17.2.21

Escrever

Eu gosto de escrever e faço-o cada vez menos. Tenho muitos afazeres mas ainda mais distrações. É tão fácil cairmos na teia das redes sociais. Por mais me que policie, é lamentavelmente comum ver-me a arrastar o dedo para cima à procura de algo interessante para ver. E são já muito pouco as coisas que me interessam nas redes, mas fico presa naquele movimento. 

O Instagram é sedutor, mas cada vez mais vazio de conteúdo. Frequentemente, faço uma limpeza às contas que sigo. Looks forçados (já que ninguém sai de casa), influenciadores que já não influenciam ninguém, valor intrínseco zero. Já são muito poucos os que me inspiram verdadeiramente, mas estou sempre a descobrir novidades muito interessantes. Confesso, vou lá para publicar uma foto de vez em quando, um ou outro story, sobretudo para os amigos que estão longe e que de facto querem saber de mim. São esses que importam, não é? 

Ultimamente, até tenho visitado mais o Facebook. Acompanho notícias, vejo muitas notícias falsas, jornalixo, e começo também a deixar de seguir o que não interessa. Talvez assim se consiga minimizar o dano do tempo excessivo que se passa nas redes sociais. Temos que customizar o que nos dão, ser selectivos e exigentes, e escolher o melhor para cada um de nós.

Acredito nisto tal como acredito que devemos escolher os melhores alimentos para uma nutrição saudável (e não quer dizer que não se abuse de vez em quando). É tudo uma questão de escolhas. Há escolhas que não podemos fazer porque simplesmente não temos acesso a elas. Não é o caso destas. 

O que me tenho proposto fazer nos últimos tempos é isto:

- deixar de seguir o que não me acrescenta nada

- ter sempre um livro na mão, ainda que não o leia sempre. Estando por perto, pode disputar a minha atenção com o telemóvel.

- ouvir mais música em casa enquanto faço tarefas domésticas

- beber mais água 

- fazer agachamentos. Se não posso sair para caminhar ou não me apetece equipar-me para fazer um treino no chão da sala, posso sempre ir fazendo alguma coisa

- escrever mais. Regressar à atividade que mais me ajuda a fazer catarse da vida. 



7.2.21

O analfabetismo dos tempos modernos

Como alguns sabem, tenho uma loja on-line de venda e compra de artigos de luxo em segunda mão. Este sábado, tinha acabado de publicar umas sapatilhas Louis Vuitton cor de rosa maravilhosas e uma senhora pergunta-me se são cor de rosa ou salmão. Respondi “São rosa claro”. 


Esta minha frase despertou a ira da senhora. Disse que não era forma de responder e que se ia retirar da minha página. Usou muitos pontos de exclamação para o efeito. Fiquei parva para a minha vida. Eu não percebi o que tinha feito à senhora e depois quem ficou chateada fui eu. 


Mais tarde, estava a contar esta situação e fui ler novamente as mensagens. Percebi que a senhora tinha lido “São rosa, claro.”. Ora, não foi isso que eu escrevi. Graças a Deus, sei pontuar, não fosse eu professora de Português. 


A senhora exaltou-se, ficou aborrecida, aborreceu-me e tudo porque não sabe ler. Eis a iliteracia dos tempos modernos. 



9.1.21

GUCCI GG Marmont Leather Belt

Apesar de ter várias peças Gucci, comprei sempre peças usadas e, em alguns casos, vintage. Como tal, nunca tinha comprado na Gucci. Resolvi tentar a loja on-line e escolhi um cinto maravilhoso. Visto que é para usar com vestidos, queria um cinto mais fino. Tinha preferência por metal prateado, mas não havia. Liguei imensas vezes para a loja Gucci de Lisboa e nem o telefone atenderam.

Demorou 5 dias a chegar a Trás-os-Montes. Gostei do cuidado com as embalagens, sacos de tecido para o cinto e outro maior, envelopes para tudo... enfim, o luxo inerente à marca. Ou seja, a experiência fantástica que é ir à loja, sente-se também a abrir uma embalagem destas. Podem ver o vídeo do unboxing aqui.

O cinto fica-me pequeno e vou ter que trocar. Não é difícil proceder à troca, mas é preciso ligar para a linha de apoio em Itália. Chamada paga, apesar das trocas e devoluções serem gratuitas. Atendimento em italiano mas logo passaram a um Advisor que falava inglês. Continuavam sem ter o cinto com ferragens prateadas disponível, por isso pedi o tamanho inferior em dourado. Enviaram a etiqueta de devolução imediatamente para o meu e-mail e é só agendar a recolha com a DHL. 

Gostei da experiência, para já. 








5.1.21

O avô partiu

Hoje à tarde chegou a notícia que mais temia... sempre pensei que viesse por chamada telefónica. Tinha sempre tanto receio sempre que o telefone tocava. Veio por mensagem, mas não foi mais fácil.

Apesar de ser uma notícia prevista, somos sempre invadidos pelo choque da perda, da falta que nos vão fazer.

Soube pouco antes de ir buscar a minha filha à escola. Eu estava muito chorosa, não consigo camuflar emoções. Não sabia como lhe dar a notícia, mas sabia que ela tinha de saber. Disse-lhe que tinha uma notícia para lhe dar e que não era boa. De imediato começou a chorar e disse: “Não me digas. Por favor, não quero saber.” Não lhe disse mais nada e abracei-a. Ficámos as duas a chorar no carro. Entretanto, distraiu-se com um suporte para o telemóvel e parou de chorar.

Perdeu-se um grande avô, o melhor marido e o pai mais dedicado. 

4.1.21

O avô

A minha filha tem o grande privilégio de ter quatro avós fantásticos e ainda tem mais dois emprestados e uma bisavó. Que rica que ela é! 

Devido à proximidade geográfica, ela desenvolveu uma uma relação muito especial com os avós paternos, mais especial ainda com o avô. O avô da minha filha é uma pessoa notável e a relação entre eles só podia ser singular. Ele não é apenas o avô super orgulhoso da sua neta. Ele foi sempre cuidador, dotado de uma atenção extrema. 

Eu fiquei com a Maria Victória em casa quando ela nasceu. Só que, a partir dos 5/6 meses, o bebé precisa mais de atenção e eu precisava de trabalhar. Os avós, quase sempre o avô, iam buscá-la lá a casa e passavam o dia com ela. Este avô cuidava dela com o maior cuidado e dedicação. Ela cresceu sempre muito ligada a ele. Era engraçadíssimo vê-la entrar na casa dos avós e ignorar toda a gente, indo directa a ele. 

O avô da Maria Victória já estava doente quando ela nasceu. A minha sogra costuma dizer que ela veio na altura certa. Eu concordo que a menina teve um papel importante na forma como ele enfrentou a doença. No entanto, a coragem é toda dele. Ele podia estar muito muito, muito doente mas, quando ela entrava por aquela porta, ele fazia último esforço para se levantar, para brincar com ela. Tantas e tantas vezes brincaram juntos... A doença foi muito grave logo desde o início, mas o avô nunca se entregou a ela. Anda sempre impecavelmente vestido e arranjado, as refeições sempre na mesa e sempre preocupado com quem o rodeia. 

O avô agora já está muito doente. Aguentou-se até ao Natal. Passámo-lo todos juntos, aqui em casa, em mesas separadas para proteção de todos. 

Nos últimos tempos, a Maria Victória já se tinha habituado a vê-lo mais tempo na cama. Já não sai da cama. Tem dois anjos ao seu lado que não o largam dia e noite. Ser cuidador é árduo. Mais árduo ainda quando se cuida permanentemente de quem tanto se ama. É emocionante e não tem preço. 

A minha filha acha que o avô vai melhorar e ficar bom. As probabilidades disso acontecer são tão remotas... Eu sei como os avôs são importantes nas nossas vidas. O meu avô continua vivo em mim, nas minhas memórias, nas histórias que conto à minha filha. Vou certificar-me de que o avô dela também viverá sempre. 

27.12.20

Seja Parisiense onde quer que esteja

 


Já andava há que tempos para ler este livro. Não há fashionista verdadeira que não o tenha lido. Ainda por cima, sou uma apaixonada pela cultura française.

Este livro é uma espécie guia para a vida parisiense. Tem muitos clichés, mas também tem dicas muito boas e até um roteiro parisiense. 

Deixo aqui algumas passagens que achei interessantes só para aguçar o apetite. 

Para comprar o livro, basta clicar na foto do livro acima.