, andou quase o tempo todo sem fralda e de vestidos largos e com umas Crocs. E tinha o bacio sempre acessível. Em primeiro lugar, não queria que tivesse qualquer tipo de obstáculo. Fazia xixi sempre que queria e não era complicado aceder ao bacio. Os vestidos largos facilitavam também na hora de se baixar. As crocs eram fantásticas quando havia acidentes, pois é só passar por água. O tipo de acidentes que nos aconteceu foi ela fazer xixi durante a refeição. Também não houve grande problema, pois a cadeira é de plástico e é fácil de limpar. Depois, ela também queria ser ela a limpar o bacio e lavar (água é com ela). No trajecto, havia sempre xixi pelo chão. Queria ajudar e acabava sempre por complicar mais um pouco. Já comecei a andar de carro com ela sem fralda. É um risco, mas acho que ela já aguenta pequenas distâncias. Duvido que o pai aceite isto no carro dele, pois a possibilidade de uma acidente é assustadora para ele. 

Como iniciar o desfralde? 
  1. Cada um terá o seu método, mas explicar à criança que aquele é o bacio dele, só dele, usar bacios divertidos, deixar experimentá-lo ainda com fralda e depois já sem fralda. Esta fase não deve ser stressante nem para a criança, nem para os pais. Haja paciência, pois não convém irritar a criança para que não receie usar o bacio. Se saírem, levem um redutor para que também na rua possam evitar a fralda. 
  2. Tal como eu fiz, é de aproveitar quando estão em casa para andarem à vontade e sem roupa. O verão é uma janela de oportunidade óptima, pois não há riscos de apanharem frio.
  3. Premiar a criança sempre que usa o bacio. No nosso caso, não há cá presentes para ninguém. Nós batemos palminhas e ficamos muito felizes e ela sente-se suuuuper bem. O objectivo é que eles se sintam motivados a regressar ao bacio. A Maria Victória até já chegou a fazer cocó no bacio, o que para nós foi uma vitória enorme, dado que é muito obstipada. É preciso ter muito cuidado quando eles se esquecem de usar o bacio e não estragar todo o trabalho que já foi feito. Pode ser muito frustrante para os pais terem que limpar tudo e dar banho à criança, mas não descarreguem nela. As palavras de encorajamento devem estar sempre lá, quer faça bem ou mal.
  4. A escola deve acompanhar esta fase. Com a Maria Victória não anda na creche, não sei como fazem, mas acredito que tenham bastante atenção a esta fase. Todas as creches que visitei tinham equipamentos adequados ao tamanho deles. E acho que deve ser um estímulo enorme verem os mais crescidinhos a ir à casa de banho e eles, certamente, vão querer imitá-los.
  5. Para os rapazinhos, o papel do pai ou de uma figura masculina é muito importante. Eles vão querer fazer pelo exemplo e a questão das recompensas pode ser interessante quando eles acertam no sítio. 
  6. Reduzir os líquidos à noite, antecipando já o desfralde nocturno. Para mim, vai ser um problema grande porque a Maria Victória adora o seu leitinho antes de dormir e durante a noite, também.
  7. Ler histórias à volta do tema bacio, fraldas, etc. Por acaso, temos aqui um livro que aborda o tema e já encontrei uma música em inglês, com pandas. Eles vão adorar!



25.7.16

Toalhitas: sim ou não?

Tinha a Mia uns 6 meses e um amigo do meu marido veio visitar-nos. Estava encantado com a bebé porque ele tinha uma menina de 2 ou 3 anos e ficou logo cheio de saudades. A detarminada altura, eu ia mudar-lhe a fralda e ele perguntou-me se podia fazê-lo. Disse que sim. Coloquei-lhe as fraldas e as toalhitas ao lado, mas ele não as usou. Aliás, disse-me que nunca o tinha feito e que tinham sido as recomendações na Maternidade Júlio Dinis, no Porto. Eu fiquei chocada! Para além de nunca ter ouvido tal coisa, ainda mais me surpreendeu ter sido indicação numa maternidade de referência. Pus-me a investigar e, de facto, não há mal nenhum em não limpar com absolutamente nada uma fralda de xixi. O xixi só é mais agressivo quando misturado com o cocó. Apenas xixi é maioritariamente água, logo é inóquo para a pele do bebé. Pelo contrário, a toalhita pode causar mais problemas do que o xixi, pois tem mais porcarias.
Na altura, resolvi partilhar com as mães que nos seguem no Facebook. As reacções foram muito variadas. Entre chamar porcas às mães que não usam toalhitas e as mães que confirmavam que realmente nunca tinham usado toalhitas para o xixi.
Depois daquela experiência com o nosso amigo não aconteceu nada à minha filha, nem assaduras, nem pele irritada, nem mau cheiro. Nada. Aconteceu o que sempre tinha acontecido com o uso de toalhitas: a pele estava impecável. Desde então deixei de ficar tão em pânico com a falta de toalhitas. Com cocó, lavo sempre o rabinho, com xixi limpo se tiver toalhitas à mão (e tenho quase sempre porque mantenho o hábito). A mudança maior deu-se na mudança de fraldas à noite. A minha filha sempre bebeu muito leite durante a noite e ainda hoje com 27 meses bebe. Como é óbvio, isso reflecte-se nas fraldas. Pelo menos uma vez durante a madrugada tenho que lhe mudar a fralda. Como não quero que acorde, faço-o às escuras (já tirei o doutoramento em fraldas!) e não uso toalhitas. Faço de tudo para lhe minimizar o desconforto. De manhã, lavamos tudo. Posso garantir-vos que não há assaduras e os bebés podem perfeitamente sobreviver sem toalhitas. Quando eu era bebé também não havia.
Como em tudo, compete aos pais decidirem o que é melhor para os seus bebés. Há quem prefira compressas com água lavante, outras preferem algodão... Só pretendo informar que se não usarem toalhitas não estão a negligenciar os vossos filhos nem estão a ser porcas.


21.7.16

Cortar unhas a bebés e crianças


Enquanto preparava o enxoval da minha filhota, fui apresentada à tesoura de pontas arredondadas, supostamente ideal para cortar unhas. Aceitei que seria com esse instrumento que lhe cortaria as unhas.
Muitos bebés nascem já com as unhas crescidas, mas não foi o caso da minha. Iam crescendo e, como eram tão finas, partiam naturalmente. Durante uns tempos não precisaram da minha intervenção, até que um certo dia acordou ligeiramente arranhada na cara. Partilhei a minha preocupação com outras mães no facebook e muitas disseram que cortavam as unhas aos seus bebés todas as semanas. Foi o passei a fazer. Procurei a tal da tesoura que, até então, não tinha tido qualquer uso, e reparei que aquilo não era de todo o melhor para cortar unhas a bebés ou a qualquer outra pessoa. Primeiro, é preciso que a unha esteja mesmo enorme e depois, mesmo após o corte, a unha continua enorme. Bebés com unhas enormes... blhéc! Acho mesmo falta de cuidado dos pais. 
Foi então que me lembrei de uma reportagem que vi sobre um casal de cegos que tinha dois filhos. Os dois cegos cuidavam sozinhos dos filhos desde que eram bebés. A única altura em que precisaram de ajuda foi para cortar as unhas do primeiro bebé e iam à farmácia perto de casa. Até que a mãe começou a fazê-lo sozinha. Sentia a unha do bebé e cortava com o corta-unhas. Ora, se dois pais cegos conseguem tratar dos seus bebés e, até cortar-lhes as unhas, também eu conseguiria, já que, felizmente, posso ver.
Fui buscar o corta-unhas mais pequenino que tinha em casa e, desde então, é o nosso melhor amigo. Comecei por lhe cortar as unhas apenas enquanto dormia ou mamava. Assim reduz-se o risco de movimentos bruscos e eventuais cortes. Entretanto, foi crescendo e começou ela própria a esticar os dedinhos, como se estivesse na manicura. Sempre foi um processo muito rápido e muito rotineiro. Gosto que a minha menina ande sempre com as unhas arranjadas e limpas. Escusado será dizer que crianças com unhas compridas vão andar com as unhas sujas de certeza.
Ultimamente, tem-me sido difícil mantê-la com a manicure em dia. Provavelmente, vou ter que regressar ao corte das unhas enquanto dorme. Agora, deixa-me cortar uma unha e a segunda já não consigo. Anda com uma mão meio arranjada e a outra com as unhas compridas. É o caos total. Esta coisa de ser autónoma e estar a conquistar a independência está a tornar-me a vida difícil. Pelo menos, gosta muito de tomar banho.