26.12.21

Despedi-me!

Disse adeus um contrato de trabalho, a uma rotina infeliz e vou voltar a ser freelancer. 

Tinha a certeza de um salário ao fim do mês e de um seguro de saúde. Mas também tinha a certeza dos dias serem todos iguais, de horários pré-definidos para as pausas, de uma progressão na carreira que nunca iria chegar e um cansaço que nunca senti antes. 

Eu não queria isto para mim, por isso defini aquilo que eu queria fazer e fui à procura.  Pesquisei as empresas onde a minha experiência poderia ser útil e fiz candidaturas espontâneas. Ia a entrevistas durante a minha hora de almoço e comia depois qualquer coisa enquanto trabalhava. 

Claro que não me despedi sem antes ter outro trabalho. Há que procurar a felicidade, mas não sem antes ter uma segurança.

Ganhei coragem e comuniquei à empresa que me ia embora. Este último mês vai custar a passar (pelos 30 dias de aviso prévio) mas já me sinto tão mais leve. 

Saber que vou ser dona dos meus dias, que vou voltar a escrever, que só vou trabalhar onde me sentir valorizada dá-me um ânimo incrível. 

Não sei se vai correr bem daqui para a frente, mas “a única constante da vida é a mudança”. 

A vida é um sopro e devemos procurar sempre a nossa felicidade.



8.12.21

O tempo

Uma das coisas mais preciosas da vida é o tempo e o que fazemos com ele. Eu valorizo muito o meu tempo e valorizo ainda mais o tempo que os outros me dedicam. 

Se, na maior parte dos dias, não sou dona do meu tempo, quando tenho algum tempo livre, gosto de o ocupar da forma que me apetece. É um luxo, sim! E o meu tempo livre é tão escasso que não reajo muito bem quando questionam as minhas opções. 


A única coisa certa na vida é que um dia a vida acaba e não sabemos quando esse dia chegará. É motivo suficiente para reflectirmos onde andamos a investir o nosso tempo e com quem. 




6.12.21

Maquilhagem


Ontem contava a uns amigos a história desta foto, quando a Maria Victória tinha 3 anos.


Estava a prepará-la para dormir e deixei-a na casa de banho para ir fazer qualquer coisa à cozinha, provavelmente o leitinho.


O certo é que demorei um pouco mais do que devia e deu-lhe tempo de se pôr nestas figuras. 


Agarrou no eyeliner, que eu nunca consegui domesticar, e fez da sua carinha uma tela para uma pintura abstrata. 


“Ai, que engraçado e tal, vamos lá tirar isto!” 


Procurei desmaquilhante e descobri que não tinha. Não tinha como tirar eyeliner da cara da minha filha.


Entretanto, lembrei-me do óleo de côco e de todas as suas valências. Consegui remover tudo com o óleo de côco e depois levei-lhe a cara.


Desde então certifico-me de que tenho sempre desmaquilhante (ou óleo de côco em casa). Não é por mim, claro, que raramente me maquilho, mas pela pré-adolescente que agora tem 7 anos. Se quer maquilhar-se que saiba a importância de se desmaquilhar, também! 


21.11.21

Do trabalho

São várias as vezes que a minha filha me ouve dizer que me quero reformar. Já ando a dizer isto desde os 20 e tal anos, quando comecei a dar aulas e a trabalhar pela primeira vez. 

Gosto de trabalhar, da independência que proporciona, mas também me deixo engolir pelo zelo algo desmesurado. Hoje em dia, já não estou no ensino mas a minha cabeça anda muito cansada, quase esgotada. Não só pelo trabalho, mas também pelas rotinas do dia-a-dia. É nesses dias piores que ela me ouve reclamar, que estou farta do trabalho, que me quero reformar. E eu, que ainda tenho mais de 20 anos para reclamar, acho que lhe estou a dar a ideia de que o trabalho é opcional. E por que digo isto? 

Hoje ela dizia-me (diz-me isto muitas vezes) que queria ser adulta, como eu. Expliquei-lhe que a fase mais bonita e também a mais curta é a infância, que não tenha pressa de crescer. Que ser adulto é mais chato, temos mais responsabilidades e temos que trabalhar. 

Respondeu-me que quer ser desempregada. DESEMPREGADA. E diz-me isto a sorrir, como se me quisesse descansar. 

Minha filha, espero que sejas desempregada por opção e nunca por falta de alternativas. Espero que nunca tenhas que te sentir miseravelmente infeliz num emprego ou trabalho apenas porque precisas de dinheiro para viver. Espero que sejas tão feliz a trabalhar que sintas que não o estás a fazer. 

Tenho que mudar o discurso cá por casa. Apesar de ter achado imensa graça ao “desempregada”, apesar de estar sempre a dizer que quero ser “reformada”, sinto que tenho que ter mais atenção à mensagem que passo com as piadas que faço. 


Gatos

Estes dois bichanos foram esterilizados há 1 mês e meio, mais ou menos. Acabaram de fazer 6 meses e estava combinado com a associação onde os fui buscar que me responsabilizaria pela sua esterilização e cuidados, em geral. Estão vacinados, desparasitados com regularidade e são a alegria da casa, juntamente com outras alegrias que aqui vivem.

Claro que não é apenas um mundo fofinho e cheio de ronrons e fotos bonitas.

Compromisso. Um animal é um compromisso para todos os dias. É mais ou menos como um filho. Não dá para o desligar ao fim-de-semana ou nas férias. É preciso saber antecipadamente se há espaço nas nossas vidas para um animal e se há retaguardas de apoio para quando não podemos cuidar deles. 

Gastos. Dá despesa ter um animal. Não é um gasto do outro mundo, mas é pode ser um peso financeiro. Se for um tutor responsável, saiba que é preciso vacinar, desparasitar, colocar chip, esterilizar e depois ter os cuidados regulares de alimentação e higiene. Já para não falar que pode haver problemas de saúde e é preciso estarmos lá para eles.

Acidentes. São animais, fazem asneiras. Se têm um museu em casa talvez não seja a melhor ideia levar um animal paga casa. Eles sujam, podem derrubar coisas, roer (a minha gata rói roupa!) objectos, destruir cortinas, atacar a comida, etc. Cada animal é único e até pode não fazer asneiras, no entanto é bem provável que o façam, sobretudo quando são mais pequenos.

Só falo nisto porque há pessoas que, quando percebem o peso que estes 3 factores têm nas suas vidas, decidem abandonar os seus animais. É preciso pensar antes!

Na associação onde adoptei os meus bichanos, eles vão acompanhando os bichinhos. Só os entregam no veterinário e têm um protocolo de esterilização a baixo custo. Só fazem adopções responsáveis. A probabilidade de abandono é reduzida. 

Os meus bichanos são “rafeiros” e são maravilhosos. Escolhi o gatinho pelos olhos meigos que tinha e tem a cauda partida. A gatinha é preta e branca e, pelos vistos, são o padrão menos adoptado porque são considerados mais ariscos. Não podia ser mais meiga. 

Espero ter estes filhotes comigo durante muitos anos. Os gatos acalmam, reduzem a nossa ansiedade e são uma excelente companhia. Em troca, tenho que lhes dar de comer e limpar a areia diariamente. Parece-me justo. 




Hello, again!

Já fui uma blogger com potencial de influencer. Fiquei-me pelo caminho. 

Nunca levei a coisa a sério porque só escrevo quando me apetece e quando tenho alguma coisa para dizer. 

Entretanto, deixei de ter tempo para escrever porque estava a viver o maior amor da minha vida. Escrever por obrigação, para alimentar curiosidade de seguidores, não! 

Continuo a gostar de escrever mas só me lê a família e amigos. Precisamente quem não quero que me leia. Não é por mal. É que há sempre alguém que acha que escrevo para mandar um recado, que pensa que o faço por este ou aquele motivo e, na verdade, só escrevo para mim. Gostava muito mais do anonimato de há mais de 10 anos, de quando comecei na blogosfera.

Como agora ninguém lê blogs, parece-me o local perfeito para me refugiar novamente.